Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Direito Penal Crimes de perigo Prof. Felipe Abelleira CRIMES DE PERIGO – Art. 130 a 137 Crimes de perigo – suficiente a exposição a perigo, diferente do crime de dano onde se necessita de resultado danoso. Crime formal – crime de conduta, desnecessário o resultado. 1) Perigo de contagio venéreo - art. 130 - é incompatível com a omissão - a expressão “deve saber” não se refere a culpa, mas a dolo eventual. Admite tentativa. - Na qualificadora do §1º o legislador previu um crime de perigo com dolo de dano. - para consumação do crime previsto no caput não se exige a contaminação da vitima (se ocorrer, haverá exaurimento). - A AIDS não é moléstia venérea. - Admite concurso formal de crimes - crime de ação penal publica condicionada - crime próprio Obs. Se da conduta ocorrer a transmissão: Lesão leve – não houve conseqüências - apenas aplica-se o crime de perigo Lesão grave ou gravíssima - absorve o crime de perigo Lesão seguida de morte – absorve o crime de perigo Homicídio – absorve o crime de perigo. 2) Perigo de contagio de moléstia grave – art. 131 - aplica-se em caso de transmissão de moléstia venérea por outra forma de meio que não sexual ou libidinosa - não admite dolo eventual ou modalidade culposa - crime próprio Obs. Se da conduta ocorrer a transmissão: Lesão leve – não houve conseqüências - apenas aplica-se o crime de perigo Direito Penal Crimes de perigo Prof. Felipe Abelleira Lesão grave ou gravíssima - absorve o crime de perigo Lesão seguida de morte – absorve o crime de perigo Homicídio – absorve o crime de perigo. 3) Perigo de vida ou saúde de outrem – art. 132 - dolo de perigo, direto ou eventual - não admite a forma culposa - tentativa possível Obs. Se da conduta ocorrer a transmissão: Lesão leve – não houve conseqüências - apenas aplica-se o crime de perigo Lesão grave ou gravíssima - absorve o crime de perigo Lesão seguida de morte – absorve o crime de perigo Homicídio – absorve o crime de perigo. 4) Abandono de Incapaz – art. 133 - o consentimento do ofendido é irrelevante - a incapacidade prevista não se confunde com a capacidade civil - não admite forma culposa - crime próprio 4.1 – cuidado é a assistencia eventual. Ex. enfermeira que cuida de pessoa idosa e invalida para cuidar por si própria 4.2 – guarda é a assistência duradora. Ex. pais em relação aos filhos menores 4.3 – vigilância é a assistência acauteladora. Ex. instrutor de alpinismo em relação aos seus alunos iniciantes 4.4 – autoridade é a relação de superioridade, podendo ser de direito publico ou privado, para emitir ordens em face de outra. Ex. capitão da PM em face de seus subordinados ( na ausência desta relação configura-se omissão de socorro) 5) Exposição ou abandono de recém nascido – art. 134 - Forma privilegiada do abandono de incapaz - desonra própria – trata-se de ocultação a comportamento que desfrutava a Autora - crime próprio – não exclusivo a mãe, também ao pai. 6) Omissão de socorro – art. 135 Direito Penal Crimes de perigo Prof. Felipe Abelleira - A lei não reserva discricionariedade ao agente: se tiver condições para socorrer diretamente a vitima, deve faze-lo, se não puder deve solicitar auxilio a autoridade publica - vitima idosa incide o crime do art. 97 da lei 10.741/2003 - a morte instantânea impede a caracterização do crime - não admite a modalidade culposa - não admite tentativa - evita a consumação o perigo a integridade física, não eventuais prejuízos materiais ou morais - subsiste o crime quando a vitima recusa a assistência - em caso a vitima de acidente de transito, os envolvidos que se omitirem ao socorro aplica-se o art. 304 do CTB, contudo se terceiro não envolvido omitir-se aplica-se o art. 135 7) Maus tratos – art. 136 7.1 - Tortura x maus tratos - tortura é sofrimento de ordem física, moral, psicológica cujo fim é o padecimento da vitima - maus tratos é sofrimento como forma de castigo ou correção disciplinar 7.2 – Em vitima idosa aplica-se a lei 10741/03 7.3 – em caso de vitima criança ou adolescente aplica-se o ECA art. 232 7.4 – afasta as agravantes genéricas do art. 61, II, e) a i); 8) Rixa – art. 137 - luta tumultuosa e confusa que travam entre si trás ou mais pessoas acompanhadas de vias de fato ou violências recíprocas 8.1 – não se confunde com o crime de multidão 8.2 – a participação pode ser moral ou material 8.3 - não pode ser alegada a legitima defesa em relação a rixa, somente aos crime por ela qualificados 8.4 - Tentativa: rixa subitânea não admite, rixa preordenada admite 8.5 – Forma qualificada – todos respondem independente por quem tenha concorrido pessoalmente pelo resultado individualizado, mas so o autor da lesão grave/morte (quando identificável) responde em concurso material com a rixa qualificada.
Compartilhar