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23
Sistema de Ensino Presencial Conectado
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA
XXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXX
PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR EM GRUPO:
A Formação Teórico-Acadêmica e a Realidade Escolar – Uma A
tividade de Investigação
XXXXXXXXXXXXXXXX
2013
XXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXX
PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR EM GRUPO:
A Formação Teórico-Acadêmica e a Realidade Escolar – Uma A
tividade de Investigação
Trabalho de Produção Textual Interdisciplinar em Grupo apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de conceito nas disciplinas de Psicologia da Educação: Desenvolvimento e Aprendizagem; Políticas Públicas na Educação Básica; Teoria e Práticas do Currículo; Prática Pedagógica Interdisciplinar: Escola e Sociedade; Seminário Interdisciplinar II e Metodologia Científica – Adaptação Especial.
Orientadores: Prof. Carlos Eduardo Gonçalves, Prof.ª Raquel Franco Ferronato, Prof.ª Samira Kfouri, Prof.ª Vilze Vidotti, Prof.ª Bernadete Strang e Prof.ª Okçana Batini.
XXXXXXXXXXXXXXX
2013
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	1
2	SOCIEDADE, CULTURA E EDUCAÇÃO	1
3	ESCOLA, EDUCAÇÃO E PEDAGOGIA	1
4	A REALIDADE ESCOLAR	1
5	CONSIDERAÇÕES FINAIS	1
REFERÊNCIAS	1
APÊNDICES	1
APÊNDICE A – Entrevista com a Professora XXXXXXXXX.	1
APÊNDICE B – Dados Colhidos no Projeto Político-Pedagógico - PPP.	1
ANEXOS	1
ANEXO A – Fotos dos Espaços da Escola	1
INTRODUÇÃO
A educação, como fenômeno social relativo à natureza e essência humana, tem importância fundamental como objeto constante de estudos e pesquisas. Historicamente tem sido trabalhada, elaborada, teorizada e compreendida pelos atores do processo educativo. Dessa forma, é inevitável que se pense em educação sistematizada, metódica e contínua, ora compreendida como sendo a educação escolar. E a escola, como espaço natural e adequado a essa educação.
A presente pesquisa teve por objeto compreender as relações entre a natureza da educação e da pedagogia, como filosofia e ciência, respectivamente, e sua confrontação com a realidade observada no espaço escolar. Seu objetivo geral foi compreender o que são esses fenômenos a partir da fundamentação teórica e os específicos foram a coleta de dados no ambiente escolar, a partir da observação direta e da aplicação de entrevista padronizada, bem como a reflexão sobre os dados coletados e o estabelecimento das relações entre essas instâncias.
Justifica-se a presente pesquisa, por se entender como fundamental na formação de futuros pedagogos, a averiguação in loco do ato educativo, para o qual a apropriada formação acadêmica, o planejamento do espaço escolar – como meio para se alcançar esse mesmo processo educativo – e a necessidade de preparo adequado a todos os atores envolvidos no mesmo, são chaves para o alcance dos objetivos da educação e do ato de ensinar.
Nesse sentido realizou-se uma pesquisa bibliográfica para a compreensão das principais linhas teóricas sobre o objeto da pesquisa, uma pesquisa de campo, para observação da realidade do ambiente escolar, registro e coleta de dados em documentos da escola e em complemento, uma entrevista padronizada com uma das professoras da escola em questão.
Sendo assim, o presente trabalho divide-se primeiramente na exposição e discussão da pesquisa bibliográfica, enfocando as relações entre sociedade, cultura e educação, seguidas da consequente reflexão sobre escola, educação e pedagogia e culminando na análise da realidade escolar observada, em confrontação com as proposições teóricas.
SOCIEDADE, CULTURA E EDUCAÇÃO
A educação é um fenômeno abrangente, tanto do ponto de vista de um único indivíduo, quanto do ponto de vista da sociedade como um todo. É certo e seguro afirmar, conforme expõe Brandão (2002, p.7), que “[...] Em casa, na rua, na igreja, ou na escola, de um modo ou de muitos [...]”, todos têm aspectos de suas vidas envolvidos e relacionados à educação. A todo instante, vida e educação estão entrelaçadas, indiferenciadas. Pode-se confirmar a assertiva quando se atenta para o que afirma Severino (In: GADOTTI, 2010, p.11):
A educação é a prática mais humana, considerando-se a profundidade e a amplitude de sua influência na existência dos homens. Desde o surgimento do homem, é prática fundamental da espécie, distinguindo o modo de ser cultural dos homens do mundo natural, de existir, dos demais seres vivos.
Aceita-se a proposição do senso comum de que a educação – por sua natureza – é um processo especificamente ligado ao ambiente escolar. Esclarecendo sobre isso, Brandão ensina que não se concebe apenas esse ponto de vista e um único modelo de educação, ao afirmar que “[...] a escola não é o único lugar onde acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a sua única prática e o professor profissional não é o seu único praticante” (BRANDÃO, 2002, p. 9).
Como fenômeno social, a educação está ligada essencialmente às tradições, à cultura e à história dos povos e sociedades. Povos dominadores e povos dominados construíram – e ainda constroem – dinâmicas educacionais essencialmente vinculadas a essa mesma dominância e dominação, como por exemplo, nos inúmeros momentos da história em que povos que se consideravam mais avançados, tentaram impor suas ideias, cultura e tradições a outros povos, que consideravam menos avançados e civilizados. Essa assertiva é justificada por Brandão (2002, p.8-9), ao narrar a resposta dos chefes das nações indígenas ao presidente norte-americano Benjamin Franklin. A crença arraigada na cultura de certas sociedades pretensamente mais evoluídas encontra uma possível origem na explicação dada por Cunha (2011, p.57), quando ela pondera que “[...] o modelo de sociedade define o modelo de escola e nele está contida a ideologia dominante [...]”.
Sobre essa dinâmica de pretensas – ou verdadeiras – dominância e dominação, Brandão ainda ensina (2002, p.9-10) que:
Existe a educação de cada categoria de sujeitos de um povo; ela existe em cada povo, ou entre povos que se encontram. Existe entre povos que submetem e dominam outros povos, usando a educação como um recurso a mais de sua dominância. Da família à comunidade, a educação existe difusa em todos os mundos sociais, entre as incontáveis práticas dos mistérios do aprender; [...].
Seja como for, a educação está presente de diferentes modos e em diferentes mundos, em todas as camadas e classes sociais. Ela pode ser compreendida enfim, ainda olhando-a como fenômeno social – e não como prática sistematizada de ensino – segundo Brandão (2002, p.12), como existindo
[...] no imaginário das pessoas e na ideologia dos grupos sociais e ali, sempre se espera, de dentro, ou sempre se diz para fora, que a sua missão é transformar sujeitos e mundos em alguma coisa melhor, de acordo com as imagens que se tem de uns e outros [...].
Finalizando a ideia de relação entre sociedade, cultura e educação, de uma forma mais abrangente e generalizada, pode-se entender a educação como fenômeno que extrapola os limites das instituições consagradas pelo senso comum, isto é, o ambiente da escola apenas, atentando para o que Brandão expõe, quando diz que a escola pode ser também a aldeia, o próprio espaço onde o processo educativo acontece:
A educação existe onde não há a escola e por toda parte podem haver redes e estruturas sociais de transferência de saber de uma geração a outra, onde ainda não foi sequer criada a sombra de algum modelo de ensino formal e centralizado. Porque a educação aprende com o homem a continuar o trabalho da vida. (BRANDÃO, 2002, p.13).
ESCOLA, EDUCAÇÃO E PEDAGOGIA
[...] a tarefa do ensinante, que é também aprendiz, sendo prazerosa é igualmente exigente. Exigente de seriedade, de preparo científico, de preparo físico, emocional,afetivo. É uma tarefa que requer de quem com ela se compromete um gosto especial de querer bem não só aos outros, mas ao próprio processo que ela implica. É impossível ensinar sem essa coragem de querer bem, sem a valentia dos que insistem mil vezes antes de uma desistência. É impossível ensinar sem a capacidade forjada, inventada, bem cuidada de amar. (FREIRE, 1997, p.8).
A educação, do ponto de vista do senso comum, suscita sempre a ideia de aquisição de conhecimentos, de obtenção de cultura. Quando se faz referência a alguém “sem educação” ou “mal-educado”, via de regra se faz uma associação estereotipada sobre a educação. Isso porque se imagina que uma pessoa que não recebeu bons ensinamentos dos pais e da escola, não é – por associação – uma pessoa (bem) educada. O mesmo senso comum, em se tratando da pedagogia, via de regra a associa à profissão de “professora”, e em tempos mais atuais, da “tia”. Essa associação inconsciente e popularesca com a profissão é possivelmente criada a partir de outra associação – também imprópria – com o gênero feminino.
A referida associação é inadequada, apesar de social e culturalmente aceita, porque a professora não é tia, conforme explica Paulo Freire, quando ensina que
A professora pode ter sobrinhos e por isso é tia da mesma forma que qualquer tia pode ensinar, pode ser professora, por isso, trabalhar com alunos. Isto não significa, porém, que a tarefa de ensinar transforme a professora em tia de seus alunos da mesma forma como uma tia qualquer não se converte em professora de seus sobrinhos só por ser tia deles. Ensinar é profissão que envolve certa tarefa, certa militância, certa especificidade no seu cumprimento enquanto ser tia é viver uma relação de parentesco. Ser professora implica assumir uma profissão enquanto não se é tia por profissão. Se pode ser tio ou tia geograficamente ou afetivamente distante dos sobrinhos mas não se pode ser autenticamente professora, mesmo num trabalho a longa distância, ‘longe’ dos alunos. (FREIRE, 1997, p.9).
Ensinar implica em educar e vice-versa. Não há uma coisa sem a outra. E o profissional que se dedica a esse mister precisa estar consciente disso. A educação, em sua forma sistematizada e empregando a transmissão do conhecimento científico acumulado na história da humanidade, tem relação com o se permitir que as potencialidades do sujeito sejam trabalhadas e estabelecidas; com o trazer para fora o que o sujeito vivencia como conhecimento e adequá-lo ao meio social em que vive, mediado pelo professor e pelos pais. E a pedagogia, como ciência, faz a diferença nesse aspecto.
Conforme citado por Ghiraldelli Jr. (2002, p.9), “Paidagogia designava, na Grécia antiga, o acompanhamento e a vigilância do jovem. O paidagogo (o condutor da criança) era o escravo cuja atividade específica consistia em guiar as crianças à escola”. Atualmente esse conceito se modificou e tem significação diversa. Entretanto, a relação entre o pedagogo – aquele que cuida e ensina – e a criança – aquela que é cuidada e aprende – se cristalizou no ideário da sociedade.
A constituição histórica da pedagogia como a conhecemos hoje, a partir das tradições de estudos educacionais citados por Ghiraldelli Jr. (2002, p.9), respectivamente “[...] da sociologia de Émile Durkheim (1858-1917), e as tradições alemã e americana, segundo as filosofias e psicologias de Johann Friedrich Herbart (1776-1841) e John Dewey (1859-1952).”, explica e justifica a modificação do conceito histórico, seguramente acrescido de outras muitas contribuições e linhas teóricas de inúmeros estudiosos e pesquisadores. Tal viés histórico apresenta o momento crucial e significativo em que “[...] Herbart não separa ciência e pedagogia; ao contrário, é exatamente ele o formulador, em nossos tempos, da ideia da ‘pedagogia como ciência da educação’. Para tal, fundamenta a pedagogia na psicologia.” (GHIRALDELLI JR, 2002, p.10).
A visão da pedagogia como uma mera teoria educacional foi perdendo força e adquirindo o status de ciência, ampliando os horizontes do processo educativo a planos até então inimagináveis. Liga-se a pedagogia a outras ciências e, por conseguinte atribui-se a ela também a ideia de ciência, ideia esta aceita graças às incansáveis lutas desses precursores.
A compreensão da pedagogia como uma ciência, embasada e apoiada pelos preceitos científicos de outros ramos da ciência, como a filosofia e a psicologia, permite o entendimento de que tanto a educação, quanto o ensino formal podem ser o meio que permite ao que ensina, trazer à tona, de forma sistemática, as potencialidades que o indivíduo possui para expressar seu conhecimento de mundo e de si mesmo. O professor – ou professora (e não a “tia”) – através da sua práxis, é na realidade e acima de tudo, o catalisador para eclosão do self dos educandos.
Há questionamentos sobre as acepções às quais se ligou a pedagogia, argumentando que sua aplicação não mudou o mundo como se esperava que mudasse, que por não trazer o paraíso educacional que muitos vislumbraram, é mais utopia que teoria e outras tantas elucubrações teórico-filosóficas. Entretanto, é preciso reconhecer que sem essa adequação doutrinária que embasa a pedagogia – seja como filosofia, seja como mera teoria – o mundo não seria o mesmo. A reflexão sobre o que há de positivo e negativo em sua aplicação irá definir o futuro desse mesmo mundo, do professor, do aluno e da escola.
E ao tratar da ação do professor como mediador do conhecimento, necessário se faz que se trate também do espaço no qual essa mediação ocorre: no espaço escolar, na escola. É possível afirmar, conforme se pode ver em Carpinteiro e Almeida (2009, p.40) que “[...] a escola é um conjunto integrado de unidades educativas cujo centro é a atividade, a ‘aula’”. Os fenômenos que ocorrem em tais unidades educativas, isto é, no ambiente da escola, criam, a partir dessa ação de seus protagonistas, a essência do ato educativo, estabelecem vínculos entre as ações dos educadores e educandos dentro desse mesmo ambiente escolar.
Foi com o objetivo de refletir sobre essas premissas que a presente pesquisa – numa abordagem qualitativa – se dividiu em dois momentos distintos, sendo o primeiro de busca pela fundamentação teórica sobre a educação e sobre os espaços escolares, e o segundo, de pesquisa de campo e observação, somada a uma pesquisa documental, em uma escola previamente determinada e referenciada a seguir. Na pesquisa de campo empregou-se a observação direta dos ambientes e do espaço escolar, com registro fotográfico inclusive, e a aplicação de uma entrevista estruturada a uma professora da escola. Os resultados e as discussões decorrentes da referida pesquisa são apresentados a seguir.
A REALIDADE ESCOLAR
É sabido que “[...] a organização espacial da escola tem consequências diretas na sua manutenção predial e, também, na forma como os serviços educacionais são oferecidos aos educandos” (CARPINTEIRO E ALMEIDA, 2009, p.43). Essa organização espacial, bem como tudo o que diz respeito a ela, tem relação direta com os protagonistas do ato educativo, principalmente os educadores, que na visão dos autores supra citados,
[...] são responsáveis pela organização e execução das atividades escolares dos educandos. [...] Eles organizam disciplinas e matérias do currículo e determinam quais os espaços e os componentes físicos, como as edificações, os equipamentos e o mobiliário, que serão necessários à realização do currículo (p. 39).
É de fundamental importância que todos os envolvidos no ato educativo, quer sejam os educadores, os funcionários (serviços gerais, administrativos, área pedagógica e direção), bem como os representantes da comunidade, saibam da existência de uma relação entre a organização e planejamento do espaço escolar e a sua finalidade, e também da importância dessa relação.
Há uma necessidade de entendimento entre os planejadores do espaço educativo (governo, diretores, proprietários e etc.) e os responsáveis pela criação desse espaço (arquitetos e outros), sempre em função dosideais para tal espaço educativo. E foi precisamente com esses aspectos em mente que a pesquisa de observação foi realizada.
A escolha da escola observada recaiu sobre uma escola municipal de educação infantil e ensino fundamental – escolha esta feita por laços de amizade entre os membros do grupo de pesquisa e integrantes da referida escola. A observação aconteceu durante uma tarde, com a presença de toda a equipe. Por ter havido uma pré-discussão sobre os resultados da pesquisa bibliográfica, a equipe focalizou a observação nos espaços escolares e sua adequação à educação infantil e ao ensino fundamental.
As instalações observadas e registradas – em que pese o empenho em melhorias por parte da entidade mantenedora (prefeitura municipal), mesmo com as limitações criadas pelas dificuldades – não foram inicialmente planejadas para a educação infantil e ensino fundamental. As instalações foram planejadas para outra faixa de alunos e em outra época, quando a compreensão atual sobre a adequação dos espaços educativos não era fundamental. Conforme se pôde constatar das informações colhidas do PPP – Projeto Político-Pedagogico da escola e do depoimento informal de uma das professoras, ao longo do tempo e pelas mudanças da natureza do estabelecimento de ensino, do tipo de ensino ofertado e da faixa etária atingida, muitas adaptações foram sendo feitas. Como se pôde observar, o cuidado e o planejamento por parte das atuais equipes diretiva, pedagógica e docente, permitiram uma adequação apenas aproximada dos espaços à natureza atual do ciclo de ensino da escola.
A prefeitura municipal cumpre com suas obrigações estritas como mantenedora. Entretanto, a ação criadora, senso de oportunidade, dedicação e empenho de toda a equipe parecem ser fundamentais para que a escola mantenha o alcance seu propósito educativo. Segundo os dados obtidos na entrevista, pôde-se constatar que relativamente aos espaços físicos a escola alcança seus propósitos, uma vez que na opinião da entrevistada ela atende todas as necessidades das crianças matriculadas. Entretanto, pôde-se verificar que existem dificuldades no que se refere à participação da família e comunidade nas atividades das crianças, no acompanhamento de seus resultados e no empenho em auxiliar esse processo. Constatou-se não haver essa compreensão, principalmente por parte dos pais.
Um dado significativo observado e posteriormente relacionado a uma observação da entrevistada, é que os espaços mais comuns da escola, relativos à maior convivência social e ludicidade, são planejados e criados mais para o ato de brincar e ao lazer. E na última questão da entrevista, a professora faz referência à ideia que os pais fazem dessa fase pré-escolar e fundamental dos filhos, como um momento e lugar em que eles apenas brincam. A relação implícita entre o que a escola sugere e o que os pais pensam, aparenta ser significativa e suscita maiores estudos.
De um modo geral, o espaço observado na escola aparenta estar completamente “adaptado” aos objetivos atuais da instituição e não “planejado” para os mesmos. A infraestrutura e os recursos disponíveis para as atividades de ensino sugerem uma acomodação entre o necessário e o disponível, sem detrimento à opinião expressada pela entrevistada.
Ao se refletir sobre as proposições apresentadas por Carpinteiro e Almeida (2009), na totalidade de sua obra referenciada, e fazer a confrontação entre o real e o idealizado, fica evidente que a realidade dos espaços observados na escola pesquisada está muito aquém do que se considera ideal. Entretanto, ao fazer a confrontação entre a realidade e o espírito de dedicação e ideal dos protagonistas do ato educativo, percebe-se que a instituição e seus integrantes estão perfeitamente adequados à necessidade dos educandos, principalmente.
A pesquisa documental feita no Projeto Político-Pedagógico (PPP) da escola permitiu o entendimento que a mesma se ajusta aos parâmetros e normas de funcionamento, planejamento e ações das instâncias governamentais e mantenedoras, incluindo-se no critério de “adequada”, critério esse construído a partir do consenso entre os membros do grupo de pesquisa. Um critério de relação para efeito de comparação, seria “inadequada”.
A entrevista conduzida com a professora XXXXXX, que mantém laços de amizade com integrantes do grupo e com todos os demais integrantes da escola, possibilitou parametrizar seu corpo docente, ainda que seja uma mostra não significativa para tal. A coleta de dados e o instrumento de pesquisa evidenciaram que a dedicação, os ideais, e a paixão pelo ofício de ensinar são alicerces comuns no “edifício pedagógico” da escola. Conversas entabuladas informalmente com outras professoras permitiram estender empiricamente o resultado da entrevista padronizada, justificando uma abordagem mais aprofundada da realidade escolar em questão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa acadêmica foi realizada com o objetivo de compreender as relações entre educação e pedagogia e a confrontação dessa compreensão e a realidade observada no ambiente escolar. Para se alcançar os objetivos realizou-se pesquisas bibliográficas e de observação, com emprego de instrumento de coleta de dados através de entrevista e pesquisa documental.
Pôde-se perceber, pela pesquisa bibliográfica, que os fatores que influenciam tudo o que ocorre nos espaços escolares, depende de múltiplas variáveis, as quais extrapolam o escopo deste trabalho. Há necessidades que vão desde as teorias sobre os espaços escolares, passando pelas discussões entre educadores, planejadores e idealizadores, até a necessidade de conhecimentos amplos sobre planejamento e estruturação dos espaços por parte de todos os agentes envolvidos no processo educativo.
Verificou-se que, embora haja normatização, orientações legais e parametrizações para o planejamento, construção, uso e manutenção dos espaços escolares – em decorrência dos pressupostos teóricos da educação, da pedagogia e das ciências que dão a estas a sustentação – a realidade se apresenta como distante do ideal.
A escola observada foi sendo adaptada ao longo dos anos e de acordo com a conveniência dos mantenedores e necessidades da comunidade. Embora pesem favoravelmente as iniciativas e ações dos integrantes da instituição, e mesmo que o trabalho de adequação dos ambientes tenha sido considerado “adequado” pelo grupo de pesquisa, é evidente a inadequação dos ambientes face às orientações legais e teóricas.
No que se refere ao desempenho pedagógico dos atores envolvidos no ato educativo, a pesquisa não previa um aprofundamento maior, a não ser pela entrevista com uma das professoras. Pôde-se avaliar que a capacitação e preparo da professora em questão é compatível com a função que ela exerce, sua atenção e preocupação com seus alunos é claramente perceptível, bem como o interesse em se empenhar na busca de soluções alternativas para as deficiências por ela apresentadas no processo educativo da escola. Existem dificuldades no que se refere à participação da família e comunidade nas atividades das crianças, no acompanhamento de seus resultados e no empenho em auxiliar esse processo. Constatou-se não haver essa compreensão, principalmente por parte dos pais.
Salienta-se que para se chegar às presentes considerações foram essenciais os ensinamentos dos autores pesquisados, que engrandeceram a fundamentação teórica, como Carlos Rodrigues Brandão e seus essenciais ensinamentos sobre educação, leitura obrigatória para quem envereda pelas lides do magistério; Antônio Carlos Carpinteiro e Jaime Gonçalves Almeida, com as imprescindíveis considerações sobre o espaço escolar, uma obra que todo gestor em educação deveria obrigatoriamente ler, estudar e dominar; Maria Isabel da Cunha e sua impagável experiência na práxis educativa, ao ensinar sobre o que deve e pode o bom professor; Paulo Freire, um dos baluartes da educação brasileira, e a agradável leitura de Professora sim, Tia não, leitura essa que influenciou sobremaneira a compreensão do alcance dessa pesquisa;o conhecimento histórico e crítico de Paulo Ghiraldelli Jr. sobre a pedagogia e todo o complemento teórico sobre o assunto, numa leitura também obrigatória para todos os educadores; e finalmente a referência unânime que é Antônio Joaquim Severino, ao expor em tão poucas palavras, no prefácio da obra de Moacir Gadotti, o que seja educação em sua concepção mais abrangente.
Como forma de contribuição acadêmica, a pesquisa aponta e destaca a existência de um contraponto entre as atividades lúdicas praticadas na escola, pelas crianças no ensino infantil, e a visão dos pais sobre as atividades realizadas pelas mesmas na escola – face à observação da professora entrevistada, e sugere um aprofundamento da questão através de pesquisa mais elaborada, uma vez que esse contraponto evidencia haver julgamentos estereotipados por parte tanto dos pais, quanto da professora. Julgamento este que pode influenciar sobremaneira a relação educativa. E a pesquisa sugere ainda ser importante uma avaliação mais criteriosa sobre a realidade das instituições escolares e seus ambientes, face ao preconizado pelas normas e teorias da educação.
REFERÊNCIAS
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. 41. reimpr. São Paulo: Brasiliense, 2002. (Coleção Primeiros Passos, n. 20).
CARPINTEIRO, Antônio Carlos; ALMEIDA, Jaime Gonçalves. Teorias do espaço escolar. Brasília: Universidade de Brasília, 2009. [Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Profuncionário – Curso técnico de formação para os funcionários da educação. 92 p]. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000013631.pdf>. Acesso em: 12 out. 2013.
CUNHA, Maria Isabel da. O bom professor e sua prática. 24. ed. Campinas: Papirus, 2011. Disponível em: <http:// unopar. bv3. digitalpages.com. br/users/publications/8530800818/pages/_1>. Acesso em: 24 out. 2013.
FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não – cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho d’Água, 1997. 84 p. Disponível em: <http://www.google.com. br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&ved=0CCsQFjAA&url=http%3A%2F%2Fxa.yimg.com%2Fkq%2Fgroups%2F23184627%2F512753443%2Fname%2FPaulo%2BFreire%2B-%2BProfessora%2Bsim%2B%2C%2BTia%2Bn%25C3 %25A3o.pdf&ei=kJN7Ut4ZiZSRB8K3gNAF&usg=AFQjCNF6SF4Ui_eUbQyo9_PVW3mB6YBYow&bvm=bv.56146854,d.eW0>. Acesso em: 10 out. 2013.
GHIRALDELLI JR, Paulo. O que é pedagogia. 3. ed. rev. e atual. São Paulo: Brasiliense, 2002.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Prefácio. In: GADOTTI, Moacir. História das Ideias Pedagógicas. 8. ed. São Paulo: Ática, 2010. Disponível em: http://unopar.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788508044368/pages/-2>. Acesso em 20 out. 2013.
APÊNDICES
APÊNDICE A – Entrevista com a Professora XXXXXXXXX
1 – Há quanto tempo trabalha na escola e qual sua área de formação?
Trabalho como professora há 18 anos. Minha formação é na área de Magistério, Pós-graduada em biologia, e atuo com os alunos de educação infantil, preferencialmente para o pré que é meu "xodó", e também trabalho dando aulas em escola estadual.
2 – Quais são as atividades ligadas à rotina escolar que você considera mais importantes?
Pra mim todas as atividades são importantes; desde a hora da entrada, quando oramos, nossos momentos de atividades em sala de aula, hora do recreio, até a hora de ir embora. Enfim tudo o que ocorre na escola é importantíssimo principalmente para os alunos dos prés, porque é através dessas atividades que eles irão ter a base de educação e de valores que irão levar para vida toda, tanto na vida escolar como na vida social. Porque são nas simples atividades escolares que eles aprendem a dividir, a dar a vez, a respeitar as diferenças dos outros quando bem trabalhadas é claro.
3 – O que você gostaria que fosse diferente dentro do espaço escolar?
Referente ao espaço físico eu acho que nada porque a escola em questão tem uma ótima infraestrutura, a qual,em minha opinião, atende todas as necessidades das crianças matriculadas aqui. Mas por outro lado, se tivesse esse poder mudaria o jeito com que os pais tratam a educação de seus filhos. Principalmente os do pré, pois os pais não dão atenção necessária para essa fase de seus filhos; acham que eles vêm à escola só pra brincar. Eu queria que eles reconhecessem o verdadeiro sentido e entendessem que pré é a fase de maior aprendizado da criança. E as incentivassem a serem mais empenhadas e mais dedicadas aos estudos. O exemplo vem de casa: quando um pai diz que a escola é importante, o seu filho vai ver a escola como importante; quando um pai diz que a escola não é importante o seu filho vai entender a escola como não sendo importante. Enfim, eu mudaria isso, os pais e seu modo de ver e incentivar a educação de seus filhos.
APÊNDICE B – Dados Colhidos no Projeto Político-Pedagógico - PPP.
Organização da Entidade Escolar
Nome: Escola Municipal XXXXXXX – Educação Infantil e Ensino Fundamental.
Endereço: Rua XXXXXXXX, XX, XXXXXX, XXXXXX – XX.
Entidade Mantedora: Prefeitura Municipal de XX.
Breve Histórico
A Escola Municipal XXXXXX – Educação Infantil e Ensino Fundamental foi inaugurada em XX de XXXXX de XXXX, com apenas 06 salas de aulas em funcionamento, inicialmente com o nome de “Grupo Escolar de XXXXX. Foi criada durante o governo de Manuel Ribas. Situa-se à Rua XXXXX, XX, Centro, no município de XXXXXX, XX., e é mantida pela Prefeitura Municipal.
A Escola passou por várias denominações:
1943: Grupo XXXXXXXXXXXXXX;
1951/1954: Grupo XXXXXXXXXXXXX;
1955/1976: Grupo XXXXXXXXXXXX;
1980/1982: Escola XXXXX – Ensino Regular e Supletivo de 1º Grau, conforme a Resolução nº XXX/XX, assinada em XX/XX/XXXX e publicada no D.O.E. nº XXX, de XX/XX/XXXX;
1983/1987: Escola Estadual XXXXXXXXXXX – Ensino de 1º Grau Regular e Supletivo, conforme a Resolução nº XXX/XX, assinada em XX/XX/XXXX e publicada no D.O.E. nº XXX, de XX/XX/XXXX;
1988/1992: Escola Estadual XXXXXXXXXXX – Ensino de 1º Grau, conforme a Resolução nº XXX/XX, assinada em XX/XX/XXXX e publicada no D.O.E. nº XXX, de XX/XX/XXXX;
1992/1994: Escola Municipal XXX/80, assinada em XX/XX/1980 e publicada no D.O.E. nº XXX, de XX/XX/XXXX – Ensino de 1º Grau, conforme a Resolução nº XXX/XX, assinada em XX/XX/XXXX e publicada no D.O.E. nº XXX, de XX/XX/XXXX;
1994/1998: Escola Municipal XXXXXXXXXXXXX – Ensino Pré-Escolar e de 1º Grau, conforme a Resolução nº XXX/XX, assinada em XX/XX/XXXX e publicada no D.O.E. nº XXX, de XX/XX/XXXX;
1998: Escola Municipal XXXXXXXXXXXXX – Educação Infantil e Ensino Fundamental, conforme a Resolução nº XXX/XX, assinada em XX/XX/XXXX e publicada no D.O.E. nº XXX, de XX/XX/XXXX.
.
A escola Municipal XXXXXXXX – Educação Infantil e Ensino Fundamental oferta:
Educação Infantil:
Pré Escola I – 04 anos a 04 anos e 11 meses (completados até 31/03):
01 turma no período matutino;
01 turma no período vespertino.
Pré Escola II – 05 anos a 05 anos e 11 meses (completados até 31/03):
01 turma no período matutino;
02 turmas no período vespertino.
Ensino Fundamental – Anos Iniciais (1º ao 5º ano):
contra turno no período contrário ao que o aluno estuda.
Educação Especial:
classe especial de D.I;
sala de recursos;
classe especial de TGD (Transtorno Global do Desenvolvimento).
EJA – Educação de Jovens e Adultos – Fase I.
Funcionamento:
	Período Matutino
7:30 às 11:30
	Período Vespertino
13:00 às 17:00
	Período Noturno
19:00 às 22:00
	Pré I (1 turma)
	Pré I (1 turma)
	1ª etapa (1 turma)
	Pré II (1 turma)
	Pré II (2 turmas)
	2ª etapa (1 turma)
	1º ano (1 turma)
	1º ano (1 turma)
	3ª etapa (1 turma)
	2º ano (2 turmas)
	2º ano (2 turmas)
	4ª etapa (1 turma)
	3º ano (2 turmas)
	3º ano (3 turmas)
	
	4º ano (3 turmas)
	4º ano (2 turmas)
	
	5º ano (3 turmas)
	5º ano (2 turmas)
	
	TGD (1 turma)
	Sala Especial (1 turma)
	
	Contra turno
	Contra turno
	
	
	Sala de Recursos
	
Fonte: Pesquisa (2013)
A partir de 23/02/07 foi implantado o Ensino Fundamental de 09 anos de 1º ao 5º ano. Contamos com 15 salas de aula atualmente.ANEXOS
ANEXO A – Fotos dos Espaços da Escola
Foto 1 – Vista Geral e Parquinho
Fonte: da pesquisa (2013)
Foto 2 – Vista Geral e Parquinho
Fonte: da pesquisa (2013)
Foto 3 – Parquinho
Fonte: da pesquisa (2013)
Foto 4 – Parquinho
Fonte: da pesquisa (2013)
Foto 5 – Área comum e social
Fonte: da pesquisa (2013)
Foto 6 – Palco e Área social
Fonte: da pesquisa (2013)
Foto 7 – Pátio Coberto
Fonte: da pesquisa (2013)
Foto 8 – Quadra de Esportes
Fonte: da pesquisa (2013)
Foto 9 – Educação Infantil
Fonte: da pesquisa (2013)
Foto 10 – Sala dos Professores
Fonte: da pesquisa (2013)
Foto 11 – Entrada da Sala Especial
Fonte: da pesquisa (2013)
Foto 12 – Ensino Fundamental
Fonte: da pesquisa (2013)

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