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RESUMO DE FUNDAMENTOS DA ECONOMIA

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RESUMO DE FUNDAMENTOS DA ECONOMIA
(1) FUNDAMENTOS DA CIÊNCIA ECONÔMICA.
(1.1)CONCEITO, OBJETO E MÉTODO DA CIÊNCIA ECONÔMICA.
A palavra economia pode ser generalizada como “administração da coisa pública”. A economia pode ser definida como a ciência social que estuda a maneira pela qual os homens decidem empregar recursos escassos, a fim de produzir diferentes bens e serviços e atender às necessidades de consumo.
Pode-se dizer que o objeto de estudo da ciência econômica é a questão da escassez, ou seja, como “economizar” recursos.
A escassez surge devido às necessidades biológicas humanas ilimitadas e à restrição física de recursos.
As sociedades são obrigadas a fazer escolhas sobre O QUE e QUANTO, COMO e PARA QUEM PRODUZIR.
O que e quanto produzir – a sociedade deve decidir se produzem mais bens de consumo ou bens de capital. Em economias de mercado, o que e quanto produzir é sinalizado pelos consumidores (o que é chamado desoberania do consumidor).
Como produzir – trata-se de uma questão de eficiência produtiva: serão utilizados métodos de produção capital intensivos? Ou de mão-de-obra intensivos? Ou de terra intensivos? Isso depende da disponibilidade de recursos de cada país.
Para quem produzir – a sociedade deve decidir quais setores que serão beneficiados na distribuição do produto, ou seja, trata-se de decidir como será distribuída a renda gerada pela atividade econômica.
A macroeconomia trata da evolução da economia como um todo, analisando a determinação e o comportamento dos grandes agregados, como renda e produto nacionais, investimento, poupança e consumo agregados, nível geral de preços, emprego e desemprego, estoque de moeda e taxas de juros,balanço de pagamentos e taxa de câmbio. A macroeconomia trata os mercados de forma global, o mercado de trabalho não se preocupa com diferenças na qualificação, sexo, idade, origem da força de trabalho, mas que muitas vezes são importantes.
Na macroeconomia, estuda-se o nível geral de preços, ignorando as mudanças de preços relativos de bens das diferentes indústrias.
A teoria macroeconômica preocupa-se mais com questões conjunturais, de curto prazo.
A parte da teoria econômica que estuda o comportamento dos grandes agregados ao longo do tempo é denominada teoria do crescimento econômico, preocupando-se com questões como progresso tecnológico e política industrial, que envolvem políticas de longo prazo.
MÉTODO NA CIÊNCIA ECONÔMICA
Quanto ao método em economia, três aspectos devem ser levados em consideração:
Como a análise dos fenômenos decorrentes do comportamento humano é complexa, a economia utiliza hipóteses simplificadoras para explicar os fenômenos que estuda;
A ciência econômica preferencialmente relaciona duas variáveis para explicar um fato econômico;
Busca relacionar as variáveis segundo o seu incremento (crescimento, aumento) relacionado a um aumento unitário de outra variável.
Ainda sobre a metodologia própria da ciência econômica e sobre os seus métodos de investigação, é necessário distinguir dois grandes compartimentos da economia: a economia positiva e a economia normativa.
A economia positiva se ocupa de analisar os atos e os fatos sociais tais quais eles ocorrem, sem utilizar juízos de valor, estuda os fatos sociais, observa-os sistematicamente, e a partir dessa análise e descrição cientificamente elaborada são formulados os princípios gerais, as leis da economia, as teorias e os modelos econômicos.
A economia normativa se ocupa de utilizar princípios, leis e teorias para produzir modificações e propor um direcionamento ao curso natural da economia: são as políticas econômicas. A economia normativa está fortemente vinculada à política, à ideologia e ao sistema de valores.
(1.2) SÍNTESE DO PENSAMENTO ECONÔMICO
FISIOCRACIA
Com os fisiocratas, é iniciado o desenvolvimento das explicações para os fenômenos econômicos. Para eles, somente a terra e tudo que viesse da natureza era considerado fator econômico produtivo.
Pode-se dizer que a fisiocracia foi uma doutrina organicista e naturalista, que recebeu influência do racionalismo do século XVIII. Em Quesnay, se formula os princípios da filosofia social utilitarista (hedonismo), que se destaca com o quadro econômico, uma representação simplificada do fluxo de despesas e dos bens entre as diferentes classes sociais.
ESCOLA CLÁSSICA
O marco da escola clássica está relacionado a Adam Smith e David Ricardo, para eles as leis naturais da vida econômica tem como princípio regulador a livre concorrência exercida pelos agentes econômicos. O corpo analítico da escola clássica tem quatro princípios dominantes; liberdade de empresa, existência da propriedade privada, liberdade de conjunto e liberdade de troca. Nesse princípio repousa e se fundamenta a lei da oferta de mercado.
ADAM SMITH (1723-1790)
Não acreditava na “ordem natural” dos negócios. Confiava no egoísmo natural dos homens e na harmonia de seus interesses. Afirmava que todo esforço individual na procura do melhor leva naturalmente à preferência pelo emprego mais vantajoso para a sociedade. Adam Smith enfatizava o mercado como regulador da divisão do trabalho, fazia distinção entre valor de uso e valor de troca e admitia que só neste último há interesse econômico. Ele analisou a distribuição da renda entre salário, lucro e renda da terra. Smith acreditava que a concorrência levaria ao desenvolvimento econômico e que os benefícios dele decorrentes seriam partilhados por todos.
THOMAS ROBERT MALTHUS (1766-1834)
Ele ficou famoso com a lei da população. Mostrou, através dessa lei, que a população fora de controle cresce as taxas geométricas, enquanto os meios de subsistência crescem a taxas aritméticas. Seu pessimismo é criticado por não ter vislumbrado o progresso técnico e as técnicas de controle de natalidade.
DAVID RICARDO (1722-1823)
Esse autor desenvolveu um importante estudo sobre a renda diferencial da terra e sobre o futuro do sistema capitalista.
Ocorrem grandes transformações sociais, econômicas e políticas:
Intelectuais: renascimento artístico;
Religiosas: reforma da Calvino e dos anglo-saxões, dando grande ênfase ao individualismo; o trabalho era enaltecido, o juro era aceito e o lucro encorajado;
Políticas: aparecimento do Estado moderno;
Geográficas: grandes descobertas – Cabral, Colombo, Magalhães e outros navegadores;
Econômicas: todos os conceitos referentes ao balanço comercial, às importações e a exportações de bens, bem como às transações com ouro e prata e todos os conceitos econômicos ligados às transações externas.
ESCOLA SOCIALISTA – KARL MARX (1818-1883)
Os socialistas pretendiam substituir a ordem social baseada na liberdade individual, na propriedade privada e na liberdade contratual por uma outra, fundamentada na propriedade coletivizada dos meios de produção, pretendiam corrigir as desigualdades econômicas, dentro de formulações igualitárias, em função das necessidades comuns. Os movimentos e as teorias socialistas que se opuseram ao individualismo e desenvolveram-se com doutrinas e programas de reformas bem diferentes. Podemos destacar as seguintes correntes:
Socialismo de cátedra (1872)
Surgiu na Alemanha e pretendia regulara distribuição de riqueza e promover reformas de caráter econômico e social.
Socialismos científicos, históricos ou marxismo.
Karl Marx foi o fundador do socialismo científico e se opôs a Malthus. Marx alterou a análise de valor. Com Marx apareceram os conceitos: mais-valia, capital, capital variável, capital constante, exército de reserva, o processo de decrescimento da taxa de lucro decorrente da acumulação do capital, da distribuição da renda e das crises do sistema capitalista.
Bases filosóficas do socialismo científico.
Hegel – “não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência”.
Dizia Marx, que o homem retome para si o que lhe pertence, ele estuda o homem total e faz dele o rei do universo, como negação de toda transcendência.
Materialismo histórico e a luta de classes.
Marx distingue na história a infra-estrutura,que é a técnica, as condições materiais de produção, a realidade econômica; e a superestrutura, que é a idéia, a cultura, o direito, a moral, a religião. A superestrutura comanda a infra-estrutura.
O valor do trabalho e a mais-valia.
É a teoria das mercadorias, isto é, dos objetos produzidos pelo trabalho pra a venda:
O valor dos produtos é determinado pela quantidade de trabalho de qualidade média necessário para produzi-las;
O valor da força de trabalho é determinado pela quantidade desde necessária para produzir alimentos e outros itens necessários à subsistência do operário, durante uma jornada de seis horas de trabalho;
O empregador pagará um salário equivalente a seis horas de trabalho;
Venda de mercadorias, equivalente a oito horas de trabalho;
O operário forneceu duas horas de trabalho não-pagas, que são apropriadas pelo empregador, constituindo um produto líquido que Karl Marx chamou de mais-valia;
Essa mais-valia constitui a exploração capitalista. O proletariado recebe um salário menor que o valor das mercadorias produzidas; esse salário é insuficiente para comprá-las;
Considerando ser a classe trabalhadora o mais importante conjunto de consumidores, apareceriam, inevitavelmente, as crises de superprodução ou de subconsumo.
A proletarização e a tese catastrófica da subversão.
Segundo as idéias de Marx, o avanço do capitalismo provocará a transformação fatal que o arruinará. Nesse processo, o número de proletários crescerá continuamente, e as empresas se tornarão cada vez maiores e menos numerosas, ele aconselhava não só que se ficasse à espera do desenlace, como concitava a que os trabalhadores se antecipem, o que é atestado pelo seu brado: “proletários de todos os países, uni-vos”.
O revolucionários Marx estruturou as bases do pensamento socialista do século XIX. A legislação trabalhista e os sindicatos, entre outros, foram contribuições pós-marxistas.
Escola marginalista ou neoclássica
Conforme a análise do marginalismo, o homem econômico é racional, isto é, suas ações são intencionais e sistemáticas; e calculador e está empenhado em comparar seus gastos marginais com seus benefícios.
Escola Keynesiana ou revolução Keynesiana
A análise de Keynes voltou-se, principalmente, para problemas da estabilidade a curto prazo; nesse sentido, procurou determinar as causas das flutuações econômicas dadas pelos níveis da renda nacional e do emprego nos países industrializados. Dizia que um capitalismo não-regulado, sem intervenção, mostra-se incompatível com a manutençãodo pleno emprego e da estabilidade econômica.
Keynes, dizia que a economia estava em recessão porque a renda era insuficiente para comprar a produção nacional.
A análise de Keynes é criticada por ser parcial e não geral, pois limitava à análise o subemprego de curto prazo, faltando integrar sua análise à complexidade da microeconomia; além disso, não aplicou sua teoria à explicação do funcionamento das economias dos países desenvolvidos.
Mas teve importante papel no desenvolvimento da aferição e da medida das atividades econômicas em seu conjunto, de modo agregado – como as contas nacionais ou contabilidade nacional – e na explicação para os modelos agregados e suas verificações empíricas através da econometria, que faz interação entre a teoria econômica, a matemática e a estatística.
Em síntese, as teorias desenvolvidas durante o século XVIII cuidaram da explicação da formação da riqueza; as do século XIX da distribuição da riqueza e, modernamente, estão se desenvolvendo teorias com um duplo objetivo: de um lado explicar as flutuações da atividade econômica, seu desenvolvimento dentro de um quadro de estabilidade e, de outro, investigar a repartição da riqueza ou o problema de eqüidade.
(2) A DEMANDA, A OFERTA, O MERCADO A AS SUAS ESTRUTURAS.
(2.1) DEMANDA, OFERTA E EQUILÍBRIO DE MERCADO.
Demanda
Demanda ou procura é a quantidade de bens ou serviços que os agentes econômicos estariam dispostos e aptos a consumir num determinado momento, num determinado mercado por diferentes fatores determinantes.
Bens: podem ser estocados;
Agentes econômicos: famílias, empresas e governo;
Requisitos básicos da demanda:
Dispostos: ter vontade, querer;
Aptos: ter aptidão de compra, poder comprar. Se esses dois requisitos estiverem presentes (disposição e aptidão), temos uma demanda real ou efetiva. Se, no máximo, um desses requisitos estiver presente, temos, então, uma demanda potencial (pode não ter nenhum desses requisitos).
Num determinado momento, num determinado mercado: em cada momento, nossas vontades mudam nosso comportamento.
Fatores determinantes da demanda:
Preço do próprio bem/serviço;
Preço de outros bens/serviços;
Gosto;
Preferência;
Renda;
Número de consumidores.
Lei da demanda
“As quantidades demandadas serão tanto maior quanto menores forem os preços ou vice-versa”. Quanto mais caro, menos se compra.
Oferta
Oferta é a quantidade de bens e serviços que um ou mais agentes econômicos estariam habilitados e interessados em colocar num certo momento, num certo mercado, por diferentes fatores determinantes.
Fatores determinantes da oferta:
O preço do próprio bem;
A tecnologia;
Impostos;
Taxa de juros;
Fatores da natureza (tudo que pode ocorrer, em termos climáticos).
(2.2) O MERCADO E AS SUAS ESTRUTURAS
O que é mercado? Rosseti afirma que “em sua acepção primitiva, a palavra mercado dizia respeito a um lugar determinado onde os agentes econômicos realizavam suas transações”. Para Passos e Nogami, mercado “é um local onde ou contexto em que compradores e vendedores de bens, serviços ou recursos estabelecem contato e realizam transações”. É nesse mercado que funcionam as duas leis mais conhecidas da ciência econômica: a lei da procura e a lei da oferta.
Formação de preços
Preço é a expressão monetária do valor de bens e serviços que utilizamos para satisfazer às nossas necessidades. O que determina o preço não é o que determina o valor. A explicação do valor de troca das mercadorias tem duas grandes correntes dentro da ciência econômica: a teoria clássica do valor-trabalho e a teoria neoclássica do valor-unidade.
De acorde com Marshall, o valor de troca é determinado, a curto prazo, subjetivamente pela escassez relativa e, a longo prazo, pelos custos de produção.
Demanda é sinônimo de procura. O papel dos preços é orientar a alocação dos recursos de produção, funcionando como indicador ou índice de escassez. Os preços são mecanismo de orientação das atividades econômicas, isto é, dos fluxos da produção e da renda, ou como índice de conversão de um fluxo real em nominal.
Importância do mercado no sistema econômico
Sistema de preços: é o conjunto de preços dos bens, serviços e fatores de produção de um sistema de preços.
Padrão de vida: é o nível de satisfação alcançado pelas pessoas que fazem parte de um sistema econômico, quando consomem os bens e serviços por ele produzidos.
Alocação de recursos: é a forma como os fatores de produção são organizados pelo mercado, para que produzam bens e serviços que atendam às necessidades das pessoas.
Equilíbrio de mercado
Quando se transfere essa noção de equilíbrio para a análise do mercado, o balanceamento de forças ocorre entre as forças básicas do mercado, a oferta e a procura. Esse equilíbrio é definido pelo ponto A, determinado pela interseção das duas curvas.
(2.3) ESTRUTURAS DE MERCADO
As diferentes estruturas de mercado estão alicerçadas em três variáveis principais:
Número de empresas produtoras que atuam no mercado;
Diferenciação do produto ou serviço;
Existência ou de barreiras como forma de limitar a entrada de novas empresas.
As estruturas de mercado classificam-se basicamente em: concorrência perfeita, monopólio, oligopólio e concorrência perfeita.
Concorrência pura ou concorrência perfeita
É um mercado com vários vendedores e compradores de forma que cada agente econômico isolado não tem condições de afetar o preço de mercado;
O produto é homogêneo em todas as empresas. Não há diferenças de embalagem e qualidade;
Mercadoem que não há barreiras à entrada e à saída, tanto de compradores como de vendedores;
Princípio da racionalidade: os agentes agem racionalmente (é o chamado princípio da racionalidade ou do homo economicus). As organizações sempre maximizam seu lucro e os consumidores maximizam sua satisfação;
Transparência de mercado. Compradores e vendedores tem acesso a toda informação relevante, sem custos, isto é, conhecem os preços, a qualidade e os custos.
Monopólio
Uma única empresa produz um bem ou um serviço sem substitutos próximos;
Apresenta barreiras à entrada de empresas concorrentes;
O produto ou o serviço não é idêntico. Não há possibilidade de ser substituído por outros.
Oligopólio
Reduzido número de firmas que operam no setor;
Os bens ou os serviços são substituídos perfeitos entre si;
O consumidor sabe perfeitamente quem produziu;
Apresenta barreiras à entrada e à saída de novas empresas.
Concorrência monopolística
Várias empresas produzem dado bem ou serviço;
Cada uma produz um bem ou serviço diferenciado, mas com substitutos próximos. A diferenciação nos produtos pode se dar via:
Características físicas, como composição química;
Promoção de vendas, propaganda, atendimento, brindes;
Manutenção;
Embalagem.
Cada empresa tem um relativo poder sobre os preços, visto que os produtos ou serviços são diferenciados.
Outras formas de organização das empresas no mercado
Cartel
Associação entre empresas do mesmo ramo de produção com o objetivo de dominar o mercado e disciplinar a concorrência. Os cartéis prejudicam a economia por impedir o acesso do consumidor à livre concorrência e beneficiar empresas não-rentáveis. Tendem a durar devido ao conflito de interesses.
Duping
È uma prática comercial, que consiste em vender sues produtos por preços extraordinariamente baixos, por um tempo, visando prejudicar e eliminar a concorrência local.
Monopsônio
Situação de mercado em que há um comprador de um produto, geralmente matéria-prima.
Oligopsônio
Tipo de estrutura de mercado em que poucas empresas de grande porte são compradoras de determinados produtos, geralmente matéria-prima ou produtos primários.
Truste
O truste consiste num acordo entre diversas empresas que passam a ser administrada por uma nova empresa ou grupo financeiro. Dessa forma, o truste passa a ser o único produtor e vendedor de um determinado bem no mercado.
Joint venture
Basicamente, uma joint venture representa a associação de duas ou mais empresas a fim de criar ou desenvolver uma atividade econômica.
Holding
É uma forma de oligopólio no qual é criada uma empresa para administrar um grupo delas que se uniu com o intuito de promover o domínio de determinada oferta de produtos e/ou serviços.
(3) TEORIA DA PRODUÇÃO E DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO
(3.1) TEORIA DA PRODUÇÃO
Uma empresa é a unidade básica de produção em sistema econômico.
Produção é o processo pelo qual uma empresa transforma os fatores de produção adquiridos em produtos ou serviços para a venda no mercado. A produção pode ser classificada como:
Produção de bens econômicos (alimentos, remédios, máquinas);
Produção de serviços (transporte, diversão, etc.).
A escolha do processo de produção depende de sua eficiência. Ela pode ser:
Eficiência técnica: é mais eficiente tecnicamente aquele que utilizar menores quantidades de fatores de produção;
Eficiência econômica: é mais eficiente economicamente aquele que o realizar com menor custo.
Se especificarmos as diversas quantidades de cada fator que a empresa utiliza para alcançar determinadas quantidades de produto, teremos a função de produção.
Os primeiros são os fatores de produção fixos (cujas quantidades não mudam) e os segundos são os fatores de produção variáveis (cujas quantidades mudam).
À medida que se aumenta a quantidade de utilização de um fator variável, aumenta a quantidade de produto total que se obtém. Podemos concluir dois conceitos importantes: a produtividade média e a produtividade marginal do fator variável. A produtividade média do fator variável é o quociente da quantidade total produzida pela quantidade utilizada do fator variável. A produtividade marginal do fator variável é a variação do produto total decorrente da variação de uma unidade no fator variável. Esses fatores servem para saber se cada fator (insumo) que se utiliza na produção está trazendo um resultado satisfatório. Servem para saber se o último fator utilizado (produtividade marginal) também está produzindo resultado satisfatório para o produto específico que analisamos.
Lei dos rendimentos decrescentes.
Essa lei pode ser assim explicada:
Mantendo-se inalterada a quantidade de fatores fixos e incrementando um fator variável em iguais quantidades, o nível de produto total obtido aumentará, mas a partir de certo ponto os acréscimos no produto total serão cada vez menores. Se insistirmos no incremento do valor variável, o produto – após alcançar um valor máximo – poderá até decrescer.
(3.2) TEORIA DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO
Os custos totais de produção de uma empresa, no curto prazo, podem ser classificados em dois tipos: custos fixos totais (CFT) e custos variáveis totais (CVT).
Os custos fixos totais são aqueles representados pelos insumos que independem das quantidades produzidas.
Os custos variáveis totais são aqueles representados pelos insumos (fatores) variáveis, cujo nível de utilização depende das quantidades produzidas.
Além do conceito de custo total temos também o custo médio, que é o quociente do custo total pela quantidade total produzida e o custo marginal que é a variação do custo total decorrente da variação de uma unidade na produção.
Como calculamos:
Os custos fixos e variáveis são enunciados do problema (são os resultados da observação do processe produtivo);
O custo total é a soma do custo fixo e do custo variável;
O custo médio é divisão do custo total pela respectiva quantidade produzida;
Custo margina l= dividindo a diferença de custo total pela diferença da quantidade produzida, a cada intervalo de produção.
O lucro total atingirá o ponto máximo quando o acréscimo de custo de uma unidade adicional produzida for igual ao acréscimo de receita que decorre da venda dessa mesma unidade. A maximização dos lucros ocorre quando a receita marginal é igual ao custo marginal.
Em longo prazo, a teoria da produção considera que todos os custos são variáveis, inexistindo custos fixos.
Os custos contábeis, ou explícitos, são aqueles que ocorrem mediante dispêndio monetário e são registrados na contabilidade.
Os custos considerados na análise econômica incluem, além daqueles considerados pelos contadores, os custos implícitos ou de oportunidade.
Externalidades
Estas são os custos ou as receitas obtidas ou imputadas pela empresa à sociedade ou a outras empresas. As externalidades podem ser positivas ou negativas. Serão positivas quando uma empresa gera benefícios a outra, sem receber pagamentos em troca. As externalidades serão negativas quando a atividade de uma empresa gerar custos para outras empresas, sem que aquelas paguem a estas o custo proporcionado.
Para você ler, reler e pensar:
Ao vender bens ou serviços, a empresa obterá um certo volume de receitas. A diferença entre os custos e as receitas se denomina lucro econômico.
A função de produção de uma empresa é a relação das quantidades fixas e variáveis de fatores que são utilizados no decorrer do processo produtivo.
A lei dos rendimentos decrescentes indica que o aumento na utilização de um fator de produção implica acréscimos cada vez menores nos rendimentos gerados por essa mesma produção.
(4) MACROECONOMIA
A Lei da Oferta e da Procura (Demanda) busca estabilizar a procura e a oferta de um determinado bem ou serviço. Oferta é a quantidade do produto disponível em mercado, enquanto procura é o interesse existente em relação ao mesmo. A oferta depende do preço, da quantidade, da tecnologia utilizada na fabricação entre outras coisas relacionadas aos produtos e serviços. A procura é influenciada pela preferência do consumidorfinal, a compatibilidade entre preço e qualidade e a facilidade de compra do produto.
O fator determinante para a procura de um determinado bem ou serviço deixou de ser o preço, pois o mesmo sofre alterações por causa de qualquer desequilíbrio entre a oferta e a procura. Dessa forma, pode-se dizer que o preço de algo é determinado pelo próprio consumidor, pois quando esses passam a buscar mais um produto qualquer, o produtor eleva o seu preço, fazendo com que o consumidor pague mais se deseja adquirir o mesmo. Em contrapartida, quando um produto não é mais procurado o produtor é estimulado a deixar de produzi-lo para que não tenha despesas em relação à oferta sem demanda.
O preço de um bem ou serviço é fixado levando em consideração a relação entre a procura e a necessidade do consumidor final e, ainda, os custos gerados na fabricação e o tempo gasto em sua produção. Os fatores que influenciam o consumidor final a procurar um determinado produto são as necessidades em relação ao mesmo, o poder de compra, a concorrência, a qualidade, a satisfação do cliente entre outros. FUNDAMENTOS DA MACROECONOMIA
A teoria microeconômica explica a composição e a alocação da produção total, a teoria macroeconômica busca explicar as flutuações do nível de atividade econômica, do nível da produção global. O termo micro indica apenas a decomposição de variáveis macroeconômicas, como consumo, poupança e o investimento.
A macroeconomia estuda a economia em seu conjunto, analisando as variáveis de maneira agregada, e não de maneira isolada, como a microeconomia.
A macroeconomia não leva em consideração o comportamento das unidades econômicas individuais e de mercados específicos, análise típica da microeconomia. A macroeconomia não se ocupa da formação dos preços de um produto especificamente. Ao analisar o mercado ocupa-se do seu conjunto, omitindo aspectos particulares de um setor ou uma indústria. A macroeconomia ocupa-se de analisar o curto prazo; quando estuda questões de longo prazo, a análise macroeconômica denomina-se teoria do desenvolvimento e crescimento econômico.
Os métodos de análise básicos, no estudo da determinação de preços e quantidades são:
Análise do equilíbrio parcial: estuda-se um mercado isoladamente, não levando em consideração as possíveis interferências dos demais mercados;
Análise do equilíbrio geral: considera-se a interdependência de todos os mercados. Os preços dos bens se formam em um mercado influenciados pelo conjunto dos bens desse e dos demais mercados e pelos preços de todos os insumos da economia.
Metas de política macroeconômicas
Políticas macroeconômicas têm como meta alcançar um ou mais dos seguintes objetivos:
Alto nível de emprego;
Estabilidade de preços – inflação;
Distribuição eqüitativa da renda;
Crescimento econômico – per capita ou produto nacional per capita.
Instrumentos de política macroeconômica
As políticas fiscais, que diz respeito ao orçamento dos diversos níveis de governo, ou seja, são os gastos e as receitas dos governos;
As políticas monetárias, que se refere ao controle do governo sobre a oferta monetária, ou seja, sobre a quantidade de moeda e de títulos públicos em circulação no mercado;
A política cambial, que diz respeito ao controle e à taxa de câmbio;
As políticas de rendas, que se referem à intervenção do governo na formação da renda dos agentes econômicos.
Estrutura de análise macroeconômica
Ela se compõe de cinco mercados. São eles:
Mercado de bens e serviços - reflete o nível de atividades dessa economia, a qual é representada pelos quatro agentes macroeconômicos: consumidores, empresas, governo e setor externo;
Mercados de trabalho – são relevantes, nesse mercado, a taxa salarial e o nível de desemprego;
Mercado monetário – O Banco Central ocupa-se de equilibrar a oferta e a demanda desse mercado, de modo a não prejudicar as transações nem desvalorizar a moeda;
Mercado de títulos – Os agentes superavitários (gastam menos do que sua renda) emprestam moeda para os agentes deficitários e, assim, se constitui o mercado de títulos;
Mercado de divisas – há necessidade de moedas distintas, constituindo-se o mercado de divisas.
(4.2) CONTABILIDADE NACIONAL
Contabilidade nacional é o registro contábil da atividade produtiva de um país em um dado período de tempo.
Conceitos básicos
VALOR ADICIONADO – é a soma dos pecos dos bens e serviços finais produzidos numa economia em certo período.
PRODUTO NACIONAL – é a medida dos valores adicionados pelas empresas aos bens elaborados e aos serviços prestados, em toda a economia nacional.
RENDA NACIONAL – é a soma das remunerações pagas aos fatores de produção utilizados pelas empresas.
As principais medidas da atividade econômica
Entre as variáveis macroeconômicas mais significativas estão:
O VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO (VBP) é a soma dos preços de bens e serviços produzidos numa economia em determinado período – preços versus quantidades produzidas;
OS BENS INTERMEDIÁRIOS são aqueles destinados à utilização intermediária, que entram na composição de outros bens, enquanto os bens de utilização final se destinam ao consumo final e desaparecem com a sua utilização;
O PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) é a soma dos preços dos bens e serviços finais produzidos numa economia em certo período – preços versus quantidades produzidas;
A RENDA NACIONAL (RN) é a soma das remunerações de fatores empregados nas atividades produtivas, inclusive os fluxos de pagamentos aos fatores de propriedade de não-residentes no país, tais como salários, lucros, juros..
A DEMANDA INTERNA BRUTA (DIB) é a soma dos gastos em consumo interno dos setores público e privado e das despesas de investimento interno bruto fixo das empresas e da variação dos estoques;
A OFERTA FINAL TOTAL (OFT) é a soma do produto interno bruto da economia e das importações no período.
As preocupações na elaboração do cálculo do produto
Evitar a “dupla contagem”;
Desconsiderar as variações que os preços sofrem devido à inflação; obs: “ deflacionar” o produto significa transformar valores reais, ou a preços constantes, enquanto “inflacionar” o produto significa transformar valores reais, ou a preços constantes, em valores nominais, ou a preços concorrentes;
Desconsiderar as transações de mercadorias produzidas em exercício anteriores. Também devem ser desconsideradas as transações do governo ao setor privado da economia, pois são transações não produtivas.
(5) INTRODUÇÃO À ECONOMIA MONETÁRIA
(5.1) MOEDA – CONCEITOS, FUNÇÕES E SUA CIRCULAÇÃO NA ECONOMIA.
As principais funções da moeda são as seguintes:
MEIO OU INSTRUMENTO DE TROCA – a moeda permite que as trocas sejam indiretas e supera dificuldades;
UNIDADE DE MEDIDA (OU UNIDADE DE CONTA) – a moeda serve para comparar e agregar o valor de mercadorias diferentes;
RESERVA DE VALOR – a moeda serve de reserva de valor para uma empresa, mas não para a sociedade como um todo.
Hoje temos a Moeda Fiduciária, sem lastro, e sua aceitação é garantida por lei.
Oferta de moeda
A oferta da moeda é sinônimo de meios de pagamentos, que representa o estoque de moeda disponível para uso da coletividade.
Os depósitos à vista ou em conta corrente também são chamados de moeda escritural, moeda bancária ou, ainda, moeda contábil.
M1 = M2 + títulos federais, estaduais e municipais em poder do público, fundos do mercado monetário (fundos de aplicações financeiras e de renda fixa de curto prazo, e depósitos especiais remunerados).
M3 = M2 + depósitos em cadernetas de poupança.
M4 = M3 + depósitos a prazo e títulos privados (letras de câmbio e imobiliárias).
Esses ativos que rendem juros são também chamados de haveres não monetários ou quase moeda, sendo que M1 são chamados de haveres monetários. Quando a inflação diminui, a relação entre M1 e M4 aumenta (monetização). O cheque é apenas uma ordem de transferência. Os depósitos à vista não devem ser confundidos com o caixa dos bancos comerciais.
“Criação” e “destruição” de moeda
Ocorre criação ou destruição de moeda quando se altera o saldo dos meiosde pagamentos, no conceito M1 (moeda com o público + depósitos à vista). Corresponde a uma queda ou aumento da oferta de moeda disponível.
A oferta de moeda pode ser dividida em oferta de moeda pelo Banco Central e oferta de moeda pelos bancos comerciais. Os chamados de intermediários financeiros não bancários, não são autorizados a manter depósitos e apenas transferem dinheiro dos emprestadores para os tomadores, não criando moeda.
Oferta de moeda pelo Banco Central
O objetivo do Banco Central é regular a moeda e o crédito em níveis compatíveis com o crescimento do produto, ou seja, manter a liquidez do sistema econômico.
As funções do Banco Central são:
Banco emissor: é o responsável e tem o monopólio das emissões de moeda;
Banco dos bancos: é o órgão em que os bancos depositam e transferem fundos de um banco para outro, além disso, o Banco Central também empresta aos bancos;
Banco do governo: é o canal que o governo tem para implementar a política monetária;
Banco depositário das reservas internacionais.
O Banco Central é um órgão normativo (sujeito ao Conselho Monetário Nacional) e o Banco do Brasil é um órgão executivo.
Instrumentos de política monetária
A principal função do Banco Central é controlar a oferta de moeda. Para tanto, ele dispõe dos seguintes instrumentos de política monetária:
Emissões – possuem o monopólio das emissões
Reservas obrigatórias dos bancos comerciais – o Banco Central obriga os bancos comerciais a reterem uma parcela dos depósitos como depósitos obrigatórios, que não poderão ser utilizados pelos bancos para empréstimos ou outras aplicações.
Operações de mercado aberto – essas operações consistem em vendas ou compras, por parte do Banco Central, de títulos governamentais no mercado de capitais.
Políticas de redescontos – o redesconto de liquidez, ou normal, visa apenas socorrer os bancos em um eventual saldo negativo na conta de depósitos voluntários. O redesconto especial, ou seletivo, é aquele utilizado pelas autoridades monetárias para incentivar alguns setores específicos da economia. O Banco Central cobra taxas de juros sobre esses empréstimos, chamada de taxa de juros do redesconto.
Regulamentação e controle do crédito – o Banco Central também afeta o sistema financeiro via regulamentação e controle do crédito, que se dá através da política de juros, controle de prazos, regras para o financiamento aos consumidores...
Oferta de moeda pelos bancos comerciais
Os bancos comerciais também podem alterar a oferta de moeda por terem uma carta patente que lhes permite emprestar mais do que tem em depósitos.
Mecanismo multiplicador da oferta de moeda
Quanto menor o recolhimento compulsório, maior o poder de multiplicação dos bancos, portanto, a determinação do nível de depósitos compulsórios dos bancos é uma forma de o Bacen controlar a oferta de moeda bancária.
O valor do multiplicador depende também, além da taxa de reservas dos bancos, da taxa de retenção do público, que é a razão entre a moeda que fica nas mãos do público (e não depositada nos bancos) e o saldo dos depósitos à vista. O multiplicador mais geral, entretanto, é chamado multiplicador da base monetária.
Por base monetária entende-se o total de moeda com o público (PP) mais as reservas dos bancos comerciais.
Essas reservas são o caixa dos bancos comerciais, os depósitos voluntários e os depósitos obrigatórios. A base monetária representa o estoque de moeda primária, também chamada moeda de alta potência, ou ainda, passivo monetário das autoridades monetárias.
As expansões e contrações dos meios de pagamento dependem de três parâmetros básicos:
De variações na base monetária;
De variações na taxa de retenção do público;
De variações na taxa de reservas bancárias.
A atuação das autoridades dá-se sobre a taxa de reservas bancárias e sobre a base monetária.
Demanda de moeda
Existem três motivos para demandar moeda, isto é, para reter encaixes monetários:
Motivo transação;
Motivo precaução;
Motivo especulação.
(6.1) INFLAÇÃO
A inflação pode ser conceituada como um aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços. Ou seja, os movimentos inflacionários são dinâmicos e não podem ser confundidos com altas esporádicas de preços.
Distorções provocadas por altas taxas de inflação
Os principais efeitos da inflação:
Efeito sobre a distribuição de renda – percebe-se que a inflação é um imposto cobre os mais pobres.
Efeito sobre o balanço de pagamentos – na tentativa de minimizar o déficit, são obrigadas a permitir desvalorização cambial, as quais depreciam a moeda nacional e estimulam as exportações e desestimulam as importações.
Efeito sobre as expectativas – a própria capacidade de produção futura e, conseqüentemente, o nível de emprego é afetado pelo processo inflacionário.
Efeito sobre o mercado de capitais – ocorre desestímulo à aplicação de recursos no mercado de capitais financeiros; a inflação estimula a aplicação de recursos em bens de “raiz”, como terras e imóveis.
Causas da inflação
A inflação de demanda pode ser definida como o excesso de demanda agregada em relação à produção disponível de bens e serviços.
Inflação de custos
A inflação de custos pode estar relacionada à estrutura de produção, ou seja, o nível de demanda permanece inalterado, mas os custos de certos insumos importantes utilizados na produção de um bem aumentam e são repassados aos preços finais dos produtos.
O aumento da taxa de salários provoca inflação, se existir alguma causa autônoma.
A inflação de custos também está associada ao fato de que algumas empresas com elevado poder de monopólio ou oligopólio têm condições de elevar seus lucros acima da elevação dos custos de produção.
Estagflação – estagnação econômica com inflação. Ela ocorre quando há, paralelamente, taxas significativas de inflação e recessão econômica, com desemprego.
O que caracteriza, na realidade, a expressão inflação de custos é o aumento de preços devido a pressões autônomas; essas pressões são causadas pela circunstância de que alguns preços de matérias-primas básicas, os chamadoschoques de matérias-primas.
De acordo com a VISÃO INERCIALISTA, os mecanismos de indexação formal e informal provocam a perpetuação das taxas de inflação anteriores, que são sempre repassadas aos preços correntes.
Nos planos antiinflacionários adotados depois de 1986 no Brasil, as autoridades aderiram ao congelamento de preços e salários para tentar eliminar a chamada memória inflacionária, ou seja, desindexar a economia. Outro recurso foi a troca da unidade monetária, quando durante algum tempo, coexistiram um moeda inflacionada (como o cruzeiro real) e uma moeda teoricamente sem inflação (como o real), indexada ao dólar ou a uma cesta de moedas estrangeiras.
A INFLAÇÃO DE EXPECTATIVAS está associada aos aumentos de preço provocados pelas expectativas dos agentes de que a inflação futura tende a crescer, e eles procuram resguardar suas margens de lucro.
A CORRENTE ESTRUTURALISTA pressupõe que a inflação no continente está associada estreitamente a tensões de custos, causados por deficiências na estrutura econômica. A inflação seria explicada principalmente pela estrutura agrária, estrutura oligopolista de mercado e estrutura do comércio internacional e, finalmente, a inflação seria provocada pelas desvalorizações cambiais que os países subdesenvolvidos são obrigados a promover, para compensar o déficit crônico da balança comercial.
No fundo, segundo essa visão, as causas de inflação estão associadas aos CONFLITOS DISTRIBUTIVOS, que se resumem na tentativa dos agentes manterem ou aumentarem sua posição na distribuição do “bolo” econômico.
A inflação no Brasil
Costuma-se associar a corrente estruturalista à Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), influenciada pelas idéias do economista Argentina Raul Prebisch, e a corrente monetarista à política preconizada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), baseada, em grande parte, nas idéias de Milton Friedman, da Universidade de Chicago.
O processo inflacionário em paísessubdesenvolvidos pressupõe que a inflação está associada estreitamente a tensões de custos, a saber: estrutura agrária, a estrutura oligopolista de mercado e a estrutura do comércio internacional.
Na visão monetarista, a necessidade de financiar a dívida pública leva ao aumento das emissões e ao excesso de moeda, acima das necessidades reais da economia, levando às elevações de preços.
A terceira corrente é a inercialista, segundo a qual a inflação no Brasil está associada aos mecanismos de indexação, que acabam perpetuando a inflação passada, numa espécie de inércia inflacionária.
Para que se possam identificar as causas da inflação é necessário primeiramente medi-la. Essa medição se dá através de uma ferramenta da Estatística chamada número de índice.
(6.2) MEDIDA DA INFLAÇÃO – NÚMEROS ÍNDICE
Um número índice é um número abstrato que sintetiza grandezas de diferentes espécies em um único valor, que permite fazer comparação no tempo e no espaço. Mediante o emprego do número índice, podemos comparar os custos de alimentação ou de vida em uma determinada região num dado período de tempo com os de uma época anterior ou, ainda, a produção de determinado produto durante um determinado ano em uma dada região.
A construção de um número índice exige a consideração dos seguintes pontos:
Definição da base – consiste em especificar se o índice a ser elaborado é para preço, quantidade ou valor, em delimitar a área geográfica à qual se refere, em estabelecer a sua periodicidade, em selecionar a fórmula, em identificar os dados necessários e suficientes para a construção.
Fixação da base – a fixação da base no tempo e no espaço depende da finalidade do índice. Entretanto, como regra geral, aconselha-se que a escolha deva recair sobre um período ou espaço geográfico que possa ser encarado como normal.
Obtenção de informações – é a maneira pela qual os dados devem ser coletados (senso ou amostragem); será determinado tendo em vista o menor custo, a maior precisão e a máxima oportunidade.
Um índice de preços pode ser de três tipos. São eles:
Índice relativo de preços: quando queremos analisar a variação do preço de um só bem, basta expressar tal variação em termos percentuais.
Notação utilizada:
I - índice
P - preço
O - época base, básica ou época de referência;
T - época atual, época dada, época a ser comparada;
Pt – preço do artigo na época atual (dada);
Pó – preço do artigo na época base.
Fórmula utilizada: Pó,t = Pt . 100-100
Po
Índice relativo de quantidade: quando desejamos analisar a variação na quantidade de um produto em termos percentuais.
Notação utilizada:
Qt – quantidade de um produto na época atual;
Q0 – quantidade desse mesmo produto na época base;
Fórmula utilizada: q0,t = Qt . 100-100
Qo
Índice relativo de valor: quando pretendemos analisar a variação no valor de um único bem, basta expressar a variação em percentuais, obtendo o que denominamos relativo valor.
Notação utilizada:
Pt – preço do artigo na época atual
Po – preço do artigo na época base
Qt – quantidade de um produto na época atual
Qo – quantidade desse mesmo produto na época base
Vt – valor do artigo na época atual
Vt –valor do artigo na época base
Fórmula utilizada: Vo,t = Vt .100-100
Vo
(7) O MERCADO DE CÂMBIO
(7.1) O COMÉRCIO INTERNACIONAL E O MERCADO DE DIVISAS
A principal diferença entre o comércio nacional e o internacional é que, dentro de um país, o intercâmbio se realiza com a mesma moeda, enquanto no comércio internacional cada país tem sua própria moeda.
Um país desenvolvido de comércio internacional somente pode funcionar se existe um mercado em que uma moeda pode ser trocada por outra. Esse é o papel atribuído ao mercado de divisas ou de câmbio.
A taxa de câmbio é o preço de uma moeda expresso em outra. Ela se expressa como o número de unidades da moeda nacional por unidade de moeda estrangeira.
Uma desvalorização da moeda nacional faz com que nossos bens sejam mais baratos no exterior e com que os bens estrangeiros fiquem mais caros no mercado nacional.
(7.2) O SISTEMA DE TAXAS DE CÂMBIO
Os sistemas de taxas de câmbio classificam-se de duas formas:
Taxas de câmbio flexíveis ou livremente flutuantes;
Taxas de câmbio fixas.
As taxas de câmbio flexíveis ou livremente flutuantes
Em um mercado livre, a taxa de câmbio será determinada pelas forças da oferta e da demanda. Nessas circunstâncias, diz-se que a taxa de câmbio é flexível ou flutuante.
No mercado de divisas, a demanda de dólares, derivada das importações nacionais e dos investimentos brasileiros no exterior, e a oferta de dólares procedente das exportações brasileiras e dos investimentos estrangeiros no Brasil determinam, conjuntamente, a taxa de câmbio.
Uma taxa de câmbio totalmente flexível ajusta, o balanço de pagamentos automaticamente, igualando a demanda e a oferta de divisas por operações autônomas com o exterior, tornando desnecessária a intervenção do Banco Central para restabelecer o equilíbrio externo.
As vantagens do sistema de taxas de câmbio flexíveis
Teoricamente, o sistema de taxas de câmbio flexíveis corrigirá automaticamente qualquer tendência de gerar déficit ou superávit no balanço de pagamentos.
Limitações do sistema de taxas de câmbio flexíveis
Na prática, o mecanismo pode não funcionar; se o balanço de pagamentos apresenta um déficit e o real se desvaloriza, as exportações podem não aumentar o suficiente e as importações não se reduzirem de maneira apreciável.
Outro inconveniente do sistema de taxa de câmbio flexível é que se gera uma grande incerteza nas relações internacionais. A presença de especuladores também pode dificultar o processo de ajuste.
Os sistemas de taxas de câmbio fixas; o padrão ouro
Sob o sistema de câmbio fixo, a taxa de câmbio cai ligada a uma determinada mercadoria (historicamente o ouro) ou a uma determinada moeda.
Para aderir a esse sistema, todo país tinha de aceitar as seguintes regras:
Estabelecer uma relação fixa entre a sua moeda e o ouro. Tal relação denominava-se valor paritário ou preçooficial.
As autoridades econômicas deveriam manter a convertibilidade do ouro, comprando e vendendo a moeda nacional em troca de ouro ao preço oficial.
O governo deveria seguir uma política respaldada no valor do ouro, cobrindo 100%.
O mecanismo de ajuste
O sistema de padrão ouro clássico não só se encarrega de manter estáveis as taxas de câmbio, mas também equilibradas as relações comerciais internacionais.
O padrão ouro clássico é um regime de taxa de câmbio fixa. O valor da moeda nacional define-se em relação ao ouro e o banco central compra-o e vende quantidades ilimitadas a esse preço.
Mantendo fixa a taxa de câmbio, elimina-se o desequilíbrio nas relações internacionais. Para isso, só se exigia que as importações e as exportações fossem sensíveis às variações dos preços e que o banco central estivesse disposto a aumentar ou a diminuir a quantidade de dinheiro, quando esta aumentasse ou diminuísse.
Inconvenientes do padrão ouro
O padrão ouro clássico apresentava uma série de inconvenientes, entre eles cabe destacar os seguintes:
Tendia a formar fortes oscilações na atividade econômica e no nível de preços;
Os países com superávit, em suas relações econômicas com o exterior, podiam tomar medidas que tendiam a cancelar o efeito do fluxo de ouro sobre a quantidade de dinheiro, isto é, o banco central tem capacidade de “esterilizar” seus fluxos de ouro e, assim, combater os aumentos no nível de preços, impedindo, desse modo, o funcionamento do mecanismo de ajuste;
Um banco central esteriliza os efeitos produzidos pelas perdas (ganhos) de ouro na oferta monetária quando realiza operações de mercado aberto que compensem as variações d quantidade de ouro;
Sistema era muito sensível a uma crise de confiança.
Valorização cambial e inflação
Com uma valorização (apreciação) cambial, a moeda nacional (real) fica mais forte relativamente às moedas estrangeiras, ou seja, a valorização cambial permite “ancorar” os preços internos e reduzir a taxa de inflação (daí derivao termo âncora cambial).
Vantagens:
Controle da inflação;
Elevação dos índices de produtividade;
Redução de bens de capital;
Redução de custos de produção;
Redução de preços;
Benefício aos consumidores.
Desvantagens:
Redução de vendas;
Aumento de desemprego;
Exportadores são prejudicados
Possibilidade de déficit;
Dependência ou vulnerabilidade externa.
Desvalorização cambial e inflação
A desvalorização cambial tem efeito contrário ao descrito anteriormente: os produtos importados ficam mais caros, em ternos de reais. Evidentemente, diminuirão as importações de muitos produtos, mas os bens essenciais, como petróleo, trigo, que o Brasil importa muito, terão seu preço aumentado (em reais, não em dólar), provocando aumento dos custos de produção, que serão repassados aos preços dos produtos finais, gerando inflação – a chamada inflação de custos.
O efeito da desvalorização cambial sobre a taxa de inflação é denominado passthrough.
(8) ECONOMIA INTERNACIONAL
(8.1) TEORIAS DE COMERCIO INTERNACIONAL
Mercantilismo
O mercantilismo aparece como o primeiro conjunto de idéias que procurava explicar o funcionamento do comércio entre os países, segundo o mercantilismo, os Estados nacionais deveriam:
Possuir um exército numeroso;
Intensificar a atividades de comércio;
Acumular divisas, ou seja, buscar o metalismo;
Defender interesses internos;
Conquistar maior participação no comércio internacional;
Enfatizar as atividades de comércio e manufatura.
Teoria das vantagens absolutas
É necessário ter condições de produção mais favoráveis que as do país para o qual se pretenda exportar.
O valor das mercadorias é determinado pelo tempo de trabalho necessário para produzi-las. Considera-se, nesse caso, o coeficiente técnico, ou seja , a relação entre o número de horas de trabalho em função da quantidade produzida.
Teoria das vantagens comparativas
O princípio das vantagens comparativas explica o motivo pelo qual dois países comercializam entre se, mesmo quando um deles detém vantagem absoluta na produção de dois bens.
A teoria das vantagens comparativas foi formulada por David Ricardo, em 1817, como uma evolução da teoria das vantagens absolutas. Da mesma forma como aquela teoria recomenda que cada país produza os bens e os serviços em que tem vantagem comparativa e os exporte, deixando de produzir bens e serviços em que é relativamente menos eficiente. Como resultado, a produção global será maior do que se cada país for auto-suficiente, aumentando as possibilidades de consumo e de bem-estar do conjunto dos residentes em ambos os países.
Escola neoclássica
O processo de troca entre duas nações deve observar o fato de que os países sempre tendem a exportar mercadorias provenientes de seus recursos produtivos mais abundantes e a importar bens cujos recursos sejam mais escassos.
Teoria da cepalina
Segundo essa teoria, nas trocas entre os países do centro e os da periferia tende a ocorrer uma deterioração dos termos de trocas. Os preços dos produtos primários tendem a desvalorizar em relação aos pecos dos produtos secundários, fazendo com que os países periféricos precisem exportar quantidades cada vez maiores para que possam manter sua capacidade de importação.
(8.2) RELAÇÕES ECONÔMICAS INTERNACIONAIS
As relações econômicas internacionais têm posição ao fundamental para a maioria dos países, inclusive o Brasil, ou seja, é crescente a parcela da produção mundial que não é consumida no país de origem.
Fatores que determinam as trocas internacionais:
Diferenças de dotação de recursos naturais;
Assimetria em atributos construídos;
Qualificação dos fatores de produção;
Relações entre fatores de produção.
E quais as vantagens do intercâmbio internacional?
Os consumidores, com a ampliação da oferta têm a oportunidade de dispor de maior diversidade de produtos. Os produtores, por sua vez, terão possibilidades de ampliação do mercado.
O processo de globalização
O processo de globalização é a conseqüência do incremento das relações econômicas internacionais. Os países se organizam em blocos de integração, para facilitar o comércio entre si e para enfrentar a concorrência internacional de forma mais competitiva.
Condições para ingressarem nesse “clube de negociantes internacionais”, a globalização. A primeira delas é integrar-se econômica e politicamente; a integração implica em negociações permanentes, participação nos tratados e acordos mundiais. Outra condição é a abertura às empresas transnacionais, precisam ainda, eliminar barreiras comerciais protecionistas e liberar suas economias.
As conseqüências da integração são:
A convergência das relações jurídica internas;
Redução de atributos de soberania nacional.
Do ponto de vista macroeconômico, a integração produzirá:
Um aumento do comércio internacional;
Provocará a homogeneização crescente dos fatores de produção e dos produtos;
A influência dos investimentos externos aumentará;
As nações se tornarão menos autônomas no campo econômico, dependendo de fluxos financeiros internacionais de controle reduzido;
Do ponto de vista microeconômico, as empresas tenderão a ter escalas maiores, podendo operar com custos mais reduzidos e com maiores condições de competir.
Níveis de integração
Existem diversas classificações de níveis de integração entre países. A que apresentaremos é das mais tradicionais e, como as demais, indica níveis crescentes de integração.
Zona ou área de livre comércio (Nafta, Alca) – busca a eliminação de tarifas no comércio entre os signatários.
União tarifária ou aduaneira (Mercosul) – eliminação de tarifas; mesma política tarifária para com o resto do mundo.
Mercado comum: características anteriores, busca obter a coordenação de políticas monetária, cambial, fiscal, previdenciária e tributária, além de harmonização de legislação, liberdade de circulação de produtos de produção, deverão inexistir fronteiras alfandegárias. A única diferença entre os mercados dos diversos países será a distância e o conseqüente custo do transporte.
União econômica e monetária (União Européia) – os países ficam quase sem autonomia, adotam o uso de moeda única, têm políticas macroeconômicas comuns e banco central único. As políticas são regionais, e não mais nacionais.
Blocos econômicos
Alca – área de Livre Comércio das Américas
Com o objetivo de eliminar as barreiras alfandegárias entre os 34 países americanos, exceto Cuba, e formar uma área de livre comércio para as Américas.
São países da Alca: Antigua e Barbuda, Argentina, Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Dominica, El Salvador, Equador, Estados Unidos da América, Granada, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela.
Mercosul – Mercado Comum do Sul
É formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, além dos países associados Bolívia e Chile, estando em fase de discussão o ingresso da Venezuela. O Mercosul tem como princípios básicos estabelecer uma união aduaneira – área de livre circulação de bens, mãos-de-obra e capital -, assim como a liberação gradativa de tarifas alfandegárias e restrições tarifárias.
Nafta – Acordo de Livre Comércio da América do Norte
Seus membros: Estados Unidos, México e Canadá. O acordo prevê apenas a eliminação das barreiras legais e das tarifas alfandegárias.
EU – União Européia
É o mais elevado estágio da integração econômica entre nações.
Membros da EU: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Checa e Suécia.
Aladi – Associação Latino-Americana de Integração
A Aladi substitui a Alac – Associação Latino-Americana de Livre Comércio, com objetivo de criar um mercado comum latino-americano. Não conflita com o Mercosul porpretender ter alcance regional e ser praticado através de acordos parciais, celebrados em prazo longo.
São países-membro da Aladi: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
(9) CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
(9.1) CONCEITOS FUNDAMENTAIS
O desenvolvimento corresponde à participação social no resultado do crescimento. Crescimento econômico é um fator quantitativo e desenvolvimento econômico é qualitativo.
O desenvolvimento econômico é um processo de mudança estrutural de longo prazo num sistema econômico. É a soma de crescimento, industrialização com mudanças estruturais, e com melhoria na distribuição da renda pessoal e regional acompanhada do aumento do nível de emprego.
Fatores que influenciam o desenvolvimento econômico
A qualidade e a quantidade dos recursos produtivos disponíveis, incluídos nesse conjunto especialmente a força de trabalho e o estoque de capital – a qualificação desses recursos representa os níveis de formação escolar da mão-de-obra, determinados pela média de anos freqüentados nas escolas, a capacidade tecnológica do capital existente, se formação interna ou externa e diversidade e quantidade e qualidade das matérias-primas existentes num sistema econômico.
As condições políticas e sociais: a estabilidade política e institucional – a população conquistará melhorias na estrutura social e política devido a maior policiamento do comportamento de seus legisladores eleitos.
Dinamismo dos agentes econômicos, que proporcionam eficiência organizacional – estará presente sempre que a estrutura das organizações que estimulam o funcionamento das atividades produtivas possuir dinâmica e agilidade no seu processo. Possibilitará que mais unidades produtivas surjam no mercado, aumentando os níveis de emprego e qualidade de vida.
Conseqüências do desenvolvimento
Alteração no processo produtivo – com essa mudança no processo produtivo promove em cadeia o estímulo ao investimento no capital produtivo, desencadeando mais investimentos em formação de capital e assim sucessivamente.
Alterações na estrutura do consumo da sociedade – melhorias do processo distributivo da renda total gerada no sistema econômico.
Crescente interdependência setorial na economia – decorrente do desenvolvimento da economia e motivada por avanço tecnológico e melhorias na formação de mão-de-obra, economia passa a possuir maiores dependência dos setores entre si, isto é, atividades produtivas que inicialmente não existiam internamente passam a existir a partir do desenvolvimento.
Em relação ao setor externo – o desenvolvimento permite ganhos de escala, aumenta a capacidade de importar e possui um efeito multiplicador sobre a economia. Em conseqüência disso, serão obtidos mais recursos de exportação, o que significa, na realidade, importação de empregos e mais reservas cambiais, possibilitando a importação de bens de capital ou promovendo o desenvolvimento tecnológico interno.
Principais indicadores de desenvolvimento
Como estamos tratando de análises comparativas entre regiões de um país, entre países ou blocos econômicos, será necessário usar padrões universais de medida. Podemos citar: uma mesma moeda universal, o mesmo período temporal, os mesmo parâmetros e índices.
Indicadores econômicos
Renda Per Capita – significa renda por pessoa ou habitante, é obtida pela divisão do produto interno bruto pela população, da qual obteremos a renda média por habitante de um país. Se a renda per capita aumenta, significa que a riqueza produzida num sistema econômico cresce em velocidade superior ao crescimento econômico, mas não significa desenvolvimento, para ocorrer desenvolvimento é preciso haver participação da população na renda gerada e acesso à aquisição e à evolução na estrutura de consumo.
Pauta de importações e de exportações – para sabermos o grau de desenvolvimento de um país basta analisar a estrutura dos produtos de suas importações. Quanto mais elaborados forem os produtos, menos desenvolvidos ele é e vice-versa. À medida que um sistema se desenvolve, acontece uma evolução tecnológica do parque produtivo interno e melhorias na qualificação da mão-de-obra. Em conseqüência, obtém ganhos de produtividade e competitividade no mercado globalizado, passando, portanto, a exportar produtos elaborados (com mais valor agregado) e, conseqüentemente, a importar produtos em sua forma, mas bruta (matéria-prima), a preços menores com menos valor agregado, decorrendo disso a modificação da pauta das importações de produtos acabados para forma bruta, bem como as exportações da forma bruta modificando-a e para a forma elaborada.
Estrutura da produção e do emprego – nesse indicador, é demonstrado o padrão da estrutura de produção e do emprego. Podemos, então, afirmar que um país subdesenvolvido a estrutura de produção está direcionada à atividade primária, com baixa utilização de tecnologia, indo ao desenvolvimento com larga utilização de tecnologia. Quanto menos desenvolvido for um sistema econômico, mais a estrutura de produção e emprego estará fundamentada na atividade primária e, ao contrário, com o desenvolvimento evoluindo ocorrerá o direcionamento para a industrialização.
Indicadores demográficos
Taxa de crescimento demográfico – com esse indicador, saberemos que o grau de desenvolvimento de uma nação corresponde, numa razão inversa, à taxa de crescimento populacional, ou seja, quanto maior for a taxa de crescimento demográfico, menos desenvolvido será o país.
Estrutura etária da população – o aumento da expectativa de vida da população é decorrente do crescimento da qualidade de vida obtida através de melhorias no acesso ao sistema de saúde, alimentação e saneamento.
Expectativa de vida – pergunta-se: quais fatores contribuíram para esse ganho de vida média conquistado pelo brasileiro? A resposta está no desenvolvimento e significa o crescimento econômico aumentando com ganhos da participação da população. A decorrência dessas conquistas foi o aumento do tempo de vida média da população.
Taxa de mortalidade infantil – é a quantidade de óbitos para cada mil nascimentos. Esse é um indicador de desenvolvimento, pois indiretamente representa o acesso da população ao acompanhamento pré-natal e à obstetrícia; quanto menor for essa taxa, mais desenvolvido será o país.
Indicadores sociais
Taxa de analfabetismo – esse indicador é considerado social porque nos mostra em termos médios qual a quantidade de indivíduos não alfabetizados em relação ao total da população. Quanto maior ela for, menor tenderá a ser o desenvolvimento do país e vice-versa.
Participação da mulher na sociedade – à medida que o desenvolvimento ocorre, a sociedade como um todo passa a usufruir do processo participativo até o decisório.
Inclusão social – o acesso aos benefícios obtidos via crescimento econômico, a redução de desigualdades sociais e a participação de todos no processo político são fatores que indicarão o grau de desenvolvimento.
Índice de desenvolvimento humano (IDH) – foi criado para medir o grau de acesso da população aos benefícios obtidos pelo crescimento econômico, ou seja, somente haverá desenvolvimento se a população tiver acessos a estes benefícios.
Acesso à educação – como indicador de desenvolvimento, podemos avaliar o grau de acesso da população aos bancos escolares e o tempo de permanência anual média da população na formação escolar.
Longevidade – quanto maior for essa expectativa, melhor qualidade de vida tem a população.
Distribuição de renda – para obter o indicador da renda média dessa economia, basta dividir o PIB pelo total da população que obteremos a renda per capita. Porém, esse indicador não nos da as informações concretas do acesso dessa população, à renda, visto que se trata de um valor médio.
(10) SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E MERCADO DE CAPITAIS
(10.1) SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN)
o sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do país e a servir aos interesses da coletividade.Está estruturado em dois subsistemas o normativo e o de intermediação.
O subsistema normativo
É constituído pelas autoridades monetárias vinculadas ao Conselho Monetário Nacional, que regulamentam através da normalização do funcionamento do SFN de acordo com a política monetária do governo. Fazem parte do subsistema normativo; Conselho Monetário Nacional, Banco Central e Comissão de valores Mobiliários.
Conselho Monetário Nacional (CMN)
Órgão máximo do SFN, cuja responsabilidade é a elaboração da política monetária do Brasil e possui como atribuições:
Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia nacional e ao ser processo de desenvolvimento;
Regula o valor interno da moeda;
Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamentos do país;
Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras públicas e privadas;
Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros;
Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeira;
Coordenar as políticas monetárias, de crédito, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa.
Banco Central (BC)
O Bacen é o órgão fiscalizador e executor da política monetária que estabelece o elo de ligação o governo (CMN) e o mercado, zelando pelo perfeito funcionamento das instituições integrantes do SFN. Das duas atribuições podemos citar:
Emissão monetária conforme autorização do Conselho Monetário Nacional;
Controlar ou regular o meio circulante do Brasil;
Receber e controlar os depósitos compulsórios dos bancos comerciais
Fiscalizar as instituições financeiras e administradoras de consórcios;
Realizar as operações de redesconto dos bancos comerciais;
Executar a política monetária definida pelo CMN;
Controlar e administrar o fluxo de capitais estrangeiros no Brasil;
É o banco dos bancos;
É o banqueiro do governo.
O subsistema de intermediação
É constituído pelas instituições financeiras auxiliares que dão forma ao funcionamento do SFN e das operações financeiras das instituições públicas e privadas, pessoas físicas ou jurídicas de um sistema econômico. As instituições que compõem o subsistema de intermediação são: bancos comerciais, Banco do Brasil, Caixas Econômicas, Banco de Desenvolvimento, cooperativas de crédito, bancos de investimentos, sociedades de crédito, bancos de investimentos, sociedade de arrendamentos mercantil, Sistema Financeiro da Habitação, bancos múltiplos, Bolsa de Valores e sociedades seguradoras.
Bancos comerciais
As operações básicas são: receber depósitos e conceder empréstimos nas suas funções comerciais.
Banco do Brasil
Desenvolve as atividades de banco comercial, além de ser o executor da política de crédito rural e industrial do governo federal e administrar a câmara de compensação de cheques nacionais, bem como o comércio exterior do Brasil.
Caixas Econômicas
Possuem a função principal de atendimento às pessoas físicas e têm atribuição de:
Captar economias populares sob a garantia da União;
Conceder empréstimos e financiamentos de caráter assistencial;
Operar no setor de habitação como sociedade de crédito imobiliário e principal agente do sistema financeiro da habitação
Bancos de desenvolvimento
São instituições financeiras controladas pelos governos estaduais que utilizam repasses públicos para concessão de crédito para médio e longo prazo. Atualmente são quatro:
Banco do Nordeste (BNB);
Banco da Amazônia (BASA);
Banco Regional de Desenvolvimento do extremo Sul (BRDE);
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e social (BNDES), empresa pública com responsabilidade de crédito no longo prazo, tendo como atribuições:
Impulsionar o desenvolvimento econômico e social do Brasil;
Fortalecer o setor empresarial do País;
Atenuar os desequilíbrios regionais
Promover o desenvolvimento integrado das atividades agrícolas, industriais e serviços;
Estimular o crescimento e a diversificação das exportações.
Cooperativas de crédito
Com a função de auxiliar via concessão de crédito, protegendo os cooperados nas suas atividades de produção, safra comercialização e escoamento da produção.
Bancos de investimentos
Os bancos de investimentos são instituições que possuem objeto de captar depósitos a prazo e são especializados em operações financeiras de médio e longo prazo.
Sociedades de arrendamento mercantil (leasing)
A vantagem para o mercado em operar com arrendamento é tributária.
Sistema Financeiro da Habitação (SFH)
Foi criado com o objetivo de promover o desenvolvimento da construção de habitações no Brasil na década de 1960; após a extinção do Banco Nacional da Habitação, a gestão desse sistema foi transferida para a Caixa Econômica Federal.
Bancos múltiplos
Permitiu-se que bancos comerciais e outras constituam uma única empresa através do processo de fusão.
Sociedades seguradoras
Possuem a finalidade de manter o funcionamento das unidades produtivas diante das adversidades que possam ocorrer.
(10.2) O MERCADO DE CAPITAIS E A BOLSA DE VALORES
A expansão da capacidade de uma unidade produtiva pode ocorrer de várias formas, entre elas podemos citar:
Utilizar recursos financeiros próprios;
Utilizar recursos de terceiros;
Obter recursos através da venda de parte da empresa.
A expansão da capacidade produtiva tem como resultado do produto interno bruto de uma economia.
Esse fracionamento é possível devido à subdivisão do capital total de uma empresa em partes iguais, que denominaremos ações, sendo conhecida como abertura de capital.
Esse mercado é denominado mercado de capitais e se constitui por um complexo inter-relacionamento de instituições subordinadas direta ou indiretamente ao Conselho Monetário Nacional e que darão liquidez e facilidades para a comercialização dos títulos que estão no mercado.
Avaliações importantes na economia como um todo podemos citar:
Captação de recursos de terceiros;
Possibilidade de disponibilizar no mercado o acesso dos poupadores à participação nos resultados das empresas com ações lançadas no mercado;
A possibilidade de canalizar recursos de poupança (investidores) do mercado financeiro para a atividade produtiva da economia.
Bolsa de valores
A Bolsa de Valores constitui-se em uma sociedade civil criada com fins de facilitar a convergência entre vendedores e compradores de ações.
As negociações de ações podem ocorrer de diversas formas, mas aqui vamos citar só três:
Mercado à vista – é a comercialização que ocorre com o pagamento das ações compradas no ato da operação;
Mercado a termo – é a comercialização de ações com a modalidade de pagamento em prazo futura conforma acordo entre comprador e vendedor e desde que respeitando a legislação vigente, podendo esse prazo se antecipado, se acordado entre as partes;
Mercado de opções – essa modalidade de comercialização corresponde à alternativa de venda ou de compra de uma promessa, antes do tempo definido entre as partes.

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