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GRÉCIA arte do Egeu

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GRÉCIA
História da Arte
Denise Dalle Vedove
O EGEU
Se navegarmos o delta do Nilo e cruzarmos o 
Mediterrâneo em direção noroeste, nosso 
primeiro relance da Europa será a extremidade 
oriental de Creta. Mais além, encontramos um 
pequeno grupo de ilhas dispersas, as Cidades, e, 
um pouco mais adiante, o continente grego 
voltado para a costa da Ásia Menor, localizado do 
outro lado do mar Egeu. Para os arqueólogos, 
“Egeu” não é apenas um termo geográfico; 
adotaram-no para designar as civilizações que 
floresceram nessa área durante o terceiro e 
segundos milênios a.C., antes do 
desenvolvimento da civilização grega 
propriamente dita. Existem três, intimamente
Relacionadas, embora distintas entre si: a de 
Creta , chamada minóica devido ao lendário 
rei cretense Minos; a das pequenas ilhas ao 
norte de Creta (Cicladense), e a do continente 
grego (heládica). Cada uma delas foi, por sua 
vez, dividida em três fases: Antiga, Média e 
Recente, que correspondem, de forma muito 
aproximada, ao Antigo, Médio e Novo 
Impérios do Egito. Os remanescentes mais 
importantes e as maiores realizações artísticas 
datam da última parte da Fase Média e da 
Fase Recente.
Arte Cicladense
O povo que habitava as Ilhas Cíclades entre cerca 
de 2600 e 1100 a.C. quase não deixou vestígios, 
além de seus modestos túmulos de pedra. As 
coisas que enterravam junto com os seus mortos 
são admiráveis em apenas um aspecto: incluem 
um grande número de ídolos de mármore, de um 
tipo particularmente interessante. Quase todos 
representam a figura de um nu feminino em pé, 
com os braços cruzados à altura do tórax, 
supostamente a deusa-mãe da fertilidade, que já 
conhecemos na Ásia Menor e do antigo Oriente 
Próximo, cuja linhagem remonta ao Paleolítico. 
Também compartilham uma forma característica
que, à primeira vista, faz lembrar as 
qualidades angulosas e abstratas de escultura 
primitiva: o formato sem relevos e cuneiforme 
do corpo, o pescoço e em forma de coluna e o 
escudo oval e inclinado do rosto, onde o único 
traço marcante é o nariz alongado e em forma 
de crista.
Ídolo cicládico, de Amorgos
Arte Minóica
A arte minóica é sem dúvida a mais rica, bem como a 
mais estranha, do mundo egeu. O caráter da arte 
minóica, que é alegre, até mesmo brincalhão, e cheio 
de movimento rítmico apareceu e desapareceu tão 
abruptamente que seu destino deve ter sido 
determinado por forças externas sobre as quais, pouco 
ou nada sabemos.
A primeira dessas mudanças inesperadas ocorreu por 
volta de 2000 a.C., quando os cretenses criaram não 
apenas o seu próprio sistema de escrita, mas também 
uma civilização urbana, centrada em vários grandes 
palácios. Pelo menos três deles, Cnosso (Palácio de 
Minos), Festo e Mália.
* As paredes de seus palácios eram decoradas com pinturas, onde constava guerreiros, 
cenas de caça e desfiles de carros.
Além das cores aplicadas sobre 
elementos arquitetônicos, as 
colunas possuem uma forma 
peculiar de fuste, pois iniciam 
estreitos junto à base e vão se 
alargando à medida que atingem 
o capitel.
Muito da decoração seguia cenas da 
natureza que mostravam animais e 
pássaros em meio a uma vegetação 
luxuriante. A vida marinha (como 
pode ser visto no afresco com o 
peixe e o golfinho) era também um 
dos temas favoritos da pintura 
minóica.
O Afresco do toureiro, o maior e mais 
dinâmico dos murais minóicos até hoje 
recuperados. O que vemos não é uma 
tourada, mas um jogo ritual em que os 
participantes saltam sobre as costas do 
animal. Dois dos atletas de cintura 
esbelta são mulheres, diferenciadas pela 
cor da pele mais clara. O touro era um 
animal sagrado. Cenas como essa ainda 
ecoam na lenda grega dos jovens e 
virgens sacrificados ao Minotauro.
A técnica na pintura mostra uma 
influência egípcia, decorrente das 
relações comerciais. As convenções 
estilísticas têm certa similitude: olhos 
de frente em uma cabeça de perfil, 
ancas ainda mais estreitas e ombros 
ainda mais largos. As cores possuem 
convenções simples: o homem é 
vermelho e a mulher branca.
Arte Micênica
O período da arte micênica inicia-se por volta de 
1400 a.C., época em que se acredita ter sido 
destruído o palácio de Cnossos, chegando ao fim 
por volta de 1100 a.C., quando da invasão dórica
da Grécia. 
( Dórica relativo ao Dórios, povos provenientes 
da região danubiana, que se instalaram na 
Grécia, na região do Peloponeso, fundando a 
cidade de Esparta).
Máscara do 
guerreiro 
barbado, 
conhecida 
como 
"máscara de 
Agamemnon
", ouro, 
1.580-1.500 
a.C.
Entretanto, começaram 
subitamente a enterrar seus 
mortos em túmulos em forma 
de túneis profundos e, um 
pouco mais tarde, em câmaras 
cônicas de pedra, conhecida 
como túmulos em forma de 
colméia.
• Arquitetura
• A arquitetura demonstra as maiores 
características dos micênicos, um povo 
de guerreiros. Suas principais 
construções são as muralhas e o tholos.
Os aqueus eram povos guerreiros e 
agressivos. Sua realidade era muito 
diferente da cretense. Seus palácios, ao 
contrário dos cretenses, eram fortalezas 
construídas verticalmente.
O tholos é uma tumba dedicada às sepulturas
reais. O tholos é construído escavando-se
uma colina e dispondo grandes pedras em
círculos concêntricos e sobrepostos formando
um ambiente em forma de cone que é
totalmente fechado e coberto de terra,
reconstruindo a colina originária.
Um corredor, entre duas paredes de pedra,
conduz à tumba. No interior, num pequeno
cômodo escavado junto ao grande vão com a
cúpula, era colocado o sarcófago real.
• As muralhas das cidades pertencem à última 
fase de sua história, quando aumentaram as 
ameaças externas. As muralhas de Tirinto e 
Micenas tinham uma espessura entre seis e 
oito metros. Em Micenas o ingresso era feito 
através da Porta dos Leões.
• A Porta dos Leões é um bastião construído 
com quatro rochas maciças que formam uma 
soleira, umbrais e arquitrave. Da porta parte 
uma escadaria que alcança o palácio real, 
construído em terraços escavados na rocha.
Uma dessas fortalezas foi 
considerada pelos gregos 
como obra dos Cíclopes e 
possuia dois leões esculpidos 
na entrada.
A monumentalidade dessa 
entrada, chamada "PORTA 
DOS LEÕES", sugere os 
valores principais desta 
civilização:
* A Força e a Agressividade.
Escultura
A escultura não se desenvolveu muito, 
e a grande estatuária foi totalmente 
ausente. O marfim era muito usado. 
Algumas estatuetas de marfim, entre as 
quais o famoso grupo com duas 
mulheres e um menino encontrado em 
Micenas são os exemplos mais 
importantes. 
A civilização micênica imitou muito de 
longe a arte cretense, mas a sua 
arquitetura apresentou traços próprios:
* Construções longas e retangulares;
* Caráter de monumentalidade com tom 
militar nas suas construções com cidades 
amuralhadas.
Pintura
Os afrescos micênicos, embora tenham 
um estilo bastante semelhante ao dos 
cretenses mostram algumas diferenças 
como a presença da figura de guerreiros 
e heróis e cenas de caça, além das 
figuras femininas. 
Espadas e vasos micênicos
Acrópole de Atenas.
• A Grécia antiga foi uma civilização que se 
desenvolveu na região da atual Grécia, na 
península Balcânica e nas ilhas vizinhas. O 
florescimento dessa civilização manifestou-se na 
expansão de suas cidades, e na exuberância e 
força de sua cultura. Terra onde nasceu a Filosofia 
e a democracia, podemos nos reportar à Grécia 
não apenas por sua circunscrição geográfica, mastambém por sua maneira específica de pensar a 
beleza e a ética. O ideário artístico grego é de 
imprescindível compreensão, pois parece 
proporcionar um padrão estético ou gosto grego 
sobre o que é belo, que nos influencia até hoje.
A Grécia Antiga alcançou um notável 
desenvolvimento artístico e cultural. A arte grega 
é uma arte antropocêntrica ( que considera o 
homem como o centro ou a medida do universo, 
sendo-lhe por isso destinadas todas as coisas), 
exprimindo valores de equilíbrio, harmonia, 
ordem, proporção e medida, sendo empenhada 
em exaltar a beleza e o calor da vida humana, 
não o mundo além-túmulo.
Nessa arte, é condenado o mistério. Os artistas 
gregos não estavam sujeitos às limitações 
impostas pelos sacerdotes e reis, como na
maioria das civilizações orientais, e tiraram 
suas idéias da filosofia racionalista 
(referente a racionalismo; método de 
observar as coisas baseado exclusivamente 
na razão, considerada como única 
autoridade quanto à maneiraded pensar 
e/ou de agir.) e humanista ( partidário do 
humanismo; doutrina ou atitude que se 
situa expressamente numa perspectiva 
antropocêntrica.) dominante.
Santuário de Delfos
A arte grega não estava voltada somente 
para a estética ( beleza física ou plástica; na 
filosofia, o estudo racional do belo.), pois 
tinha como meta prioritária o orgulho do 
povo por sua cidade. Desta forma, a arte 
era também uma expressão da vida política 
dos cidadãos.
A busca do equilíbrio , a forma de pensar e 
filosofar e a valorização do humanismo 
foram, de certa forma, a fonte de toda 
cultura ocidental.
A arte grega deve seus procedimentos iniciais à 
influência egípcia, estando essas duas 
expressões artísticas ligadas também pela arte 
minóica ou cretense. No breve período de 
reinado de Aknaton, ou Amenófis IV, da 18ª 
dinastia houve um hiato em que rígidos cânones 
foram rompidos e a cultura egípcia abriu-se para 
a influência externa. Parte dessa influência foi 
advinda da elegante arte minóica, que também 
compõe as bases da arte grega.
Para estudar essa arte, à qual devemos toda a 
história da arte ocidental subsequente, 
Costumamos dividi-la em sete fases. Dessas, as 
mais importantes são a Geométrica, a Arcaica, a 
Clássica e a Helênica.
Nas descrições abaixo, estão destacadas:
- Proto história. É quando a arte grega sofre 
influência clara da arte Cicládica (das ilhas 
Ciclades), de 2800-2000 a.C; da arte cretense, 
cerca de 2100-1450 a.C, e da micênica, entre 
1700-1220 a.C.
- Medievo helênico, (1200-900 a.C.) Nele, a 
produção artística, empobrecida pelo 
desaparecimento dos palácios-cidades, conduziu
a uma nova maneira de pensar a cerâmica e a 
modelagem, no que foi impulsionada pelo 
surgimento dos núcleos urbanos e do comércio.
- Geométrica ( cerca de 900-700 a.C.). Primeira 
fase marcante da arte grega, quando se pensa e 
ressurgimento da escultura e sua variação de 
suportes. Tanto essa nova escultura quanto a 
arquitetura eram marcadas pelo rigor 
geométrico. A esse período corresponde um 
sistema de ornamentação pictórica presente 
sobretudo em utilitários, como vasos e ânforas, 
que tinham motivos abstratos.
- Orientalizante ( 700-610 a.C.). Uma extensão da 
arte geométrica dada pelo contato com as 
culturas do Oriente mediterrâneo, Anatólio e 
Mesopotâmico. Dá início ao que conhece por 
Magna Grécia, com o despertar de um 
pensamento estético helênico ( referente a 
Heleno, nome atribuído aos gregos na 
Antiguidade Clássica).
- Arcaica (cerca de 610-490 a.C.) é fortemente 
marcado pelos modelos da escultura egípcia e 
da pintura ornamental minóica.
Desse momento, provém os exemplos dos 
Kouros ( figuras masculinas nuas feitas em 
pedra) estatuas celebrativas de atletas 
vencedores de jogos ou de guerreiros mortos.
As figuras eram totalmente simétricas e 
retratadas em posição estática frontal. 
Apresentavam os cabelos geometrizados, os 
braços estendidos ao lado do corpo, as mãos 
fechadas, um pé à frente do outro e o abdome 
definido; os lábios esboçam um leve sorriso, que 
é denominado sorriso arcaico.
A escultura feminina era chamada Korí 
e quando tinha a função de coluna na 
arquitetura recebia o nome de 
cariátide.
As cariátides no 
pórtico do templo 
em homenagem a 
Atena e Poseidon.
- Período Severo – Em linhas gerais esta fase se 
caracteriza por u m progressivo incremento no 
dinamismo das figuras, os braços ganham em 
liberdade, o torso se flexibiliza e há maior 
detalhamento e suavização da anatomia. O 
modelado da cabeça se harmoniza com o do 
corpo, os detalhes são reduzidos a um mínimo 
com ênfase nos traços anatômicos principais, 
o sorriso arcaico tende a ser substituído por 
uma expressão séria e distante, e aparecem 
representações mais verossímeis da velhice.
Nesta fase é formulado o chamado perfil grego, 
unindo a testa e o nariz em uma linha retilínea, e 
o bronze começa a se tornar um material de uso 
frequente.
Indicativo dos progressos do período é o Efeso 
de Kritios, dos primeiros exemplos a mostrar 
uma sugestão de contraposto, um movimento 
nas ancas que surge quando a figura se apóia em 
uma das pernas enquanto a outra se encontra 
em repouso.
Jovem de Krítios, estátua encontrada entre os 
escombros persas na Acrópole, que deve ter 
sido feita pouco antes de 480ª.C. Esta figura, 
“o primeiro belo nu na arte”, pertence a um 
um do mundo quadrangular e frontal, com o 
peso do corpo distribuído de forma desigual 
sobre as pernas rígidas. O jovem parece dar 
novos rumos à escultura grega, que parte em 
busca de um ideal de beleza humana e divina, 
baseada na natureza mas disciplinada pela 
perfeição da simetria, proporções e equilíbrio.
Efeso, 
Kritios
Poseidon ( Zeus ?) 
Bronze de 
Artemizion
A estabilidade em meio à 
ação é magnificamente 
obtida no bronze Poseidon 
ou Zeus, uma estátua em 
tamanho maior que o 
natural, a postura é a de um 
atleta, é um gesto que 
impõe respeito e revela o 
poder do deus. Aqui, o 
arremesso de uma arma é 
um atributo divino e não um 
gesto de guerra.
Versões 
diferentes 
do 
Doríforo
Bronzes 
de Riaci
Apolo
de
Olímpia
- Período Clássico ( 490- 323 a.C.) Iniciada e 
encerrada com grandes acontecimentos para a 
história da cultura grega, a guerra do Poleponeso 
e a morte de Alexandre, o grande, eese 
momento da história grega traz os exemplos 
máximos da arte e da arquitetura.
Além do Parthenon, a sedimentação do período 
clássico traz os corpos humanos representados 
de forma a revelar os contornos da estrutura 
interna ( a visão dos ossos da costela sob a pela, 
por exemplo), a delicadeza do caimento dos 
panos (chamados panejament) sobre a pele, e 
Também a expressão contida e elegante com a qual nos 
acostumamos a categorizar a beleza clássica.
Uma obra do período clássico grego dificilmente 
mostrará rostos e corpos com defeito, distorcidos ou 
pouco proporcionais. Ao contrário, a preocupação era 
atingir a perfeição e o equilíbrio, ou seja, é uma arte 
idealista.
Os artistas conseguiram retratar o corpo humano em 
posições variadas, superando totalmente a imobilidade 
do período arcaico e exibindo o corpo humano em 
proporções perfeitas e movimentos inéditos na arte.
Leocarés
Apolo de 
Belvedere
Fídias- Dionísio
Pintura e Cerâmica
A pintura era muito utilizada em cerâmica, com 
uma forte decoração linear ou de figuras 
geometrizadas, notando-se a ausência de 
paisagens. Seus temas eram os feitos dos deuses 
e semideuses e amores olímpicos. Encontram-se 
também jogos atléticos, de funerais e de carros 
de corrida, destacando-se pela liberdade de 
inspiração, observações anatômicas,combinando de uma forma engenhosa as quatro 
cores clássicas: preto, amarelo, branco e 
vermelho.
Dentre os maiores representantes da pintura 
grega destacam-se Zeuxis e Apeles.
A indústria de cerâmica, que teve seus principais 
centros em Atenas e Corinto, funcionou sob a 
pressão das exigências dos mercados internos e 
externos comportando uma grande variedade 
de objetos utilizados como recipientes de vinho, 
azeite, mel e perfumes. As proporções dos vasos 
eram calculadas com o mesmo requinte que as 
do Parthenon, não sendo sua qualidade artística 
a técnica, mas sim a forma, perfil puro e 
elegante dado a um material maleável.
Arquitetura
Dos edifícios da arquitetura grega, os Templos 
foram os mais importantes. Apesar de toda a sua 
excelência artística, são uma das formas 
estruturais mais simples, não concebidos para 
receber multidões. Os cultos eram realizados na 
parte externa, muito mais importante do que o 
interior, cujo acesso era exclusivo aos sacerdotes 
e onde era colocada a estátua do deus protetor 
da cidade.
Os templos eram construídos sobre uma 
plataforma de dois ou três degraus, denominada
estereóbato, que junto às colunas formam a 
parte sustentadora , determinando a ordem 
arquitetônica. Apesar da ordem dórica ser a 
mais popular, fazendo uso de uma coluna mais 
pesada e fortemente estriada, destaca-se 
também a ordem jônica, que possui colunas mais 
delgadas, com ligeiro estriamento. No séc. V a.C. 
surgiu o estilo corintio, mais ornamentado, na 
procura de enriquecer a ordem jônica.
O ápice da arquitetura grega, deu-se após as 
guerras Médicas, quando Péricles convocou o 
escultor Fídias para a reconstrução de Atenas,
destruída pelos Persas. Um dos mais belos 
monumentos construídos foi a Acrópole , 
destacando-se o Parthenon; o Erectheion, 
dedicado a Erecteus, rei mítico de Atenas que, 
possuia o pórtico das Cariátides, com o teto 
sustentado por seis estátuas de jovens, em vez 
de colunas; e o Templo de Atena Nikê, deusa 
alada da vitória que representava a guerra dos 
gregos contra os persas.
- Período Helenístico ( 323-31 a.C.). O período 
conhecido como Helênico é aquele de difusão 
do gosto dos gregos por todo o mundo 
dominado, primeiro pelos macedônios e depois 
pelos romanos.
No Helenístico vemos uma tendência à 
teatralidade exacerbada na escultura grega 
representativa. A dramaticidade se manifesta 
por todo o corpo ( nas faces, nas mãos), como se 
devesse nos convencer de suas ações e de seus 
pensamentos.
Laocoonte 
e seus 
filhos 
Esse período finda-se ao tempo da ascenção 
do imperador Augusto em Roma e da 
miscigenação das linguagens. Pensa-se numa 
extinção da grande arte grega, mas essa já se 
encontrava há muito dispersa pelo mundo, 
desde que a própria elite ateniense fora 
deslocada para o Egito ptolomaico, sobretudo 
para Alexandria.
Míron. O 
discóbolo
, 450 a.c
As figuras apresentavam além do movimento, 
emoção. É desse período a obra Lacoonte e seus 
filhos (Antiphantes e Thymbraeus), a escultura 
representa uma cena dramática baseada na 
história mitológica da Guerra de Tróia, que relata 
a luta entre gregos e troianos, na qual gregos 
presenteiam os troianos com um enorme cavalo 
como reconhecimento de sua vitória. Porém, 
dentro do cavalo há um exército de gregos que 
invadem e dominam a cidade, vencendo 
finalmente o duradouro combate. Lacoonte, que 
era um sacerdote troiano, avisou seu povo para
não aceitar o cavalo oferecido pelos gregos, 
porém, os deuses que desejavam a destruição 
de Tróia, ao perceberem que Lacoonte 
poderia atrapalhar o plano, enviaram duas 
serpentes para matar o sacerdote e seus dois 
filhos.
Entre as esculturas mais famosas estão: A 
Vênus de Milo, Vitória de Samotrácia e Apolo 
de Belvedere.
Vênus de Milo séc. II a.c. Museu do Louvre
Cópia romana da 
Afrodite de 
Cápua, de Lisipo. 
O original grego 
data do século IV 
a.c. Altura: 2,10m. 
Museu 
Arqueológico 
Nacional, Nápoles
Vênus para os romanos, e Afrodite para os 
gregos, são os nomes atribuídos à deusa do 
amor. A Vênus de Milo foi encontrada em 1820 
na ilha de Melos na Grécia. Diferentemente das 
cariátides – que serviam como colunas, tinham 
uma postura rígida e trajavam vestidos – essa 
escultura apresenta um movimento suave 
conferido pela sua postura, em que o peso do 
corpo está apoiado na perna direita, a cintura 
torcida e o ombro esquerdo levantado. Seu 
corpo é coberto por um tecido do quadril para 
baixo, exibindo metade do corpo em uma pose 
sensual.
A escultura Vitória de Samotrácia foi 
encontrada em 1863 na ilha de mesmo 
nome e acredita-se que era a decoração 
da proa de uma embarcação.Ela 
representa Atena Nike, que é a deusa da 
vitória. Mesmo sem a cabeça, a obra 
surpreende pela beleza das formas, pelo 
drapeado da roupa e a leveza das asas.
A deusa da vitória que acabou de pousar na 
proa de um navio de guerra; suas grandes asas 
têm uma grande abertura, e ela ainda se 
mantém parcialmente no ar graças ao forte 
vento contrário. Não se trata simplesmente 
uma relação entre a estátua e o espaço que o 
escultor imaginou-a ocupando, mas sim de uma 
interdependência mais ativa do que tudo o que 
já vimos antes. A Vitória faz jus à sua fama de 
obra máxima da escultura helenística.
Leocarés
Apolo de 
Belvedere
Apolo é uma escultura de mármore de 2,5 m 
de altura e representa o deus da beleza e 
juventude no momento em que lança uma 
flecha para matar a serpente Píton. A obra foi 
encontrada faltando parte dos dois braços, 
mas foi restaurada durante o Renascimento.
O cuidado com as proporções humanas em 
todas as esculturas revela o ideal grego de 
perfeição e beleza.
A maioria das obras gregas foi perdida, as que 
chegaram até nós são cópias romanas feitas a 
partir dor originais.
Gaulês moribundo
Uma antiga cópia em mármore de uma das várias 
estátuas de bronze destinadas por Àtalo I, de Pérgamo, 
pouco antes de 200 a.c., à comemoração de sua vitória 
sobre os invasores gauleses. O colar de ouro no pescoço 
é outro traço característico celta. Po r outro lado 
entretanto, o gaulês compartilha a nudez heróica dos 
guerreiros gregos, e se sua agonia parece infinitamente 
mais realista, tem também uma dignidade considerável. 
“Eles sabiam morrer, por mais bárbaros que fossem”, é 
o pensamento que a estátua nos passa. 
Incapaz de mover as pernas, o gaulês coloca toda a sua 
força debilitada nos braços, como se tenteasse evitar 
que algum peso extraordinário e invisível o esmagasse 
contra o solo.
Relevo Funerário
Mercúrio
Augusto Pio 
Clementino
Kratera 
Derveni
Velha bêbada, 
190 a.c.
Diana 
caçadora
Escravo afiando faca
Fauno 
Barberini
O rapto -
Gianbologna
Afrodite dormindo
Com as conquistas de Alexandre Magno, houve grandes 
transformações no mundo grego. A arquitetura, pintura 
e escultura gregas nada ganharam, uma vez que os 
artistas helenísticos desprezaram a noção de equilíbrio 
e harmonia, traços marcantes da arte helênica, 
preocupando-se em dominar um realismo exagerado e 
sensacionalista.
Na arquitetura, a suavidade dos templos gregos cedeu 
lugar à construção de suntuosos palácios e casas 
espaçosas e confortáveis, bem como edifícios 
burocráticos que simbolizavam a riqueza e o poder, 
refletindo o sentimento individualista do período. Um 
exemplo desse exagero é o farol de alexandria com 
120 metros de altura, tendo no topo oito colunas para 
sustentar a luz.
Resquícios 
do farol de 
Alexandria
Os escultores da época helenística julgavam-se 
na obrigação de exprimira ação e o movimento, 
forçando dessa forma a atenção do expectador, 
em um caráter quase teatral, mostrando-se 
estravagante, sentimental e algumas vezes até 
grotesca. 
A pintura conheceu durante a fase helenística 
um período de grande prosperidade. Os 
pintores dessa época deram preferência a temas 
trágicos e emocionantes: descreveram uma 
tensão chegada ao espírito de morbidez. Seu 
maior nome foi Apeles.

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