OFICINA DE MÚSICA-TEXTO

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Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita filho”
Curso de Licenciatura em Educação musical
 Disciplina Oficina de Som e Movimento
Professora Margarete Arroyo
Um texto sobre Oficina de Música
Eloisa Silva Soares 
São Paulo
07 de Maio de 2013
Oficina de Música
 Atualmente é comum ouvir o termo Oficina de música, que pode ser entendida e utilizada de várias maneiras. Mas o que seria uma Oficina de música?
 A oficina de música possui um caráter de “botar a mão na massa”, de utilizar a nossa criatividade através de atividades musicais; onde teoria e prática andam de mãos dadas. Segundo Conrado Silva, a oficina de música é um processo, no qual através de uma manipulação de objetos sonoros, descobertos ou inventados, leva ao desenvolvimento da capacidade criativa.
 Originada de experiências de compositores contemporâneos da música erudita, a oficina de música tem como objetivo estimular a criatividade do “oficineiro”, segundo Conrado existe uma necessidade de se ter nos currículos escolares uma ênfase maior na criatividade, e a arte tem se mostrado ao longo da história hábil para desenvolver a criatividade.
 As oficinas podem acontecer de muitas maneiras, mas de acordo com Conrado, as atividades podem-se agrupar em grandes áreas: sensibilização, inventário de instrumentos, exercícios de comunicação, estruturação, notação, gravação e reprodução, técnicas eletroacústicas, ampliação para outras artes. Claro que nem todos estes itens propostos por Conrado são aplicados em uma oficina, porém é interessante tentar aplicar a maioria deles. Deve-se lembrar de que o principal objetivo da metodologia de uma oficina, segundo Emílio Terraza, é o de provocar a aquisição de uma estrutura de pensamento, e não apenas o de transmitir informações.
 Uma oficina realizada pelos alunos de Licenciatura em Educação Musical do primeiro semestre de 2013, do Instituto de Artes da UNESP, é um bom exemplo de oficina de música. A professora Margarete Arroyo pediu para que seus alunos explorassem sons graves e sons agudos pela sala de aula, em cadeiras, portas, mesas etc. Após a exploração pediu para que os alunos escolhessem um som e formassem grupos. Formados os grupos, cada grupo deveria forma uma paisagem sonora, e a partir dela compor uma música com os respectivos sons escolhidos. Depois de um tempo todos os grupos apresentaram suas músicas para sala, sendo gravadas e depois reproduzidas. Esta proposta se enquadra naquilo que chamamos de oficina de música, pois utilizou a criatividade dos alunos, e passou por várias etapas propostas por Conrado, que foram: sensibilização (sons graves e agudos), inventário de instrumentos (pesquisa sonora pela sala de aula), exercícios de comunicação (comunicação dos integrantes do grupo para a formação da música), estruturação (organização dos sons), gravação e reprodução.
 A Oficina de música está também ligada com a pedagogia musical, hoje as aulas de música nas escolas possuem este caráter de oficina, pois cria expectativas, une teoria e prática num mesmo laço, desperta a criatividade no aluno, traz uma estrutura de pensamento. A educação musical mudou muito depois do surgimento da oficina, antes a tradição era transmitir informações e existia uma separação entre teoria e prática. Atualmente, pode-se dizer que uma aula de música é uma oficina de música.