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Contestação em Ação de Anulação de Negócio Jurídico

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPINAS/SP
Processo nº 1234
 
JULIANA FLORES, brasileira, solteira, empresária, inscrita no CPF sob o nº..., portadora da cédula de identidade nº..., com endereço eletrônico..., residente e domiciliada na Rua Tulipa, 333 Campinas/SP, CEP..., por meio de sua advogada que esta subscreve, com endereço profissional à..., CEP..., nesta Comarca, com endereço eletrônico..., vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar CONTESTAÇÃO nos autos da Ação de anulação de negócio jurídico que lhe move SUZANA MARQUES, expondo e requerendo o que segue.
 
1- PRELIMINARMENTE
1.1 - DA COISA JULGADA
A referida ação é mera repetição de outra ação semelhante, com as mesmas partes, o mesmo objeto e a mesma causa de pedir, proposta em 10 de abril de 2015, tramitou perante a 2ª Vara Cível da Comarca de Campinas, sendo julgado improcedente o pedido e não sendo cabível mais qualquer recurso.
Este fato, à evidência, caracteriza a coisa julgada prevista no art. 485, inciso V, do CPC.
Art. 485 - O juiz não resolverá o mérito quando:
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
Portanto, requer-se, desde logo, o reconhecimento da preclusão do pedido da Autora, por ser mandamento expresso no código de processo civil a vedação a rediscussão de matéria já preclusa pela ocorrência do trânsito em julgado. Conforme dispõe o artigo 507 do mesmo regramento. 
Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo 
as questões já decididas a cujo respeito se operou a 
preclusão. (CPC)
Deste modo, requer a extinção do processo, sem resolução de mérito, de acordo com o Art. 485, inciso V, do CPC.
1.2 - ILEGITIMIDADE PASSIVA
Excelência, nos fatos apresentados a autora narrou que todo o suposto ocorrido aconteceu no estabelecimento da empresa em que a Ré e a autora trabalhavam, isto é, no mesmo local de trabalho de ambas. Desta forma, na condição de presidente da empresa, o que a ré fazia nada mais era do que representar a empresa XYZ LDTA, esta sim que deveria estar no polo passivo.
	Desta feita, ante a todos os argumentos expostos, REQUER deste respeitável Juízo, o ACOLHIMENTO DA PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA, com a consequente EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, nos moldes do art. 485, VI do CPC.
1.3 - INCOMPETENCIA RELATIVA 
A presente demanda foi proposta em foro incompetente, uma vez que trata-se de ação que envolve doação de propriedade, ou seja, o foro competente será o da situação da coisa (forum rei sitae), Conforme dispõe o artigo 47, §2, do CPC.
Art. 47 - Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa.
§ 2º - A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta.
Art. 64 - A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação.
§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente.
Portanto o local onde esta localizado o objeto em lide é o município de Ribeirão Preto/SP, logo o foro competente para a discussão não é Campinas e sim Ribeirão Preto.
Diante do Exposto os autos devem ser encaminhados para o foro competente.
2 - PREJUDICIAL DE MÉRITO
2.1 - DA DECADÊNCIA
Vencida a preliminar anteriormente posta, imprescindível o conhecimento da decadência.
O prazo decadencial para anulação de negocio jurídico, quando a pretensão é do próprio contratante, é de quatro anos contados do dia em que ele foi celebrado, conforme dispõe o artigo 178, inciso II, do Código Civil.
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; 
No caso dos Autos, as tratativas entre as partes se encerraram no dia 18 de março de 2016, assim, já se escoou o prazo para a propositura de qualquer medida do Autor frente a Ré, tendo seu direito sido atingido pela decadência. 
Deste modo, requer a extinção do processo, com resolução de mérito, de acordo com o Art. 487, inciso II, do CPC.
3 - DO MÉRITO
3.1 - DA INEXISTÊNCIA DE COAÇÃO
 
A parte autora, alega que sofrera grave coação para efetivar a oferta do seu imóvel à instituição de caridade, contudo, como se verifica no caso em tela, a mesma não juntou provas inequívocas da ocorrência de tal vício de consentimento. Limitou-se a dizer que temia ser demitida caso fosse negado o pedido, assim diz, da Sra. Juliana. 
Ocorre, Excelência, que não houve pedido algum, o que ocorrera fora nada mais que incentivos da Sra. Juliana que, ressalte-se, não foram exclusivos a parte Autora desta ação. Trata-se de motivações que corriqueiramente eram feitas a todos da organização. Nada mais que estímulos a atitudes altruísticas, que, de bom grado, e conforme queriam, os funcionários bem faziam. Conforme dispõe o artigo 151 e 153, do Código Civil.
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há 
de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano 
iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos 
seus bens. (CC) 
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício 
normal de um direito, nem o simples temor reverencial 
(CC) 
Não sendo evidenciado quaisquer elementos caracterizadores, não merece prosperar o pedido da autora, eis que se trata de ação já transitada em julgado além de inexistir qualquer vicio de consentimento, ou seja, não houve qualquer coação por parte da requerida.
4 - PEDIDOS
Que seja acolhida a preliminar de coisa julgada e o processo seja extinto sem resolução de mérito;
Que seja acolhida a preliminar de ilegitimidade passiva e o processo seja extinto sem resolução de mérito;
Que seja acolhida a preliminar de incompetência relativa. E remessa dos autos ao foro competente.
Que seja acolhida a prejudicial de mérito por decadência e o processo seja extinto com resolução de mérito. 
Que sejam julgados IMPROCEDENTES as alegações e pedidos infundados do requerente, por todos os motivos expostos;
A condenação da autora ao pagamento das custas processuais e honorários de sucumbência;
A parte ré opta pela não realização da audiência de conciliação e mediação;
5 – DAS PROVAS 
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial documental, testemunhal, pericial e depoimento pessoal do autor.
6 – DA AUDIENCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO 
A requerida informa não ter interesse na realização da audiência de conciliação e mediação, com base no art. 319, inciso VII do CPC.
Nestes termos, 
Pede deferimento.
 
Local e Data
Advogado... 
OAB/UF nº...
 
Juliana Flores, brasileira, solteira, empresária, residente e domiciliado na Rua Tulipa, 333,
Campinas 
/SPJ, procura você, advogado, portando mandado de citação recebido no dia de ontem, expedido pelo 
Juízo da 1ª Vara Cível Comarca de Campinas , relativo ao processo n° 1234, ação de Anulação de 
Negócio Jurídico proposta em 20 de janeiro de
2017,
por Suzana Marques . 
Na petição inicial consta que Suzana
doou no dia 18 de março de 2012 , o sitio situado na Rua 
Melão,121, Ribeirão Preto/SP, que tem o valor de mercado de R$50.000,00 (cinquenta
mil reais), para o 
Orfanato Semente do Amanhã . Alega a
autora que tal doação ocorreu em virtude da coação sofrida pelo 
mesmo já que era funcionária da empresa XYZ Ltda. Onde Juliana é sócia majoritária e presidente. 
Sendo certo também, que Juliana desempenhava a função de
diretora do orfanato beneficiário da
doação. A autora informa em sua inicial que diariamente a ré lhe dizia que deveria doar algum bem para a 
caridade a fim de que “reservasse seu espaço no céu”, crença da religião a qual pertencia. Receosa de 
ser demitida, já que trabalhava como gerente de 
recursos humanos da empresa ,percebendo um excelente salário mensal, decidiu pordoar um de seus três imóveis, o de menor valor à instituição supramencionada.
Conclui informando que não deseja a designação de conciliação, requerendo a citação do réu bem como a procedência do pedido para anular o negócio jurídico, atribuindo à causa o valor de R$50.000,00.
Juliana lhe informa o que se segue:
Que efetivamente é sócia majoritária e presidente da empresa onde a autora trabalhava,
que a autora percebia mensalmente o salário de R$15.000,00 (quinze mil reais) sendo certo, no entanto, que jamais coagiu o mesmo a realizar qualquer doação, sendo a liberalidade realizada por livre vontade já que 
a autora pertencia à mesma religião da ré . Esclarece que no mês seguinte à doação, ou seja, em abril de 2012, a autora pediu demissão por ter aceitado a proposta de emprego feita pela concorrente em fevereiro de 2012, em razão do melhor salário. Realmente a ré sugere que seus funcionários pratiquem atos de caridade. No entanto, jamais ameaçou quem quer que fosse como pode ser constatado por seus funcionários que adotam religião diversa e que jamais realizaram qualquer doação ao orfanato que era dirigido pelo ré. Por último esclarece que desde 2013 não é mais diretor do orfanato em questão.
Por derradeiro esclarece que esta é a segunda ação intentada pela autora em face da ré com os mesmos argumentos e finalidade, sendo certo que a primeira, proposta em 10 de abril de 2015, tramitou perante a 2ª Vara Cível da Comarca de Campinas sendo julgado improcedente o pedido não sendo cabível mais qualquer recurso e que também nãodesegja participar da audiência de conciliação.

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