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Falencia e Recuperação de Empresas - Perguntas e Respostas

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MARIA BERNADETE MIRANDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS 
PERGUNTAS E RESPOSTAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O INSTITUTO DA FALÊNCIA NO DIREITO BRASILEIRO 
1. O que é direito falimentar? 
R. É um ramo do Direito Empresarial, onde encontramos normas jurídicas 
aplicáveis somente às empresas mercantis. 
 
2. O que é falência? 
R. Falência é a solução judicial da situação jurídica do devedor empresário 
que não paga no vencimento obrigação líquida. 
 
3. Qual a origem etimológica do vocábulo falência? 
R. A palavra falência deriva do latim fallentia que significa enganar, falsear. 
Proveniente do verbo, falir, que se origina do verbo latino fallere, significando 
faltar com a palavra, com o prometido, esconder, encobrir, lograr, induzir em erro. 
Não ter com que pagar os credores, fracassar. 
 
4. Qual a origem etimológica do vocábulo recuperação judicial e 
recuperação extrajudicial? 
R. Em um sentido etimológico recuperação, substantivo feminino é 
proveniente do verbo recuperar, e significa “ter ou obter novamente (coisa, 
estado, condição que havia perdido); reaver, retomar, readquirir, recobrar”. 
O vocábulo judicial significa “relativo a juiz, a tribunais ou à justiça; forense; 
judiciário”. 
O vocábulo extrajudicial significa “extrajudiciário, que não se realiza 
perante a autoridade judiciária”. 
 
5. O que significa insolvência ocasional? 
R. Insolvência ocasional é um problema financeiro do devedor, onde o ativo 
pode ser maior que o passivo, mas faltarem disponibilidades no momento. 
Exemplo: Art. 94, I, da Lei nº 11.101, de 9/2/2005. 
 
6. O que significa insolvabilidade? 
R. Insolvabilidade é um estado econômico do devedor, onde o ativo é 
menor que o passivo e manifesta-se assim a crise da empresa. Exemplo: Art. 94, 
II, da Lei nº 11.101, de 9/2/2005. 
7. O que significa inadimplemento? 
R. O inadimplemento independe do patrimônio. O devedor poderá deixar 
de pagar por qualquer outra razão. Exemplo: dúvida relevante quanto ao valor da 
dívida, contrato não cumprido, falência do credor. 
 
8. Qual o aspecto jurídico da falência? 
R. A falência é simplesmente um processo de execução coletiva, instituído 
por lei, em benefício dos credores que constituem uma “massa” imposta pela lei 
que tem por fim o interesse comum dos próprios credores, impedindo que alguns 
dentre eles tenham a tentação de obter vantagens em detrimento de outros. 
 
9. Qual a legislação especial que regulamenta o instituto da 
recuperação judicial, recuperação extrajudicial e falência? 
R. A legislação especial que regulamenta estes institutos é a Lei nº 11.101, 
de 9 de fevereiro de 2005. 
 
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
10. A quem pode ser aplicável o instituto da recuperação judicial, 
recuperação extrajudicial e falência? 
R. O instituto da recuperação judicial, recuperação extrajudicial e falência, 
será aplicável ao empresário individual e a sociedade empresária. 
 
11. Qual a definição de empresário? 
R. Pelo Código Civil em seu artigo 966 “considera-se empresário quem 
exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a 
circulação de bens ou serviços”. 
 
12. O que se entende por sociedade empresária? 
R. A sociedade empresária tem por objetivo a prática de atividade 
econômica e a sua finalidade é a obtenção do lucro. 
São subordinadas ao Direito de Empresa e sempre são criadas para a 
realização de uma finalidade econômica. 
Para que as sociedades se digam empresárias, além da forma legal é 
necessário que as pessoas que as componham, explorem certo ramo de 
comércio ou indústria, com interesse comum, sob uma responsabilidade, limitada, 
ilimitada ou mista, e que se destinem ao exercício habitual da atividade 
econômica. 
 
13. Onde é feito o registro das sociedades empresárias? 
R. As sociedades empresárias vinculam-se ao Registro Público de 
Empresas Mercantis, a cargo das juntas comerciais e constituem-se segundo um 
dos tipos regulados nos artigos 1.039 a 1.092 do Código Civil. 
 
14. O instituto da recuperação judicial, extrajudicial e da falência 
poderá ser aplicado ao devedor civil? 
R. O instituto da recuperação judicial, recuperação extrajudicial e falência 
não poderá se aplicar ao devedor civil, cuja insolvência será regulada pelo Código 
de Processo Civil em seus artigos 748 e seguintes. 
 
15. Quais são as entidades não sujeitas à recuperação judicial, a 
recuperação extrajudicial e a falência? 
R. As entidades não sujeitas à recuperação judicial, a recuperação 
extrajudicial e a falência são: a) as empresa pública e sociedade de economia 
mista; b) as instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, 
consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano 
de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e 
outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. 
 
16. Quais os pressupostos da falência? 
R. Os pressupostos da falência são três: a) o devedor deverá ser 
empresário ou sociedade empresária; b) o devedor deve apresentar estado de 
Insolvência ocasional, presumida ou autofalência (confessada); c) deve haver 
sentença judicial de falência. 
 
17. O que se entende por atos de falência? 
R. Atos de falência são aqueles praticados pelo empresário ou pela 
sociedade empresária, que consistem em comportamento pouco usual, ilícito ou 
suspeito, de forma a beneficiar a si próprio ou a alguns de seus credores, e a 
prejudicar outros. 
 
JUÍZO UNIVERSAL 
18. Qual o juízo competente para decretar a falência do devedor? 
R. O juízo competente para decretar a falência do devedor é o juízo do 
local do seu principal estabelecimento ou da filial de empresa que tenha sede fora 
do Brasil. 
 
19. O local do principal estabelecimento do devedor é sempre o 
mesmo do domicílio estatutário da empresa? 
R. Não, nem sempre. É considerado principal estabelecimento do devedor 
aquele onde se situa a administração da empresa., onde são tomadas todas as 
principais decisões e onde ocorrem as mais significantes operações empresariais 
e financeiras. 
 
20. Qual a principal característica do juízo falimentar? 
R. A principal característica do juízo falimentar é a sua universalidade e 
indivisibilidade. 
 
21. Por que o juízo falimentar é indivisível? 
R. O juízo da falência é indivisível porque tem competência para conhecer 
todas as ações sobre bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as 
causas trabalhistas, fiscais e aquelas não reguladas pela Lei em que o falido 
figurar como autor ou litisconsorte ativo. 
 
22. Qual a atuação do juiz na falência? 
R. O juiz preside o processo falimentar, desde o momento em que é 
proposta a ação. Em regra não existe falência de ofício, pelo juiz. A exceção 
ocorre quando o empresário tem o seu pedido de recuperação judicial negado, ou 
quando concedida a recuperação judicial, o devedor não a cumpre. 
 
 
 
23. Os pedidos de falência estão sujeitos a distribuição obrigatória? 
R. Sim, os pedidos de falência estão sujeitos a distribuição obrigatória, 
respeitada a ordem de apresentação. 
 
24. As ações propostas no juízo da falência estão sujeitas a 
distribuição por dependência? 
R. Sim, as ações que devam ser propostas no juízo da falência estão 
sujeitas a distribuição por dependência. 
 
25. Os processos de falência e os seus incidentes preferem a todos os 
outros na ordem dos feitos, em qualquer instância? 
R. Sim, os processos de falência e seus incidentes preferem a todos os 
outros na ordem dos feitos, em qualquer instância. 
 
LEGITIMIDADE PASSIVA E LEGITIMIDADE ATIVA 
26. Quem tem legitimidade passiva no processo de falência?R. Tem legitimidade passiva no processo de falência: a) o empresário, que 
é aquele que pratica profissionalmente a atividade econômica, atuando com 
habitualidade e finalidade lucrativa. A falência incide, sobre todos os empresários, 
sejam individuais (firmas individuais) ou coletivos (as sociedades empresárias); b) 
o espólio do devedor empresário. Espólio, como se sabe, são os bens deixados 
pelo morto, via de regra designado pela expressão latina “de cujus”, isto é, de cuja 
sucessão se trata, servindo, portanto, para indicar o falecido. 
Na ocorrência de morte de uma pessoa, seus herdeiros irão sucedê-la nos 
direitos e obrigações, respondendo o espólio (os bens do “de cujus”) pelas dívidas 
que este porventura tenha deixado, conforme dispõe o Art. 597 do Código de 
Processo Civil. 
 
27. Quem tem legitimidade ativa no processo de falência? 
R. Tem legitimidade ativa no processo de falência: a) o próprio devedor, na 
forma do disposto nos artigos 105 à 107 da Lei nº 11.101, de 9/2/2005; b) o 
cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante; c) o 
cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da 
sociedade; d) qualquer credor. 
 
28. Qual o documento que deverá ser juntado pelo credor empresário 
ao ajuizar o pedido de falência? 
R. O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de 
Empresas que comprove a regularidade de suas atividades. 
 
29. O credor que não tem domicílio no Brasil poderá requerer a 
falência do devedor? 
R. Sim, o credor que não tem domicílio no Brasil poderá requerer a falência 
do devedor, porém deverá prestar caução relativa às custas e ao pagamento da 
indenização de que trata o art. 101 da Lei Falimentar. 
 
30. Quando ocorrerá a falência do espólio? 
R. A falência do espólio ocorrerá quando o empresário vier a falecer em 
estado de insolvência. 
 
31. Quem poderá requerer a falência do espólio? 
R. Poderá requerer a falência do espólio, qualquer credor, o cônjuge 
sobrevivente, os herdeiros do devedor ou o inventariante. 
 
32. Na falência do espólio, o que ocorrerá com o processo de 
inventário? 
R. Na falência do espólio, o processo de inventário, ficará suspenso, 
cabendo ao administrador judicial a realização de atos pendentes em relação aos 
direitos e obrigações da massa falida. 
 
33. O empresário que deixou de exercer o comércio a mais de dois 
anos pode ser declarado falido? 
R. Não. O empresário que deixou de exercer as suas atividades há mais de 
2 (dois) anos antes do pedido de falência, comprovada por documento hábil do 
Registro Público de Empresas, não poderá ter a sua falência declarada. 
 
 
 
FALÊNCIA REQUERIDA PELO PRÓPRIO DEVEDOR 
34. O que significa autofalência? 
R. Autofalência é a falência requerida pelo devedor em crise econômico-
financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear a sua recuperação 
judicial. 
 
35. O que o devedor deverá expor ao juízo ao requerer a sua 
autofalência? 
R. O devedor ao requerer ao juízo a sua autofalência, deverá expor as 
razões da impossibilidade de prosseguimento da sua atividade empresarial. 
 
36. Quais os documentos que deverão acompanhar o pedido de 
autofalência do devedor? 
R. O pedido de autofalência do devedor deverá estar acompanhado dos 
seguintes documentos: 1) as demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) 
últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, 
confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e 
compostas obrigatoriamente de: a) balanço patrimonial; b) demonstração de 
resultados acumulados; c) demonstração do resultado desde o último exercício 
social; d) relatório do fluxo de caixa; 2) a relação nominal dos credores, indicando 
endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos; 3) a 
relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectiva estimativa de 
valor e documentos comprobatórios de propriedade; 4) a prova da condição de 
empresário, contrato social ou estatuto em vigor ou, se não houver, a indicação 
de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens pessoais; 5) os 
livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe forem exigidos por lei; 6) a 
relação de seus administradores nos últimos 5 (cinco) anos, com os respectivos 
endereços, suas funções e participação societária. 
 
37. O que acontecerá, se o pedido de autofalência não estiver 
regularmente instruído? 
R. Se o pedido de autofalência não estiver regularmente instruído, o juiz 
determinará que seja emendado. 
 
DISPOSIÇÕES GERAIS PARA O PEDIDO DE FALÊNCIA 
38. Para o pedido de falência com base em título ou títulos executivos 
protestados e não pagos no vencimento, é necessário o protesto? 
R. Sim, o pedido de falência será instruído com o título ou os títulos 
executivos, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos de 
protesto para fim falimentar nos termos da legislação específica. 
 
39. O que significa protesto? 
R. Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o 
descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de 
dívida. 
 
 40. O que é necessário para instruir o pedido de falência do devedor 
que foi executado por qualquer quantia líquida e não paga, não deposita e 
não nomeia bens suficientes à penhora dentro do prazo legal? 
R. Para o devedor que foi executado por qualquer quantia líquida e não 
paga, não deposita e não nomeia bens suficientes à penhora dentro do prazo 
legal, é necessário que o pedido de falência seja instruído com certidão expedida 
pelo juízo em que se processa a execução. 
 
41. O que é necessário para instruir o pedido de falência do devedor 
que pratica atos considerados fraudulentos pela Lei falimentar? 
 R. Para o devedor que pratica atos fraudulentos considerados pela Lei 
falimentar, o credor ao instruir o pedido de falência descreverá os fatos que o 
caracterizam, juntando-se as provas que houver e especificando-se as que serão 
produzidas. 
 
42. Qual o limite mínimo para o pedido de falência de obrigação 
líquida materializada em título ou títulos executivos protestados e não 
pagos no vencimento? 
R. O limite mínimo para o pedido de falência de obrigação líquida 
materializada em título ou títulos executivos protestados e não pagos no 
vencimento, será aquele cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) 
salários-mínimos na data do pedido de falência. 
 
43. Os credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de satisfazer 
o limite mínimo para o pedido de falência com base em título ou títulos 
executivos protestados, não pagos no vencimento? 
R. Sim, os credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o 
limite mínimo para o pedido de falência com base em título ou títulos executivos 
protestados. 
 
44. O que significa o litisconsórcio? 
R. O litisconsórcio significa que duas ou mais pessoas podem litigar, no 
mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: a) entre elas 
houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; b) os direitos 
ou as obrigações derivem do mesmo fundamento de fato ou de direito; c) entre as 
causas houver conexão pelo objeto ou pela causa de pedir; d) ocorrer afinidade 
de questões por um ponto comum de fato ou de direito. 
 
45. Quais os créditos, ainda que líquidos, que não legitimam o pedido 
de falência? 
R. Os créditos ainda que líquidos, que não legitimam o pedido de falência 
são: a) as obrigações a títulos gratuitos, tais como doações, atos de 
benemerência, favores prometidos, aval prestado sem interesse econômico direto 
da empresa, fiança, cessão, comodato, etc; b) as prestaçõesalimentícias; c) as 
despesas consideradas individuais referentes à participação dos credores na 
falência, exceto custas em litígio contra a massa; d) as penas pecuniárias, 
reportando-se às infrações penais e administrativas. 
 
46. Quem dará prosseguimento às ações, interesses e negócios do 
falido? 
R. Todas as ações, interesses e negócios do falido, terão prosseguimento 
com o administrador judicial, que deverá ser intimado para representar a massa 
falida, sob pena de nulidade do processo. 
 
 
 
47. O que significa massa falida? 
R. Massa falida é o conjunto de bens e interesses da empresa, cuja 
falência já foi decretada, mantidos unidos por determinação legal. 
 
48. A massa falida tem personalidade jurídica? 
R. Não, a massa falida não possui personalidade jurídica, mas possui 
capacidade judicial ou postulatória, como autora ou ré no âmbito cível, e ré, no 
juízo criminal. 
 
49. Quais as partes intervenientes da massa falida? 
R. A massa falida divide-se em: a) ativa, que é composta de créditos e 
haveres; e b) passiva, consistente nos débitos exigíveis. 
 
DEFESA DO DEVEDOR 
50. Citado, qual o prazo para o devedor apresentar a contestação? 
R. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de 10 (dez) 
dias. 
 
51. O que poderá fazer o devedor, no prazo da contestação para que a 
falência não seja decretada? 
R. O devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor, 
correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e 
honorários advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e, caso 
julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do valor 
pelo autor. 
 
52. Dentro do prazo da contestação, o devedor poderá pleitear sua 
recuperação judicial? 
R. Sim, o devedor poderá, dentro do prazo da contestação pleitear a sua 
recuperação judicial. 
 
53. O que poderá alegar o devedor, na contestação, da falência 
requerida com base em título ou títulos executivos protestados e não pagos, 
no vencimento? 
R. Na falência requerida com base em título ou títulos executivos 
protestados, não pagos, no vencimento, o devedor poderá alegar: a) falsidade de 
título; b) prescrição; c) nulidade de obrigação ou de título; d) pagamento da dívida; 
e) qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime a 
cobrança de título; f) vício em protesto ou em seu instrumento; g) apresentação 
de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação; h) cessação das 
atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes do pedido de falência, 
comprovada por documento hábil do Registro Público de Empresas, o qual não 
prevalecerá contra prova de exercício posterior ao ato registrado. 
 
54. Quando não será decretada a falência da sociedade por ações? 
R. A falência da sociedade por ações não será decretada após liquidado e 
partilhado seu ativo. 
 
55. Quando não será decretada a falência do espólio do devedor? 
R. A falência do espólio do devedor não será decretada após 1 (um) ano da 
sua morte. 
 
SENTENÇA DECLARATÓRIA DA FALÊNCIA 
56. O que deverá conter a sentença que decretar a falência do 
devedor? 
R. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras 
determinações, deverá conter: a) a síntese do pedido, a identificação do falido e 
os nomes dos que forem a esse tempo seus administradores; b) fixará o termo 
legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias contados 
do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1o (primeiro) 
protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos 
que tenham sido cancelados; c) ordenará ao falido que apresente, no prazo 
máximo de 5 (cinco) dias, relação nominal dos credores, indicando endereço, 
importância, natureza e classificação dos respectivos créditos, se esta já não se 
encontrar nos autos, sob pena de desobediência; d) explicitará o prazo para as 
habilitações de crédito; e) ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções 
contra o falido, ressalvadas as hipóteses previstas nos §§ 1o e 2o do art. 6o da Lei 
falimentar; f) proibirá a prática de qualquer ato de disposição ou oneração de bens 
do falido, submetendo-os preliminarmente à autorização judicial e do Comitê, se 
houver, ressalvados os bens cuja venda faça parte das atividades normais do 
devedor se autorizada a continuação provisória; g) determinará as diligências 
necessárias para salvaguardar os interesses das partes envolvidas, podendo 
ordenar a prisão preventiva do falido ou de seus administradores quando 
requerida com fundamento em provas da prática de crime definido na Lei 
falimentar; h) ordenará ao Registro Público de Empresas que proceda à anotação 
da falência no registro do devedor, para que conste a expressão "Falido", a data 
da decretação da falência e a inabilitação do falido; i) nomeará o administrador 
judicial, que desempenhará suas funções na forma da Lei; j) determinará a 
expedição de ofícios aos órgãos e repartições públicas e outras entidades para 
que informem a existência de bens e direitos do falido; l) pronunciar-se-á a 
respeito da continuação provisória das atividades do falido com o administrador 
judicial ou da lacração dos estabelecimentos; m) determinará, quando entender 
conveniente, a convocação da assembléia-geral de credores para a constituição 
de Comitê de Credores, podendo ainda autorizar a manutenção do Comitê 
eventualmente em funcionamento na recuperação judicial quando da decretação 
da falência; n) ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por 
carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o 
devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento da falência. 
 
57. O que ordenará o juiz após prolatar a sentença declaratória da 
falência? 
R. O juiz, após prolatar a sentença declaratória da falência ordenará a 
publicação por edital contendo a íntegra da decisão que decreta a falência e a 
relação de credores. 
 
TERMO LEGAL DA FALÊNCIA 
58. O que significa termo legal da falência? 
R. Termo legal da falência é o período dentro do qual todos os atos 
praticados pelo devedor são considerados ineficazes, por se entender que foram 
praticados em prejuízo da massa. 
 
 
59. Qual o período que deve abranger o termo legal da falência? 
R. O termo legal da falência não pode abranger período anterior a 90 
(noventa) dias contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial 
ou do 1o (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta 
finalidade, os protestos que tenham sido cancelados. 
 
EFEITOS DA SENTENÇA DECLARATÓRIA DA FALÊNCIA EM 
RELAÇÃO AOS CREDORES 
60. Quais os principais efeitos da sentença declaratória da falência, 
em relação aos credores? 
R. Após prolatada a sentença declaratória da falência, passam a incidir 
sobre os credores os seguintes efeitos: a) vencimento antecipado de todos os 
créditos; b) interrupção do cálculo dos juros sobre a massa falida; c) suspensão 
das ações individuais dos credores, exceto no caso das exceções previstas; e d) 
formação da massa de credores. 
 
61. O que significa a expressão par conditio creditorum? 
R. A expressão par conditio creditorum, significa um tratamento igualitário 
entre todos os credores da mesma categoria, ou seja, condição de igualdade dos 
credores. Este procedimento é adotado na falência, por constituir uma execução 
coletiva. 
 
HABILITAÇÃO DE CRÉDITOS 
62. Quando será feita a habilitação de crédito pelos credores? 
R. A habilitação de crédito pelos credores será feita no prazo de 15 
(quinze) dias após a publicação do edital do processamento de recuperação 
judicial, ou do edital da sentença declaratória da falência. 
 
63. O que deverá conter a habilitação de crédito? 
R. A habilitaçãode crédito realizada pelo credor, deverá conter: a) o nome, 
o endereço do credor e o endereço em que receberá comunicação de qualquer 
ato do processo; b) o valor do crédito, atualizado até a data da decretação da 
falência ou do pedido de recuperação judicial, sua origem e classificação; c) os 
documentos comprobatórios do crédito e a indicação das demais provas a serem 
produzidas; d) a indicação da garantia prestada pelo devedor, se houver, e o 
respectivo instrumento; e) a especificação do objeto da garantia que estiver na 
posse do credor. 
 
64. Os títulos e documentos que legitimam os créditos deverão ser 
exibidos no original? 
R. Os títulos e documentos que legitimam os créditos deverão ser exibidos 
no original ou por cópias autenticadas se estiverem juntados em outro processo. 
 
65. As habilitações de crédito poderão ser recebidas como 
retardatárias? 
R. Sim. As habilitações de crédito poderão ser recebidas como 
retardatárias. 
 
66. Na recuperação judicial, o que ocorrerá aos titulares de créditos 
retardatários? 
R. Na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários, 
excetuados os titulares de créditos derivados da relação de trabalho, não terão 
direito a voto nas deliberações da assembléia-geral de credores. 
 
67. Na falência, o que ocorrerá aos titulares de créditos retardatários? 
R. Na falência, os créditos retardatários perderão o direito a rateios 
eventualmente realizados e ficarão sujeitos ao pagamento de custas, não se 
computando os acessórios compreendidos entre o término do prazo e a data do 
pedido de habilitação. 
O credor poderá requerer a reserva de valor para satisfação de seu 
crédito. 
 
68. Os créditos habilitados poderão ser impugnados? 
Sim. O Comitê de Credores, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou 
o Ministério Público podem apresentar ao juiz impugnação contra a relação de 
credores, apontando a ausência de qualquer crédito ou manifestando-se contra a 
legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado. 
 
69. Os credores impugnados poderão contestar a impugnação? 
R. Sim. Os credores cujos créditos forem impugnados serão intimados para 
contestar a impugnação, no prazo de 5 (cinco) dias, juntando os documentos que 
tiverem e indicando outras provas que reputem necessárias. 
 
70. Qual o prazo para o devedor ou o Comitê de Credores se 
manifestarem sobre a contestação da impugnação de crédito? 
R. O devedor e o Comitê, se houver, serão intimados pelo juiz para se 
manifestar sobre a contestação da impugnação de crédito, no prazo comum de 5 
(cinco) dias. Findo o prazo de 5 (cinco) dias, o administrador judicial será intimado 
pelo juiz para emitir parecer no prazo de 5 (cinco) dias, devendo juntar à sua 
manifestação o laudo elaborado pelo profissional ou empresa especializada, se 
for o caso, e todas as informações existentes nos livros fiscais e demais 
documentos do devedor acerca do crédito, constante ou não da relação de 
credores, objeto da impugnação. 
 
71. A quem será dirigida a impugnação de crédito? 
R. A impugnação de crédito será dirigida ao juiz por meio de petição, 
instruída com os documentos que tiver o impugnante, o qual indicará as provas 
consideradas necessárias. 
 
72. Como será autuada a impugnação de crédito? 
R. Cada impugnação será autuada em separado, com os documentos a ela 
relativos, mas terão uma só autuação as diversas impugnações versando sobre o 
mesmo crédito. 
 
73. O que ocorrerá se não houver impugnação de crédito? 
R. Caso não haja impugnações, o juiz homologará, como quadro-geral de 
credores, a relação dos credores constante do edital do processamento de 
recuperação judicial, ou do edital da sentença declaratória da falência. 
 
74. O que ocorrerá se houver impugnação de crédito? 
R. O juiz julgará as impugnações que entender suficientemente 
esclarecidas pelas alegações e provas apresentadas pelas partes, mencionando, 
de cada crédito, o valor e a classificação. Em seguida, fixará, em cada uma das 
impugnações restantes, os aspectos controvertidos e decidirá as questões 
processuais pendentes. Determinará em seguida as provas a serem produzidas, 
designando audiência de instrução e julgamento, se necessário. 
 
75. Qual o recurso cabível, da decisão judicial sobre a impugnação de 
crédito? 
R. Da decisão judicial sobre a impugnação caberá agravo. 
 
76. Quem será responsável pela consolidação do quadro-geral de 
credores? 
 R. O administrador judicial será responsável pela consolidação do quadro-
geral de credores, a ser homologado pelo juiz, com base na relação dos credores 
e nas decisões proferidas nas impugnações oferecidas. 
 
77. O que mencionará o quadro-geral de credores? 
R. O quadro-geral de credores, assinado pelo juiz e pelo administrador 
judicial, mencionará a importância e a classificação de cada crédito na data do 
requerimento da recuperação judicial ou da decretação da falência, será juntado 
aos autos e publicado no órgão oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, contado da data 
da sentença que houver julgado as impugnações. 
 
78. O quadro-geral de credores poderá ser modificado? 
R. Sim. O administrador judicial, o Comitê, qualquer credor ou o 
representante do Ministério Público poderá, até o encerramento da recuperação 
judicial ou da falência, observado, no que couber, o procedimento ordinário 
previsto no Código de Processo Civil, pedir a exclusão, outra classificação ou a 
retificação de qualquer crédito, nos casos de descoberta de falsidade, dolo, 
simulação, fraude, erro essencial ou, ainda, documentos ignorados na época do 
julgamento do crédito ou da inclusão no quadro-geral de credores. 
 
79. Onde será proposta a ação ordinária, no caso de exclusão, outra 
classificação ou retificação de qualquer crédito? 
R. A ação ordinária será proposta exclusivamente perante o juízo da 
recuperação judicial ou da falência. 
 
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO 
80. Quem poderá pedir a restituição de bem arrecadado no processo 
de falência? 
R. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se 
encontre em poder do devedor na data da decretação da falência poderá pedir 
sua restituição. 
Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e 
entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua 
falência, se ainda não alienada. 
 
81. Quando a restituição será feita em dinheiro? 
R. Proceder-se-á à restituição em dinheiro: a) se a coisa não mais existir ao 
tempo do pedido de restituição, hipótese em que o requerente receberá o valor da 
avaliação do bem, ou, no caso de ter ocorrido sua venda, o respectivo preço, em 
ambos os casos no valor atualizado; b) da importância entregue ao devedor, em 
moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para 
exportação, desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais 
prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade 
competente; c) dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na 
hipótese de revogação ou ineficácia do contrato. 
 
82. O que deverá conter o pedido de restituição? 
R. O pedido de restituição deverá ser fundamentado e descrever a coisa 
reclamada. 
 
83. O que determinará o juiz após receber o pedido de restituição? 
R. O juiz mandará autuar em separado o requerimento com os documentos 
que o instruírem e determinará a intimação do falido, do Comitê, dos credores e 
do administrador judicial para que, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, se 
manifestem, valendo como contestação a manifestação contrária à restituição. 
 
84. O que designará o juiz, se o pedido de restituição for contestado? 
R. Contestado o pedido e deferidas as provas porventurarequeridas, o juiz 
designará audiência de instrução e julgamento, se necessária. Não havendo 
provas a realizar, os autos serão conclusos para sentença. 
 
85. O que determinará a sentença que reconhecer o direito do 
requerente? 
R. A sentença que reconhecer o direito do requerente determinará a 
entrega da coisa no prazo de 48 (quarenta e oito) horas. 
 
86. O que determinará a sentença que negar a restituição ao 
requerente? 
R. A sentença que negar a restituição, quando for o caso, incluirá o 
requerente no quadro-geral de credores, na classificação que lhe couber. 
 
87. Qual o recurso cabível da sentença que julgar o pedido de 
restituição? 
R. O recurso cabível da sentença que julgar o pedido de restituição será 
apelação sem efeito suspensivo. 
 
88. O autor do pedido de restituição poderá receber o bem antes do 
trânsito em julgado da sentença? 
R. O autor do pedido de restituição que pretender receber o bem ou a 
quantia reclamada antes do trânsito em julgado da sentença deverá prestar 
caução. 
 
89. Os credores poderão propor embargos de terceiros? 
R. Sim. Nos casos em que não couber pedido de restituição, fica 
resguardado o direito dos credores de propor embargos de terceiros, observada a 
legislação processual civil. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS 
90. O que são créditos extraconcursais? 
R. Créditos extraconcursais são aqueles que não estão sujeitos à regra do 
concurso, são créditos dotados de um privilégio especial na ordem de 
recebimento, por ter uma hierarquia na categoria dos credores. 
 
91. Quais são os créditos extraconcursais? 
R. São considerados créditos extraconcursais e serão pagos com 
precedência sobre os demais, na ordem a seguir, os relativos a: a) remunerações 
devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos derivados da 
legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a 
serviços prestados após a decretação da falência; b) quantias fornecidas à massa 
pelos credores; c) despesas com arrecadação, administração, realização do ativo 
e distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência; d) 
custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido 
vencida; e) obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a 
recuperação judicial, ou após a decretação da falência, e tributos relativos a fatos 
geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a ordem 
estabelecida na classificação dos créditos. 
 
92. Qual a ordem da classificação dos créditos na falência? 
R. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: a) os 
créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinqüenta) 
salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho; b) 
créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; c) créditos 
tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, 
excetuadas as multas tributárias; d) créditos com privilégio especial; e) créditos 
com privilégio geral; f) créditos quirografários; g) as multas contratuais e as penas 
pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas 
tributárias; h) créditos subordinados. 
 
93. Quais são os créditos com privilégio especial? 
R. São créditos com privilégio especial: a) os previstos no artigo 964 da Lei 
no 10.406, de 10 de janeiro de 2002; b) os assim definidos em outras leis civis e 
comerciais, salvo disposição contrária da Lei falimentar; c) aqueles a cujos 
titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada em garantia. 
 
94. Quais são os créditos com privilégio especial determinados pelo 
artigo 964 do Código Civil? 
R. São créditos com privilégio especial: a) a coisa arrecadada e liquidada, o 
credor de custas e despesas judiciais feitas com a arrecadação e liquidação; b) a 
coisa salvada, o credor por despesas de salvamento; c) a coisa beneficiada, o 
credor por benfeitorias necessárias ou úteis; d) os prédios rústicos ou urbanos, 
fábricas, oficinas, ou quaisquer outras construções, o credor de materiais, 
dinheiro, ou serviços para a sua edificação, reconstrução, ou melhoramento; e) os 
frutos agrícolas, o credor por sementes, instrumentos e serviços à cultura, ou à 
colheita; f) as alfaias e utensílios de uso doméstico, nos prédios rústicos ou 
urbanos, o credor de aluguéis, quanto às prestações do ano corrente e do 
anterior; g) os exemplares da obra existente na massa do editor, o autor dela, ou 
seus legítimos representantes, pelo crédito fundado contra aquele no contrato da 
edição; h) o produto da colheita, para a qual houver concorrido com o seu 
trabalho, e precipuamente a quaisquer outros créditos, ainda que reais, o 
trabalhador agrícola, quanto à dívida dos seus salários. 
 
95. Quais são os créditos com privilégio geral? 
R. São créditos com privilégio geral: a) os previstos no art. 965 da Lei no 
10.406, de 10 de janeiro de 2002; b) os previstos no parágrafo único do art. 67 da 
Lei falimentar; c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo 
disposição contrária da Lei falimentar. 
 
96. Quais são os créditos com privilégio geral determinados pelo 
artigo 965 do Código Civil? 
R. Goza de privilégio geral, na ordem seguinte, sobre os bens do devedor: 
a) o crédito por despesa de seu funeral, feito segundo a condição do morto e o 
costume do lugar; b) o crédito por custas judiciais, ou por despesas com a 
arrecadação e liquidação da massa; c) o crédito por despesas com o luto do 
cônjuge sobrevivo e dos filhos do devedor falecido, se foram moderadas; d) o 
crédito por despesas com a doença de que faleceu o devedor, no semestre 
anterior à sua morte; e) o crédito pelos gastos necessários à mantença do 
devedor falecido e sua família, no trimestre anterior ao falecimento; f) o crédito 
pelos impostos devidos à Fazenda Pública, no ano corrente e no anterior; g) o 
crédito pelos salários dos empregados do serviço doméstico do devedor, nos 
seus derradeiros seis meses de vida; g) os demais créditos de privilégio geral. 
 
97. Quais são os créditos quirografários? 
R. São créditos quirografários: a) aqueles não previstos nos demais incisos 
do artigo 83 da Lei falimentar; b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto 
da alienação dos bens vinculados ao seu pagamento; c) os saldos dos créditos 
derivados da legislação do trabalho que excederem o limite estabelecido pela Lei 
falimentar. 
 
98. Quais são os créditos subordinados? 
R. São créditos subordinados: a) os assim previstos em lei ou em contrato; 
b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício. 
 
99. Qual será o limite do bem gravado para os créditos com garantia 
real? 
R. Será considerado como valor do bem objeto de garantia real a 
importância efetivamente arrecadada com sua venda, ou, no caso de alienação 
em bloco, o valor de avaliação do bem individualmente considerado. 
 
ADMINISTRADOR JUDICIAL 
100. Qual a função do administrador judicial na falência e na 
recuperação judicial? 
R. O administrador judicial é de grande importância na falência e na 
recuperação judicial, pois é dele a iniciativa de tomar a maioria das providências 
para assegurar a correta administração dos bens do devedor, sob a supervisão do 
juiz, devendo emprestar seu valor moral e profissional à tarefa. 
 
101. Quem poderá ser administrador judicial? 
R. O administrador judicial poderá ser profissional idôneo, 
preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou 
contador, ou pessoa jurídica especializada. 
 
102. Se o administrador judicial for pessoa jurídica, o que deverá estar 
declarado no termo de compromisso, assinado na sede do juízo? 
R. Se o administrador judicial nomeadofor pessoa jurídica, declarar-se-á, 
no termo de compromisso, assinado na sede do juízo, o nome de profissional 
responsável pela condução do processo de falência ou de recuperação judicial, 
que não poderá ser substituído sem autorização do juiz. 
 
103. Qual a competência do administrador judicial na recuperação 
judicial e na falência? 
R. Compete ao administrador judicial na recuperação judicial e na 
falência: a) enviar correspondência aos credores indicados na relação do pedido 
de recuperação judicial ou de falência, comunicando a data do pedido de 
recuperação judicial ou da decretação da falência, a natureza, o valor e a 
classificação dada ao crédito; b) fornecer, com presteza, todas as informações 
pedidas pelos credores interessados; c) dar extratos dos livros do devedor, que 
merecerão fé de ofício, a fim de servirem de fundamento nas habilitações e 
impugnações de créditos; d) exigir dos credores, do devedor ou seus 
administradores quaisquer informações; e) elaborar a relação de credores para 
publicar edital contendo local, horário e prazo em que poderão ter acesso aos 
documentos que fundamentaram a elaboração desta relação; f) consolidar o 
quadro-geral; g) requerer ao juiz convocação da assembléia-geral de credores 
nos casos previstos na Lei ou quando entender necessária sua ouvida para a 
tomada de decisões; h) contratar, mediante autorização judicial, profissionais ou 
empresas especializadas para, quando necessário, auxiliá-lo no exercício de suas 
funções; i) manifestar-se nos casos previstos na Lei falimentar. 
 
104. Qual a competência do administrador judicial na recuperação 
judicial? 
R. Compete ao administrador judicial na recuperação judicial: a) fiscalizar 
as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação judicial; b) 
requerer a falência no caso de descumprimento de obrigação assumida no plano 
de recuperação; c) apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatório mensal 
das atividades do devedor; d) apresentar o relatório sobre a execução do plano de 
recuperação. 
 
105. Qual a competência do administrador judicial na falência? 
R. Compete ao administrador judicial na falência: a) avisar, pelo órgão 
oficial, o lugar e hora em que, diariamente, os credores terão à sua disposição os 
livros e documentos do falido; b) examinar a escrituração do devedor; c) 
relacionar os processos e assumir a representação judicial da massa falida; d) 
receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, entregando a ele o que não 
for assunto de interesse da massa; e) apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, 
contado da assinatura do termo de compromisso, prorrogável por igual período, 
relatório sobre as causas e circunstâncias que conduziram à situação de falência, 
no qual apontará a responsabilidade civil e penal dos envolvidos; f) arrecadar os 
bens e documentos do devedor e elaborar o auto de arrecadação; g) avaliar os 
bens arrecadados; h) contratar avaliadores, de preferência oficiais, mediante 
autorização judicial, para a avaliação dos bens caso entenda não ter condições 
técnicas para a tarefa; i) praticar os atos necessários à realização do ativo e ao 
pagamento dos credores; j) requerer ao juiz a venda antecipada de bens 
perecíveis, deterioráveis ou sujeitos a considerável desvalorização ou de 
conservação arriscada ou dispendiosa; l) praticar todos os atos conservatórios de 
direitos e ações, diligenciar a cobrança de dívidas e dar a respectiva quitação; m) 
remir, em benefício da massa e mediante autorização judicial, bens apenhados, 
penhorados ou legalmente retidos; n) representar a massa falida em juízo, 
contratando, se necessário, advogado, cujos honorários serão previamente 
ajustados e aprovados pelo Comitê de Credores; o) requerer todas as medidas e 
diligências que forem necessárias para o cumprimento da Lei falimentar, a 
proteção da massa ou a eficiência da administração; p) apresentar ao juiz para 
juntada aos autos, até o 10o (décimo) dia do mês seguinte ao vencido, conta 
demonstrativa da administração, que especifique com clareza a receita e a 
despesa; q) entregar ao seu substituto todos os bens e documentos da massa em 
seu poder, sob pena de responsabilidade; r) prestar contas ao final do processo, 
quando for substituído, destituído ou renunciar ao cargo. 
 
106. Quem fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração do 
administrador judicial? 
R. O juiz fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração do 
administrador judicial, observados a capacidade de pagamento do devedor, o 
grau de complexidade do trabalho e os valores praticados no mercado para o 
desempenho de atividades semelhantes. 
Em qualquer hipótese, o total pago ao administrador judicial não excederá 
5% (cinco por cento) do valor devido aos credores submetidos à recuperação 
judicial ou do valor de venda dos bens na falência. 
 
107. O administrador judicial que for substituído será remunerado 
pelo trabalho realizado? 
R. Sim. O administrador judicial substituído será remunerado 
proporcionalmente ao trabalho realizado, salvo se renunciar sem relevante razão 
ou for destituído de suas funções por desídia, culpa, dolo ou descumprimento das 
obrigações fixadas na Lei falimentar, hipóteses em que não terá direito à 
remuneração. 
 
108. O administrador judicial que tiver suas contas desaprovadas, terá 
direito a receber remuneração? 
R. Não. O administrador judicial que tiver suas contas desaprovadas, não 
terá direito a receber remuneração. 
 
109. A quem caberá arcar com as despesas relativas à remuneração 
do administrador judicial e das pessoas eventualmente contratadas para 
auxiliá-lo? 
R. Caberá ao devedor ou à massa falida arcar com as despesas relativas à 
remuneração do administrador judicial e das pessoas eventualmente contratadas 
para auxiliá-lo. 
 
COMITÊ DE CREDORES 
110. Como será constituído o Comitê de Credores? 
R. O Comitê de Credores será constituído por deliberação de qualquer das 
classes de credores na assembléia-geral. 
 
111. Como será a composição do Comitê de Credores? 
R. O Comitê de Credores terá a seguinte composição: a) 1 (um) 
representante indicado pela classe de credores trabalhistas, com 2 (dois) 
suplentes; b) 1 (um) representante indicado pela classe de credores com direitos 
reais de garantia ou privilégios especiais, com 2 (dois) suplentes; c) 1 (um) 
representante indicado pela classe de credores quirografários e com privilégios 
gerais, com 2 (dois) suplentes. 
 
112. A falta de indicação de representantes por quaisquer das classes, 
prejudicará a constituição do Comitê de Credores? 
R. Não. A falta de indicação de representante por quaisquer das classes 
não prejudicará a constituição do Comitê, que poderá funcionar com número 
inferior ao previsto na Lei falimentar. 
 
113. Quais as atribuições do Comitê de Credores, na recuperação 
judicial e na falência? 
R. O Comitê de Credores terá na recuperação judicial e na falência as 
seguintes atribuições: a) fiscalizar as atividades e examinar as contas do 
administrador judicial; b) zelar pelo bom andamento do processo e pelo 
cumprimento da lei; c) comunicar ao juiz, caso detecte violação dos direitos ou 
prejuízo aos interesses dos credores; d) apurar e emitir parecer sobre quaisquer 
reclamações dos interessados; e) requerer ao juiz a convocação da assembléia-
geral de credores; f) manifestar-se nas hipóteses previstas na Lei Falimentar; 
 
114. Quais as atribuições do Comitê de Credores, na recuperação 
judicial? 
R. O Comitê de Credores terá na recuperação judicial as seguintes 
atribuições: a) fiscalizar a administração das atividades do devedor, 
apresentando, a cada 30 (trinta) dias, relatório de sua situação; b) fiscalizar a 
execução do plano de recuperação judicial; c) submeterà autorização do juiz, 
quando ocorrer o afastamento do devedor nas hipóteses previstas na Lei 
Falimentar, a alienação de bens do ativo permanente, a constituição de ônus reais 
e outras garantias, bem como atos de endividamento necessários à continuação 
da atividade empresarial durante o período que antecede a aprovação do plano 
de recuperação judicial. 
 
115. Onde serão consignadas as decisões do Comitê de Credores, 
tomadas por maioria? 
R. As decisões do Comitê de Credores, tomadas por maioria, serão 
consignadas em livro de atas, rubricado pelo juízo, que ficará à disposição do 
administrador judicial, dos credores e do devedor. 
 
116. Por quem será resolvido o impasse, caso não seja possível a 
obtenção de maioria em deliberação do Comitê de Credores? 
R. Caso não seja possível a obtenção de maioria em deliberação do 
Comitê de Credores, o impasse será resolvido pelo administrador judicial ou, na 
incompatibilidade deste, pelo juiz. 
 
117. Não havendo Comitê de Credores, a quem caberá exercer suas 
atribuições? 
R. Não havendo Comitê de Credores, caberá ao administrador judicial ou, 
na incompatibilidade deste, ao juiz exercer suas atribuições. 
 
118. Os membros do Comitê de Credores terão sua remuneração 
custeada pelo devedor ou pela massa falida? 
R. Não. Os membros do Comitê de Credores não terão sua remuneração 
custeada pelo devedor ou pela massa falida, mas as despesas realizadas para a 
realização de ato previsto na Lei falimentar, se devidamente comprovadas e com 
a autorização do juiz, serão ressarcidas atendendo às disponibilidades de caixa. 
 
119. Quem não poderá integrar o Comitê de Credores ou exercer as 
funções de administrador judicial? 
R. Não poderá integrar o Comitê de Credores ou exercer as funções de 
administrador judicial quem, nos últimos 5 (cinco) anos, no exercício do cargo de 
administrador judicial ou de membro do Comitê em falência ou recuperação 
judicial anterior, foi destituído, deixou de prestar contas dentro dos prazos legais 
ou teve a prestação de contas desaprovada. 
Ficará também impedido de integrar o Comitê de Credores ou exercer a 
função de administrador judicial quem tiver relação de parentesco ou afinidade até 
o 3o (terceiro) grau com o devedor, seus administradores, controladores ou 
representantes legais ou deles for amigo, inimigo ou dependente. 
 
120. Quem poderá requerer ao juiz a substituição do administrador 
judicial ou dos membros do Comitê de Credores nomeados em 
desobediência aos preceitos da Lei falimentar? 
R. O devedor, qualquer credor ou o Ministério Público poderá requerer ao 
juiz a substituição do administrador judicial ou dos membros do Comitê nomeados 
em desobediência aos preceitos da Lei falimentar. 
 
121. Quem poderá determinar a destituição do administrador judicial 
ou de quaisquer dos membros do Comitê de Credores? 
R. O juiz, de ofício ou a requerimento fundamentado de qualquer 
interessado, poderá determinar a destituição do administrador judicial ou de 
quaisquer dos membros do Comitê de Credores quando verificar desobediência 
aos preceitos da Lei falimentar, descumprimento de deveres, omissão, 
negligência ou prática de ato lesivo às atividades do devedor ou a terceiros. 
 
122. No ato de destituição o juiz poderá nomear novo administrador 
judicial ou convocar os suplentes para recompor o Comitê de Credores? 
R. Sim. No ato de destituição, o juiz poderá nomear novo administrador 
judicial ou convocar os suplentes para recompor o Comitê de Credores. 
 
123. Na falência, o administrador judicial substituído prestará contas 
de sua administração? 
R. Sim. Na falência, o administrador judicial substituído prestará contas no 
prazo de 10 (dez) dias. 
 
124. O administrador judicial e os membros do Comitê de Credores 
responderão pelos prejuízos causados à massa falida, ao devedor ou aos 
credores quando agirem com dolo ou culpa? 
R. Sim. O administrador judicial e os membros do Comitê de Credores 
responderão pelos prejuízos causados à massa falida, ao devedor ou aos 
credores quando agirem com dolo ou culpa, devendo o dissidente em deliberação 
do Comitê de Credores consignar sua discordância em ata para eximir-se da 
responsabilidade. 
 
125. Logo que nomeados, para que, serão intimados pessoalmente, o 
administrador judicial e os membros do Comitê de Credores? 
R. O administrador judicial e os membros do Comitê de Credores, logo que 
nomeados, serão intimados pessoalmente para, em 48 (quarenta e oito) horas, 
assinar, na sede do juízo, o termo de compromisso de bem e fielmente 
desempenhar o cargo e assumir todas as responsabilidades a ele inerentes. 
 
126. O que ocorrerá ao administrador judicial que não assinar o termo 
de compromisso no prazo de 48 (horas) da intimação? 
R. Não assinado o termo de compromisso no prazo de 48 (quarenta e oito) 
horas da intimação, o juiz nomeará outro administrador judicial. 
 
ASSEMBLÉIA GERAL DE CREDORES 
127. O que é a assembléia geral de credores? 
R. A assembléia geral de credores é um órgão colegiado e deliberativo, 
convocado e instalado na forma da lei. 
 
128. Qual a função da assembléia geral de credores? 
R. A função da assembléia geral de credores é de examinar, debater e 
decidir as matérias de sua atribuição exclusiva, determinada pela Lei falimentar. 
 
129. Quais as atribuições da assembléia geral de credores na 
recuperação judicial? 
R. Na recuperação judicial, a assembléia-geral de credores terá por 
atribuições deliberar sobre: a) aprovação, rejeição ou modificação do plano de 
recuperação judicial apresentado pelo devedor; b) a constituição do Comitê de 
Credores, a escolha de seus membros e sua substituição; c) o pedido de 
desistência do devedor; d) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do 
devedor; e) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores; 
 
130. Quais as atribuições da assembléia geral de credores na 
falência? 
R. Na falência, a assembléia-geral de credores terá por atribuições 
deliberar sobre: a) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus 
membros e sua substituição; b) a adoção de outras modalidades de realização do 
ativo; c) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores. 
 
131. Como será composta a assembléia geral de credores? 
R. A assembléia geral será composta pelas seguintes classes de credores: 
a) titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de 
acidentes de trabalho; b) titulares de créditos com garantia real; c) titulares de 
créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou 
subordinados. 
 
132. Por quem será convocada a assembléia geral de credores? 
R. A assembléia geral de credores será convocada pelo juiz por edital 
publicado no órgão oficial e em jornais de grande circulação nas localidades da 
sede e filiais, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias. 
 
133. O que conterá o edital de convocação da assembléia geral de 
credores? 
R. O edital de convocação da assembléia geral de credores conterá: a) 
local, data e hora da assembléia em 1a (primeira) e em 2a (segunda) convocação, 
não podendo esta ser realizada menos de 5 (cinco) dias depois da 1a (primeira); 
b) a ordem do dia; c) local onde os credores poderão, se for o caso, obter cópia 
do plano de recuperação judicial a ser submetido à deliberação da assembléia. 
 
134. Os credores poderão convocar assembléia geral? 
 R. Além dos casos expressamente previstos nesta Lei, credores que 
representem no mínimo 25% (vinte e cinco por cento) do valor total dos créditos 
de uma determinada classe poderão requerer ao juiz a convocação de 
assembléia-geral. 
 
135. Por quem corremas despesas com a convocação e realização da 
assembléia geral de credores? 
R. As despesas com a convocação e a realização da assembléia geral de 
credores correm por conta do devedor ou da massa falida, salvo se convocada 
em virtude de requerimento do Comitê de Credores ou pelos credores que 
representem no mínimo 25% (vinte e cinco) por cento do valor total dos créditos. 
 
136. Por quem será presidida a assembléia geral de credores? 
R. A assembléia será presidida pelo administrador judicial, que designará 1 
(um) secretário dentre os credores presentes. 
Nas deliberações sobre o afastamento do administrador judicial ou em 
outras em que haja incompatibilidade deste, a assembléia será presidida pelo 
credor presente que seja titular do maior crédito. 
 
137. Como será instalada a assembléia geral de credores? 
R. A assembléia geral de credores instalar-se-á, em 1a (primeira) 
convocação, com a presença de credores titulares de mais da metade dos 
créditos de cada classe, computados pelo valor, e, em 2a (segunda) convocação, 
com qualquer número. 
 
138. O que o credor deverá fazer para participar da assembléia geral? 
R. Para participar da assembléia geral, cada credor deverá assinar a lista 
de presença, que será encerrada no momento da instalação. 
 
139. O credor poderá ser representado na assembléia geral? 
R. Sim. O credor poderá ser representado na assembléia geral por 
mandatário ou representante legal, desde que entregue ao administrador judicial, 
até 24 (vinte e quatro) horas antes da data prevista no aviso de convocação, 
documento hábil que comprove seus poderes ou a indicação das folhas dos autos 
do processo em que se encontre o documento. 
 
140. Os sindicatos dos trabalhadores poderão representar seus 
associados titulares de créditos trabalhistas, na assembléia geral? 
R. Sim. Os sindicatos de trabalhadores poderão representar seus 
associados titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou 
decorrentes de acidente de trabalho que não comparecerem, pessoalmente ou 
por procurador, à assembléia. 
 
141. O que deverá apresentar o sindicato dos trabalhadores para 
representar o seu associado? 
R. Para representar o seu associado, o sindicato deverá, apresentar ao 
administrador judicial, até 10 (dez) dias antes da assembléia, a relação dos 
associados que pretende representar, e o trabalhador que conste da relação de 
mais de um sindicato deverá esclarecer, até 24 (vinte e quatro) horas antes da 
assembléia, qual sindicato o representa, sob pena de não ser representado em 
assembléia por nenhum deles. 
 
142. A ata da assembléia geral de credores será entregue ao juiz? 
R. Sim. Do ocorrido na assembléia, lavrar-se-á ata que conterá o nome dos 
presentes e as assinaturas do presidente, do devedor e de 2 (dois) membros de 
cada uma das classes votantes, e que será entregue ao juiz, juntamente com a 
lista de presença, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas. 
 
143. De que forma será o voto do credor? 
R. O voto do credor será proporcional ao valor de seu crédito, ressalvado, 
nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, que será pela maioria 
simples dos credores presentes, independentemente do valor do seu crédito. 
 
RECURSO DA SENTENÇA DECLARATÓRIA E DENEGATÓRIA DA 
FALÊNCIA 
144. Qual o recurso cabível contra a sentença declaratória da 
falência? 
R. O recurso cabível contra a sentença declaratória da falência é o agravo. 
 
145. Qual o recurso cabível da sentença que julga improcedente o 
pedido de falência? 
R. O recurso cabível da sentença que julga improcedente o pedido de 
falência é a apelação. 
 
146. Qual o prazo para a interposição do recurso de agravo, contra a 
sentença que decretar a falência? 
R. O prazo para a interposição do recurso de agravo é de 10 (dez) dias, 
conforme dispõe o artigo 522 do Código de Processo Civil. 
 
147. Qual o prazo para a interposição do recurso de apelação, contra a 
sentença que julgar improcedente o pedido de falência? 
R. O prazo para a interposição do recurso de apelação, contra a sentença 
que julgar improcedente o pedido de falência é de 15 (quinze) dias, conforme 
dispõe o artigo 508 do Código de Processo Civil. 
 
148. Qual a conseqüência da sentença denegatória da falência quando 
o autor da ação agir com dolo? 
R. Quem por dolo requerer a falência de outrem será condenado, na 
sentença que julgar improcedente o pedido, a indenizar o devedor, apurando-se 
as perdas e danos em liquidação de sentença. 
Havendo mais de 1 (um) autor do pedido de falência, serão solidariamente 
responsáveis. 
 
149. Qual a conseqüência da sentença denegatória da falência quando 
o autor da ação agir com culpa? 
R. Quando o autor da ação agir com culpa, o terceiro prejudicado poderá 
reclamar indenização dos responsáveis através de uma ação própria. 
 
INABILITAÇÃO, DIREITOS E DEVERES DO FALIDO 
150. A partir da decretação da falência, o devedor poderá exercer 
qualquer atividade empresarial? 
R. Não. A partir da decretação da falência, o devedor fica inabilitado para 
exercer qualquer atividade empresarial, até que tenha a sentença que extingue as 
suas obrigações. 
 
151. Após a sentença da decretação da falência, o devedor poderá 
administrar os seus bens e deles dispor? 
R. Não. Após a sentença da decretação da falência, o devedor perde o 
direito de administrar os seus bens ou deles dispor. 
 
152. Quais os direitos do falido, em relação ao processo de falência e 
à massa falida? 
R. O falido poderá, fiscalizar a administração da falência, requerer as 
providências necessárias para a conservação de seus direitos ou dos bens 
arrecadados e intervir nos processos em que a massa falida seja parte ou 
interessada, requerendo o que for de direito e interpondo os recursos cabíveis. 
 
153. Quais as obrigações impostas ao falido, após a decretação da 
falência? 
R. Após a decretação da falência, o falido terá as seguintes obrigações: 1) 
assinar nos autos, desde que intimado da decisão, termo de comparecimento, 
com a indicação do nome, nacionalidade, estado civil, endereço completo do 
domicílio, devendo ainda declarar, para constar do dito termo: a) as causas 
determinantes da sua falência, quando requerida pelos credores; b) tratando-se 
de sociedade, os nomes e endereços de todos os sócios, acionistas 
controladores, diretores ou administradores, apresentando o contrato ou estatuto 
social e a prova do respectivo registro, bem como suas alterações; c) o nome do 
contador encarregado da escrituração dos livros obrigatórios; d) os mandatos que 
porventura tenha outorgado, indicando seu objeto, nome e endereço do 
mandatário; e) seus bens imóveis e os móveis que não se encontram no 
estabelecimento; f) se faz parte de outras sociedades, exibindo respectivo 
contrato; g) suas contas bancárias, aplicações, títulos em cobrança e processos 
em andamento em que for autor ou réu; 2) depositar em cartório, no ato de 
assinatura do termo de comparecimento, os seus livros obrigatórios, a fim de 
serem entregues ao administrador judicial, depois de encerrados por termos 
assinados pelo juiz; 3) não se ausentar do lugar onde se processa a falência sem 
motivo justo e comunicação expressa ao juiz, e sem deixar procurador bastante, 
sob as penas cominadas na lei; 4) comparecer a todos os atos da falência, 
podendo ser representado por procurador, quando não for indispensável sua 
presença; 5) entregar, sem demora, todos os bens, livros, papéis e documentos 
ao administrador judicial, indicando-lhe, para serem arrecadados, os bens que 
porventura tenha em poder de terceiros; 6) prestar as informações reclamadas 
pelo juiz, administrador judicial, credor ou Ministério Público sobre circunstâncias 
e fatos que interessem à falência; 7) auxiliar o administradorjudicial com zelo e 
presteza; 8) examinar as habilitações de crédito apresentadas; 9) assistir ao 
levantamento, à verificação do balanço e ao exame dos livros; 10) manifestar-se 
sempre que for determinado pelo juiz; 11) apresentar, no prazo fixado pelo juiz, a 
relação de seus credores; 12) examinar e dar parecer sobre as contas do 
administrador judicial. 
 
154. Se o falido não cumprir com as suas obrigações, qual a 
conseqüência imposta pela Lei? 
R. Faltando ao cumprimento de quaisquer dos deveres que esta Lei lhe 
impõe, após intimado pelo juiz a fazê-lo, o falido responderá por crime de 
desobediência. 
 
ARRECADAÇÃO E CUSTÓDIA DE BENS 
155. Quem fará a arrecadação dos bens do falido? 
R. Após a assinatura do termo de compromisso, o administrador judicial 
efetuará a arrecadação dos bens e documentos e a avaliação dos bens, 
separadamente ou em bloco, no local em que se encontrem, requerendo ao juiz, 
para esses fins, as medidas necessárias. 
 
156. Quem fará a guarda dos bens arrecadados? 
R. Os bens arrecadados ficarão sob a guarda do administrador judicial ou 
de pessoa por ele escolhida, sob responsabilidade daquele, podendo o falido ou 
qualquer de seus representantes ser nomeado depositário dos bens. 
 
157. O falido poderá acompanhar a arrecadação e a avaliação dos 
bens? 
R. Sim. O falido poderá acompanhar a arrecadação e a avaliação. 
 
158. Para quem entrará o produto dos bens penhorados ou 
apreendidos? 
R. O produto dos bens penhorados ou por outra forma apreendidos entrará 
para a massa, cumprindo ao juiz deprecar, a requerimento do administrador 
judicial, às autoridades competentes, determinando sua entrega. 
 
159. Como será feita a avaliação de bem objeto de garantia real? 
R. Ainda que haja avaliação em bloco, o bem objeto de garantia real será 
também avaliado separadamente. 
 
160. O estabelecimento será lacrado após a sentença declaratória da 
falência? 
R. Não. O estabelecimento somente será lacrado se houver risco para a 
execução da etapa de arrecadação ou para a preservação dos bens da massa 
falida ou dos interesses dos credores. 
 
161. Como será composto o auto de arrecadação? 
R. O auto de arrecadação, será composto pelo inventário e pelo respectivo 
laudo de avaliação dos bens, será assinado pelo administrador judicial, pelo falido 
ou seus representantes e por outras pessoas que auxiliarem ou presenciarem o 
ato. 
 
162. Quando será feita a avaliação dos bens? 
R. A avaliação dos bens será feita no ato da arrecadação, mas não sendo 
possível, o administrador judicial requererá ao juiz a concessão de prazo para 
apresentação do laudo de avaliação, que não poderá exceder 30 (trinta) dias, 
contados da apresentação do auto de arrecadação. 
 
163. O que deverá estar descrito no inventário do auto de 
arrecadação? 
R. O inventário do auto de arrecadação deverá conter a descrição: a) dos 
livros obrigatórios e os auxiliares ou facultativos do devedor, designando-se o 
estado em que se acham, número e denominação de cada um, páginas 
escrituradas, data do início da escrituração e do último lançamento, e se os livros 
obrigatórios estão revestidos das formalidades legais; b) dinheiro, papéis, títulos 
de crédito, documentos e outros bens da massa falido; c) os bens da massa falida 
em poder de terceiro, a título de guarda, depósito, penhor ou retenção; d) os bens 
indicados como propriedade de terceiros ou reclamados por estes, mencionando-
se essa circunstância. 
 
164. Em relação aos bens imóveis, o que o administrador judicial 
deverá apresentar? 
R. Em relação aos bens imóveis, o administrador judicial, no prazo de 15 
(quinze) dias após a sua arrecadação, exibirá as certidões de registro, extraídas 
posteriormente à decretação da falência, com todas as indicações que nele 
constarem. 
 
165. O juiz poderá autorizar os credores, a adquirir ou adjudicar, os 
bens arrecadados? 
R. Sim. O juiz poderá autorizar os credores, de forma individual ou coletiva, 
em razão dos custos e no interesse da massa falida, a adquirir ou adjudicar, de 
imediato, os bens arrecadados, pelo valor da avaliação, atendida a regra de 
classificação e preferência entre eles, ouvido o Comitê. 
 
166. Os bens arrecadados poderão ser removidos de lugar? 
R. Sim. Os bens arrecadados poderão ser removidos, desde que haja 
necessidade de sua melhor guarda e conservação, hipótese em que 
permanecerão em depósito sob responsabilidade do administrador judicial, 
mediante compromisso. 
 
167. Os bens perecíveis ou de guarda dispendiosa poderão ser 
vendidos antecipadamente? 
R. Sim. Os bens perecíveis, deterioráveis, sujeitos à considerável 
desvalorização ou que sejam de conservação arriscada ou dispendiosa, poderão 
ser vendidos antecipadamente, após a arrecadação e a avaliação, mediante 
autorização judicial, ouvidos o Comitê e o falido no prazo de 48 (quarenta e oito) 
horas. 
 
168. O administrador judicial poderá alugar ou celebrar outro contrato 
com os bens da massa falida? 
R. Sim. O administrador judicial poderá alugar ou celebrar outro contrato 
referente aos bens da massa falida, com o objetivo de produzir renda para a 
massa falida, mediante autorização do Comitê. 
 
EFEITOS DA DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA SOBRE AS OBRIGAÇÕES 
DO DEVEDOR 
169. Os contratos bilaterais se resolvem pela falência? 
R. Não. Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser 
cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o 
aumento do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e 
preservação de seus ativos, mediante autorização do Comitê. 
 
170. O contratante poderá interpelar o administrador judicial para que 
declare se irá ou não cumprir o contrato? 
R. Sim. O contratante pode interpelar o administrador judicial, no prazo de 
até 90 (noventa) dias, contado da assinatura do termo de sua nomeação, para 
que, dentro de 10 (dez) dias, declare se cumpre ou não o contrato. 
 
171. O que poderá fazer o contratante, caso o administrador judicial 
não cumpra o contrato? 
R. A declaração negativa ou o silêncio do administrador judicial confere ao 
contraente o direito à indenização, cujo valor, será apurado em processo ordinário 
e constituirá crédito quirografário. 
 
172. Os contratos unilaterais serão resolvidos pelo administrador 
judicial? 
R. O administrador judicial, mediante autorização do Comitê, poderá dar 
cumprimento a contrato unilateral se esse fato reduzir ou evitar o aumento do 
passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus 
ativos, realizando o pagamento da prestação pela qual está obrigada. 
 
173. O vendedor pode obstar a entrega de mercadorias expedidas ao 
devedor falido e ainda em trânsito? 
 R. O vendedor não pode obstar a entrega das coisas expedidas ao 
devedor e ainda em trânsito, se o comprador, antes do requerimento da falência, 
as tiver revendido, sem fraude, à vista das faturas e conhecimentos de transporte, 
entregues ou remetidos pelo vendedor. 
 
174. O que ocorrerá, caso o devedor tenha vendido coisas compostas 
e o administrador judicial não continuar a execução do Contrato? 
R. Se o devedor vendeu coisas compostas e o administrador judicial 
resolver não continuar a execução do contrato, o comprador poderá colocar à 
disposição da massa falida as coisas já recebidas, pedindo perdas e danos. 
 
175. O que ocorrerá, caso o devedor não tenha entregue coisa móvel 
ou prestado serviço que vendera ou contratara a prestações e o 
administrador judicial não continuar a execução do contrato? 
R. Não tendo o devedor entregue coisa móvel ou prestado serviço que 
vendera ou contratara a prestações, e resolvendo o administrador judicial não 
executar o contrato, o crédito relativo ao valor pago será habilitadona classe 
própria. 
 
176. O que ocorrerá com a coisa móvel comprada pelo devedor com 
reserva de domínio do vendedor caso o administrador judicial resolva não 
continuar a execução do contrato? 
R. Se o administrador judicial resolver não continuar a execução do 
contrato, após ouvir o Comitê, restituirá a coisa móvel comprada pelo devedor 
com reserva de domínio do vendedor, exigindo a devolução, nos termos do 
contrato, dos valores pagos. 
 
177. O que ocorrerá com as coisas vendidas a termo, que tenham 
cotação em bolsa ou mercado, caso o administrador judicial resolva não 
continuar a execução do contrato? 
R. Tratando-se de coisas vendidas a termo, que tenham cotação em bolsa 
ou mercado, e não se executando o contrato pela efetiva entrega daquelas e 
pagamento do preço, prestar-se-á a diferença entre a cotação do dia do contrato 
e a da época da liquidação em bolsa ou mercado. 
 
178. O que ocorrerá no caso de falência do locador ou do locatário? 
 R. A falência do locador não resolve o contrato de locação e, na falência 
do locatário, o administrador judicial pode, a qualquer tempo, denunciar o 
contrato; 
 
179. O que ocorrerá com o mandato conferido pelo devedor, antes da 
falência? 
R. O mandato conferido pelo devedor, antes da falência, para a realização 
de negócios, cessará seus efeitos com a decretação da falência, cabendo ao 
mandatário prestar contas de sua gestão. 
O mandato conferido para representação judicial do devedor continua em 
vigor até que seja expressamente revogado pelo administrador judicial. 
 
180. O que ocorrerá com o mandato ou comissão que o falido houver 
recebido antes da falência? 
R. Para o falido, cessa o mandato ou comissão que houver recebido antes 
da falência, salvo os que versem sobre matéria estranha à atividade empresarial. 
 
181. O que ocorrerá com as contas correntes do devedor? 
R. As contas correntes do devedor consideram-se encerradas no momento 
de decretação da falência, verificando-se o respectivo saldo. 
 
INEFICÁCIA E REVOGAÇÃO DE ATOS PRATICADOS ANTES DA 
FALÊNCIA 
182. Quais os atos considerados ineficazes em relação à massa 
falida? 
R. São considerados ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o 
contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, 
seja ou não intenção deste fraudar credores: a) o pagamento de dívidas não 
vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por qualquer meio 
extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título; b) o 
pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, por 
qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato; c) a constituição de direito 
real de garantia, inclusive a retenção, dentro do termo legal, tratando-se de dívida 
contraída anteriormente; se os bens dados em hipoteca forem objeto de outras 
posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao credor da 
hipoteca revogada; d) a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes 
da decretação da falência; e) a renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos 
antes da decretação da falência; f) a venda ou transferência de estabelecimento 
feita sem o consentimento expresso ou o pagamento de todos os credores, a 
esse tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens suficientes para solver 
o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos 
credores, após serem devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do 
registro de títulos e documentos; g) os registros de direitos reais e de 
transferência de propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito, ou a 
averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência, salvo se 
tiver havido prenotação anterior. 
 
183. Como poderá ser declarada a ineficácia do ato praticado pelo 
falido? 
R. A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa 
ou pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo. 
 
184. Quais são os atos revogáveis? 
R. São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar 
credores, provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com 
ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida. 
 
185. Por quem deverá ser proposta a ação revocatória? 
R. A ação revocatória, deverá ser proposta pelo administrador judicial, por 
qualquer credor ou pelo Ministério Público no prazo de 3 (três) anos contado da 
decretação da falência. 
 
186. Contra quem pode ser promovida a ação revocatória? 
R. A ação revocatória pode ser promovida: a) contra todos os que 
figuraram no ato ou que por efeito dele foram pagos, garantidos ou beneficiados; 
b) contra os terceiros adquirentes, se tiveram conhecimento, ao se criar o direito, 
da intenção do devedor de prejudicar os credores; c) contra os herdeiros ou 
legatários das pessoas beneficiadas. 
 
187. Qual o juízo competente para propor a ação revocatória? 
R. A ação revocatória correrá perante o juízo da falência e obedecerá ao 
procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil. 
 
188. O que determinará a sentença que julgar procedente a ação 
revocatória? 
R. A sentença que julgar procedente a ação revocatória determinará o 
retorno dos bens à massa falida em espécie, com todos os acessórios, ou o valor 
de mercado, acrescidos das perdas e danos. 
 
189. Qual o recurso cabível da sentença que julgar procedente a ação 
revocatória? 
R. Da sentença que julgar procedente a ação revocatória cabe apelação. 
 
190. Reconhecida a ineficácia ou julgada procedente a ação 
revocatória, o contratante de boa-fé terá direito a restituição dos bens? 
R. Sim. Reconhecida a ineficácia ou julgada procedente a ação revocatória, 
as partes retornarão ao estado anterior, e o contratante de boa-fé terá direito à 
restituição dos bens ou valores entregues ao devedor. 
 
191. O terceiro de boa-fé, poderá propor ação por perdas e danos 
contra o devedor? 
R. Sim. É garantido ao terceiro de boa-fé, a qualquer tempo, propor ação 
por perdas e danos contra o devedor ou seus garantes. 
 
192. Na ação revocatória, o juiz poderá, ordenar, o seqüestro de bens? 
R. Sim. O juiz poderá, a requerimento do autor da ação revocatória, 
ordenar, como medida preventiva, na forma da lei processual civil, o seqüestro 
dos bens retirados do patrimônio do devedor que estejam em poder de terceiros. 
 
REALIZAÇÃO DO ATIVO 
193. Quando será realizada a realização do ativo? 
R. A realização do ativo, será iniciada logo após a arrecadação dos bens, 
com a juntada do respectivo auto ao processo de falência. 
 
194. De que forma será realizada a alienação dos bens? 
R. A alienação dos bens será realizada de uma das seguintes formas, 
observada a seguinte ordem de preferência: a) alienação da empresa, com a 
venda de seus estabelecimentos em bloco; b) alienação da empresa, com a 
venda de suas filiais ou unidades produtivas isoladamente; c) alienação em bloco 
dos bens que integram cada um dos estabelecimentos do devedor; d) alienação 
dos bens individualmente considerados. 
 
195. Quais as modalidades usadas para a realização do ativo? 
R. O juiz, ouvido o administrador judicial e atendendo à orientação do 
Comitê, se houver, ordenará que se proceda à realização do ativo em uma das 
seguintes modalidades: a) leilão, por lances orais; b) propostas fechadas; c) 
pregão. 
 
196. O que será necessário para a realização da alienação do ativo? 
R. A realização da alienação em quaisquer das modalidades será 
antecedida por publicação de anúncio em jornal de ampla circulação, com 15 
(quinze) dias de antecedência, em se tratando de bens móveis, e com 30 (trinta) 
dias na alienação da empresa ou de bens imóveis, facultada a divulgação por 
outros meios

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