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Matemática I Resumo dos conceitos mais importantes 1 Conjuntos Definição 1.1. Um conjunto pode ser visto como uma coleção de objetos distintos de qualquer natu- reza. Os objetos são os elementos do conjunto. Se A é um conjunto, então a ∈ A significa que a é um elemento de A. Similarmente, a /∈ A, significa que a não pertence a A. Definição 1.2. Sejam A e B conjuntos. Se todos os elementos de A são também elementos de B, então diz-se que A é um subconjunto de B. Definição 1.3. Se A e B são dois conjuntos, a sua união representa-se por A∪ B e consiste dos elementos que estão em A, ou em B, ou em ambos. A interseção A∩ B consiste dos elementos comuns aos dois conjuntos A e B. Se os elementos de um conjunto gozam de uma dada propriedade, escrevemos A= {a : ... }, onde a propriedade que descreve um elemento arbitrário a é enunciada depois do símbolo “:” que significa tal que. Por exemplo, {x ∈ R : x > 1} indica o conjunto dos números reais superiores a 1. Definição 1.4. Um intervalo é um subconjunto de R. Este é definido do seguinte modo: (a,b) = {x ∈ R : a < x < b}. Este intervalo diz-se aberto visto que não inclui os elementos das extremidades, a e b. Intervalo fechado: [a,b] = {x ∈ R : a≤ x ≤ b}. Intervalos semi-abertos: [a,b) = {x ∈ R : a≤ x < b} e (a,b] = {x ∈ R : a < x ≤ b}. Intervalos infinitos: (a,+∞) = {x ∈ R : x > a}, [a,+∞) = {x ∈ R : x ≥ a}, (−∞,a) = {x ∈ R : x < a}, (−∞,a] = {x ∈ R : x ≥ a}, (−∞,+∞) = R. 2 Potenciação Para x ∈ R e a ∈ N, xa é definido por x1 = x, xa = x · x · ... · x︸ ︷︷ ︸ a fatores de x , onde a é expoente e x é a base. 1 Propriedades Para x,y ∈ R e a,b,c ∈ N, 1. xa · xb = xa+b, 2. xa · ya = (xy)a, 3. xa xb = xa−b, 4. xaya = ( x y )a , 5. (xa)b = xab, 6. xab = x(ab), 7. x0 = 1, 8. x−c = 1 xc . As propriedades mantêm-se se a,b,c ∈ R. 3 Radiciação Sejam x ∈ R+ e n ∈ Z+. A n-ésima raiz de x é um número r tal que rn = x. A n-ésima raiz de x é representada por r = n √ x; a n chamamos de índice da raiz e a x chamamos de radicando. Propriedades Para x,y ∈ R+, n ∈ Z+ e a,b ∈ N, 1. n √ x = x1/n, 2. n √ xn = x, 3. n√x · y = n√x · n√y, 4. n √ x y = n √ x n √y , 5. ( n √ xa)b = n √ xab = xab/n. Note que é possível calcular a n-ésima raiz de um número real qualquer se n for ímpar. 4 Funções Definição 4.1. Considere dois conjuntos A e B. Chama-se função de A em B a toda a correspondência que associa a cada elemento de A um e um só elemento de B. O conjunto A corresponde ao domínio de f e representa-se por D f . Podemos pensar nos elementos de A como sendo os objetos aos quais aplicamos a função. O conjunto B corresponde ao conjunto de chegada. Nós representamos o conjunto das imagens por Im( f ) = f (D f ), e a este também chamamos de con- tradomínio. 2 Exemplo 4.2. Considere a seguinte função. A 1 2 3 B 1 2 3 4 5 f f f O domínio de f é A = {1,2,3}, o conjunto de chegada é B = {1,2,3,4,5} e o contradomínio é Im( f ) = {2,3,4}. Exemplo 4.3. A curva representada no gráfico 1 não é uma função. Por quê? Olhe para a reta vertical tracejada (paralela ao eixo das ordenadas (y)). Em quantos lugares ela intercepta? Dois lugares, ou seja, isto significa que para um objeto x1, temos duas imagens√x1 e −√x1. Isto contradiz a definição de função que diz que para cada elemento do domínio existe um e um só elemento do conjunto de chegada. x y 0 x1 Figura 1: Gráfico de ±√x. Definição 4.4. Diz-se que uma função f é par se e só se f (−x) = f (x), ∀x ∈ D f . 3 Definição 4.5. Diz-se que uma função f é ímpar se e só se f (−x) =− f (x), ∀x ∈ D f . Definição 4.6. Uma função diz-se estritamente crescente se x1 < x2 =⇒ f (x1)< f (x2), ∀x1,x2 ∈ D f . Uma função diz-se crescente se x1 < x2 =⇒ f (x1)≤ f (x2), ∀x1,x2 ∈ D f . Definição 4.7. Uma função diz-se estritamente decrescente se x1 < x2 =⇒ f (x1)> f (x2), ∀x1,x2 ∈ D f . Uma função diz-se decrescente se x1 < x2 =⇒ f (x1)≥ f (x2), ∀x1,x2 ∈ D f . Definição 4.8. Uma função f de A em B diz-se injetiva se e só se quaisquer dois elementos distintos de A têm imagens distintas em B. Pelas propriedades da lógica, simbolicamente, podemos escrever a definição de injetividade como f é injetiva⇐⇒∀x1,x2 ∈ A, f (x1) = f (x2) =⇒ x1 = x2. Por negação da definição de injetividade, temos que f não é injetiva⇐⇒∃x1,x2 ∈ A,x1 6= x2∧ f (x1) = f (x2). Exemplo 4.9. De acordo com o gráfico da função f (x) = 1− 12x (ver figura 2) podemos ver que para dois quaisquer objetos distintos em D f = R, as suas respectivas imagens também são distintas. Isto é facilmente averiguado se considerarmos uma reta horizontal tracejada (paralela ao eixo das abcissas (x)). Em quantos lugares ela cruza f ? Só um. Se deslocarmos para cima ou para baixo essa reta tracejada, ela continuará a apenas interceptar f em um só lugar, logo f é injetiva. No caso da função g(x) = x2 − 4x+ 3 (ver figura 2), se considerarmos a reta tracejada (paralela ao eixo das abcissas) vemos que ela intercepta a função g em dois lugares. O que significa que existem x1 6= x2 para os quais g(x1) = g(x2). Portanto, g não é injetiva. Definição 4.10. Uma função f de A em B diz-se sobrejetiva se e só se o seu contradomínio coincide com o conjunto de chegada, ou seja, Im( f ) = B. Por outras palavras, a função f de A em B é sobreje- tiva se e só se todo o elemento de B é a imagem de pelo menos um elemento de A. Simbolicamente, f é sobretiva⇐⇒∀y ∈ B∃x ∈ A : y = f (x). Por negação da afirmação acima, temos que f não é sobrejetiva⇐⇒∃y ∈ B∀x ∈ A : y 6= f (x). 4 x y 0 1 2 Gráfico da função f (x) = 1− 12x. x y 0 1 3 3 x1 x2 −1 Gráfico da função g(x) = x2−4x+3. Figura 2 Exemplo 4.11. Considere a função f da figura 2. À medida que os valores de x vão aumentando até +∞, f vai diminuindo para −∞ e à medida que os valores de x vão diminuindo até −∞, f vai aumentando para +∞. Portanto, daqui vemos que a Im( f ) = R, e assim f é sobrejetiva. Agora considere a função g da figura 2. Olhando para os valores de g(x), vemos que o contradomínio de g é Im(g) = [−1,+∞). Como o conjunto de chegada, R, não é igual ao contradomínio, Im(g), então g não é sobrejetiva. Definição 4.12. Uma função f de A em B diz-se bijetiva se e só se ela for simultaneamente injetiva e sobrejetiva. Simbolicamente, f é bijetiva⇐⇒∀x1,x2 ∈ A, f (x1) = f (x2) =⇒ x1 = x2 ∧ ∀y ∈ B∃x ∈ A : y = f (x). Equivalentemente, f de A em B diz-se bijetiva se e só se para cada elemento y ∈ B, existe um e um só elemento x ∈ A tal que y = f (x), ou seja, f é bijetiva⇐⇒∀y ∈ B∃1x ∈ A : y = f (x). Exemplo 4.13. Considere as funções do Exemplo 4.9. A função f é bijetiva dado que já averiguamos que ela é simultaneamente injetiva e sobrejetiva. A função g não é bijetiva, porque ela não é injetiva, nem sobrejetiva. Definição 4.14. Seja f uma função de A em B, onde o conjunto de chegada é igual ao contradomínio, i.e. B = Im( f ). (Note que pela definição de função, o domínio de f é D f = A.) Diz-se que f é invertível se existir uma função g com domínio B = Im( f ) e contradominío A = D f tal que y = f (x)⇐⇒ x = g(y). Neste caso a função g é representada por f−1. Teorema 4.15. Uma função f de A em B diz-se invertível se e só se ele for bijetiva. 5 Exemplo 4.16. Considere a seguinte função bijetiva: f : R\{0} −→ R\{−2} x 7→ 1−2x x . Para obter a inversa de f , resolvemos a seguinte equação com respeito a x, y = 1−2x x . Portanto, y = 1−2x x ⇐⇒ xy = 1−2x⇐⇒ xy+2x = 1⇐⇒ x(y+2) = 1⇐⇒ x = 1 y+2 . Assim temos que a função inversa é f−1 : R\{−2} −→ R\{0} x 7→ 1 x+2 . Veja como D f = Im( f−1) e D f−1 = Im( f ). É sempre bom averiguar que ( f ◦ f−1)(x) = ( f−1 ◦ f )(x) = x. Por quê? Para termos a certeza que calculamos corretamente a inversa. Assim, f ( f−1(x))= f ( 1 x+2 ) = 1−2( 1 x+2 ) 1 x+2 = x+2−2 x+2 1 x+2 = x x+2 · (x+2) = x, e f−1( f (x)) = f−1 ( 1−2x x ) = 1 1−2x x +2 = 1 1−2x+2x x = x. Definição 4.17. Se f : A → B e g : B → C são duas funções, então definimos a função composta, g◦ f : A→C, por (g◦ f )(a) = g( f (a)),∀a ∈ A. Note que o domínio da função composta Dg◦ f ⊆D f , ou seja, o domínio de g◦ f ou é igual ao domínio de f , ou é um subconjunto do domínio de f . Exemplo 4.18. Sejam f (x) =√x+1 e g(x) = x2 + 2 duas funções reais de variável real. Determi- nando (g◦ f )(x), obtemos (g◦ f )(x) = g( f (x)) = g(√x+1) = (√x+1)2 +2 = x+3. Note que o domínio de f é D f = [−1,+∞). Olhando para x+3, podemos ser tentados em pensar que o domínio de g◦ f é composto de todos os reais; no entanto, não se esqueçam que antes de aplicarmos a função g, aplicamos a função f e esta só está definida para x ≥−1. Portanto, Dg◦ f = [−1,+∞). Vamos agora calcular ( f ◦g)(x). Assim, temos que ( f ◦g)(x) = f (g(x)) = f (x2 +2) = √ (x2 +2)+1 = √ x2 +3. Nós sabemos que o domínio de g é Dg = R. Como x2 + 3 é sempre positivo para qualquer x ∈ R, então o domínio de f ◦g é D f ◦g = R. Note que em geral ( f ◦g)(x) 6= (g◦ f )(x), como podem ver no exemplo anterior. 6 4.1 Função afim Definição 4.19. A função afim é definida como segue: f : R −→ R x 7→ ax+b, onde a,b ∈ R. A constante a representa o coeficiente angular e b é a ordenada do ponto em que o gráfico de f cruza o eixo das ordenadas. Se nos forem dados dois pontos no plano, digamos (x1,y1) e (x2,y2), é possível determinarmos a equação da reta que une esses dois pontos. A equação da reta é y = y1 + ( y2− y1 x2− x1 ) ︸ ︷︷ ︸ =a (x− x1). Note que a função afim para a 6= 0 é bijetiva. Para ilustrarmos a função afim num gráfico, precisamos de calcular dois valores: o zero da função, que é x =−b a , e o valor da função quando ela cruza o eixo das ordenadas, f (0). 4.2 Função quadrática Definição 4.20. A função quadrática é definida como segue: f : R −→ R x 7→ ax2 +bx+ c, onde a,b,c ∈ R e a 6= 0. Como se resolve a equação ax2 +bx+ c = 0? Usando a seguinte fórmula x = −b± √ b2−4ac 2a , à qual chamamos de fórmula quadrática. À expressão b2 − 4ac chamamos de binômio discriminante; representamos o discrimante por ∆. Quando ∆ > 0 =⇒ a função quadrática tem dois zeros reais, x1 = −b− √ b2−4ac 2a , x2 = −b+ √ b2−4ac 2a . Quando ∆ = 0 =⇒ a função quadrática tem um zero com multiplicidade dupla, x =− b 2a . Quando ∆ < 0 =⇒ a função quadrática não tem zeros. Sejam x1 e x2 os zeros da função f (x) = ax2 + bx+ c. Então f (x) pode ser fatorizado do seguinte modo ax2 +bx+ c = a(x− x1)(x− x2). Método de completar o quadrado Uma função quadrática f (x) = ax2 + bx+ c pode ser escrita da seguinte forma a(x+λ)2 + k, onde λ,k ∈ R. Vamos ilustrar isso com o seguinte exemplo. 7 Exemplo 4.21. Considere a seguinte função quadrática f (x) = 2x2−6x+4. Completar o quadrado de f (x) significa que podemos escrever f (x) como 2x2 −6︸︷︷︸x+ 4︸︷︷︸= a(x+λ)2 + k = a(x2 +2λx+λ2)+ k = ax2 + 2aλ︸︷︷︸x+(aλ2 + k)︸ ︷︷ ︸ . Comparando os termos em x, iremos obter o valor de λ. Assim, −6 = 2aλ⇐⇒−6 = 4λ⇐⇒= λ =−3 2 . Agora comparando os termos constantes, obtemos o valor de k. Assim, 4 = aλ2 + k ⇐⇒ 4 = 2 ( −3 2 )2 + k ⇐⇒ 4− 9 2 = k ⇐⇒ k =−1 2 . Portanto, 2x2−6x+4 = 2 ( x− 3 2 )2 − 1 2 . O gráfico da função quadrática é uma parábola, que terá a concavidade voltada para cima se a > 0 e a concavidade voltada para baixo se a < 0. Para ilustrarmos a função quadrática precisamos de calcular os seguintes valores: 1. os zeros da função, usando a fórmula quadrática; 2. o valor da função quando ela cruza o eixo das ordenadas, f (0); 3. o vértice da parábola, ou seja, o ponto mínimo, (xmín, f (xmín)), quando a> 0 e o ponto máximo, (xmáx, f (xmáx)), quando a > 0. Assim para ∆ > 0, e zeros x1 e x2, temos xmín = x1 + x2 2 =− b 2a =⇒ f (xmín), xmáx = x1 + x2 2 =− b 2a =⇒ f (xmáx). (1) 4.3 Funções definidas por trechos Funções definidas por trechos são funções onde o corpo da função é um conjunto de funções e sub- domínios associados. Por exemplo, cosidere a função valor absoluto (módulo) que é definida da seguinte forma |x|= { x, x≥ 0, −x x < 0. 8 Exemplo 4.22. Escreva a função f (x) = |x2 + x−2| na forma de uma função por trechos. Para isso, vamos primeiro desenhar o gráfico da função. x y 0−2 1 3 − 94 − 12 Figura 3: Gráfico de x2 + x−2. Olhando para o gráfico, vemos que x2 + x−2 é positivo para x ∈ (−∞,−2]∪ [1,+∞) e negativo para x ∈ (−2,1). Portanto, a função por trechos de f (x) é f (x) = x2 + x−2, x > 1, −(x2 + x−2), −2≤ x ≤ 1, x2 + x−2, x <−2. Como podem ver no exemplo, para x ∈ [−2,1], x2 + x− 2 é negativa. No entanto, multiplicando x2 + x−2 por −1 tornamos a função positiva entre −2 e 1. Portanto, para escrevermos uma função valor absoluto por trechos, temos que determinar em que parte do domínio a função é negativa e depois multiplicá-la por −1 nesse trecho. 4.4 Função exponencial Definição 4.23. A função exponencial é definida como segue f : R −→ R x 7→ ax, a ∈ R+\{1}. 1. Domínio: D f = R 2. Contradomínio: Im( f ) = R+ 3. A função exponencial é injetiva, mas não é sobrejetiva. 9 4. A função exponencial é estritamente crescente para a > 1 e estritamente decrescente para 0 < a < 1. Para a > 1, o gráfico da função exponencial é como segue. y x0 1 Figura 4: Gráfico da função exponencial ax. Para 0 < a < 1, o gráfico da função exponencial é como segue. y x0 1 Figura 5: Gráfico da função exponencial ax. A base mais usada na função exponencial é e≈ 2,72. 4.5 Função logarítmica Definição 4.24. Seja a ∈ R+\{1} e x ∈ R+, então y = loga x⇐⇒ ay = x. 10 Chamamos a loga x, logaritmo na base a de x. Propriedades Para a,b ∈ R+\{1} e x,y ∈ R+, 1. loga a = 1, visto que a1 = a, 2. loga 1 = 0, visto que a0 = 1, 3. loga(x · y) = loga x+ loga y, 4. loga ( x y ) = loga x− loga y, 5. loga xz = z logx, ∀z ∈ R, 6. loga n √ x = 1 n loga x, ∀n ∈ Z+. Nós vimos anteriormente que a função exponencial é injetiva, mas não é sobrejetiva. Para torná- la sobrejetiva temos que restringir o conjunto de chegada ao seu contradomínio. Assim, a função exponencial definida como f : R −→ R+ x 7→ ax, a ∈ R+\{1}, tem uma função inversa, que passamos a definir a seguir. Definição 4.25. A função logarítmica de base a é definida como segue f−1 : R+ −→ R x 7→ loga x, a ∈ R+\{1}. 1. Domínio: D f−1 = R+ 2. Contradomínio: Im( f−1) = R 3. A função logarítmica é estritamente crescente para a > 1 e estritamente decrescente para 0 < a < 1. Para a > 1, o gráfico da função logarítmica de base a é como segue. y x0 1 Figura 6: Gráfico da função logarítmica de base a. 11 Para 0 < a < 1, o gráfico da função logarítmica de base a é como segue. y x0 1 Figura 7: Gráfico da função logarítmica de base a. 5 Trigonometria Considere o seguinte triângulo retângulo. θ cateto adjacente cateto opostohip ote nu sa A B C Figura 8 Definição 5.1. As funções seno, cosseno, tangente, cotangente, secante e cossecante são definidas como segue: senθ = cateto opostohipotenusa , cosθ = cateto adjacentehipotenusa , tgθ = senθ cosθ = cateto oposto cateto adjacente , cotgθ = cosθ senθ = cateto adjacente cateto oposto , 12 secθ = 1 cosθ , cosecθ = 1 senθ . 5.1 Ângulos negativos O 1 1 θ −θ P=(x,y)=(cosθ,senθ) P′=(cos(−θ),sen(−θ))=(x,−y)=(cosθ,−senθ) Figura 9 Fórmulas de ângulos negativos cos(−θ) = cosθ sen(−θ) =−senθ 5.2 Ângulos do 2◦ quadrante O 1 1 θ P=(x,y) (a) Ângulo θ O 11 θ+ pi2 (−y,x)=P′ (b) Ângulo θ+ pi2 Figura 10 Fórmulas de ângulos no 2◦ quadrante cos ( θ+ pi 2 ) =−senθ sen ( θ+ pi 2 ) = cosθ 13 5.3 Ângulos do 3◦ quadrante O 1 1 θ P=(x,y) (a) Ângulo θ O 1 1 θ+pi (−x,−y)=P′′ (b) Ângulo θ+pi Figura 11 Fórmulas de ângulos no 3◦ quadrante cos(θ+pi) =−cosθ sen(θ+pi) =−senθ Tabela 1: Valores das funções trigonométricas para os ângulos mais usados θ senθ cosθ tgθ 0 0 1 0 pi 6 1 2 √ 3 2 √ 3 3 pi 4 √ 2 2 √ 2 2 1 pi 3 √ 3 2 1 2 √ 3 pi 2 1 0 – pi 0 −1 0 3pi 2 −1 0 – 5.4 Função seno Definição 5.2. A função seno é definida como segue f : R −→ R x 7→ senx. 1. Domínio: D f = R 2. Zeros: x = kpi,k ∈ Z 14 3. Contradomínio: Im( f ) = [−1,1] 4. A função seno não é injetiva, nem sobrejetiva. 5. A função seno é uma função ímpar. 6. A função seno é uma função periódica de período 2pi. 7. Mínimos locais: x = 3pi2 +2kpi,k ∈ Z 8. Máximos locais: x = pi2 +2kpi,k ∈ Z pi−pi/2 pi/2 3pi/2 2piθ −θ y x Figura 12: Gráfico da função seno. 5.5 Função cosseno Definição 5.3. A função cosseno é definida como segue f : R −→ R x 7→ cosx. 1. Domínio: D f = R 2. Zeros: x = pi2 + kpi,k ∈ Z 3. Contradomínio: Im( f ) = [−1,1] 4. A função cosseno não é injetiva, nem sobrejetiva. 5. A função cosseno é uma função par. 6. A função cosseno é uma função periódica de período 2pi. 7. Mínimos locais: x = pi+2kpi,k ∈ Z 8. Máximos locais: x = 2kpi,k ∈ Z 15 pipi/2 3pi/2 2piθ−θ x y Figura 13: Gráfico da função cosseno. 5.6 Função tangente Definição 5.4. A função tangente é definida como segue f : {x ∈ R : x 6= pi2 + kpi,k ∈ Z} −→ R x 7→ tgx. 1. Domínio: D f = {x ∈ R : x 6= pi2 + kpi,k ∈ Z} 2. Zeros: x = pi2 + kpi,k ∈ Z 3. Contradomínio: Im( f ) = R 4. A função tangente não é injetiva, mas é sobrejetiva. 5. A função tangente é uma função ímpar. 6. A função tangente é uma função periódica de período pi. pipi/2 3pi/2 2piθ−θ x y Figura 14: Gráfico da função tangente. 16 5.7 Fórmula fundamental da trigonometria sen2 θ+ cos2 θ = 1 5.8 Fórmulas da soma e diferença de dois ângulos cos(a−b) = cosacosb+ senasenb cos(a+b) = cosacosb− senasenb sen(a+b) = senacosb+ senbcosa sen(a−b) = senacosb− senbcosa tg(a+b) = tga+ tgb 1− tga tgb tg(a−b) = tga− tgb 1+ tga tgb 5.9 Fórmulas de duplicação cos(2a) = cos2 a− sen2a sen(2a) = 2senacosa tg(2a) = 2tga 1− tg2a Para que valores de a, tg(2a) está definida? 5.10 Fórmulas de transformação senθ+ senφ = 2sen ( θ+φ 2 ) cos ( θ−φ 2 ) senθ− senφ = 2sen ( θ−φ 2 ) cos ( θ+φ 2 ) cosθ+ cosφ = 2cos ( θ+φ 2 ) cos ( θ−φ 2 ) cosθ− cosφ =−2sen ( θ+φ 2 ) sen ( θ−φ 2 ) 17 5.11 Função inversa da função seno: arco seno Como nós vimos anteriormente, a função seno não é injetiva, nem sobrejetiva. Para resolvermos o problema de injetividade, basta restringirmos o domínio. Para resolvermos o problema de sobrejeti- vidade, basta considerarmos como conjunto de chegada o contradomínio da função seno. Assim, f : [−pi2 , pi2 ] −→ [−1,1] x 7→ senx, é uma função bijetiva, e portanto admite função inversa. Logo a função arco seno, f−1 : [−1,1] −→ [−pi2 , pi2 ] x 7→ arcsenx = sen−1(x) é a função inversa da função seno. x y 1−1 pi 2 − pi2 Figura 15: Gráfico da função arco seno. 5.12 Função inversa da função cosseno: arco cosseno Como nós vimos anteriormente, a função cosseno não é injetiva, nem sobrejetiva. Para resolvermos o problema de injetividade, basta restringirmos o domínio. Para resolvermos o problema de sobrejeti- vidade, basta considerarmos como conjunto de chegada o contradomínio da função cosseno. Assim, f : [0,pi] −→ [−1,1] x 7→ cosx, é uma função bijetiva, e portanto admite função inversa. Logo a função arco cosseno, f−1 : [−1,1] −→ [0,pi] x 7→ arccosx = cos−1(x) é a função inversa da função cosseno. 18 x y 1−1 pi 2 pi 0 Figura 16: Gráfico da função arco cosseno. 5.13 Função inversa da função tangente: arco tangente Como nós vimos anteriormente, a função tangente não é nem injetiva, mas é sobrejetiva. Para resol- vermos o problema de injetividade, basta restringirmos o domínio. Assim, f : [−pi2 , pi2 ] −→ R x 7→ tgx, é uma função bijetiva, e portanto admite função inversa. Logo a função arco tangente, f−1 : [−1,1] −→ [0,pi] x 7→ arctgx = tg−1(x) é a função inversa da função tangente. x y pi 2 pi 2 0 Figura 17: Gráfico da função arco tangente. 5.14 Resolução de equações trigonométricas Equações que envolvem a função seno Quando se aplica o arco seno num ângulo, a calculadora dá-nos apenas uma solução. A primeira coisa que temos que fazer é descobrir a que quadrante pertence o ângulo. Se obtivermos um ângulo positivo θ do 1◦ quadrante, então a segunda solução, que pertence ao 2◦ quadrante, será pi−θ = 180◦−θ. Do 19 mesmo modo, se a calculadora nos der um ângulo positivo θ do 2◦ quadrante, então a segunda solução, que pertence ao 1◦ quadrante, será pi−θ = 180◦−θ. Se a calculadora der um ângulo negativo θ do 4◦ quadrante, então a segunda solução que pertence ao 3◦ quadrante será−pi−θ =−180◦−θ. Do mesmo modo, se a calculadora nos der um ângulo negativo θ do 3◦ quadrante, então a segunda solução, que pertence ao 4◦ quadrante, será −pi−θ =−180◦−θ. Portanto, a solução geral para um ângulo positivo θ no 1◦ ou 2◦ quadrante é x = θ+2kpi ∨ x = (pi−θ)+2kpi, k ∈ Z. A solução geral para um ângulo negativo θ no 3◦ ou 4◦ quadrante é x = θ+2kpi ∨ x = (−pi−θ)+2kpi, k ∈ Z. Equações que envolvem a função cosseno Quando se aplica o arco cosseno num ângulo, a calculadora dá-nos apenas uma solução. No entanto, como a função cosseno é par, o caso é mais simples. Aplicando o arco cosseno, a calculadora dar- nos-á um ângulo θ. A outra solução será −θ. Portanto, a solução geral para um ângulo θ é x = θ+2kpi ∨ x =−θ+2kpi, k ∈ Z. Equações que envolvem a função tangente Quando se aplica o arco tangente, a calculadora dá-nos apenas uma solução. No entanto, como o período da tangente é apenas pi, então só precisamos de uma solução. Assim, a solução geral para um ângulo θ é x = θ+ kpi, k ∈ Z. 20 Conjuntos Potenciação Radiciação Funções Função afim Função quadrática Funções definidas por trechos Função exponencial Função logarítmica Trigonometria Ângulos negativos Ângulos do 2 quadrante Ângulos do 3 quadrante Função seno Função cosseno Função tangente Fórmula fundamental da trigonometria Fórmulas da soma e diferença de dois ângulos Fórmulas de duplicação Fórmulas de transformação Função inversa da função seno: arco seno Função inversa da função cosseno: arco cosseno Função inversa da função tangente: arco tangente Resolução de equações trigonométricas
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