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Trabalho de Ecologia florestal

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A diversidade no planeta é mais abundante nos trópicos que são regiões com maior temperatura e umidade. Mas por que a maior diversidade de seres vivos se encontra nos trópicos e não em regiões muito frias? Por que a evolução tratou de diversificar um numero muito maior de espécies de clima quente do que dia clima frio? Existem muitas teorias para responder essas perguntas, mas poucas conclusões.
A diferença mais clara entre as baixas latitudes e as altas latitudes é a incidência solar. Nas regiões de baixa latitude a os raios solares chegam perpendiculares à superfície incidindo numa menor área e consequentemente proporcionando maior calor na região. A base da cadeia alimentar (produtores) é constituída por seres fotoautótrofos que utilizam a radiação solar como fonte de energia. Então podemos afirmar que a base da cadeia alimentar é dependente de radiação solar, com isso as plantas terão grande produção de matéria seca devido a grande radiação solar nos trópicos. Com as plantas produzindo mais terá mais alimentos para as espécies que dependem dela para alimentação que são os consumidores primários como os herbívoros e onívoros. A maior produção das plantas gera um grande aumento em quantidade também, pois irão produzir mais sementes com isso terá grande abundancia. Essa abundancia de produtores gera abundancia de alimentos para os consumidores primários que é um importante recurso para sobrevivência das espécies. 
Com as plantas (produtores) produzindo mais faz com que suas sementes (ou esporos) possa dispersar para lugares mais distantes, pois com grande numero de sementes a chance de sucesso na dispersão é maior podendo chegar a lugares com condições diferentes, outro tipo de predação, solo e umidade, isso fará pressões diferentes nessas plantas fazendo-as evoluírem de forma diferente e com o tempo surgindo novas espécies. Com essa variação de espécies de plantas possibilita aos herbívoros, onívoros e até mesmo as pragas maior quantidade de nichos disponíveis para eles se adaptarem. A grande quantidade de nichos para os consumidores gera sucesso na adaptação e ao mesmo tempo pode acontecer de mesma espécie compartilhar nichos um pouco diferentes que com o tempo elas se tornam mais diferentes e gerando novas espécies.
Essa formação de novas espécies por especiação tende a ocorrer muito nos trópicos devido a esses motivos que começam desde a captação de energia solar até a especiação. Em climas muito frios a radiação solar chega de forma mais inclinada gerando pouco calor e consequentemente menor produção de seres autotróficos que limitará então os recursos alimentares dos consumidores primários acarretando poucos indivíduos em todos os níveis tróficos. 
Assim como na terra os ambientes marítimos e de água doce também precisa de radiação solar para servir de fonte de energia para os produtores como as algas que servem de alimentos para os outros níveis tróficos. Nos mares é possível observar que quando mais profundo menor será a chega da iluminação e consequentemente menor a riqueza de espécies.
Esse fator da luminosidade demonstra uma grande importância para a diversidade porem não pode tratar como regra, pois existem mares tropicais com alta produtividade primária, mas com pouca riqueza de espécies. 
Outro fator importante é a variação climática. Em regiões onde há pouca variação climática durante o ano faz com que as espécies não precisam de características especificas para suportar essas variações. Já em lugares com grandes variações as espécies devem se adaptar como, por exemplo, a falta de chuva em determinadas épocas do ano, ou a temperaturas muito baixas em alguns períodos. Nos trópicos a variação de temperatura e umidade é muito pouca resultando num grande numero de espécies.
Outra explicação para a maior diversidade é o tamanho da área. Quanto maior a área maior será o suporte para abrigar as comunidades de seres vivos, as populações maiores minimizam os efeitos da extinção proporcionando maior estabilidade das comunidades. Nos trópicos a área é maior que nos polos proporcionando então maior numero de espécies. Em pequenas áreas risco de extinção é muito grande porque as populações são menores, assim se uma praga se espalhar na área o risco de contaminar toda a população é muito grande que dependendo do tamanho da população ou da praga que está causando a doença poderá eliminar toda uma população. Uma catástrofe como tsunamis, terremotos, incêndios, furacões entre outras catástrofes naturais também pode levar a extinção. 
Esses desastres tem um impacto maior nessas pequenas áreas, pois a recuperação delas é mais demorada devido a pequena quantidade de indivíduos sobreviventes na área. Dependendo da quantidade de indivíduos eles podem nem conseguir recuperar e se tornar uma grande população novamente. Isso demonstra a instabilidade que são ambientes com pequenas áreas que é o caso das altas latitudes e consequentemente menor biodiversidade. 
Uma espécie para se adaptar em um ambiente ele deve possuir os recursos necessários para sua sobrevivência como baixa predação e parasitas, alimento, água, temperatura ideal para espécie, pouca competição interespecífica e espaço. O fator espaço é muito limitante porque determinada espécie podem estar livre de predadores, pragas e competição e crescer exponencialmente, mas o espaço irá limita-la no ambiente. Quanto menor o espaço menos a população irá crescer porque a medida que espaço diminui a competição intraespecífica aumenta controlando a população. 
Quanto mais recurso oferecido em um local maior será o numero de espécies e consequentemente maior competição, pois os organismos irão criando nichos mais estreitos e serão então mais especializados. Os nichos serão sobrepostos e todo o recurso do habitat será aproveitado pelos organismos tendendo a formar uma comunidade clímax.
Todos os organismos vivos conhecidos da Terra precisam de água para realizar seu metabolismo, logo a água pode ser um fator limitante para a vida e sua biodiversidade. Essa é uma das teorias para a maior diversidade nos trópicos, pois nos trópicos a precipitação e umidade são maiores devido as altas temperaturas que faz com que a água no estado líquido evapore e forma as chuvas. As espécies que vivem nessas áreas quentes e úmidas não precisam de características especiais para se adaptar a falta de água, pois elas terão o ano todo. Além disso, nas altas latitudes a água se encontra muita das vezes congelada e assim indisponível para o consumo tanto de plantas como de animais. Então apesar de possuir água ela não está disponível para o consumo tornando um ambiente seco para os organismos. 
Todas essas teorias explicam a diversidade até certo ponto, mas não explica porque a maioria dos seres vivos preferem as temperaturas quentes e a grande umidade. Para isso devemos voltar na origem da vida e imaginar como ela foi formada para poder chegar a alguma conclusão. A origem da vida não está certa de como ela foi formada ainda, mas a teoria mais aceita é que ela foi formada nas águas mornas dos mares primitivos.
A temperatura da época era muito quente com isso a vida que surgiu nesse período devia possuir características que se adapta a essa temperatura e se desenvolvesse nela. Observando os organismos de hoje a maioria das enzimas tem como atividade ótima aproximadamente 37 a 40 graus célsius que é a temperatura ambiente nos trópicos. Os organismos que vivem em grandes latitudes em que a temperatura é muito baixa a velocidade das reações é muito baixa pela baixa atividade enzimática, com isso os organismos tem desenvolvimento lento que acarreta numa menor produção e consequentemente menor produtividade.
Como a vida supostamente teria surgido em ambientes quentes ela naturalmente tem características em que as temperaturas altas irão lhe favorecer partindo daí espécies caracterizadas preferir climas quentes.
São muitas tentativas de respostas de teorias que fazem sentido, mas não dão a explicação exata para o fato. Com todas essas teorias formaram-se poucas conclusões.

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