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LIVRO DE ECONOMIA RURAL

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ELEMENTOS DE ECONOMIA, AGRONEGÓCIO 
E DESENVOLVIMENTO LOCAL 
Série Acadêmica, 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANTÔNIO CORDEIRO DE SANTANA 
Professor da UFRA 
 
 
 
 
 
ii
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
Ministro: Tarso Genro 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA 
Reitor pro tempore: Manoel Malheiros Tourinho 
Vice-reitor pro tempore: Waldenei Travassos de Queiroz 
 
 
INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL E DOS RECURSOS HÍDRICOS 
Diretor: Raimundo Aderson Lobão de Souza 
Professor: Antônio Cordeiro de Santana 
 
 
 
CAPA: Antônio Cordeiro de Santana 
EDITORAÇÃO: Graphitte 
 
AGÊNCIA ALEMÃ DE COOPERAÇÃO TÉCNICA – GTZ 
UNIVERSIDADE TÉCNICA DE DRESDEN - TUD 
 
 
 
Esta publicação foi financiada pela Agência Alemã de Cooperação Técnica – GTZ, 
no âmbito do Convênio entre a UFRA e a TUD. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santana, Antônio Cordeiro de 
 
Elementos de economia, agronegócio e desenvolvimento local / Antônio Cordeiro de Santana. – 
Belém: GTZ; TUD; UFRA, 2005. 
 
197 p. il. 
 
1. Agronegócio. 2. Arranjo produtivo local. 3. Desenvolvimento local. I. Título. 
CDD – 338.1 
 
 
 
 
 
 
 
 
iii
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
 
Esta Apostila Didática foi desenvolvida com o apoio financeiro da Agência Alemã de 
Cooperação Técnica (GTZ), mediante convênio de cooperação envolvendo a Universidade Federal 
Rural da Amazônia (UFRA) e a Universidade Técnica de Dresden (TUD). O apoio embora pequeno 
para o objetivo pretendido de publicar um livro, permitiu disponibilizar parte da literatura empregada 
nos cursos de graduação e pós-graduação da UFRA. Trata-se, pois, de um texto transversal, em que 
a distinção entre a graduação e a pós-graduação é o aprofundamento da análise. Com isto, 
disponibiliza-se temas de fronteira para toda a comunidade de estudantes e professores da UFRA. 
Agradecemos ao professor Fernando Mendes pela leitura do capítulo 4 desta apostila e a 
Raimunda Lima pela revisão do texto. 
Agradecemos ainda aos estudantes do doutorado, Ismael Matos da Silva e Iracema Cordeiro 
pelo fornecimento de algumas planilhas de custo de atividades produtiva. 
Finalmente, agradecemos ao Max e a Izildinha pelo empenho para que este apoio financeiro 
se tornasse efetivo. 
 
 
 
 
iv
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
CAPÍTULO 1............................................................................................................................................ 1 
CONCEITO DE ECONOMIA RURAL...................................................................................................... 1 
1.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 1 
1.2 FATORES DE PRODUÇÃO ......................................................................................................... 2 
1.3 PRINCIPAIS TIPOS DE UNIDADES DE PRODUÇÃO ................................................................ 7 
1.3.1 Agricultura tradicional ou de baixa renda .............................................................................. 7 
1.3.2 Agricultura sustentável ou ecológica ..................................................................................... 9 
1.3.3 Agricultura integrada ou moderna ....................................................................................... 10 
1.3.4 Agricultura de precisão ........................................................................................................ 11 
1.4 QUESTÕES ECONÔMICAS....................................................................................................... 13 
1.5 EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM.......................................................................................... 15 
1.6 REFERÊNCIAS........................................................................................................................... 16 
CAPÍTULO 2.......................................................................................................................................... 17 
MERCADO DE PRODUTOS RURAIS .................................................................................................. 17 
2.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 17 
2.2 MERCADO: FUNDAMENTOS E APLICAÇÕES ........................................................................ 17 
2.3. FORÇAS DO MERCADO: DEMANDA E OFERTA ................................................................... 18 
2.3.1 Conceito de demanda.......................................................................................................... 18 
2.3.1.1 Análise e aplicação da demanda...................................................................................... 22 
2.3.1.2 Análise da demanda, incluindo a renda. .......................................................................... 25 
2.3.1.3 Análise da demanda, incluindo a renda e um produto substituto..................................... 27 
2.3.2 Oferta: conceito, análise e aplicação................................................................................... 28 
2.3.2.1 Análise da oferta............................................................................................................... 31 
2.3.3 Equilíbrio de mercado.......................................................................................................... 32 
2.3.3.1 Aplicação e análise do conceito de equilíbrio................................................................... 34 
2.4 ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA E DA OFERTA.......................................................... 37 
2.4.1 Elasticidade-preço da demanda .......................................................................................... 37 
2.4.2 Elasticidade-preço da oferta ................................................................................................ 40 
2.4.3 Elasticidade-renda e elasticidade-cruzada da demanda..................................................... 43 
2.5 MERCADO E EFICIÊNCIA ECONÔMICA.................................................................................. 45 
2.5.1 Excedente do consumidor – EC .......................................................................................... 45 
2.5.2 Excedente do Produtor – EP ............................................................................................... 47 
 
 
v
2.5.3 Excedente econômico - EE ................................................................................................. 48 
2.6 REFERÊNCIAS........................................................................................................................... 51 
2.7 EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM.......................................................................................... 51 
CAPÍTULO 3.......................................................................................................................................... 55 
COMERCIALIZAÇÃO E MARGENS DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS ........................................ 55 
3.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 55 
3.2 MARGEM DE COMERCIALIZAÇÃO .......................................................................................... 56 
3.3 APLICAÇÃO EMPÍRICA DA MARGEM DE COMERCIALIZAÇÃO............................................ 58 
3.4 REFERÊNCIAS........................................................................................................................... 60 
3.5 EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM.......................................................................................... 61 
CAPÍTULO 4..........................................................................................................................................63 
ELEMENTOS PARA A AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS RURAIS....................... 63 
4.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 63 
4.2 ASPECTOS TÉCNICOS E ECONÔMICOS DO PROJETO....................................................... 63 
4.2.1 Aspectos técnicos................................................................................................................ 63 
4.2.2 Aspectos econômicos.......................................................................................................... 64 
4.3 ENGENHARIA DO PROJETO.................................................................................................... 64 
4.3.1 Orçamento unitário .............................................................................................................. 65 
4.4 AVALIAÇÃO DO PROJETO ....................................................................................................... 66 
4.4.1 Fluxo de Caixa..................................................................................................................... 67 
4.4.2 Critérios de avaliação .......................................................................................................... 68 
4.4.2.1 Valor Presente Líquido (VPL) ........................................................................................... 68 
4.4.2.2 Taxa Interna de Retorno (TIR).......................................................................................... 70 
4.4.2.3 Relação Benefício-Custo (Rb/c) ....................................................................................... 74 
4.4.3 Análise de sensibilidade ...................................................................................................... 75 
4.5 APLICAÇÃO A UM SISTEMA AGROFLORESTAL (SAF) ......................................................... 76 
4.6 REFERÊNCIAS........................................................................................................................... 78 
4.7 EXERCÍCIO DE APRENDIZAGEM ............................................................................................ 79 
APÊNDICE – ORÇAMENTOS UNITÁRIOS.......................................................................................... 81 
CAPÍTULO 5.......................................................................................................................................... 83 
AGRONEGÓCIO, CADEIA PRODUTIVA E CADEIA DE SUPRIMENTO ............................................ 83 
5.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 83 
5.2 CADEIA DE SUPRIMENTO........................................................................................................ 85 
5.3 CONCEITO DE CADEIA DE SUPRIMENTO OU SUPPLY CHAIN............................................ 85 
5.3.1 Quem são os clientes? ........................................................................................................ 86 
5.3.2 Distribuição: atacado e varejo ............................................................................................. 87 
5.3.3 Processamento agroindustrial ............................................................................................. 88 
5.3.4 Produtores rurais ................................................................................................................. 89 
5.3.5 Fornecedores....................................................................................................................... 89 
5.3.6 Legislação e regulamentação.............................................................................................. 90 
 
 
vi
5.4 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO OU REDE DE DISTRIBUIÇÃO.................................................... 91 
5.4.1 Sistema vertical dos canais de distribuição......................................................................... 94 
5.5 PLANEJAMENTO DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO................................................................... 96 
5.5.1 Logística de distribuição ...................................................................................................... 97 
5.5.2 Fluxos da cadeia de suprimento.......................................................................................... 98 
5.5.3 Matriz FOFA (SWOT) de planejamento ............................................................................ 100 
5.5.4 Visão global do processo de gestão de uma cadeia de suprimento................................. 103 
5.5.4.1 Visão cíclica do processo de transação comercial......................................................... 103 
5.5.5 Governança ....................................................................................................................... 105 
5.6 CONSIDERACÕES FINAIS...................................................................................................... 107 
5.7 REFERÊNCIAS......................................................................................................................... 108 
5.8 EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM........................................................................................ 109 
ANEXO – CONCEITOS BÁSICOS ..................................................................................................... 111 
CAPÍTULO 6........................................................................................................................................ 115 
MAPEAMENTO E ANÁLISE DE ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS NA AMAZÔNIA .................. 115 
6.1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 115 
6.2 CONCEITO DE ARRANJO PRODUTIVO LOCAL - APL ......................................................... 116 
6.3 METODOLOGIA ....................................................................................................................... 118 
6.3.1 Modelo de análise.............................................................................................................. 120 
6.3.2 A técnica de componentes principais ................................................................................ 122 
6.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS................................................................................................. 125 
6.4.1 Índice de concentração normalizado................................................................................. 126 
6.5. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................................... 130 
6.6 REFERÊNCIAS......................................................................................................................... 131 
6.7 EXERCÍCIOS DE APRNDIZAGEM .......................................................................................... 132 
APÊNDICE – ANÁLISE FATORIAL .................................................................................................... 133 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 133 
2. O QUE É ANÁLISE FATORIAL .................................................................................................. 134 
2.1 OBJETIVO DA ANÁLISE FATORIAL ....................................................................................... 134 
2.2 TAMANHO DA AMOSTRA ....................................................................................................... 134 
2.3 SUPOSIÇÕES NA ANÁLISE FATORIAL ................................................................................. 134 
2.4 ANÁLISE DE FATORES VERSUS ANÁLISE DE COMPONENTES .......................................135 
2.5 CRITÉRIOS PARA A EXTRAÇÃO DE FATORES ................................................................... 135 
2.6 ROTAÇÃO DE FATORES ........................................................................................................ 135 
2.7 MODELO BÁSICO DE ANÁLISE FATORIAL........................................................................... 136 
2.8 EXEMPLO DE APLICAÇÃO ..................................................................................................... 138 
2.8.1 Adequação dos dados ....................................................................................................... 138 
2.8.2 Análise fatorial de componentes ....................................................................................... 139 
2.8.3 Interpretação de fatores..................................................................................................... 139 
2.8.4 Nomeação de fatores ........................................................................................................ 140 
 
 
vii
2.8.5 Equações do modelo ......................................................................................................... 141 
2.9 CONSIDERAÕES FINAIS......................................................................................................... 142 
2.10 REFERÊNCIAS....................................................................................................................... 142 
2.11 EXERCÍCIOSDE APRENDIZAGEM ....................................................................................... 142 
CAPÍTULO 7........................................................................................................................................ 143 
APL E DESENVOLVIMENTO LOCAL NA AMAZÔNIA: EVIDÊNCIAS .............................................. 143 
7.1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 143 
7.2 O FOCO TERRITORIAL E O CONCEITO DE ARRANJO PRODUTIVO................................. 146 
7.2.1 Arranjos produtivos locais e competitividade sistêmica .................................................... 147 
7.3 EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS COMUNS AOS APL DA AMAZÔNIA............................................ 153 
7.3.1 Centralização das ações de decisão nas empresas ......................................................... 154 
7.3.2 Elementos comuns identificados em estudos prévios....................................................... 154 
7.3.3 Elevado grau de integração vertical intra-empresa regional ............................................. 155 
7.3.4 Ampla diversidade de produtos e baixo volume de produção........................................... 157 
7.3.5 Fontes escassas de recursos e forte aleatoriedade na aplicação .................................... 157 
7.3.6 Mercado de produto restrito............................................................................................... 158 
7.3.7 Tecnologia ......................................................................................................................... 158 
7.3.8 Capacitação da mão-de-obra local.................................................................................... 159 
7.3.9 Infra-estrutura de transporte e comercialização................................................................ 160 
7.4 REFERÊNCIAS......................................................................................................................... 160 
7.5 EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM........................................................................................ 162 
CAPÍTULO 8........................................................................................................................................ 163 
MATRIZES DE INSUMO-PRODUTO E DE CONTABILIDADE SOCIAL............................................ 163 
8.1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 163 
8.2 MODELO ESTÁTICO ABERTO DE INSUMO-PRODUTO....................................................... 164 
8.2.1. Exemplo de aplicação do modelo ......................................................................................... 166 
8.3 MATRIZ DE CONTABILIDADE SOCIAL .................................................................................. 167 
8.3.1 O modelo algébrico da matriz de contabilidade social .......................................................... 169 
8.3.2. Aplicação do modelo de MCS .......................................................................................... 174 
8.4.3 Efeitos multiplicadores e setores-chave da Região Norte................................................. 178 
8.4.4 Considerações finais ......................................................................................................... 181 
8.5 REFERÊNCIAS......................................................................................................................... 182 
8.6 EXERCÍOS DE APRENDIZAGEM............................................................................................ 184 
APÊNDICE – ÁLGEBRA MATRICIAL................................................................................................. 186 
1. TERMINOLOGIA DA ANÁLISE MATRICIAL.............................................................................. 186 
2. MANIPULAÇÃO ALGÉBRICA DE MATRIZES........................................................................... 187 
2.1 IGUALDADE DE MATRIZES .................................................................................................... 187 
2.2 MATRIZ TRANSPOSTA ........................................................................................................... 187 
2.3 ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO DE MATRIZES ................................................................................ 187 
3. MULTIPLICAÇÃO DE MATRIZES.............................................................................................. 188 
 
 
viii
3.1 MULTIPLICAÇÃO POR UM ESCALAR.................................................................................... 188 
2.2 MULTIPLICAÇÃO DE MATRIZES............................................................................................ 188 
4. DETERMINANTE DE UMA MATRIZ .......................................................................................... 189 
4.1 REGRA GERAL DE LAPLACE................................................................................................. 190 
4.2 PROPRIEDADES DO DETERMINANTE.................................................................................. 191 
5. MATRIZ INVERSA ...................................................................................................................... 191 
5.1. SOLUÇÃO DE SISTEMAS LINEARES ................................................................................... 193 
6. SOLUÇÃO DE MATRIZES NO EXCEL ...................................................................................... 194 
7. REFERÊNCIAS........................................................................................................................... 195 
8. EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM .......................................................................................... 195 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 1 
 
 
 
CONCEITO DE ECONOMIA RURAL 
 
1.1 INTRODUÇÃO 
Neste capítulo, apresenta-se o conceito de economia rural como uma aplicação do conceito 
de economia ao setor rural. A possível origem da economia rural deve estar vinculada à Escola 
Fisiocrata, que marcou seu espaço entre 1750 e 1775 quando nasceu a Escola Clássica. Neste 
tempo, o maior representante da Escola Fisiocrata, Dr. François Quesnay, filho de agricultor e médicode Luís XV, atribuiu grande ênfase ao setor rural ao defendê-lo como único capaz de gerar riqueza. 
Deste momento histórico em diante, a produção rural marca cada vez mais, sobretudo na 
economia brasileira, importância para o desenvolvimento intersetorial da economia. Até os anos 30, o 
Brasil dependia praticamente da economia do café, depois iniciou a diversificação da produção e da 
agroindustrialização dos produtos rurais, de modo que na segunda metade do século XX, a pauta de 
exportação de produtos rurais se ampliou consideravelmente para café, açúcar, suco de laranja, 
algodão, soja, milho, pimenta-do-reino, frutas, flores, madeira, papel e celulose, peixe, camarão, 
carnes, óleo vegetal, entre outros. 
No início do século XXI, o Brasil passou a ser o maior exportador de carnes, suco de laranja, 
açúcar, álcool e o segundo maior exportador de soja, por exemplo. Em 2004, o agronegócio brasileiro 
exportou US$ 39 bilhões, gerando um superávit de US$ 34,1 bilhões, representando 48,46% das 
exportações totais. 
O agronegócio respondeu por 21,6 milhões de empregos, cerca de 30% da população 
economicamente ativa e 34% do produto interno bruto (PIB), ou US$ 206 bilhões. 
Na Amazônia, o agronegócio empregou 1,3 milhão de pessoas, em 2004, 45% da mão-de-
obra ocupada na região, participou como 22% das exportações e com 39% do PIB, cerca de R$ 33 
bilhões. 
Pelo que se observa, a Economia Rural é um tópico importante dentro da ciência econômica, 
merecendo destaque no ensino de graduação e pós-graduação nos principais cursos agrícolas e não-
agrícolas das principais universidades do Brasil e do Mundo. 
O conceito de Economia Rural diz respeito ao conjunto dos conhecimentos que envolvem as 
relações de produção, processamento, distribuição e consumo das coisas rurais, agora e no futuro. A 
definição de Economia Rural se refere ao estudo das formas como o homem escolhe utilizar 
tecnologia e recursos escassos (como trabalho, capital, recursos naturais e capacidade de gestão) 
em atividades alternativas (agrícola, pecuária, florestal, extrativa) para produzir alimentos e fibras 
e distribuí-los para atender às necessidades de consumo das populações presentes e futuras, 
sem destruir a natureza. 
 
 
2
Este conceito amplo de Economia Rural carece de compreensão sobre como utilizá-lo na 
prática para cumprir as funções socioeconômicas da agricultura e contribuir para enfrentar, talvez, o 
maior problema da humanidade neste século que é a fome e a desnutrição. Sabe-se que o setor rural 
é o que apresenta a maior capacidade de resposta, a um menor custo e maior dinamismo por: 
a) Utilizar racionalmente os fatores de produção, tecnologia apropriada e reduzir os impactos 
ambientais; 
b) Produzir alimento e fibra para consumo, processamento e exportação, reduzindo a fome; 
c) Criar oportunidade de trabalho e emprego, gerar e distribui renda, ampliar o tamanho do 
mercado de produtos e de fatores, reduzindo a pobreza; 
d) Contribuir para controlar a inflação e equilibrar a balança comercial, via exportações de 
commodities e produtos de maior valor agregado; 
e) Colaborar com o desenvolvimento econômico em função das ligações que estabelece com as 
atividades a montante e a jusante, formando cadeias produtivas integradas e dinâmicas. 
Um dos pontos cruciais da aplicabilidade do conceito de Economia Rural e compreender o 
que são os fatores de produção e como são alocados nas atividades rurais. 
1.2 FATORES DE PRODUÇÃO 
Por fatores de produção, compreendem-se os meios utilizados pelo homem para produzir 
bens e serviços, destinados à população presente e futura. Esses fatores possuem as características 
de serem limitantes em quantidade, em função do Estado da arte, e versáteis por ter uso múltiplo e 
permitir combinações em proporções variáveis. 
A classificação mais usual para os fatores de produção é a seguinte: trabalho (T), capital (K) 
e recursos naturais (N). 
a) Trabalho (T): é a contribuição do ser humano na produção, na forma de atividade física 
(trabalho do diarista na agricultura, peão na pecuária, técnico agrícola, funcionários na 
agroindústria, etc.) e atividade mental (gestão e controle – contador, administrador, 
agrônomo; consultor – veterinário, agrônomo, engenheiro florestal, zootecnista, engenheiro 
de pesca, advogado, etc.). O trabalho na unidade de produção rural é identificado por: 
emprego permanente (trabalho remunerado e com carteira assinada, consultoria 
permanente), emprego temporário (trabalho remunerado com ou sem carteira assinada; mão-
de-obra do diarista ou trabalho eventual), trabalho da família (a grande maioria não é 
remunerada), serviço de empreitada (prestação de serviço), mutirão (geralmente ocorre nas 
comunidades rurais, mediante a troca de dias de trabalho onde todos participam). 
b) Capital (K): o capital pode ser classificado em fixo e variável, de acordo com o tempo de uso. 
O capital fixo é o conjunto de ferramentas, equipamentos, máquinas e instalações (armazém, 
casa de máquinas, estábulo, conjunto de irrigação, estrada, barragem, etc.), fabricados ou 
construídos pelo homem e que contribuem para a produção de bens e serviços. Este tipo de 
capital é incorporado lentamente ao processo produtivo e uma vez adquirido, seu custo 
independe da quantidade produzida. Assim, se um agricultor adquire um trator por 100 
unidades monetárias, cujo uso racional permite arar 300 ha de terra por ano e o agricultor ara 
apenas 20 ha e deixa o trator parado o resto do ano, o custo empatado é o mesmo que 
trabalhasse os 300 ha. Portanto não há como recuperar o custo investido em capital fixo que 
não é utilizado. O capital variável, como o próprio nome indica, varia com a quantidade 
produzida. Ele se incorpora ao processo produtivo em um único ato de produção. São 
exemplos: sementes, adubo, fertilizantes, agrotóxicos, mão-de-obra temporária, combustível, 
sacaria, etc. Se para o cultivo de um hectare são necessários 200 kg de adubo, cinco 
hectares necessitam de uma tonelada de adubo. Portanto, o uso do insumo varia com a 
quantidade produzida. 
c) Recursos Naturais (N): são os elementos da natureza que o homem utiliza para produzir 
bens. A terra é o principal fator de produção entre os recursos naturais. A terra oferece o 
substrato de sustentação das lavouras (culturas temporárias e permanentes), pastagens para 
a pecuária, plantio de florestas, construção de edificações rurais, etc. De acordo com sua 
fertilidade e proximidade dos mercados e da infra-estrutura de estradas, alcança maior preço 
 
 
3
no mercado. A terra é um ativo importante que serve como garantia para a obtenção de 
empréstimos bancários e para a formação de parceria com agroindústrias, cooperativas, etc. 
A água também é um importante fator de produção e responde por grande parte das boas 
colheitas e produção de pastagens, de acordo com sua distribuição pluviométrica. A água 
utilizada na irrigação afeta diretamente a produção e a qualidade do produto. A água utilizada 
na produção de energia, produção de peixe e camarão em cativeiro, consumo dos animais e 
consumo humano também é considerado como recurso natural de grande influência na 
produção rural. A floresta é outro recurso natural que fornece madeira para as construções 
rurais, cercas, estábulos, lenha, carvão e proteção de encostas, margens de rios, etc. O clima 
(insolação, temperatura, chuva, umidade, vento, etc.) também contribui de forma significativa 
para o bom desempenho da produção rural. Os minerais (nitrogênio, fósforo, potássio, 
calcário, ferro, etc.) são importantes fatores de produção. Por último, são considerados como 
recursos naturais os animais como aves de postura, matriz leiteira, eqüídeos, etc. 
Atualmente, grande atenção tem sido dada ao uso dos recursos naturais de forma 
sustentável, sendo reconhecido pelo mercado consumidor, que paga um prêmio aos produtos 
geradosem processos limpos, ou seja, de baixo impacto sobre o meio ambiente. 
Após esta apresentação sucinta dos fatores de produção, é de fundamental importância que 
se conheça como esses recursos produtivos estão sendo empregados nas unidades de produção da 
Amazônia. Toma-se como exemplo as unidades produtivas rurais do Estado do Pará, com base no 
Censo Agropecuário de 1995. 
A utilização das terras nas unidades de produção rurais do Estado do Pará, de acordo com 
os dados do Censo Agropecuário, é a seguinte: 3,9% ocupadas com lavouras (culturas temporárias e 
culturas permanentes); 28,3% ocupadas com pastagens plantadas e 7,9% com pastagens naturais 
(pecuária de corte e de leite); 0,6% com matas plantadas (plantio de eucalipto para celulose e outros 
plantios para produzir carvão vegetal); 56,3% ocupados com matas naturais (mata densa, capoeirão 
e capoeira); 3,0% com áreas inaproveitáveis para agropecuária (são consideradas as áreas próximas 
aos igarapés, rios, terrenos muito inclinados, área com benfeitorias, etc.). 
Os preços das terras agricultáveis na região amazônica e, especificamente, no Pará, em 
2004, são: mata R$ 255,00/ha em Monte Alegre; pastagem formada R$ 383,00/ha em São Félix do 
Xingu; agricultura R$ 1.225,00/ha em Monte Alegre, Oriximiná e Alenquer. No Paraná, os preços das 
terras agrícolas são: mata R$ 1.294,00/ha em Guarapuava, pastagem formada R$ 6.198/ha em 
Londrina e agricultura R$ 14.773,00/ha em Londrina. Observam-se que os preços das terras no Pará 
são os mais baixos do mundo, por isso, dada sua fertilidade natural e a facilidade de correção, 
mesmo não contando com infra-estrutura de estradas e de comercialização, a Amazônia está 
atraindo muitos empresários da área de grão, madeira e de pecuária. 
O pessoal ocupado nas unidades de produção rural do Estado do Pará, segundo os dados 
do Censo Agropecuário, apresentou a seguinte distribuição por atividade produtiva: 48,4% das 
pessoas estão ocupadas nas lavouras temporárias (arroz, feijão, milho, mandioca, hortaliças, etc.); 
11,9% nas lavouras permanentes (frutas, cacau, café, pimenta-do-reino, dendê, seringa, sistema 
agroflorestal, etc.); 16,8% na silvicultura (florestas plantadas) e extrativismo florestal; 22,9% na 
pecuária (bovinos, bufalinos, aves, suínos, ovinos, caprinos). Cabe ressaltar que o conceito de 
ocupação é mais amplo do que o de emprego formal, pois, contempla o trabalho de qualquer pessoal 
mesmo que tenha se ocupado na atividade apenas por um dia de serviço em dado ano agrícola. 
O emprego formal, nestas mesmas atividades rurais foi o seguinte: 23,7% em lavouras 
temporárias e 15,0% em lavouras permanentes; 9,0% em silvicultura e extração vegetal; 43,8% na 
pecuária; 8,6% na produção mista (lavoura e pecuária). 
Pelo que se observa, a situação se inverte entre a pecuária e a lavoura temporária. Assim, a 
atividade rural pecuária gerou maior número de emprego formal e a lavoura temporária ocupou maior 
número de mão-de-obra. Tanto o emprego formal quanto a ocupação temporária de mão-de-obra são 
importantes para atenuar a migração da força de trabalho mais qualificada do campo para as cidades, 
vez que mesmo de forma sazonal, em determinados períodos do ano, por ocasião de preparo de 
área, tratos culturais, colheitas, limpeza de pasto, concerto de cerca, etc., cria-se oportunidade de 
trabalho para a mão-de-obra do setor rural. 
Na Tabela 1.1, apresenta-se a relação entre o total do emprego (formal e informal, 
remunerado ou não-remunerado), obtido do Censo Populacional de 2000 e o emprego formal do 
Registro Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego relativo ao ano 
2000. Pelo que se observa, a hegemonia das atividades está trabalhando com mão-de-obra informal, 
 
 
4
portanto não estão cumprindo a legislação trabalhista. As atividades de pesca e lavoura temporária 
na Amazônia são tipicamente unidades familiares, em que a quase totalidade do trabalho é da família 
e uma pequena parte é constituída do trabalho temporário. 
Tabela 1.1 
Dados de pessoal ocupado e emprego formal por atividade produtiva no Estado do Pará, relativo ao 
ano 2000. 
Atividade produtiva Ocupação (A) Emprego (B) Participação (B/A) 
Lavoura temporária 279.694 2.251 0,80% 
Lavoura permanente 119.743 2.879 2,40% 
Pecuária de corte 65.422 5.075 7,76% 
Pecuária de pequeno porte 37.712 961 2,55% 
Exploração florestal 49.549 2.849 5,75% 
Pesca 66.386 476 0,72% 
Agroindústria animal 5.456 3.876 71,04% 
Agroindústria vegetal 74.580 10.725 14,38% 
Curtumes de couro 1.482 244 16,46% 
Madeira e mobiliário 55.342 31.340 56,63% 
Total geral 2.017.162 458.632 22,74% 
Fonte: Censo (2000); RAIS (2001). A = dados do censo de ocupação de mão-de-obra; B = dados de 
empregos formais da RAIS. 
 
 
Mesmo nas atividades agroindustriais como o processamento de produtos vegetais 
(agroindústria vegetal) e o beneficiamento de couro (curtume) em que a informalidade é grande. 
Estas unidades produtivas são enquadradas na categoria de microempresas e de empresas de 
pequeno porte, que sofrem a influência de diversos fatores, como elevada carga tributária, dificuldade 
de acesso a crédito, acesso a assistência técnica e a tecnologia, acesso a mercado e elevados 
encargos trabalhistas. Em função disso, a maioria das empresas operam na informalidade. 
Mesmo na agroindústria de beneficiamento de produtos de origem animal (carne, leite, 
pescado, aves) e de madeira e mobiliário, em que há muitas empresas de médio e grande porte, há 
também emprego informal, face aos fatores indicados no parágrafo anterior. 
A tecnologia empregada nas atividades rurais do Estado do Pará ainda é rudimentar ou 
tradicional. Na pecuária, convive-se com fazendas em que são empregadas as práticas de 
inseminação artificial, transferência de embrião e manejo rotacional de pastos, representando a 
fronteira tecnológica e da qualidade da produção, e com fazendas em que o gado não tem raça 
definida, com sistema de manejo extensivo. Na agricultura, predomina a agricultura familiar em que 
no preparo da área ainda utiliza o fogo para a queima da vegetação. Recentemente, chegou a 
agricultura mecanizada, em que são empregadas tecnologias-padrão de outros centros de produção 
de grãos domo Paraná e Mato Grosso. 
Na pecuária, o controle de doenças do rebanho, conforme dados do Censo Agropecuário, 
apenas 60,85% das unidades de produção fez o controle de alguma doença (aftosa, raiva, brucelose, 
etc.); 0,56% das unidades de produção fizeram inseminação artificial, contra 7% no Brasil. A 
conservação do solo (uso de curva de nível, terraço, quebra-vento, rotação de cultura, plantio direto, 
correção do solo, etc.) foi praticada em 3,45% das unidades de produção e apenas 16,87% dessas 
unidades empregaram fertilizantes de solo. 
Com relação ao fogo intencional, utilizado como técnica agrícola tem-se que na Amazônia, é 
empregado para a limpeza de pastagens, de áreas agrícolas e em áreas de floresta densa para ralear 
e permitir o crescimento de gramíneas. Há também o fogo não intencional ou acidental que ocorre em 
áreas de floresta (por ocasião de faísca, fogos realizados para tirar mel, etc.) e em áreas de 
pastagens, provocado por faísca produzido por pedras ao se tocarem, pontas de cigarro jogadas por 
passageiros, etc. A distribuição da incidência de fogo é a seguinte: 52% são queimadas intencionais, 
sendo 36% para limpeza de áreas e 16% em áreas de floresta; 48% são queimadas acidentais, 
sendo 12% em áreas de floresta e 36% em áreas de pastagens. 
Com relação ao preparo de área para o plantio de grãos, a Figura 1.1 mostra uma área 
prepara pelo método tradicional de derruba e queima para plantio de arroz ou de pastagem. A Figura 
2 é uma área que inicialmente foi preparada com uso de trator e os leirões com as árvores acamadas 
sendo queimados para permitir a limpeza do terreno e realizar o plantio de grãos.5
A Figura 1.1 mostra um preparo de área pelo método tradicional de derruba e queima. Nota-
se que as árvores mais grossas são deixadas, porque demanda trabalho pesado para ser feito com 
machado. Assim, broca-se o mato mais fino e põe fogo para limpar a área e depois se contrata uma 
moto-serra para fazer a derruba e corte da madeira para a produção de estacas, lenha ou ainda 
madeira para carvão. 
Na Figura 1.2, a madeira é arrancada por tratores, mediante o uso de correntão atrelada a 
dois tratores que a arrasta para tombar as árvores. Após esta prática, põe-se fogo para queimar as 
árvores finas. O restante é ajuntado em leiras, formando camaleões no comprimento da área. Entre 
estas leiras, faz-se o plantio de arroz. No ano seguinte, queimam-se essas leiras e planta-se o arroz. 
Esta prática continua até amansar a terra, ou seja, até que a área fique livre de raízes, tocos, para 
permitir a utilização plena nas máquinas na lavoura da soja. 
 
 
Figura 1.1 – Área preparada para o plantio de arroz ou pastagem. Foto de Antônio Menezes. 
 
 
 
Figura 1.2 – Área preparada com trator e queima dos leirões de mato. Foto de Max. 
 
 
 
6
Estas informações, portanto, ajudam a entender a utilização dos recursos ou fatores de 
produção nas unidades de produção. É importante observar que a não utilização de tecnologias 
apropriadas se deve à escassez dos recursos. A escassez é determinada em função do Estado da 
arte em termos do conhecimento que os produtores têm sobre a utilização racional desses fatores de 
produção em cada atividade. 
Assim, a terra mesmo existindo em grande quantidade na Amazônia, é limitada no que 
concerne à qualidade e possibilidade de uso (fertilidade natural, declividade, legislação ambiental, 
reservas, áreas indígenas, infra-estrutura, preço, direito de uso, etc.). A terra para ser utilizada na 
produção agropecuária precisa atender aos requisitos legais e se prestar para uso das técnicas 
agrícolas de forma eficiente e competitiva. 
A mão-de-obra pode ser limitada tanto em quantidade como em habilidade profissional para 
executar com eficiência determinadas tarefas agropecuárias ou florestais. Por exemplo, na área da 
BR-163, onde a produção mecanizada de grãos está avançando rapidamente, não se dispõe de mão-
de-obra local para operar com trator e colheitadeira, agrônomos e técnicos agrícolas especializados 
em grãos, caracterizando uma escassez de mão-de-obra com especialização nas atividades de 
grãos. 
Há também escassez de tecnologia apropriada às condições das terras da Amazônia e da 
força de trabalho local. A introdução de tecnologia importada está causando grande estrago ao meio 
ambiente, portanto, sem garantia de sustentabilidade em longo prazo. A tecnologia social ou 
tecnologia apropriada aos sistemas de produção locais carecem de maciços investimentos na 
geração e difusão desses conhecimentos para a apropriação dos agentes que atuam na Amazônia. 
A seguir serão apresentados os principais sistemas de produção ou alternativas de produção 
em prática na Amazônia. É nestas atividades que os fatores de produção são combinados de tal 
forma a gerar os produtos destinados ao consumo das famílias. Esta ação de alocar recursos 
escassos em atividades alternativas dentro da unidade de produção ocorre como no esquema 
apresentado em seguida. 
A Figura 1.3 ilustra o processo de produção em que os fatores de produção representam as 
entradas, a unidade de produção é o local onde se faz a escolha da atividade para a alocação dos 
fatores e a produção representa as saídas dos produtos finais para a venda nos mercados 
consumidores. Uma parte deste produto volta para retroalimentar o sistema. 
 
 
Figura 1.3 – Esquema do sistema de alocação e transformação de insumo e produto final. 
 
 
 
Os fatores de produção têm preço em função da sua escassez e da utilidade que agregam à 
produção. Estes fatores vão compor o custo de produção das atividades produtivas. Em função disso, 
na unidade de produção procura-se fazer uso de tais fatores de tal modo a se obter o máximo de 
produção ao menor custo possível, ou seja, procura-se maximizar o lucro de cada atividade. A arte de 
utilizar racionalmente os fatores de produção é denominada gestão empresarial, considerado fator 
limitante ao desenvolvimento local na Amazônia e no Brasil como um todo. 
Na seção seguinte serão apresentados os principais sistemas de produção ou tipos de 
unidades produtivas em que a utilização desses fatores de produção entra como variáveis 
caracterizadoras. 
Fatores de produção 
• Trabalho 
• Capital 
• Recurso natural 
Unidade de produção 
• Escolha da atividade 
• Alocação de fatores 
• Gestão, etc. 
Produção 
• Alimentos 
• Fibras 
• Outros 
 
 
7
1.3 PRINCIPAIS TIPOS DE UNIDADES DE PRODUÇÃO 
Neste tópico, faz-se uma descrição sucinta sobre os principais traços dos sistemas 
agropecuários praticados nas unidades de produção rural da Amazônia ou do Brasil. Todos os 
sistemas serão avaliados com base em sete variáveis fundamentais: tamanho da unidade de 
produção, força de trabalho, tecnologia, destino da produção, forma de produção, tipo de produto e 
impacto ambiental. 
A analise dessas variáveis permite que seja feita uma diferenciação dos principais tipos de 
sistemas de produção rural, sem a necessidade de seguir uma ou outra visão teórica estilizada. 
Essas variáveis permitem transitar por todas as correntes ideológicas que tratam dos conceitos de 
agricultura sem optar por uma específica. 
1.3.1 Agricultura tradicional ou de baixa renda 
A agricultura tradicional, também chamada de agricultura familiar, agricultura camponesa ou 
agricultura de baixa renda, apresenta as seguintes características: 
a) Tamanho da unidade de produção ou porte do produtor: pequeno porte. Na Amazônia, 
pode ser considerado um pequeno produtor aquele que possui apenas um lote de terra (50 
ha no nordeste paraense ou 100 ha na rodovia Transamazônica ou na BR-163). Alguns 
autores consideram as unidades com áreas produtivas de até 100 hectares e outros incluem 
como agricultura camponesa todos os produtores com área de até 200 ha. 
b) Força de trabalho: predomina a mão-de-obra familiar. A literatura considera agricultura 
familiar ou agricultura de baixa renda aquela unidade produtiva em que pelo menos 50% da 
mão-de-obra utilizada provêm da própria família do produtor. O termo baixa renda se deve ao 
fato de que a produção desses agricultores alcança baixa cotação de preço no mercado, 
gerando uma baixa renda, dado que são produtos de primeira necessidade, de baixo valor 
agregado e produzido em pequena quantidade. 
c) Tecnologia de produção: tradicional, adquirida com a experiência passada, com forte traço 
da cultura local. Os produtos (variedades de plantas e raças de animais) são rústicos, porém 
de menor produtividade que as culturas comerciais. A tecnologia, do preparo da área até a 
colheita, via de regra, é feita manualmente, com uso mínimo de mecanização e agrotóxicos. 
A broca e derruba da mata é feita com ferramentas rústicos (foice, machado, terçado), em 
alguns casos moto-serra. Ainda se pratica a queima para limpar a área a ser cultivada. Os 
tratos culturais como plantio e capina é feito com enxada. 
d) Destino da produção: boa parte da produção se destina ao consumo da família na 
propriedade e apenas o excedente é destinado ao mercado. Isto significa que a decisão do 
produtor volta-se, em primeiro lugar, para assegurar o sustento da família e não para atender 
ao mercado. 
e) Forma de produção: diversificada. Um traço fundamental da agricultura familiar é a 
diversificação da produção. Numa mesma área cultivam-se vários produtos, como uma forma 
eficiente de reduzir o risco de preço de mercado, reduzir o ataque de pragas e doenças e 
garantir a sustentação da família. A diversificação de atividade (culturas anuais,culturas 
perenes, árvores, pequenos animais, grandes animais) permite alocar de forma adequada a 
mão-de-obra da família ao longo do ano. Pratica-se o consórcio agrícola ou, em alguns 
casos, o sistema agroflorestal. 
f) Tipo de produto: arroz, feijão, mandioca, milho, hortaliças, frutas, lenha, carvão, galinha, 
porco, gado, ovinos e caprinos. Esses produtos são cultivados em pequena escala individual, 
mas no conjunto, o excedente comercializado abastece boa parte do mercado. 
g) Impacto ambiental: de moderado a alto. Como não são empregadas as práticas 
conservacionistas de solo (curva de nível, terraço, plantio no sentido contrário ao declive, 
áreas próximas a igarapés, etc.) e o uso do fogo para limpar a área, causa importante 
impacto na fertilidade do solo e na flora e fauna, pois, na Amazônia, as queimadas, 
geralmente, ultrapassam á área a ser queimada e destrói parte da floresta e sua 
biodiversidade. 
 
 
8
A Figura 1.4 ilustra uma produção de galinha caipira, típica da produção familiar. Observa-se 
que há várias raças de galinhas, inclusive a galinha-d’angola. Esta diversificação de produtos permite 
atender aos diferentes gostos e preferências do consumidor e da própria família. O cercado de 
madeira próximo à casa serve para reunir o rebanho, alimentá-lo com milho, escolher os animais para 
venda e para proteger de predadores durante a noite. A Figura 1.5 mostra um rebanho de animais da 
produção familiar, onde também predomina a diversidade de animais sem raça definida, são os 
mestiços (mistura de gado zebu como gado europeu) e raçados (mistura entre raças zebuínas). Este 
tipo de animal é criado pela sua rusticidade e grande capacidade de sobrevivência ao manejo 
extensivo. Porém, no que tange ao mercado, a carne apresenta baixo padrão de qualidade, não 
atendendo aos requisitos dos consumidores internacionais. 
 
 
Figura 1.4 – Produção familiar de galinha caipira no Pará. Foto de Antônio Menezes. 
 
 
 
 
Figura 1.5 – Produção familiar de gado no Pará. Foto de Antônio Menezes. 
 
A Figura 1.6, por sua vez, mostra o transporte de banana da produção familiar, em lombo de 
burro. Esta prática causa grande prejuízo, pois apenas 40% da produção colhida chegam ao mercado 
em condições de consumo. 
 
 
9
 
 
Figura 1.6 – Transporte de banana da produção familiar no Pará. Foto de Antônio Menezes. 
 
 
1.3.2 Agricultura sustentável ou ecológica 
A produção sustentável engloba um grande leque de sistemas de produção, como a orgânica, 
em que não se utilizam insumos químicos na produção, também conhecida como produção 
ecológica, com uso de tecnologia biológica para manejo do solo e das plantas, e produção 
sustentável, em que é permitida a utilização de insumos químicos rigorosamente dentro das 
recomendações técnicas. 
As características deste tipo de agricultura, bastante utilizada nas regiões Sul e Sudeste do 
Brasil, e iniciadas na Amazônia, são apresentadas em seguida. 
a) Tamanho da unidade de produção ou porte do produtor: pequeno porte. 
b) Força de trabalho: mão-de-obra familiar em algumas unidades produtivas e em outras 
utilizam predominantemente mão-de-obra contratada. 
c) Tecnologia de produção: tecnologia biológica para manejo do solo, manejo de pragas e 
doenças e de plantas invasoras. Emprega-se tecnologia motorizada também e uso de 
agrotóxico, porém em níveis reduzidos e obedecendo a todas as recomendações técnicas do 
fabricante. 
d) Destino da produção: boa parte da produção se destina ao mercado consumidor. É um 
nicho de mercado, em que o produto é identificado, com preço mais alto, mas que uma 
parcela de consumidor está disposta a pagar esse preço mais alto para obter produtos 
saudáveis, sem produtos químicos prejudiciais à saúde. 
e) Forma de produção: diversificada. Combinam-se vários tipos de plantas e animais em uma 
mesma unidade de produção. É uma atividade própria das granjas próximas ao mercado 
consumidor. As chácaras produtoras de hortaliças, frutas, leite, ovos, permitem integrar a 
produção e empregar a tecnologia biológica. 
f) Tipo de produto: hortaliças, frutas, queijo, leite, ovos, galinha caipira. A produção se destina 
à feira do produtor e atende a um nicho de mercado. Nos supermercados, o produto é 
diferenciado para os consumidores que demandam esse tipo de produto. O nicho de mercado 
é formado por consumidores de renda mais elevada e com maior nível de conhecimento 
 
 
10
sobre saúde, alimentação e meio ambiente. Este nicho de mercado cresce a taxas superiores 
a 20% ao ano no mundo. 
g) Impacto ambiental: baixo a muito baixo. No caso da agricultura orgânica, o impacto 
ambiental é muito baixo, chegando a zero no que tange ao uso de produtos químicos. 
Os produtos ilustrados nas Figuras 1.1 e 1.3, produção de galinha caipira e banana, são 
orgânicos, pois não empregam produtos químicos, porém a tecnologia não é biológica, no caso da 
banana. 
1.3.3 Agricultura integrada ou moderna 
A agricultura integrada ou moderna predomina no Brasil e em algumas atividades na 
Amazônia, como pecuária de corte, produção de grãos (arroz, milho e soja) e dendê. Esta agricultura 
faz uso intensivo de agrotóxico e de máquinas em todas as fases da produção. A produção se vincula 
diretamente ao mercado consumidor, a uma agroindústria ou a uma cooperativa. As decisões são 
tomadas de acordo com as regras do mercado. 
Os principais traços desta atividade são apresentados a seguir. 
a) Tamanho da unidade de produção ou porte do produtor: pequeno, médio e grande porte. 
Não há discriminação quanto ao tamanho, pois os pequenos produtores, se organizados em 
associação ou cooperativa, podem empregar de forma eficiente a tecnologia motorizada 
(mecânica e química). Na Amazônia, há associações de produtores produzindo grãos 
mecanizados em áreas entre 5 e 10 ha por unidade produtiva. 
b) Força de trabalho: mão-de-obra contratada e com habilidade técnica. Da mão-de-obra da 
família, geralmente, apenas com o produtor ou filho que respondem pela gestão das 
atividades constam como empregados. 
c) Tecnologia de produção: mecanizada e química. Faz uso da mecanização em todas as 
fazes da cultura (preparo de área, plantio, tratos culturais, colheita e beneficiamento). Utilizam 
produtos químicos em larga escala para combate de pragas e doenças na lavoura e no 
rebanho. 
d) Destino da produção: A maior parte ou toda a produção é destinada ao mercado. 
Dependendo da característica do produto, vende-se a produção no mercado físico ou no 
mercado de futuros, mediante negociações em bolsa de mercadorias. No mercado físico, 
geralmente, a produção é entregue a traders (grandes intermediários da produção e 
comercialização como a Cargil, Bunge, no caso de milho e soja), a uma agroindústria de 
beneficiamento como usina de arroz, frigorífico para abate de gado, indústria de óleo, etc. 
e) Forma de produção: monocultura. Este tipo de agricultura empresarial necessita de escala 
mínima para tornar o uso das máquinas, instalações, insumos químicos e a gestão eficiente. 
Assim, faz-se o cultivo de um único produto em dada área contínua. 
f) Tipo de produto: grãos mecanizados (arroz, milho e soja); pomares de laranja, manga, 
maçã; pecuária à base de pasto; avicultura e suinocultura integradas, etc. 
g) Impacto ambiental: alto a muito alto. O grau de revolvimento do solo é grande, levando à 
compactação e/ou à perda por erosão. Uso intensivo de agrotóxico leva à contaminação do 
meio ambiente por poluição do ar e contaminação do lençol freático, além de eliminar parte 
dos insetos inimigos naturais das pragas, assim como reduzem os insetos que servem de 
alimentos para os pássaros. Demais disso, afeta a saúde do homem. 
 Figura 1.7 mostra o gado da raça nelore sendo alimentado à base de pasto, formada 
artificialmente, no município de Rurópolis no Estado do Pará. Nota-se quepara a formação da 
pastagem foi retirada toda a vegetação e para fazer a limpeza, geralmente, se utiliza o fogo. 
A Figura 1.8 exibe uma área preparada mecanicamente para o plantio de soja. Observa-se 
que a área está totalmente desprovida de vegetação e sem nenhuma proteção. Ao fundo, encontram-
se os silos para o beneficiamento e armazenamento da produção. A escala mínima para viabilizar 
esta infra-estrutura gira em torno dos 800 hectares de área cultivada. Na Amazônia, em função da 
legislação ambiental que só permite desmatar 20% da área, o produtor necessitaria de uma área de 
4.000 hectares de terra. 
 
 
11
 
 
Figura 1.7 - Produção integrada ou moderna em Rurópolis Pará. Foto de Max. 
 
 
 
Figura 1.8 – Agricultura integrada ou moderna em Belterra Pará. Foto de Max. 
 
1.3.4 Agricultura de precisão 
A agricultura de precisão surge como necessidade de manter o lucro da agricultura moderna, 
mediante a redução de custo de produção por aumentar a precisão e o controle do uso de insumos e 
da tecnologia de produção. Consiste então em empregar tecnologia da informação e conhecimento 
para fazer uso preciso dos insumos e evitar desperdício. O produtor deve mapear sua área e 
subdividi-la em talhões homogêneos quanto às suas características físicas e químicas. As 
informações são armazenadas em banco de dados para gerar padrões de análise e comparação em 
relação ao nível ideal de que necessita para o desenvolvimento de cada cultura. Assim, a imagem de 
satélite revela um determinado talhão está com deficiência de nitrogênio ou com um início de ataque 
de pragas. 
 
 
12
O produtor, de posse dessa informação, corrige o solo ou combate a praga apenas naquele 
talhão, economizando uma adubação nitrogenada em toda a área ou faz a pulverização. Com isto, as 
experiências indicam que a redução no uso de adubo ou de agrotóxico chega a mais de 20%. 
Empregam-se também plantas geneticamente modificadas para desenvolver resistência a pragas e 
doenças e ainda não ser afetada pelo uso de dado herbicida para o controle de ervas, gerando uma 
redução de custo de até 30% em relação ao cultivo tradicional. Isto é a fronteira no uso de 
conhecimento e informação na agricultura. As características dessa agricultura são apresentadas em 
seguida. 
a) Tamanho da unidade de produção ou porte do produtor: grande porte. Necessita-se de 
uma área grande e contínua para racionalizar o uso da tecnologia (máquinas, banco de 
dados, imagem de satélite, etc.). 
b) Força de trabalho: mão-de-obra contratada e com alto nível educacional e alta habilidade 
técnica. É uma atividade conduzida por profissionais (agrônomos, veterinários, zootecnistas, 
contadores, administradores, técnicos agrícolas, etc.). 
c) Tecnologia de produção: mecanizada, química, tecnologia da informação e do 
conhecimento. Uso intensivo de informática, imagem de satélite, geoprocessamento e 
georeferenciamento, banco de dados, etc. Faz uso da mecanização em qualquer fase da 
lavoura, monitorado por imagem de satélite. As máquinas são importadas e de preço elevado, 
assim como o quite de informática e a geração de banco de dados sobre a cultura e a área da 
unidade de produção. Testes utilizando a pulverização de precisão por avião já se iniciou na 
Amazônia, no Estado do Mato Grosso, nos plantios de soja, com redução de custo estimada 
em mais de 20%. Esta tecnologia permite colher e identificar diretamente a qualidade do 
produto e a produtividade do talhão. Na pecuária, esta tecnologia entra com a implantação de 
um chip que permite o armazenamento de dados sobre o estádio do animal, sua origem, 
localização, etc. 
d) Destino da produção: Toda a produção é destinada ao mercado. A venda ocorre no 
mercado de futuros (bolsa de mercadorias), onde as agroindústrias adquirem a produção, 
assim como diversos agentes especuladores. 
e) Forma de produção: monocultura. 
f) Tipo de produto: grãos mecanizados (arroz, milho e soja), pomares de laranja, plantios 
florestais, pecuária de corte e de leite. 
g) Impacto ambiental: moderado a baixo. Com a determinação das necessidades de uso de 
adubo e de agrotóxico com maior precisão, a quantidade de insumos aplicados na lavoura 
diminui, o que reduz o impacto sobre o meio ambiente. 
Um outro tipo de unidade produtiva em expansão no mundo e no Brasil é a agricultura 
plural, também chamada de pluriatividade. Neste tipo de unidade produtiva, combinam-se atividades 
rurais com outras atividades não-agrícolas na composição da renda, que são desenvolvidas por 
membros da família e/ou com a ajuda de mão-de-obra contratada. Portanto, é um mix das várias 
unidades de produção apresentadas. Não há limites quanto aos itens utilizados na caracterização das 
unidades de produção acima. A produção agropecuária e florestal pode ser familiar, moderna ou de 
precisão, a mão-de-obra pode ser predominantemente familiar ou contratada, a tecnologia pode ser 
rudimentar ou motorizada, a forma de produção pode ser diversificada ou monocultura, o destino da 
produção pode ser para o autoconsumo ou para o mercado. O traço desta agricultura é que boa parte 
da renda é oriunda de atividades não-agrícolas. 
Uma unidade de produção onde se produz peixe em cativeiro e se combina essa atividade 
com as atividades de lazer na forma de pesque e pague e/ou restaurante para a população, é 
considerada uma unidade de produção plural, pois além da produção de peixe se desenvolve a 
atividade serviço e lazer. Em outras unidades produtivas se combina a atividade agrícola com o 
trabalho no serviço público ou empresa, serviços de mecânica, adaptação de áreas da propriedade 
com trilhas para turistas, etc. Outros combinam ainda as atividades agrícolas com a oferta de mão-
de-obra e comércio ou venda da produção na feira. 
O importante é que neste tipo de unidade de produção, bastante freqüente na região 
amazônica, boa parte da renda é gerada nas atividades não-agrícolas. Nas comunidades ribeirinhas 
da Amazônia, é comum a combinação das atividades de pesca, agricultura, pecuária e a prestação 
de serviços de barco para transporte de safra e de passageiros, assim como a atividade de comércio. 
 
 
13
É freqüente, também, nas unidades produtivas, algum membro da família que complementa a renda 
da família vendendo a força de trabalho e outros atuando como professor no local. 
Até aqui, dois pontos fundamentais do conceito de economia rural foram apresentados: a 
identificação e alocação dos fatores de produção, e os principais tipos de atividade rural onde tais 
fatores produtivos são utilizados, de acordo com a tecnologia disponível. Mostrou-se também o 
significado do termo escassez ou limitação de recursos para emprego imediato nas atividades 
produtivas, quando o mercado sinaliza, tendo como barreira o Estado da arte tecnológica. 
1.4 QUESTÕES ECONÔMICAS 
A compreensão do conceito de Economia Rural ajuda ao tomador de decisão a se preparar 
para responder as seguintes questões fundamentais da economia: 
a) O que e quanto produzir? 
b) Como produzir? 
c) Para quem produzir? 
Estas questões estão presentes no dia a dia dos agentes econômicos, que tomam decisão de 
alocar recursos escassos em atividades alternativas, para satisfazer os desejos e preferências 
individuais ou coletivas, como o produtor familiar de arroz que tenta maximizar seus lucros fazendo 
uso da mão-de-obra familiar, terra e máquinas disponíveis na propriedade, o governo que tenta alocar 
seus gastos, força de trabalho dos funcionários, máquinas e conhecimento para atender as 
necessidades coletivas por saúde, educação, segurança, qualidade de vida, etc. 
A primeira destas questões envolve uma decisão de caráter econômico, pois remete o 
tomador de decisão a fazer a escolha de qual atividade deve produzir e em que quantidade. Para 
apoiar esta decisão, precisa-se fazer um estudo sobre o mercado de produtose de fatores para que 
sejam afloradas as condições de interesse. Dentre as alternativas mais rentáveis e sustentáveis em 
longo prazo, pode-se escolher a mais adequada para atender aos objetivos econômicos, sociais e 
ambientais do tomador de decisão. Eleita a atividade, passa-se para a segunda fase que é determinar 
a quantidade a ser produzida. Isto é importante porque não se pode produzir em demasia nem muito 
pouco em relação ao ótimo de mercado. Se a produção for muito baixa, pode-se estimular a entrada 
no mercado de outros produtores e tirar sua parcela de mercado. Se produzir em demasia, os preços 
podem sofrer forte queda e causar prejuízo. Portanto, a resposta a essa questão exige cuidado, muito 
conhecimento do mercado e experiência para tomar a decisão adequada. 
A segunda questão se resolve no âmbito tecnológico, pois se volta para o conhecimento da 
engenharia de produção de como produzir, fazendo uso da tecnologia apropriada. O emprego de 
tecnologia e conhecimento gerencial permite que se produza no limite máximo que o sistema de 
produção permite ao menor custo possível. Isto significa que se devem eleger os fatores de produção 
e combiná-los na proporção que leva ao máximo de produtividade física e econômica, sem causar 
danos à natureza. 
A formação de capital humano nas universidades e escolas técnicas permite que a 
produtividade total dos sistemas de produção aumente, porque cria condições para combinar de 
forma eficiente os fatores econômicos, sociais e ambientais com as inovações tecnológicas. Define-
se assim, as tecnologias sustentáveis para produzir grãos, frutas, fibras, carne, madeira, peixe, etc., 
em dada área de terra, com a mão-de-obra disponível no local. 
A terceira questão envolve a distribuição da produção para atender aos diversos segmentos 
do mercado local, nacional ou internacional. O âmbito desta decisão envolve conhecimento da 
sociologia para se compreender as necessidades dos consumidores, de acordo com o nível de 
conhecimento, renda per capita e cultura. Esta é uma questão de extrema importância a considerar 
no planejamento da produção para que se contribua efetivamente para aumentar a qualidade de vida 
da população. Ou seja, a resposta a esta questão permite atender ao último requisito do conceito de 
Economia Rural que é a satisfação das necessidades da população agora e no futuro. 
Portanto, a solução adequada para essas três questões é encontrada quando a área de 
convergência entre elas aumenta, ou seja, a área hachurada da Figura 1.9. Nesta figura, o número 1 
no centro representa a área de interação sinérgica das três questões, que representam uma 
 
 
14
combinação ótima de ordem econômica, tecnológica e social. Assim, quanto maior for esta área, mais 
apropriada deve ser a decisão, em conformidade com o conceito de Economia Rural. 
 
 
Figura 1.9 – Representação das questões fundamentais da econômica. 
 
O que e quanto 
produzir? 
Para quem produzir? Como produzir? 
1
 
 
15
1.5 EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM 
E1. Apresente o conceito e a definição de Economia Rural e compare com o conceito de Economia. 
E2. Apresente o conceito de fatores de produção, sua classificação, características e utilização na 
economia da Amazônia. 
E3. Caracterize os principais tipos de agricultura e descreva o que mais se aproxima da realidade de 
sua área do conhecimento (agronomia, medicina veterinária, zootecnia, engenharia de pesca, 
engenharia florestal, economia). 
E4. Quais são as grandes questões da economia e como elas são solucionadas? (pesquise em 
outros textos). 
E5. O conceito de Economia Rural envolve a alocação de recursos escassos em usos 
alternativos, com o fito de atender às necessidades ilimitadas das populações presentes e 
futuras. Explique o significado dos termos grifados. 
E6. Com base no conceito de economia rural “Ciência da alocação de recursos escassos, em 
alternativas de produção rural, com o fito de atender às necessidades do consumidor no presente 
e no futuro, sem destruir a natureza”, responda aos seguintes questionamentos: Como se avalia 
que a terra, em grande disponibilidade na Amazônia e com mais de 56% da área das unidades de 
produção do Estado do Pará ocupadas com matas naturais, é um recurso escasso? 
E7. O quadro abaixo apresenta as características das unidades de produção praticadas na Amazônia. 
Nos espaços em branco da segunda coluna, escreva o nome do tipo de unidade ou sistema de 
produção a que cada uma das características relacionadas se refere. 
No Conteúdo das notícias veiculadas pela imprensa 
Unidade de 
produção a 
que se referem
01 Combinação de produtos alimentares e comerciais, turismo ecológico, pesque pague na unidade de produção, parte da renda oriunda de atividades não-agrícolas. 
02 Grande propriedade, mão-de-obra qualificada, tecnologia GIS, GPS e baixo impacto ambiental. 
03 Produção de frango caipira, ovos, frutas e leite, sem uso de agrotóxicos e controle fitoterápico de doenças, venda para consumidor de alta renda. 
04 
No Pará, uma propriedade inferior a 100 ha, cria gado, culturas temporárias e 
permanentes, extrai produtos não madeireiros, contrata mão-de-obra de forma 
complementar, verde parte da produção para agroindústria, usa tecnologia tradicional 
e moderna, pode ser caracterizada como: 
 
 
E8. O quadro abaixo reproduz as notícias de jornais em determinado dia. Nos espaços em branco da 
segunda coluna, escreva a questão econômica relacionada a cada uma das notícias. 
No Conteúdo das notícias veiculadas pela imprensa Questões 
econômicas a que 
se referem 
01 Os pecuaristas do Pará deverão implementar técnicas de reprodução para 
aumentar a eficiência produtiva e a qualidade do produto. 
 
02 Os empresários da Amazônia devem estudar formas de utilizar a terra para 
atender à legislação do Ibama que prega a diminuição do desmatamento para 
20% da área. 
 
03 Os pecuaristas devem rapidamente identificar e certificar seus animais (bovinos e 
bufalinos) para atender às exigências do mercado consumidor internacional. 
 
04 O BASA destinará parcela dos recursos do FNO para a implantação de 
agroindústrias com grande capacidade de absorver mão-de-obra. 
 
 
05 Em decorrência dos danos ambientais e dos prejuízos causados ao homem pelo 
uso de pesticidas, avança a produção de produtos orgânicos para atender a 
nichos de mercado. 
 
 
 
 
16
1.6 REFERÊNCIAS 
AGROANÁLYSIS. A revista do agronegócio da FGV. Rio de Janeiro, v.15-25, n.1-12, jan.-dez., 
1995/2005. 
CAVINA, R. Introdução à economia rural brasileira. São Paulo: Atlas, 1979. 
CONJUNTURA ECONÔMICA. Rio de Janeiro, v.49-59, n.1-12, jan.-dez., 1995/2005. 
COSTA, F.A. Formação agropecuária da Amazônia: os desafios de desenvolvimento sustentável. 
Belém: UFPA.NAEA, 2000. 
HÉBETE, J. Cruzando a fronteira: 30 anos de estudo do campesinato na Amazônia. Belém: 
EDUFPA, 2004. 
IBGE. Censo Agropecuário – 1995/96. Rio de Janeiro, 1998. 
MENEZES, Antônio José Elias A de; HOMMA, Alfredo Kingo O; SANTANA, Antônio Cordeiro de; 
GOMES, Fernando Antônio T. A importância da produção invisível para a agricultura familiar na 
Amazônia: o caso dos projetos de assentamento agroextrativistas Praialta e Piranheira, Município de 
Nova Ipixuna, Pará. Novos Cadernos Naea, Belém-PA, v. 4, n. 2, p. 5-26, 2001. 
ROSSETTI, D.P. Introdução à economia. São Paulo: Atlas, 2002. 
SANTANA, Antônio Cordeiro de. Perfil do profissional de ciências agrárias formado na 
Universidade Federal Rural da Amazônia: empregadores, graduados e instituições correlatas. 
Belém: UFRA, 2003. 
SANTANA, Antônio Cordeiro de, AMIN, M.M. Cadeias produtivas e oportunidades de negócio na 
Amazônia. Belém: UNAMA, 2002. 
SANTANA, Antônio Cordeiro de. Análise econômica da produção agrícola sob condições de risco 
numa comunidade amazônica. Revistade Economia e Sociologia Rural, Brasília, v. 30, n. 2, p. 
159-170, 1992. 
SANTANA, Antônio Cordeiro de; KHAN, Ahmad Saeed. Análise sócio-econômica de pequenas 
unidades de produção em Santa Izabel do Pará. Revista de Economia e Sociologia Rural, Brasília, 
v. 28, n. 2, p.255-274, 1990. 
SANTANA, Antônio Cordeiro de; SANTANA, Ádamo Lima de. 500 ano de agricultura no Brasil. 
Movendo Idéias, Belém, v. 5, n. 7, p. 12-19, 2000. 
 
 
 
 
CAPÍTULO 2 
 
 
MERCADO DE PRODUTOS RURAIS 
 
 
2.1 INTRODUÇÃO 
Neste capítulo, apresentam-se os conceitos de mercado e das forças de oferta e demanda 
que o define. Além da representação tradicional da demanda e oferta por meio gráfico, tabular e 
matemática, são desenvolvidas as extensões e feitas aplicações empíricas aos casos reais da 
economia brasileira e da região amazônica. 
Ênfase especial é dada aos conceitos e aplicações da elasticidade da demanda e da oferta 
para os principais produtos agropecuários e florestais. Análises são desenvolvidas para mensurar e 
evidenciar os efeitos de mudanças em políticas públicas, choques exógenos e nas variáveis 
macroeconômicas sobre o equilíbrio de mercado. 
Por fim, empregam-se os conceitos de excedente do produtor e do consumidor para avaliar 
as mudanças na distribuição de renda e do bem-estar social dos produtores e consumidores, diante 
de alterações nas variáveis definidoras da demanda e da oferta dos principais produtos 
agropecuários e florestais. 
2.2 MERCADO: FUNDAMENTOS E APLICAÇÕES 
Inicia-se este capítulo respondendo a uma das perguntas fundamentais que trata do 
entendimento sobre o significado da palavra mercado. Ou seja, o que significa a palavra mercado? 
Literalmente, mercado sempre foi compreendido como um local onde os bens (de consumo e 
duráveis) e serviços são comprados e vendidos ou trocados. Exemplos: mercado de peixe do Ver-o-
Peso, mercado de carne (açougue das feiras municipais; gôndolas de supermercados), mercado de 
commodity da BM&F. Atualmente, com freqüência, as transações de compra e venda de um produto 
ou serviço se efetivam pelo telefone e pela Internet, ou seja, pelo mercado eletrônico. 
Assim, mercado é um processo dinâmico através do qual ocorre a interação (de forma física, 
telefone e/ou Internet) entre compradores (consumidor ou cliente) e vendedores (produtor ou 
empresário) de um bem ou serviço para determinar o preço e a quantidade transacionada no 
mercado desse bem ou serviço. 
Cada mercado tem seu mecanismo de operação: cada bem ou serviço tem um preço; cada 
agente (consumidor ou vendedor) recebe um rendimento pelo que vende e utiliza esse rendimento 
para comprar o que deseja. Essa é a força que torna efetiva a transação de bens e serviços e, como 
conseqüência, a determinação do preço. 
 
 
18
O sistema de preços é o instrumento de sinalização de uma economia. É o sistema de preços 
que orienta ao produtor como que deve explorar seus recursos naturais de forma mais intensiva ou 
extensivamente elevada. 
O preço de equilíbrio de mercado é determinado pela interação da oferta e demanda de um 
produto ou serviço. É claro que o preço depende de muitos fatores, contudo, esses fatores só 
influenciam o preço na medida em que se incorporam nas forças que determinam a demanda ou a 
oferta. Assim, a emissão de moeda afeta o preço de equilíbrio porque aumenta o rendimento das 
pessoas e este desloca a demanda. Da mesma forma, a escassez de milho no Brasil fez com que o 
preço do frango aumentasse porque o milho faz parte da ração e esta compõe cerca de 75% do custo 
de produção do frango. Portanto, o custo mais alto deslocou a oferta para cima e para a esquerda e 
fez o preço do frango aumentar. Conclui-se, todavia, que o preço de equilíbrio só é afetado pela 
demanda e oferta. 
Para que serve o mercado? Entre muitas outras finalidades, a análise de mercado serve para: 
? Apoiar a tomada de decisão do produtor sobre o produto que deve ser produzido e na 
quantidade certa, ou seja, ajuda a responder à questão econômica: O que e quanto produzir? 
? Orientar a geração, difusão e implantação de inovações tecnológicas, isto é, responde a 
questão econômica: Como produzir? 
? Identificar os canais de comercialização dos produtos e sua distribuição, que responde à 
questão econômica: Para quem produzir? 
? Estudar os efeitos distributivos de políticas (tributária, subsídio, segurança alimentar, juros, 
crédito, choques climáticos, câmbio, epidemias, barreiras tarifárias e não-tarifárias, etc.) sobre 
a atividade produtiva. 
? Explicar a formação dos preços de mercado dos produtos e serviços. 
Neste texto, para maior facilidade no entendimento, considera-se que o mercado funciona em 
regime de concorrência pura. 
Um mercado em concorrência pura apresenta as seguintes características fundamentais: 
grande número de consumidores e produtores, cujas ações individuais não afetam os preços de 
mercado; produto homogêneo aos olhos dos consumidores e ausência de barreiras e regulamentos à 
entrada ou saída da atividade. Os produtos da agropecuária, de modo geral, se aproximam desse 
conceito, pelo menos no mercado em nível do produtor rural. 
2.3. FORÇAS DO MERCADO: DEMANDA E OFERTA 
A demanda e a oferta se referem ao conjunto de pessoas que realizam transações de compra 
e venda de um produto ou serviço no mercado. Os compradores ou consumidores, em conjunto, 
determinam a demanda, e os vendedores ou produtores, em conjunto, determinam a oferta do 
produto ou serviço. 
2.3.1 Conceito de demanda 
A demanda é a quantidade dos bens ou serviços que os consumidores desejam e podem 
comprar, aos vários preços de mercado, em dado período de tempo, ceteris paribus. Este termo 
significa que as demais variáveis que influenciam a demanda são mantidas constantes e apenas o 
preço varia. 
O consumidor, diz-se, é soberano e é, juntamente com a tecnologia, a força que responde 
pela evolução do consumo ao longo do tempo: antes se consumia alimento in natura; mais tarde o 
mercado foi dominado por produtos beneficiados; atualmente se encontram refeições completas em 
uma embalagem. 
Esta evolução se processou por mudanças nos gostos e na tecnologia que influenciaram a 
demanda e a oferta. 
O que acontece ao Peixe/Frango/Carne se aparece disponível no mercado uma quantidade 
superior àquela que as pessoas desejam e podem comprar ao último preço? 
 
 
19
A conseqüência é uma diminuição no preço desses produtos. Por outro lado, se a 
disponibilidade dos produtos for menor do que as pessoas desejam comprar, o preço se eleva. 
Portanto, há uma consciência de que as quantidades dos bens e serviços tendem a variar de forma 
inversa aos preços de mercado. A isto se denominou de lei da demanda. 
A lei da demanda é dada por: A quantidade demandada apresenta uma relação inversa 
ao preço, ceteris paribus. Esta lei se verifica para quase todos os produtos: cereais, carnes, pescado, 
roupas, sapatos, eletrodomésticos, etc. Vale também para os serviços: educação, energia elétrica, 
água, saúde, etc. Em todos esses bens e serviços, a quantidade demandada tende a diminuir quanto 
o preço de mercado aumenta e vice-versa. 
Esta lei pode ser representada por meio de uma equação matemática, uma representação 
tabular ou gráfica, como a seguir: 
Equação de demanda: Qx = a – b Px 
em que: 
Qx é a quantidade demandada do produto X, medido em unidades físicas (kg, @, t, sc, etc.); 
Px é o preço real do produto X, medido em unidades monetárias (R$/kg, R$/@, R$/t, etc.); 
a é o consumo médio de X, na ausência do preço, também conhecido na matemática como o 
coeficiente linear da reta e na estatística como intercepto, medido em unidades físicas; 
b é a magnitude da mudança na quantidade demanda de X, quando o preço muda de uma unidade, 
também conhecido como inclinação da reta. 
Na Figura 2.1, o coeficiente

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