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Resumo segunda Prova de Componentes quimicos e Anatomicos da madeira

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Microtomia
A madeira precisa de equipamentos adequados para ser corretamente cortada em fina espessura. Os micrótomos tem alta precisão e são capazes de cortar diversos tipos de materiais em fina espessura. O micrótomo de deslizamento é indicado para de seções microscópicas da madeira, nele o corpo de prova fica fixo enquanto uma navalha móvel desliza obtendo os cortes. Os cortes do micrótomo varia de 1 a 100 micrômetros. A navalha deve ser de aço de boa têmpera, livre de impurezas, conter anticorrosivos a apresentar alta resistência. 
Corpos de prova
É uma amostra de 1 cm3 retirada a 1,30 metros do solo. Deve ser retirada de uma região do cerne isenta de defeitos. A superfície do corpo de prova é desbastada com um estilete para ficar plano o máximo possível. 
Orientação – devem ser considerados os três planos quando se confecciona o corpo de prova, transversal, tangencial e radial.
Lâminas permanentes
A confecção de lâminas envolve várias etapas. 
Amolecimento – é possível fazer o corte sem o amolecimento, mas na prática o resultado com amolecimento é muito superior. O amolecimento pode ocorrer na autoclave, cozimento em água e imersão em produtos químicos. 
Cozimento – tratamento mais simples pra amolecer a madeira usando água destilada e glicerina. O tempo varia com a dureza da espécie, em coníferas bastam 3 horas em algumas espécies pode demorar dias. Deve ficar atento pra água não acabar ou se cozinhar muito perde o corpo de prova.
Uso de etilenodiamina – mergulhar o corpo em etilenodiamina é outro tratamento para o amolecimento. Tem duração de cerca de 3 dias dependendo do grau de lignificação. Esse produto oferece riscos de queimaduras.
Corte no micrótomo – com o corpo de prova amolecido ele chega à fase de corte. O corpo de prova deve ficar preso de modo que o parênquima radial esteja paralelo na direção que a navalha vai deslizar. Passa glicerina no corpo de prova e os corte colhidos com pincel. O corte é observado na objetiva de 10X e se tiver bom continua o trabalho.
Desidratação e coloração – os cortes devem ser manuseados com pincel. Podem ser lavados em solução de água sanitária e água destilada pra retirar a coloração natural da madeira, mas em alguns casos tira substâncias importantes para o estudo anatômico não fazendo então a lavagem nesses casos. Assim lavam os cortes em água destilada duas vezes, depois eles passam por uma série de imersões em álcool hidratado da menor concentração até o álcool absoluto para desidrata-los. Como a parede é rica em lignina, os corantes que tenham afinidade com a lignina darão ótimos resultados. Depois eles serão depositados num papel para tirar o excesso de álcool e com um bisturi aparar as bordas. 
Finalização e acabamento – espalha o bálsamo do Canadá sobre uma lâmina de vidro, com um pincel transferem os cortes um de cada plano para a lâmina, depois passa o bálsamo na lamínula e pinga no corte. Faz-se uma leve pressão na lamínula para espalhar o bálsamo e expulsar alguma bolha. Assim esperar secar por 2 semanas e já pode ser visualizada.
Laminas de tecido macerado
Soluções macerantes dissolvem a lamela média que une as células sendo possível a visualização das células separadamente. Assim permite que faça medições do comprimento e largura dos elementos celulares. 
Procedimento – retirar pequenas lascas de uma amostra de madeira e coloca-las em solução e levar para estufa. Assim as lascas estarão brancas levando-as em água corrente até tirar o cheiro do ácido acético. Depois disso se faz a coloração.
Montagem das lâminas – pinga um pouco de glicerina na lâmina e deposita o material corado e com um estilete separar o material para espalhar as células sobre a lâmina e cobrir com a lamínula. Essas lâminas duram de 2 a 5 dias.
Formação da madeira
A madeira é formada pelo meristema apical (altura) e lateral (diâmetro). O meristema lateral é denominado câmbio vascular localizado entre a casca (floema) e o xilema (madeira). 
O câmbio vascular é formado por dois tipos de células: iniciais fusiformes e iniciais radiais. As iniciais fusiformes são longas e delgadas, se dividem para formar tanto células iniciais cambiais como xilema e floema. O resultado da divisão das iniciais fusiformes são vasos, traqueideos, tubos crivados, fibras, etc. As iniciais radiais são pequenas, se divide para formar células radiais de xilema ou floema ou novas iniciais radiais. 
Divisão periclinal é a divisão que resulta na formação de células do xilema ou floema, já divisão anticlinal é a divisão que resulta na formação de novas células iniciais pela divisão radial. 
As células do tecido xilemático são semelhantes e vão adquirindo formas especializadas à medida que ocorre o crescimento assim cada uma apresentando atividade específica como fibras na sustentação ou parênquimas armazenando substâncias nutritivas. 
Processo de divisão periclinal das iniciais cambiais – a célula cambial entre duas células mãe do xilema e uma célula mãe do floema. Uma célula mãe do xilema se divide e a que estava mais distante do cambio começa a se diferenciar. Assim uma célula que surgiu do xilema se divide e a outra começa a se diferenciar. Com essas divisões as células cambiais e do floema vão ficando mais externas. Depois uma célula cambial se divide em que uma permanece no cambio e a outra se torna célula mãe do xilema, depois a mais externa se diferencia e começa a se expandir. Assim o ciclo vai se repetindo.
Durante a expansão celular a parede celular (parede primária) é muito fina, cessada a expansão há adição de uma parede mais grossa a parede secundária interna a primária. A deposição de lignina na parede celular causa morte e rigidez da parede celular.
A madeira próxima ao topo é chamada madeira juvenil. Ela é formada quando a árvore ainda é jovem. Essa madeira pode ser definida por mudanças na dimensão da célula e no ângulo microfibrilar da camada S2. Apresenta baixa densidade, baixa resistência e alta instabilidade dimensional.
Planos de observação
Planos – Transversal é perpendicular ao eixo da arvore. Longitudinal radial é paralelo aos raios. Longitudinal tangencial é perpendicular aos raios ou tangencial aos anéis de crescimento. 
Direções – Direção tangente é a que tangencia os anéis de crescimento. Direção radial é paralela aos raios. Direção axial é paralela ao eixo da árvore. 
A madeira é anisotrópica, pois apresenta diferentes propriedades nos 3 planos. 
Alburno x Cerne
A parte mais interna e escura é o cerne e a mais externa e clara o alburno. A coloração escura do cerne se deve a produção e secreção de substâncias que são subprodutos da morte dessas células. À medida que novas células são produzidas pelo câmbio a parte mais interna do alburno é convertida em cerne. 
A proporção de cerne e alburno na árvore é mais relacionada com a idade da árvore, quanto mais velha mais cerne. O cerne é um tecido morto e a transformação de alburno para cerne é iniciada internamente e não por condições externas. O alburno fornece suporte ao tronco, conduz água e armazena alimentos, já o cerne funciona apenas como suporte. 
Folhosas x Coníferas
Folhosas são as angiospermas e coníferas as gimnospermas. A principal diferença na madeira delas é a presença de vasos nas folhosas para conduzir água e sais minerais das raízes até as folhas, nas coníferas é feito pelos traqueideos. Nas coníferas os traqueideos compõem cerca de 90 a 95% enquanto que nas folhosas existem pelo menos 4 tipos de células cada uma apresentando cerca de 15% do volume como as fibras, vaso, parênquima longitudinal e parênquima radial. 
	
	Folhosas
	Coníferas
	Vasos condutores:
	Presente em quase todas
	Ausentes
	Parênquima radial (raios):
	Várias larguras
	Maioria geralmente unisseriados
	Parênquima axial:
	Sempre definido em vários tipos, às vezes distribuídos difusamente.
	Ausente ou em um tipo definido
	Pontuações:
	Presentes nas placas de perfuração do tipo foraminada, são circulares e agrupadas.
	Agrupadas em proeminentes campos de cruzamento
	Fibras:
	Presentes,algumas vezes como Fibrotraqueídeo.
	Ausentes
	Traqueídeos:
	Geralmente ausentes, algumas vezes como traqueídeos vascular ou vasicentrico
	Traqueideos longitudinais presentes
Anatomia das coníferas
O xilema das coníferas é constituído pelos traqueídeos que conduzem seiva e servem como suporte e também pelo parênquima que armazena substâncias nutritivas. A seiva passa de uma célula para outra através das pontuações, que são buracos que permitem essa passagem. 
A membrana de pontuação em muitas espécies possui torus (espessamento com pares de pontuações areoladas dos traqueídeos) envolto pelo margo (rede microfibrilar). O torus e o margo funcionam como uma válvula para isolar traqueídeos funcionais daqueles que contém ar. O torus pode mover para um dos lados da pontuação bloqueando-a, assim a pontuação é denominada espiralada. Esse tipo de madeira é difícil preservar e secar. 
As pontuações que ligam traqueídeos com células parenquimáticas dos raios são agrupadas em proeminentes campos de cruzamentos em que podem ser agrupadas em 7 tipos principais.
Raios – são unisseriados quando há ausência de canal resinífero. Raios com canais resiníferos são chamados raios fusiformes.
Canal resinífero – é um espaço intercelular revertido por células parenquimáticas especializadas chamadas células epiteliais e que segregam resina no canal.
Parênquima – o parênquima longitudinal tem parede fina com pontuações simples e representa cerca de 1 a 2% do volume. Parênquima epitelial circundam os canais resiníferos e são mais curtos, núcleo grande e citoplasma denso. 
Anatomia das folhosas
As folhosas apresentam 4 tipos principais de células: vaso, fibra, parênquima e raio.
Vasos – sistema tubular axial, são células individuais ligados pelas extremidades. Elementos de vasos são pequenos e largos comparando com as fibras. As aberturas nas extremidades desses elementos de vaso são as placas de perfuração podendo ser simples (com uma abertura larga), escalariforme (aparência de uma escada) e foraminada (pontuações agrupadas). As comunicações laterais entre os vasos são feitas pelas pontuações que podem ser alterna, oposta e escalariforme. Os vasos vistos no plano transversal apresenta forma arredondada podendo ser solitário, múltiplos e em cachos. Quanto à disposição podem ser difusos e em anel. Algumas vezes na transformação de alburno para cerne há formação de tilos que é o crescimento do protoplasma de uma célula parenquimática na pontuação da parede do vaso o que dificulta a secagem e impregnar a madeira com preservativos. 
Fibras – as fibras influenciam muito nas propriedades dos produtos derivados da madeira. Constitui o maior volume do xilema nas folhosas. São todas as células com paredes espessas e extremidades fechadas. Podem ser libriforme (pontuações simples) e fibrotraqueídeo (pontuações areoladas). 
Parênquima longitudinal – pontuações simples, pequeno comprimento, parede de extremidade horizontal e armazena e distribui alimentos mantendo-se ativo no alburno. Sua disposição no plano transversal é importante para identificação podendo apresentar pouco, completa ausência ou grande quantidade. Ele também pode fazer troca de substâncias com os elementos condutores de água, secreção ou excreção de compostos ou estarem envolvidos em mecanismos de defesa e cicatrização. 
Raios – elemento horizontal composto de células de parênquima radial podendo ocorrer de várias formas nas folhosas. A mais comum é aquela radial com seu eixo longitudinal orientada horizontalmente chamada procumbente. A segunda forma é a célula retangular com seu eixo maior alinhado ao eixo vertical do caule chamada de ereta. O raio pode ser homogêneo (um tipo de célula) ou heterocelular (mais de um tipo de célula). Em algumas madeiras os raios tendem a ser arranjados ao mesmo nível e quase o mesmo tamanho são os raios estratificados. Os raios têm alturas variáveis principalmente em heterogêneas e uniforme no estratificado. 
Cristais de sílica em folhosas tropical – cristais são depósitos encontrados principalmente em células parenquimáticas em sua maioria sais de cálcio. A sílica é um material de dureza e fórmula química semelhante ao diamante, ocorrem geralmente nas células dos raios e no parênquima axial. Muita sílica torna antieconômica a serragem da madeira tendo efeito abrasivo nos dentes das serras. A frequência, o tamanho e o tipo desses minerais podem ser usados na identificação.
Estrutura da parede celular
A parede celular da madeira é composta pela parede primária e secundária. A secundária é composta por três camadas S1, S2 e S3 sendo a S1 a mais externa. Conhecendo a parede secundária e principalmente a camada S2 é importante para entender o comportamento físico-mecânico da madeira por ser a camada mais resistente por causa da orientação das microfibrilas ter um ângulo pequeno em relação ao eixo vertical das fibras. O ângulo microfibrilar grande apresenta também fibras pequenas. A rigidez da parede a nível químico é muito grande principalmente pela celulose. A lignina não tem importância na tração da parece, mas dá resistência à força de compressão, assim se ela estiver entre as microfibrilas a deformação tende a ser reduzida.

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