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APOSTILA DE ESGOTO

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Departamento de Engenharia 
Curso de Engenharia Civil 
Disciplina de Saneamento Básico 
 
 
 
 
 
 
NOTAS DE AULA – SANEAMENTO BÁSICO 
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO 
 
 
 
 
 
Autor: Professor João Bosco de Andrade. 
Colaboração: Acadêmica Fernanda Posch Rios 
 
 
 
 
 
Notas de aula da Discipl ina de 
Saneamento Básico do Curso de 
Engenharia Civi l , minis trada pelo 
Professor Saulo Bruno Si lveira e 
Souza. 
 
 
 
 
 
 2006 
U n i v er s i dad e C a tó l i c a d e Go iá s 
En g enh ar ia C iv i l – Sa nea m en to Bás i co 
A u to r Pro f e s so r J oão Bo s co d e A ndr ad e 
C o lab or aç ão A c ad ê mi ca F er n a nda P os c h R i os 
2 
 
 
S U M Á R I O 
CAPÍTULO I - FOSSAS SÉPTICAS E SUMIDOUROS ____________________ 7 
1. INTRODUÇÃO ____________________________________________________________ 7 
2. HISTÓRICO ______________________________________________________________ 7 
3. CONCEITO _______________________________________________________________ 7 
4. DEFINIÇÃO ______________________________________________________________ 8 
5. FUNCIONAMENTO ________________________________________________________ 8 
6. AFLUENTES A UMA FOSSA SÉPTICA _______________________________________ 9 
7. DIMENSIONAMENTO ______________________________________________________ 9 
8. EFICIÊNCIA DAS FOSSAS SÉPTICAS ______________________________________ 12 
9. SUMIDOUROS ___________________________________________________________ 12 
9.1. Teste para determinação de absorção de um solo ____________________________ 13 
CAPÍTULO II - SISTEMA COLETOR DE ESGOTOS SANITÁRIOS _______ 16 
1. INTRODUÇÃO ___________________________________________________________ 16 
2. PARTES CONSTITUTIVAS DE UM SISTEMA CONVENCIONAL DE ESGOTOS. ___ 16 
3. LOCALIZAÇÃO DOS COLETORES EM RELAÇÃO AO SISTEMA VIÁRIO. _______ 17 
4. LOCALIZAÇÃO DOS INTERCEPTORES _____________________________________ 18 
4.1 . Vias Sani tár ias ou Marginais . ___________________________________________ 18 
4.2 . Fundos de Vale Tratados. _______________________________________________ 19 
5. VAZÕES DE DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA COLETOR __________________ 19 
6. VELOCIDADE NOS COLETORES ___________________________________________ 20 
7. DECLIVIDADES DOS COLETORES _________________________________________ 20 
8. TRAÇADO DOS COLETORES ______________________________________________ 21 
9. NUMERAÇÃO DOS COLETORES. __________________________________________ 25 
10. POÇO DE VISITA. ________________________________________________________ 26 
10.1 . Def inição ____________________________________________________________ 26 
10.2 . Disposição Construt iva ________________________________________________ 26 
U n i v er s i dad e C a tó l i c a d e Go iá s 
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3 
10.3. Si tuações em que se empregam os poços de vis i ta . __________________________ 27 
10.4 . Terminal de Limpeza (TL) ______________________________________________ 29 
10.5 . Caracter ís t icas básicas dos poços de vis i ta _________________________________ 29 
11. PROFUNDIDADE DOS COLETORES. _______________________________________ 32 
12. DETERMINAÇÃO DA PROFUNDIDADE MÍNIMA DOS COLETORES ____________ 33 
CAPÍTULO III - CARACTERÍSTICAS DOS ESGOTOS _________________ 35 
1. CONCEITO ______________________________________________________________ 35 
2. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS______________________________________________ 35 
2.1. Matér ia Sólida _______________________________________________________ 36 
3. CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS ___________________________________________ 37 
3.1. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) __________________________________ 38 
4. CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS _________________________________________ 38 
5. ESGOTOS INDUSTRIAIS - EQUIVALENTE POPULACIONAL DAS INDÚSTRIAS _ 38 
CAPÍTULO IV - PROCESSOS E GRAUS DE TRATAMENTO DOS ESGOTOS 
SANITÁRIOS _____________________________________________________ 39 
1. INTRODUÇÃO ___________________________________________________________ 39 
2. OPERAÇÕES UNITÁRIAS _________________________________________________ 39 
3. PROCESSOS DE TRATAMENTO ___________________________________________ 40 
3.1. Processos Fís icos _____________________________________________________ 40 
3.2. Processos Químicos ___________________________________________________ 41 
3.3. Processos Biológicos __________________________________________________ 41 
4. CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS ________________________________________ 41 
4.1. Em Função da Remoção ________________________________________________ 41 
4.2. Em Função da Ef ic iência das Unidades ____________________________________ 42 
4.3. Grau de Tratamento ___________________________________________________ 43 
CAPÍTULO V - REMOÇÃO DE SÓLIDOS GROSSEIROS – TRATAMENTO 
PRELIMINAR _____________________________________________________ 45 
1. CONCEITO ______________________________________________________________ 45 
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4 
2. FINALIDADES ___________________________________________________________ 45 
3. CARACTERÍSTICAS DAS GRADES DE BARRAS _____________________________ 46 
3.1. Disposi t ivos de Retenção _______________________________________________ 46 
3.2. Disposi t ivos de Remoção _______________________________________________ 46 
3.3. Dest ino do Mater ia l Removido __________________________________________ 47 
4. FUNCIONAMENTO DAS GRADES __________________________________________ 47 
4.1. Velocidade de Passagem dos Esgotos Entre as Barras ________________________ 47 
4.2. Perdas de Carga ______________________________________________________ 47 
4.3. Dimensionamento _____________________________________________________ 47 
CAPÍTULO VI – REMOÇÃO DE AREIA ______________________________ 48 
1. CONCEITO ______________________________________________________________ 48 
2. FINALIDADES DA REMOÇÃO DAS AREIAS _________________________________ 48 
3. CARACTERÍSTICAS ______________________________________________________ 48 
4. DIMENSIONAMENTO _____________________________________________________ 49 
5. DETALHES EXECUTIVOS _________________________________________________ 50 
CAPÍTULO VII – LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO ______________________ 51 
1. HISTÓRICO _____________________________________________________________ 51 
2. CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO ____________________________________________ 51 
3. EFICIÊNCIA E APICABILIDADE DAS LAGOAS ______________________________ 52 
4. FATORES QUE INTERFEREM NO PROCESSO _______________________________ 52 
4.1. Fatores Incontroláveis _________________________________________________ 52 
4.2. Fatores Parcia lmente Controláveis _______________________________________ 53 
5. PARÂMETROS DE INTERESSE ____________________________________________ 53 
6. PRINCÍPIOS DE DIMENSIONAMENTO E FUNCIONAMENTO __________________ 54 
6.1. LAGOAS ANAERÓBIAS _______________________________________________ 55 
6.1 .1. Princípios de Funcionamento ___________________________________________ 55 
6.1 .2. Parâmetros de Dimensionamento _________________________________________ 55 
6.2. LAGOAS FACULTATIVAS _____________________________________________ 56 
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5 
6.2 .1. Princípios de Funcionamento ___________________________________________ 56 
6.2 .2. Parâmetros de Dimensionamento _________________________________________ 56 
CAPÍTULO VIII - LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO – ASPECTOS 
CONSTRUTIVOS __________________________________________________ 57 
1. INTRODUÇÃO ___________________________________________________________ 57 
2. FASES DE IMPLANTAÇÃO ________________________________________________ 58 
2.1. Locação _____________________________________________________________ 59 
2.2. Desmatamento ________________________________________________________ 59 
2.3. Raspagem ___________________________________________________________ 59 
2.4. Escavação ___________________________________________________________ 59 
2.5. Escar if icação _________________________________________________________ 60 
2.6. Terraplenagem _______________________________________________________ 60 
2.7. Construção dos Diques _________________________________________________ 60 
3. DISPOSITIVOS DE ENTRADA _____________________________________________ 66 
4. DISPOSITIVOS DE SAÍDA _________________________________________________ 68 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS __________________________________ 69 
 
Í N D I C E D E T A B E L A S 
Tabela 1 - Per íodo de detenção ( T ) em função da vazão af luente ( NC ) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 8 
Tabela 2 - Contr ibuições uni tár ias de esgotos ( C ) e de lodo f resco ( Lf ) por t ipo de prédios e 
de ocupantes - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 10 
Tabela 3 - Tempo de Penetração em Função do Tipo de Solo - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 13 
Tabela 4 - Decl iv idades mínimas, conforme os diâmetros: - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 21 
Tabela 5 - Dimensões Mínimas para Chaminé e Balão de Poço de Visi ta . - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 27 
Tabela 6 - Tipos de grade e espaçamento entre as barras - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 46 
Tabela 7 - Dimensões das Barras - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 46 
Tabela 8 – Tempo de detenção e ef iciência de remoção de DBO em função da temperatura média
 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 55 
Tabela 9 - Taxas de apl icação, População Equivalente e Tempos de Detenção em Lagoas 
Facul ta t ivas - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 56 
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6 
Í N D I C E D E F I G U R A S 
Figura 1 - Detalhes execut ivos de uma fossa sépt ica pr ismát ica re tangular de câmara única - - - 11 
Figura 2 - Curva da capacidade de absorção de um solo - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 13 
Figura 3 - Detalhes construt ivos do sumidouro - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 14 
Figura 4 - Esquema com exis tência de dois sumidouros - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 15 
Figura 5 - Local ização das redes cole toras - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 18 
Figura 6 - Local ização de in terceptores em fundos de vale canal izados - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 18 
Figura 7 - Local ização de in terceptores em fundos de vale t ra tados - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 19 
Figura 8 - Tipo 1 de traçado de coletores - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 22 
Figura 9 - Tipo 2 de traçado de coletores - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 23 
Figura 10 - Tipo 3 de traçado de cole tores - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 24 
Figura 11 - Par tes consti tut ivas do sis tema convencional - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 25 
Figura 12 – Detalhe do fundo do poço - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 26 
Figura 13 – Detalhes dos degraus do P.V. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 27 
Figura 14 - Modelo de tampão de fo fo para poço de vis i ta - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 28 
Figura 15 - Detalhe do terminal de l impeza TL -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 29 
Figura 16 - Poço de vis i ta em anéis pré moldados - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 30 
Figura 17 – Peça de transição em concreto armado - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 30 
Figura 18 - Detalhe da chegada do coletor ao PV -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 31 
Figura 19 - Profundidades mais convenientes - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 32 
Figura 20 - Posição do coletor em prf i l - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 33 
Figura 21 - Composição dos sól idos nos esgotos - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 36 
Figura 22 - Esquema Geral de s is tema de abastecimento de água e tra tamento de esgoto - - - - - - - 44 
Figura 23 - Deslocamento das par t ículas no in ter ior do desarenador - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 49 
Figura 24 - Detalhe da caixa de areia de l impeza manual - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 50 
Figura 25 - Lagoa de estabi l ização - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 54 
Figura 26 - Detalhe do dique: fo lga e coroamento - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 61 
Figura 27 - Detalhe do dique: l inha de inf i l t ração - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 61 
Figura 28 - Detalhe do dique: berma - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 62 
Figura 29 - Detalhe do dique: emprét imo la teral - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 63 
Figura 30 - Detalhe do dique: des locamento do dique - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 63 
Figura 31 - Detalhe do dique: vala centra l - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 64 
Figura 32 - Detalhe do dique: dreno - f i l t ro - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 65 
Figura 33 – Detalhe do f i l t ro com mater ia l de granulometr ia decrescente - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 65 
Figura 34 - Laje de pedras para proteção dos taludes contra impacto das ondas - - - - - - - - - - - - - - - - - 66 
Figura 35 - Entrada t ipo submerso hor izontal - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 67 
Figura 36 - Entrada t ipo submerso com ja to por baixo - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 67 
Figura 37 - Entrada t ipo submerso com ja to para c ima - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 68 
Figura 38 - Entrada t ipo es t rutura e levada - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 68 
Figura 39 - Esquema de saída das lagoas - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 69 
U n i v er s i dad e C a tó l i c a d e Go iá s 
En g enh ar ia C iv i l – Sa nea m en to Bás i co 
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7 
 
CAPÍTULO I - FOSSAS SÉPTICAS E SUMIDOUROS 
1. INTRODUÇÃO 
A ausência, total ou parcial, de serviços públicos de esgotos nas áreas urbanas, suburbanas 
e rurais exige a implantação de algum meio de disposição dos esgotos locais, com o objetivo de 
evitar a contaminação do solo e da água. Em sua maioria, estas regiões são também desprovidas 
de sistemas de abastecimento de água e utilizam poços como fonte de suprimento de água, razão 
pela qual se exige extremo cuidado para não ocorrer a contaminação da água do subsolo, utilizada 
para consumo. 
A defasagem na implantação dos serviços públicos, em relação ao crescimento 
populacional, principalmente nos países em desenvolvimento, permite prever que as soluções 
individuais para o destino dos esgotos serão ampla e permanentemente adotadas. 
A fossa séptica é uma solução técnica e econômica para dispor os esgotos de residências 
isoladas. 
2. HISTÓRICO 
As fossas sépticas evoluíram a partir das fossas Mouras. Em 1860, Jean Louis Mouras 
construiu um tanque de alvenaria, para o qual encaminhou, antes de destiná-los a um sumidouro, 
os esgotos de uma habitação, na cidade de Vesoul, na França. Este tanque aberto, 12 anos mais 
tarde, não apresentava acumulada a quantidade de sólidos para lá endereçada, em função da 
redução apresentada no efluente líquido do tanque, em termos de teor de sólidos. Essa fossa foi 
patenteada em 1881. 
3. CONCEITO 
Fossa séptica é um dispositivo de tratamento de esgotos destinado a receber a contribuição 
de um ou mais domicílios, dando aos esgotos um grau de tratamento compatível com a sua 
simplicidade e custo. 
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8 
4. DEFINIÇÃO 
Fossas sépticas são câmaras construídas em alvenaria de tijolos ou pré-moldadas em 
concreto, e destinadas a reter os despejos por um período de tempo especificamente estabelecido, 
de forma a permitir a sedimentação dos sólidos e a retenção do material graxo (gorduras e óleos) 
contidos nos esgotos, transformando-os, bioquimicamente, em substâncias mais simples e 
estáveis. 
5. FUNCIONAMENTO 
Em uma fossa séptica ocorrem os seguintes fenômenos: 
• retenção dos esgotos - o esgoto é retido na fossa por um período de tempo 
racionalmente estabelecido, que pode variar de 12 a 24 horas, dependendo das 
contribuições afluentes. (Tabela 1). 
• sedimentação e flotação - 60 a 70% dos sólidos em suspensão nos esgotos sedimentam-
se formando o “lodo”. Óleos, graxas e gorduras ficam flutuando formando a “escuma”. 
• digestão anaeróbia - ambos, lodo e escuma são atacados por bactérias anaeróbias, 
provocando a destruição, total ou parcial, da matéria orgânica e de organismos 
patogênicos. 
• redução de volume - do fenômeno anterior, digestão anaeróbia, resultam gases, 
líquidos e acentuada redução de volume dos sólidos retidos e digeridos, que adquirem 
características estáveis capazes de permitir que o efluente líquido das fossas sépticas possa 
ser disposto em melhores condições de segurança. 
T a b e l a 1 - P er í o do d e de t en ç ão ( T ) e m f u n ç ão da va zã o a f l ue n t e (N C ) 
Contribuição (NC) litros /dia Período de detenção 
Horas Dias 
Até 6000 24 1 
6000 a 7000 21 0,875 
7000 a 8000 19 0,790 
8000 a 9000 18 0,750 
9000 a 10000 17 0,710 
1000 a 11000 16 0,670 
11000 a 12000 15 0,625 
12000 a 13000 14 0,585 
13000 a 14000 13 0,540 
Acima de 14000 12 0,500 
U n i v er s i dad e C a tó l i c a d e Go iá s 
En g enh ar ia C iv i l – Sa nea m en to Bás i co 
A u to r Pro f e s so r J oão Bo s co d e A ndr ad e 
C o lab or aç ão A c ad ê mi ca F er n a nda P os c h R i os 
9 
6. AFLUENTES A UMA FOSSA SÉPTICA 
A fossa séptica pode receber todos os despejos domésticos de cozinhas, lavanderias domiciliares, 
lavatórios, vasos sanitários, bidês, banheiras, chuveiros, mictórios, ralos de pisos. É conveniente a 
insta1ação de dispositivos retentores de óleos, gorduras e graxas (caixas de gordura) evitando o aporte 
de quantidades expressivas desses materiais nas fossas. 
7. DIMENSIONAMENTO 
O volume útil de uma fossa séptica é calculado da seguinte forma: 
1 2 3V = V + V + V , em que: 
• V1 = volume decorrente do tempo de detenção - 1V = N C T⋅ ⋅ ; 
• V2 = volume decorrente do período de armazenamento do lodo - 2 1 AV = N R L T⋅ ⋅ ⋅ ; 
• V3 = volume correspondente ao lodo em digestão - 3 2 DV = N R L T⋅ ⋅ ⋅ . 
 
Os termos adotados correspondem aos seguintes valores: 
• N = número de usuários da fossa; 
• C = contribuição unitária de esgotos em litros/pessoa/dia (Tabela 2); 
• T = tempo de detenção, em dias (Tabela 1); 
• R1= coeficiente de redução de volume do lodo armazenado (R1 = 0,25); 
• L = contribuição de lodo, em litros/pessoa/dia (Tabela 2); 
• TA = período de armazenamento do lodo, (período entre limpezas consecutivas da 
fossa), ( considerado TA = 300 dias ); 
• R2 = coeficiente de redução de volume do lodo em processo de digestão (R2 = 0,50); 
• TD = tempo de digestão do lodo, ( considerado TD = 50 dias ). 
Substituindo os termos, na fórmula obtém-se: 
1 2 3
( ) (0, 25 300 ) (0,50 50 )
100
( 100 )
V V V V
V N C T N L N L
V N C T N L
V N C T L
= + +
∴ = ⋅ ⋅ + ⋅ ⋅ ⋅ + ⋅ ⋅ ⋅
∴ = ⋅ ⋅ + ⋅ ⋅
∴ = ⋅ ⋅ + ⋅ 
A profundidade útil mínima é ≥ 1,00m e nas fossas prismáticas retangulares L ≥ 2B, em 
que L é o comprimento e B é a largura da fossa. 
U n i v er s i dad e C a tó l i c a d e Go iá s 
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10 
T a b e l a 2 - Con t r i b u i çõ es un i t á r i a s d e e sg o to s ( C ) e d e l o do f r es co ( L f ) p o r t ipo d e p ré d io s e d e o c up a n t es 
Prédio Unidade 
 
Contribuição ( Litros / dia )
Esgotos ( C ) Lodo fresco 
( LD ) 
1. Ocupantes permanentes 
? Hospitais lei tos 250 1,00 
? Apartamentos pessoa 200 1,00 
? Residências pessoa 150 1,00 
? Escola – Internatos pessoa 150 1,00 
? Casas populares – rurais pessoa 120 1,00 
? Hotéis (sem cozinha e lavanderia) pessoa 120 1,00 
? Alojamentos temporários pessoa 80 1,00 
2. Ocupantes temporários 
? Fábricas em geral operário 70 0,30 
? Escritórios pessoa 50 0,20 
? Edifícios públicos ou comerciais pessoa 50 0,20 
? Escolas – externatos pessoa 50 0,20 
? Restaurantes e similares refeição 25 0,10 
? Cinema, teatro e templos. lugar 2 0,02 
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F i g u ra 1 - D et a l h es ex e c u t iv o s d e u ma f o s sa s é p t i c a p r i s má t i c a r e ta n g u la r d e c â ma r a ú n i c a 
0
,6
L
0
,6B
CHICANAS 
REMOVÍVEIS
PROJEÇÃO DA 
ABERTURA DA LAJE
ENTRADA SAÍDA
PLANTA BAIXA
ENTRADA SAÍDA
TAMPA 
HERMÉTICA
NÍVEL DO 
TERRENO
LAJE DE 
COBERTURA
NÍVEL DO LÍQUIDO
PR
O
FU
ND
ID
AD
E
ÚT
ILCHICANAS 
REMOVÍVEIS
CHICANAS 
REMOVÍVEIS
CÂMARA DE DECANTAÇÃO E DIGESTÃO
0
,3
0
min. 0,20 m
min 0,10 m
0
,4
0
min. 0,20 m
min 0,10 m
0,050,20
0,05
0,05
0,20
CORTE LONGITUDINAL
 
 
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8. EFICIÊNCIA DAS FOSSAS SÉPTICAS 
A remoção de DBO varia de 30 a 60%, conforme a ABNT. Os sólidos em suspensão podem 
ser reduzidos até 60%. 
9. SUMIDOUROS 
Os sumidouros ou poços absorventes recebem os efluentes das fossas sépticas. Têm, 
portanto, vida útil longa, devido a facilidade de infiltração do líquido praticamente isento dos 
sólidos causadores da colmatação do solo. 
Consistem em escavações cilíndricas, tendo as paredes protegidas por pedras, tijolos, 
madeira ou por anéis de concreto perfurados. O material utilizado na proteção não deve ser 
rejuntado, para permitir fácil infiltração do líquido no terreno. 
A cobertura dos sumidouros deverá ser de lajes de concreto armado, dotadas de abertura de 
inspeção, cuja dimensão será no mínimo de 0,60m, com tampão de fechamento hermético. 
As dimensões do sumidouro serão determinadas em função das características de absorção 
do solo. 
Vários processos podem ser utilizados para o reconhecimento das características de 
absorção do solo, todos eles, é verdade, sujeitos à limitações. 
O mais comum é o de estimar a permeabilidade em termos da textura do solo, isto é, das 
proporções de areia, silte e argila existentes. 
Um outro método de se conhecer a permeabilidade do solo é a cor do mesmo. Solos que, 
em corte, se apresentam com colorações entre o marrom e o avermelhado, indicam que existem 
condições favoráveis de oxidação e que há movimento de água e de ar em seu seio. Ao contrário, 
solos acinzentados nas camadas superficiais e escuros e matizados nas camadas inferiores 
significam falta de aeração ou movimentos restritos de ar e de água. 
Os processos até aqui mencionados podem auxiliar na escolha do terreno para disposição 
dos efluentes de uma fossa séptica, mas são, entretanto, de valor limitado. 
O mais aconselhável é recorrer a um ensaio de infiltração, de modo a se estimar a 
capacidade de absorção do solo, feito da seguinte maneira: 
Em três pontos do terreno que vai ser utilizado para disposição do efluente líquido da fossa 
séptica utiliza-se o método da abertura de covas, que consiste em: 
♦ proceder a abertura de uma vala cujo fundo vai coincidir com o plano útil de absorção; 
♦ no fundo de cada vala abrir um buraco cúbico de 30cm x 30cm x 30cm, retirando a terra 
solta e colocando 5cm de brita nº 1, bem limpa. Em seguida manter o buraco cheio de 
água durante 4 horas, adicionando água, à proporção que ocorre infiltração no terreno, 
com a finalidade de que o terreno fique em condições semelhantes aos de época de 
grandes chuvas; 
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♦ no dia seguinte encher o buraco com água, aguardando que a mesma escoe 
completamente; 
♦ encher novamente a cavidade com água, até a altura de 15cm, marcando o tempo que o 
nível da mesma baixa 1cm. Quando o tempo for inferior a 3 minutos, deve-se refazer 
esta etapa do ensaio por 5 vezes. O intervalo de tempo verificado para o último teste 
deve ser adotado como o real. Com o tempo determinado poderá ser obtida, na curva que 
se segue, a capacidade de absorção em litros/m2/dia. Para sumidouros, fazer o teste em 
diferentes profundidades e adotar o menor coeficiente de infiltração. 
 
F i g u ra 2 - C ur v a d a c a pa c id a d e de a bso rç ã o d e u m s o lo 
CURVA DE ABSORÇÃO DO SOLO
0
5
10
15
20
0 25 50 75 100 125 150 175 200
LITROS POR m 2 POR DIA
M
IN
UT
OS
VA
LA
 D
E 
FI
LT
R
AÇ
Ã
O
VA
LA
 D
E 
IN
FI
LT
R
AÇ
Ã
O
40
RÉGUA 
GRADUADA
300 mm
30
0
 m
m
 
9.1. Teste para determinação de absorção de um solo 
Na impossibilidade de se realizar ensaio de infiltração, poderão ser adotados os valores da 
tabela abaixo. 
T a b e l a 3 - Temp o d e P e n e tr a çã o e m F u n ç ã o d o T i po de S o lo 
Descrição do Solo Tempo de Penetração 
Areia grossa limpa 13 segundos a 1 minuto 
Cinza, carvão 30 segundos a 1 minuto 
Cascalhos e argila com poros não cheios 13 segundos a 45 segundos 
Areia fina 2 minutos a 5 minutos 
Areia com argila 5 minutos a 10 minutos 
Argila com um pouco de areia 30 minutos a 60 minutos 
Argila compacta ou rocha decomposta 2 horas a 5 horas 
O diâmetro dos sumidouros varia de 1,5m a 1,8m. Como segurança, a área do fundo não 
deve ser considerada pois o fundo logo ficará colmatado pelos sedimentos eventualmente contidos 
nos efluentes das fossas sépticas. 
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A área das paredes necessária para que haja a infiltração poderá ser determinada pela 
expressão: 
, :
i
QA em que
C
= 
Q = contribuição de esgotos em litros por dia = NC; 
Ci = coeficiente de infiltração, em litros/m2/dia. 
O volume útil mínimo do sumidouro deverá ser igual ao volume da fossa contribuinte. 
A área lateral das paredes é dada por: 
LA D Pπ= ⋅ ⋅ 
Assim é determinada a profundidade ( P ) necessária. O fundo do sumidouro deve estar no 
mínimo a l,50m do nível do lençol freático. A distância mínima, entre sumidouros e poços rasos 
(cisternas ), deve ser de 15m. 
Deve-se reservar terreno para futuras ampliações. 
F i g u ra 3 - D et a l h es co n s t ru t i v o s do s u mi d o u ro 
BRITA 03
ANÉIS DE CONCRETO 
PRÉ MOLDADO SEM FUROS
ANÉIS DE CONCRETO 
PRÉ MOLDADO COM FUROS
TAMPÃO DE INSPEÇÃO 
Ø 60 cm
BRITA 03
ANÉIS DE CONCRETO 
PRÉMOLDADO SEM FUROS
ANÉIS DE CONCRETO 
PRÉ MOLDADO COM FUROS
TAMPÃO DE INSPEÇÃO 
Ø 60 cm
d d 1
d 2
TAMPÃO DE INSPEÇÃO 
Ø 60 cm
TAMPÃO DE INSPEÇÃO 
Ø 60 cm
SUMIDOURO SEM ENCHIMENTO SUMIDOURO COM ENCHIMENTO
PLANTA PLANTA
 
 
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F i g u ra 4 - E sq u e ma c o m e x i s t ê n c ia d e d o i s s u mi d o u ro s 
D
SUMIDOURO
CASA
CAIXA DE 
DISTRIBUIÇÃO
FOSSA 
SÉPTICA
SUMIDOURO
D − DEVE SER MAIOR QUE 3 VEZES O DIÂMETRO DOS 
SUMIDOUROS E NUNCA MENOR QUE 6,0 m
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CAPÍTULO II - SISTEMA COLETOR DE ESGOTOS 
SANITÁRIOS 
1. INTRODUÇÃO 
Em 1778, Joseph Bramah patenteou o vaso sanitário. Em 1847, 69 anos depois, não 
havendo outro meio mais prático para dispor as águas imundas, os ingleses adotaram o transporte 
daquelas águas em canalizações para o afastamento dos dejetos. Criou-se assim o sistema de 
esgotamento com transporte hídrico. Com essa opção a água passou a ter uma dualidade de usos; 
água limpa para o consumo e água suja para o afastamento das imundícies. 
Na Europa foi autorizado o lançamento dessas águas servidas nas galerias de água pluvial, 
criando-se assim o sistema unitário que prevalece ainda em Paris, (os esgotos sanitários e as águas 
pluviais escoam pela mesma canalização). 
Em 1879, o engenheiro George Waring Jr. concebeu o primeiro sistema coletor de esgotos 
sanitários do tipo separador, para a cidade de Memphis Tennessee, após a epidemia de cólera que 
assolou aquela cidade. 
2. PARTES CONSTITUTIVAS DE UM SISTEMA CONVENCIONAL DE 
ESGOTOS. 
? Ramal predial – trecho compreendido entre o l imite do lote e o coletor público. 
? Coletor secundário – canalização de menor diâmetro que recebe os esgotos das 
residências, transportando-os para os coletores troncos ou principais. 
? Coletores troncos – canalizações do sistema coletor que recebem as contribuições 
dos coletores secundários, transportando-as para os interceptores. Os diâmetros 
são usualmente maiores que os dos coletores secundários. 
? Interceptores – desenvolvem-se ao longo dos fundos de vale, margeando cursos 
d’água ou canais. Os interceptores são responsáveis pelo transporte dos esgotos de 
sua sub-bacia, evitando que os mesmos sejam lançados nos corpos de água. Em 
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virtude das maiores vazões transportadas, os diâmetros são usualmente maiores 
que os dos coletores troncos. 
? Emissário – canalização que l iga a extremidade final da rede à Estação de 
Tratamento, quando houver, e/ou ao local de lançamento. Os emissários não 
recebem contribuições ao longo de seu percurso. 
? Elevatória – quando as profundidades das tubulações se tornam demasiadamente 
elevadas, quer devido à baixa declividade do terreno, quer devido à necessidade 
de se transpor uma elevação, torna-se necessário bombear os esgotos para um 
nível mais elevado. A part ir desse ponto, os esgotos podem voltar a f luir por 
gravidade. As unidades que efetuam o bombeamento dos esgotos são denominadas 
elevatórias, e as tubulações que transportam o esgoto bombeado são denominadas 
l inhas de recalque. 
? Estação de Tratamento dos Esgotos ( ETE ) – A finalidade das estações de 
tratamento de esgotos é a de remover os poluentes dos esgotos, os quais poderiam 
causar uma deterioração da qualidade dos corpos d’água. O tratamento dos esgotos 
tem sido negligenciado em nosso meio, mas deve-se ter em mente que o sistema de 
esgotamento sanitário só pode ser considerado completo se incluir a etapa de 
tratamento. 
? Disposição Final – Após o tratamento, os esgotos são lançados em um corpo 
d’água receptor ou, eventualmente aplicados no solo. Em ambos os casos, há que 
se levar em conta os poluentes eventualmente ainda presentes nos esgotos 
tratados, especialmente os organismos patogênicos e metais pesados. 
? Poços de visita – os poços de visi ta são estruturas complementares do sistema de 
esgotamento. A sua finalidade é permitir a inspeção e l impeza da rede 
3. LOCALIZAÇÃO DOS COLETORES EM RELAÇÃO AO SISTEMA VIÁRIO. 
Os coletores devem ser assentados, de preferência, do lado da rua no qual ficam os 
terrenos mais baixos. 
A existência de estruturas ou canalizações de serviços públicos, tais como: galerias de 
águas pluviais, redes de água, adutoras, cabos elétricos, e telefônicos pode, entretanto, determinar 
o deslocamento dos coletores de esgotos para posições mais convenientes. 
Para ruas com largura superior a 18,00 m, deverão ser executados dois coletores ( um de 
cada lado ) de modo a viabilizar o atendimento dos domicílios de ambos os lados com 
profundidades convenientes. 
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F i g u ra 5 - Loc a l i za çã o da s r e d e s co l e to ra s 
COLETOR DE 
ESGOTO SANITÁRIO
CAIXA DE 
PASSAGEM
RAMAL PREDIAL
AVENIDA
 
4. LOCALIZAÇÃO DOS INTERCEPTORES 
Os interceptores podem ser localizados: 
? em vias sanitárias ou avenidas marginais; 
? em fundos de vale tratados. 
F i g u ra 6 - Loc a l i za çã o d e in t e r c e p to r e s e m f u n d o s d e v a l e ca n a l i za d o s 
AVENIDA SANITÁRIA AVENIDA SANITÁRIA
CANAL
INTERCEPTOR INTERCEPTOR
 
 
4.1. Vias Sanitárias ou Marginais. 
Os esgotos fluem por gravidade. Assim, os interceptores situam-se nos pontos mais baixos, 
ou seja, nos fundos de vale, correndo paralelo aos córregos de cada bacia. 
Sua construção tem sido tradicionalmente feita em conjunto com as obras de canalização 
dos cursos d’água e com a implantação das vias sanitárias ou marginais. Apresenta como 
vantagens a possibilidade de se realizar obras conjuntas e a redução nos custos de implantação. 
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4.2. Fundos de Vale Tratados. 
A implantação de vias sanitárias não deve ser encarada como a única forma de se executar 
interceptores de esgotos. 
Existem soluções ainda mais econômicas para a implantação dos mesmos, que não exigem 
que se executem obras em concreto ou mesmo abertura de vias públicas ao longo dos corpos 
d’água naturais. A preservação das margens do curso d’água com áreas verdes ou matas ciliares é 
uma forma bastante atrativa de tratamento de fundo de vale. 
As principais vantagens são a preservação natural do curso d’água, evitando-se o 
artificialismo do concreto; a independência da canalização, a qual muitas vezes demora a ser 
implantada devido a seu elevado custo; o tratamento dos fundos de vale com criação de áreas 
verdes ao longo dos córregos, introduzindo concepções de maior qualidade estética, paisagística e 
econômica. 
F i g u ra 7 - Loc a l i za çã o d e in t e r c e p to r e s e m f u nd o s d e v a l e t ra t a do s 
CÓRREGO DE 
FUNDO DE VALE
INTERCEPTOR INTERCEPTOR
 
5. VAZÕES DE DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA COLETOR 
A rede coletora é dimensionada considerando a vazão 
1 20,80 ( / )
86400
P q K KQ l s⋅ ⋅ ⋅ ⋅= ; 
Em que 0,80 é o coeficiente de retorno, uma vez que uma parcela da água utilizada não 
retorna sob a forma de esgotos. Os demais parâmetros são idênticos aos utilizados no 
dimensionamento da rede distribuidora de água. 
A rede coletora de esgotos transporta também uma parcela de água que passa do subsolo 
para os coletores - vazão de infiltração. 
A vazão específica de dimensionamento dos coletores é dada por: 
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1 20,80 , :
86400esg
P q K Kq em que
L
⋅ ⋅ ⋅ ⋅= ⋅ 
L = o comprimento total da rede; 
qesg = expressa em litros/segundo/metro. 
qi = é a vazão de infiltração é considerada de 0,0002 a 0,0008 l/s/m. 
qesp = ( qesg + qi ) expressa em 1/s/m, em que qesp é a vazão de dimensionamento dos 
coletores. 
Os coletores são dimensionados como condutos livres, funcionando por gravidade e por 
meio das fórmulas de: Darcy, Flamant, Ganguillet – Kutter, ou de Manning. 
Os coletores são considerados com vazão a 1/2 seção, os interceptores com vazão a 2/3 de 
seção, e os emissários com vazão a 3/4 de seção. 
6. VELOCIDADE NOS COLETORES 
Quanto maior for a velocidade, melhores serão as condições de arrastamento da matéria 
sólida e a não ocorrência de depósitos nas canalizações. Entretanto as velocidades excessivas 
podem provocar desgastes nas paredes das tubulações pelo efeito da abrasão. 
A NBR – 9649 indica como limite de velocidade 5,0 m/s. 
Tradicionalmente são aceitas as seguintes velocidades máximas: 
? ferro fundido 6,0 m/s 
? manilhas cerâmicas e PVC 5,0 m/s 
? concreto 4,0 m/s; 
? f ibrocimento 3,0 m/s 
A velocidade mínima, de forma a assegurar a auto- limpeza, é considerada 0,60 m/s. 
A velocidade crítica é dada por: 
1
2
CV = 6 (9,8 RH) , em que:⋅ ⋅ 
VC = velocidade crítica; 
RH = raio hidráulico; 
9,8 = valor da aceleração devida à gravidade. 
7. DECLIVIDADES DOS COLETORES 
As declividades mínimas dos coletores são estabelecidas conforme o diâmetro e são 
mostradas na tabela a seguir. 
U n i v er s i dad e C a tó l i c a d e Go iá s 
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T a b e l a 4 - D ec l i v i da d e s mí n i ma s , c o n f o rme o s d iâ me t r o s : 
Diâmetros ( mm ) Declividades 
mínimas m/m 
Diâmetros( mm ) Declividades 
mínimas m/m 
150 0,0070 500 0,0015 
200 0,0050 600 0,0010 
250 0,0035 700 0,0008 
300 0,0025 800 0,0006 
350 0,0023 900 0,00045 
400 0,0020 1000 0,00040 
450 0,0018 1200 0,00035 
8. TRAÇADO DOS COLETORES 
O traçado dos coletores é feito de acordo com o traçado urbanístico e a topografia da 
cidade, ou da bacia que está sendo esgotada. Uma bacia de drenagem é caracterizada pela 
existência de um “espigão”, “linha de cumeada” ou “divisor de água” e os respectivos fundos de 
vale para os quais os esgotos convergem. São mostrados, a seguir, diversos tipos de traçados de 
coletores públicos, de acordo com a topografia da cidade. 
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F i g u ra 8 - T ip o 1 d e t ra ç ad o d e co l e to re s 
1 1 1
2 2 21
1 1 1
444
1 1 1
6
66
4 11 18
3
2
25
CORPO RECEPTOR
 
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En g enh ar ia C iv i l – Sa nea m en to Bás i co 
A u to r Pro f e s so r J oão Bo s co d e A ndr ad e 
C o lab or aç ão A c ad ê mi ca F er n a nda P os c h R i os 
23 
F i g u ra 9 - T ip o 2 d e t ra ç ad o d e co l e to re s 
1 2 3
1 1 41
2 4 6
1111
2 4 6
18
11
2 4 6
1
1
25
CORPO RECEPTOR
 
U n i v er s i dad e C a tó l i c a d e Go iá s 
En g enh ar ia C iv i l – Sa nea m en to Bás i co 
A u to r Pro f e s so r J oão Bo s co d e A ndr ad e 
C o lab or aç ão A c ad ê mi ca F er n a nda P os c h R i os 
24 
F i g u ra 1 0 - T ip o 3 d e t ra ç ad o d e co l e to re s 
1 1 1
2 2 21
2 3 3
643
2 4 5
1253
2 6 12
1
1
25
CORPO RECEPTOR
 
 
U n i v er s i dad e C a tó l i c a d e Go iá s 
En g enh ar ia C iv i l – Sa nea m en to Bás i co 
A u to r Pro f e s so r J oão Bo s co d e A ndr ad e 
C o lab or aç ão A c ad ê mi ca F er n a nda P os c h R i os 
25 
F i g u ra 1 1 - Pa r t e s c o ns t i t u t i v a s do s i s t ema c o n v e n c io n a l 
 
COLETORES SECUNDÁRIOS
ESTAÇÃO
DE
TRATAMENTO
DE ESGOTO
 (ETE)
RECALQUE
EEE 
(ESTAÇÃO 
ELEVATÓRIA DE 
ESGOTO)
PV (POÇO
DE VISITA)EM
IS
SÁ
RIO
INTERCEPTOR MARGEM ESQUERDA
CÓRREGO
INTERCEPTOR MARGEM DIREITA
CO
LE
TO
R 
TR
O
NC
O
RIO
 (
CO
RP
O
 R
EC
EP
TO
R 
)
RAMAIS PREDIAIS
 
9. NUMERAÇÃO DOS COLETORES. 
Os coletores são numerados de forma seqüencial e em ordem crescente, de acordo com o 
sentido do escoamento. Exemplo: 10 – 4 ; em que o primeiro número ( 10 ) corresponde à 
numeração do coletor e o segundo número (4) corresponde ao número do trecho. Pode-se adotar 
U n i v er s i dad e C a tó l i c a d e Go iá s 
En g enh ar ia C iv i l – Sa nea m en to Bás i co 
A u to r Pro f e s so r J oão Bo s co d e A ndr ad e 
C o lab or aç ão A c ad ê mi ca F er n a nda P os c h R i os 
26 
ainda a numeração alfa- numérica. Exemplo A- 4 ; em que ( A ) corresponde ao coletor e ( 4 ) ao 
trecho. 
Pode-se, no caso de existirem várias sub-bacias de drenagem, adotar-se o seguinte 
esquema de numeração CP15 – 7; em que: CP = Capim Puba, indicando a sub-bacia de drenagem; 
15 é o número do coletor e 7 é o número do trecho. 
10. POÇO DE VISITA. 
10.1. Definição 
Poço de visita é uma câmara visitável através de uma abertura existente na sua parte 
superior, ao nível do terreno, destinado a permitir a reunião de dois ou mais trechos consecutivos 
e a execução dos trabalhos de manutenção nos trechos a ele ligados. 
10.2. Disposição Construtiva 
Um poço de visita convencional possui dois compartimentos distintos que são a chaminé e 
o balão, construídos de tal forma a permitir fácil entrada e saída do operador e espaço suficiente 
para este operador executar as manobras necessárias à operação e manutenção. 
O balão é o compartimento principal. Pode ter seção circular, quadrada ou retangular. No 
balão se realizam todas as manobras internas, manuais ou mecânicas, na manutenção de cada 
trecho. No seu piso encontram-se moldadas calhas de concordância entre as canalizações de 
entrada e de saída. 
A chaminé, pescoço ou tubo de descida consiste no conduto de ligação entre o balão e o 
exterior. 
Convencionalmente é iniciado num furo excêntrico feito na laje de cobertura do balão e 
termina na superfície do terreno. O movimento de entrada e saída dos operadores é feito com o 
uso de uma escada, de ligas metálicas inoxidáveis, do tipo marinheiro, afixada de degrau em 
degrau nas paredes do poço. Opcionalmente podem ser usadas escadas móveis, o que conduz a 
maior economia. 
Fi g u ra 1 2 – De t a l h e d o f und o do po ç o 
 
No desenho ao lado, observa-se as calhas 
de fundo do poço; as quais são dispostas 
de forma a orientar o f luxo dos esgotos 
desde a entrada até a saída, evitando o 
turbilhonamento e retenção de materiais 
em suspensão. As arestas superiores 
deverão estar niveladas com a geratr iz 
superior do trecho de saída. 
U n i v er s i dad e C a tó l i c a d e Go iá s 
En g enh ar ia C iv i l – Sa nea m en to Bás i co 
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C o lab or aç ão A c ad ê mi ca F er n a nda P os c h R i os 
27 
F i g u ra 1 3 – De t a l h es do s d eg r au s do P . V . 
0.08 m
0,15 m
0,04 m
0,20 m
Ø 1 /2 "
 
T a b e l a 5 - D ime n s õ e s M í n ima s p a r a C h a mi n é e B a l ã o d e P o ço d e V i s i t a . 
Profundidade do 
Poço de Visita (PV) 
(m) 
Diâmetro do Tubo 
de Saída (DO) (m) 
Diâmetro da 
Chaminé (DC) (m) 
Diâmetro do Balão 
(DB) (m) 
h ≤ 1,00 qualquer DO DC = 0,60 DB = DC 
 
1,00 < h < 2,50 
 
DO ≤0,30 DC = 0,60 
e 
hc = 0,30 
DB = 1,00 
0,30< DO <050 DB = 1,50 
DO > 0,50 DB = DO + 1,00 
 
h ≥ 2,50 
DO ≤ 0,30 DC =060 
e 
0,30≤ hc ≤1,00 
DB = 1,00 
0,30 < DO ≤0,50 DB = 1,50 
DO > 0,50 DB = do + 1,00 
Quando os coletores são implantados nas ruas o tampão deve ser em ferro fundido, com 
capacidade de 4 toneladas, para não ser danificado pela passagem de veículos pesados. 
Quando a rede coletora é executada no passeio o tampão pode ser feito em concreto 
armado. 
10.3. Situações em que se empregam os poços de visita. 
Os poços de visita ( PV ) são empregados nas seguintes situações: 
U n i v er s i dad e C a tó l i c a d e Go iá s 
En g enh ar ia C iv i l – Sa nea m en to Bás i co 
A u to r Pro f e s so r J oão Bo s co d e A ndr ad e 
C o lab or aç ão A c ad ê mi ca F er n a nda P os c h R i os 
28 
? nas cabeceiras das redes, ou ponto de início dos coletores, podendo ser substituídos por 
um Terminal de Limpeza ( TL ), nesta situação; 
? nas mudanças de materiais; 
? nas alterações de diâmetros; 
? nas mudanças de direção dos coletores; 
? nos encontros de coletores; 
? nas mudanças de declividades; 
? em posições intermediárias de coletores de grande extensão. 
A distância entre dois PVs consecutivos não deve exceder: 
a) 100 metros para canalizações até 150 mm; 
b) 120m para canalizações de 200 a 600 mm; 
c) 150m para canalizações > 600 mm. 
F i g u ra 1 4 - Mo d e lo d e ta mp ã o d e f o f o pa ra po ç o d e v i s i t a 
1
3
2
A
A
550 mm
VISTA SUPERIOR
CORTE AA
1 − " COMPANHIA "
2 − ESGOTOS
3 − " SIGLA ESTADUAL "
 
U n i v er s i dad e C a tó l i c a d e Go iá s 
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C o lab or aç ão A c ad ê mi ca F er n a nda P os c h R i os 
29 
10.4. Terminal de Limpeza ( TL ) 
O Terminal de Limpeza é recomendado para ser colocado na cabeceira das redes por serem 
mais baratos que o PV. 
F i g u ra 1 5 - De t a l h e d o t e rmi n a l d e l i mp e za T L 
A A
Ø
 15
0 
mm
PLANTA
CORTE AA
BERÇO DE
CONCRETO
0,13
0,10
0,05
0
,13
5
0,60
0,25
0,90
NT
 
10.5. Características básicas dos poços de visita 
Os poços de visita podem ser feitos com anéis pré-moldados de concreto. São os mais 
comuns, principalmente para tubulações de saída de até 400 mm de diâmetro. São rapidamente 
montados, daí a vantagem de sua utilização. Possuem seção circular. Podem ser feitos, ainda, em 
concreto moldado no local, para canalizações de diâmetro superior a 400 mm. 
Normalmente, apenas o balão é moldado no local. A chaminé sempre pode ser feita com o 
uso de tubos pré-moldados. As seções quase sempre são quadradas ou retangulares. 
É recomendável a construção de uma chaminé com altura mínima de 0,30m, para facilitar a 
construção e a reposição da pavimentação das ruas. 
Poços de alvenaria de tijolos só são feitos, quando não existem condições de se obter ou 
confeccionar peças pré-moldadas no local da obra. As paredes terão espessuras mínimas de uma 
U n i v er s i dad e C a tó l i c a d e Go iá s 
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30 
vez, rejuntadas e revestidas com argamassa de cimento e areia no traço 1:3, com adição de 
impermeabilizantes. 
F i g u ra 1 6 - Po ç o d e v i s i t a e m a n é i s pr é mo l d a d o s 
1,00 0,15
0,150,600,15
0,40
0
,10
0
,3
0
 a
 1,
0
0
0,40
0,02
0,02
VA
RI
ÁV
EL
 Do + 0,10
0,20
0,20
0,08
CHAMINÉ
BALÃO
TAMPÃO F°F°
PEÇA DE
TRANSIÇÃO
ANÉIS PRÉ−
MOLDADOS
ARGAMASSA
CIMENTO : AREIA − 1:3
CONCRETO OU
ALVENARIA REBOCADA
BASE DE
CONCRETO − 1:3:5
BRITA N° 4
COBERTURA DE
BRITA N° 2
 
 
F i g u ra 1 7 – Pe ç a d e t ra ns i çã o e m c o n c r e to a r ma d o 
Ø 3/8 " c/ 9 cm
Ø 3/8 " c/ 7 cm
Ø 3/8 " c/ 9 cm
Ø 3/8 " c/ 9 cm
Ø 3/8 " c/ 9 cm
0,05 m
 
U n i v er s i dad e C a tó l i c a d e Go iá s 
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C o lab or aç ão A c ad ê mi ca F er n a nda P os c h R i os 
31 
Devido à demora para ser executado, retardando a liberação da rua para o trânsito, 
raramente o poço é feito com o emprego de tijolos. 
No caso de um ou mais trechos de coletores chegarem ao poço de visita, acima do nível do 
fundo, são necessários cuidados especiais, nesta ligação, a fim de que haja operacionalidade do 
poço, sem constrangimento do operário que entrar em seu interior. Para desníveis inferiores a 
0,50m admite-se queda livre ( QL ). Para desníveis a partir de 0,50m é necessário a instalação de 
tubos de queda ( TQ ). 
F i g u ra 1 8 - De t a l h e d a ch eg ad a do co l e to r ao P V 
NÍVEL DO PISO EXTERNO TAMPÃO
CHAMINÉ
PEÇA DE TRANSIÇÃO
BLOCO DE FECHAMENTO
BALÃO
CALHA DE
CONCORDÂNCIA
COLETOR
PROLONGAMENTO
PARA LIMPEZAS
BASE DE APOIO
DEGRAUS DA ESCADA
 
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32 
Os tubos de queda consistem numa derivação constituída de uma junção invertida, 
associada a uma curva de 45o,conectada a um tubo vertical, cuja extremidade inferior é dotada de 
uma curva de 90o que direciona o fluxo para o PV. 
Para diâmetros superiores a 350mm, adota-se outro dispositivo denominado poço de queda, 
o qual é constituído de poços geminados, sendo a passagem do primeiro para o segundo poço feita 
através de um orifício ou vertedouro convenientemente dimensionado para comportar a vazão. 
11. PROFUNDIDADE DOS COLETORES. 
a) profundidade mínima: está relacionada com a possibilidade de esgotamento de todos os 
compartimentos sanitários existentes na residência, situados a uma certa distância da frente do 
lote e em cota inferior à da via pública. Está também relacionada à proteção da canalização 
contra a ação das cargas externas. 
O limite da profundidade mínima é freqüentemente estabelecido em 1,00m. 
Quando as condições de traçado ou de topografia impuserem profundidades inferiores ao 
mínimo recomendado, devem ser tomadas precauções especiais, tais como proteção contra a 
ação de cargas acidentais, ou emprego de tubos mais resistentes.F i g u ra 1 9 - Pr o f u n di d a d e s ma i s c o n v e n i en t e s 
BASE DE APOIO
RECOBRIMENTO
DO TUBO
PROFUNDIDADE MÁXIMA = 4,50 m
PROFUNDIDADE MÍNIMA = 1,00 m
 
U n i v er s i dad e C a tó l i c a d e Go iá s 
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b) profundidade máxima: deve-se ter em conta no projeto, não ultrapassar profundidades acima 
de 4,50m. 
c) profundidades mais convenientes: os valores médios deverão estar em torno de 1,50 a 
2,50m. 
d) profundidades elevadas: quando o terreno possui uma baixa declividade, é 
preponderantemente plano ou mesmo possui uma declividade contrária à declividade da 
tubulação, esta tende a se aprofundar com relação ao nível do terreno. Em alguns casos, 
quando estas profundidades se tornam muito elevadas, torna-se necessário a utilização de uma 
estação elevatória de esgotos. 
São os seguintes os inconvenientes das valas profundas: 
? maior efeito da carga permanente ( terra de recobrimento da tubulação ); 
? ligações dos coletores mais onerosas; 
? aumento do custo de construção da rede coletora; 
? necessidade de escoramento das valas para impedir desmoronamentos e acidentes 
fatais; 
12. DETERMINAÇÃO DA PROFUNDIDADE MÍNIMA DOS COLETORES 
A profundidade mínima deve ser estabelecida de modo a viabilizar a ligação de pelo menos 
80% dos domicílios de uma rua. 
minH = h + 0,50m + 0,02 L + 0,30m + (D + e), em que:⋅ 
? h (m) = desnível entre o leito da rua e a tampa da caixa de inspeção mais próxima; 
? 0,50m = profundidade da caixa de inspeção mais próxima; 
? 0,02 (m/m) = declividade mínima para os ramais prediais; 
? L (m) = distância da caixa de inspeção mais próxima ao eixo do coletor; 
? 0,30m = dimensão das peças de conexão do ramal predial ao coletor de esgoto; 
? D(m) = diâmetro do coletor; 
? e = espessura da parede do coletor 
F i g u ra 2 0 - Po s i ç ão do co l e t o r e m p r f i l 
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COLETOR DE 
ESGOTO SANITÁRIO
CAIXA DE 
PASSAGEM
D + e
0,02 L
0,50 m
h
0,30 m
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 CAPÍTULO III - CARACTERÍSTICAS DOS ESGOTOS 
1. CONCEITO 
Os esgotos costumam ser classificados em dois grupos principais: os esgotos sanitários e 
os esgotos industriais. 
Os esgotos sanitários são constituídos de despejos domésticos, uma parcela de água de chuva, água 
de infiltração e eventualmente uma parcela não significativa de esgotos industriais com características bem 
definidas. 
Os esgotos industriais, por serem bastante diversificados em suas características, não serão 
considerados neste curso. 
Os esgotos domésticos provêm principalmente de residências, edifícios comerciais, 
instituições ou quaisquer edificações que contenham instalações de banheiros, lavanderias, 
cozinhas ou qualquer dispositivo de utilização de água para fins domésticos. Compõe-se 
essencialmente de água de banho, urina, fezes, papel, restos de comida, sabão, detergentes e águas 
de lavagem. 
Neste curso devido a grande amplitude de características dos esgotos industriais, somente 
serão consideradas as características dos esgotos tipicamente domésticos, os quais constituem o 
maior formador dos esgotos sanitários. 
2. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS 
As características físicas do esgoto podem se interpretadas pela obtenção das grandezas 
correspondentes às seguintes determinações: 
? matéria sólida; 
? temperatura; 
? odor; 
? cor e 
? turbidez. 
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36 
2.1. Matéria Sólida 
Das características físicas, o teor de matéria sólida é a de maior importância em termos de 
dimensionamento e controle de operação das unidades de tratamento. A remoção de matéria sólida 
é que vai determinar uma série de operações unitárias de tratamento, ainda que represente apenas 
cerca de 0,08% dos esgotos ( a água compõe os restantes 99,2% ). 
2.1.1. Classificação da Matéria Sólida 
A matéria sólida presente nos esgotos pode ser classificada como: 
? sólidos totais - matéria que permanece como resíduo após a evaporação dos esgotos; 
? sólidos voláteis - se o resíduo que permanece após a evaporação é calcinado a 600ºC, 
as substâncias orgânicas se volatilizam, daí a sua designação; 
? sólidos fixos - componentes minerais dos esgotos que permanecem após a calcinação; 
? sólidos em suspensão - parcela que é retida ao se filtrar os esgotos em membrana 
filtrante apropriada, usualmente um filtro de fibra de vidro com tamanho de poros de 
1,2mm. Porção que não se sedimenta naquele período no cone; 
? sólidos dissolvidos - fração que atravessa o filtro; 
? sólidos sedimentáveis - porção que se sedimenta após 2 horas num cone de 
sedimentação, com volume de 1 litro ( cone IMHOFF ). 
F i g u ra 2 1 - Co mp o s i ç ão dos só l i do s n os e s go to s 
100 %
SÓLIDOS 
SEDIMENTÁVEIS E 
EM SUSPENSÃO
60%
SÓLIDOS VOLÁTEIS
50%
SÓLIDOS FIXOS
10 %
SÓLIDOS 
DISSOLVIDOS
40%
SÓLIDOS VOLÁTEIS
20%
SÓLIDOS FIXOS
20%
SÓLIDOS VOLÁTEIS
70%
SÓLIDOS FIXOS
30 %
SÓLIDOS TOTAIS
100%
SÓLIDOS TOTAIS
 
2.1.2. Temperatura 
A temperatura dos esgotos é, em geral, pouco superior a das águas de abastecimento em 
virtude de se usar água aquecida nas residências em banhos e demais usos. 
Em relação aos processos de tratamento sua influência ocorre da seguinte forma: 
U n i v er s i dad e C a tó l i c a d e Go iá s 
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? nas operações de natureza biológica ( a velocidade de decomposição do esgoto aumenta 
com a temperatura ); 
? nos processos de transferência de oxigênio ( a solubilidade do oxigênio é menor nas 
temperaturas mais elevadas ); 
? nas operações de sedimentação ( o aumento de temperatura faz diminuir a viscosidade, 
melhorando as condições de sedimentação ). 
2.1.3. Odor 
Há alguns odores bem característicos: 
? de mofo, razoavelmente suportável, típico do esgoto novo; 
? de ovos podres, típico do esgoto velho ou séptico, devido à formação do gás sulfídrico. 
2.1.4. Cor 
? esgoto novo tem cor acinzentada. O esgoto velho tem cor escura. 
2.1.5. Turbidez 
A turbidez é devida aos sólidos em suspensão nos esgotos. 
3. CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS 
A origem dos esgotos permite classificar as características químicas em dois grandes 
grupos: da matéria orgânica e da matéria inorgânica. 
Já vimos que 70% dos sólidos dos esgotos, ( sólidos voláteis ), são orgânicos. Geralmente 
estes compostos são: uma combinação de carbono, oxigênio, hidrogênio, algumas vezes de 
nitrogênio, compreendendo: compostos de proteínas ( 40 a 60% ); carboidratos ( 25 a 50% ) e 
gorduras ( 10% ). 
As proteínas são produtoras de nitrogênio e contêm carbono, hidrogênio, nitrogênio, 
oxigênio, fósforo, enxofre e ferro. As proteínas são os principais constituintes do organismo 
humano eanimal, mas ocorre também em plantas. O gás sulfídrico dos esgotos é proveniente do 
enxofre presente nas proteínas. 
Os carboidratos contêm carbono, hidrogênio e oxigênio. São as primeiras substâncias a 
serem destruídas pelas bactérias com produção de ácidos orgânicos, ( originando a acidez dos 
esgotos velhos ). Entre os carboidratos temos: açúcares, amidos, farinhas e glicose. 
Quanto às gorduras, nas residências existem “caixas de gordura” para reter parcialmente 
esse material, diminuindo sua presença na rede coletora. As gorduras estão sempre presentes no 
esgoto doméstico proveniente do uso de óleos, manteigas, da carne etc. Produzem odores 
desagradáveis, aderem às paredes da tubulação diminuindo a seção útil, inibem a vida biológica 
U n i v er s i dad e C a tó l i c a d e Go iá s 
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38 
das bactérias que decompõem os esgotos. Não deve ser aceita na rede na forma de óleos minerais 
derivados do petróleo ( óleos, lubrificantes, querosene, óleo diesel ). 
3.1. Demanda Bioquímica de Oxigênio ( DBO ) 
A quantidade de matéria orgânica presente nos esgotos pode ser identificada indiretamente 
pela determinação em laboratório, da Demanda Bioquímica de Oxigênio, ou seja da quantidade 
de oxigênio necessária para oxidar ou queimar a matéria orgânica dos esgotos. 
No Brasil considera-se que cada pessoa contribua com 54 gramas de DBO por dia. 
Normalmente os esgotos apresentam concentração de DBO variando de 180 a 360 mg/litro. 
Exemplos: 
? contribuição de esgoto = 150 litros /hab./dia 
⇒ 54g / hab / diaconcentração de DBO = 
150 l / hab / dia
 
 , o que resulta em 360 mg/litro; 
? contribuição de esgotos = 300 litros/hab./dia 
⇒ 54g / hab / diaconcentração de DBO = 
300 l / hab / dia
 
 , resultando em 180 mg/litro. 
4. CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS 
Os principais organismos encontrados nos esgotos são: as bactérias, os fungos, os 
protozoários e os vírus. As bactérias constituem o elemento mais importante por serem 
responsáveis pela decomposição e estabilização da matéria orgânica, tanto na natureza, quanto nas 
unidades de tratamento. As bactérias coliformes são típicas do intestino do homem e estão sempre 
presentes no excremento humano ( 100 a 400 bilhões de coliformes / pessoa / dia ). 
O esgoto bruto contem de 109 a 1010 NMP / 100 ml de coliformes totais e 108 a 109 de 
coliformes fecais. ( NMP = Número Mais Provável ). Um NMP alto significa que o curso d’água 
está recebendo esgotos, ou seja o lançamento de esgotos num curso d’água vai determinar um 
número de expressão para os coliformes que ali estarão presentes em virtude do lançamento. 
5. ESGOTOS INDUSTRIAIS - EQUIVALENTE POPULACIONAL DAS 
INDÚSTRIAS 
Os esgotos industriais presentes na rede pública de coleta, geralmente em quantidade não 
significativa, podem ter seu potencial de poluição expressos em população equivalente. 
Exemplo: uma fábrica que produz uma DBO de 1000 kg/dia corresponde a uma população 
equivalente = 1000kg/dia ÷ 0,054 kg/hab./dia = 18.518 habitantes. Considerando que cada 
habitante representa uma contribuição de 54 gramas de DBO /dia. 
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CAPÍTULO IV - PROCESSOS E GRAUS DE TRATAMENTO 
DOS ESGOTOS SANITÁRIOS 
1. INTRODUÇÃO 
Um sistema qualquer de esgotos sanitários encaminha seus efluentes, direta ou 
indiretamente, para corpos d’água receptores, formados pelo conjunto de água de superfície ou do 
subsolo. A capacidade receptora destas águas em harmonia com sua utilização, estabelece o grau 
de condicionamento a que deverá ser submetido os esgotos, de modo que o corpo d’água receptor 
não sofra alterações nos parâmetros de qualidade fixados para o trecho do curso d’água afetado 
pelo lançamento. Os condicionamentos aplicados aos esgotos são denominados processos de 
tratamento. 
2. OPERAÇÕES UNITÁRIAS 
Os processos de tratamento são formados, em última análise, por uma série de operações 
unitárias. Essas operações são empregadas para a remoção de substâncias indesejáveis, ou para 
transformá-las em outras de forma aceitável. 
As mais importantes destas operações unitárias, empregadas nos sistemas de tratamento são: 
? trocas de gás - adição de oxigênio ou ar ao esgoto para criar ou manter condições 
aeróbias, adição de gás cloro para eliminação de microrganismos; 
? gradeamento - operação pela qual os materiais flutuantes e em suspensão, que forem 
maior em tamanho que as aberturas das grades, são retidos e removidos; 
? sedimentação - operação pela qual a capacidade de carreamento dos esgotos é 
diminuída, permitindo que as partículas em suspensão se sedimentem pela ação da 
gravidade. A diminuição da capacidade de carreamento é obtida com a diminuição da 
velocidade dos esgotos. A areia, por exemplo, é removida desta forma; 
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? flotação - operação pela qual a capacidade de carreamento dos esgotos é diminuída e sua 
capacidade de empuxo é aumentada. Tal operação serve para remover gorduras e óleos dos 
esgotos; 
? precipitação química - operação pela qual os produtos químicos apropriados reagem 
com as substâncias químicas dos esgotos precipitando-as; 
? filtração - operação pela qual os esgotos atravessam um meio poroso que retém determinadas 
impurezas ( matéria em suspensão ) presentes nos esgotos; 
? desinfecção - operação pela qual os organismos infecciosos em potencial são 
exterminados, ( cloração dos esgotos, ação de raios ultravioletas, ozonização ); 
? oxidação biológica - operação pela qual os microrganismos decompõem a matéria 
orgânica contida nos esgotos, transformando substâncias complexas em produtos finais 
simples. 
3. PROCESSOS DE TRATAMENTO 
Os fenômenos atuantes na formação dos esgotos sanitários deverão atuar, de modo inverso, 
nos processos de tratamento. Assim se um esgoto é formado pela ação de agentes físicos, o 
sistema de remoção destes agentes deverá ser um processo físico. 
Em função destes fenômenos e da mesma forma que os poluentes contidos nos esgotos são 
de natureza física, química e biológica, os processos de tratamentos podem ser classificados em: 
físicos, químicos e biológicos. 
Obviamente estes processos não atuam isoladamente; as transformações provocadas por 
um determinado processo de tratamento influirão nos fenômenos inerentes aos demais processos. 
3.1. Processos Físicos 
São os processos em que predominam os fenômenos físicos. Estes fenômenos 
caracterizam-se principalmente nos processos de remoção de substâncias fisicamente separáveis 
dos líquidos ou que não se encontram dissolvidas. Basicamente têm por finalidade separar as 
substâncias em suspensão no esgoto. Neste caso incluem: 
? remoção de sólidos grosseiros; 
? remoção de sólidos sedimentáveis; 
? remoção de sólidos flutuantes. 
Mas qualquer outro processo em que há predominância dos fenômenos físicos constitui um 
processo físico de tratamento, como: 
? remoção da umidade do lodo; 
? filtração dos esgotos; 
? incineração do lodo; 
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? diluição dos esgotos; 
? homogeneização dos esgotos ou do lodo. 
3.2. Processos Químicos 
São os processos em que há utilização de produtos químicos e são raramente usados em 
esgotos sanitários. O uso de produtos químicos tem sido a principal causa do pouco emprego do 
processo. Via de regra, utiliza-se o tratamento químico quando o emprego de processos físicos e 
biológicos não atendem ou não atuam eficientemente nas características que se deseja reduzir ou 
remover. Os processos comumente adotados são: 
? floculação e precipitação química; 
? oxidação química; 
? cloração; 
? neutralização do pH. 
3.3. Processos Biológicos 
São considerados processos biológicos aqueles que dependem da ação de microrganismos 
presentes nos esgotos. Os fenômenos de nutrição são predominantes na transformação de 
componentes complexos em compostos mais simples, tais como: sais minerais, gás carbônico e 
outros. 
Os processos biológicos de tratamento procuram reproduzir em dispositivos racionalmente 
projetados, os fenômenos biológicos observados na natureza, condicionando-os em área e tempo 
economicamente justificáveis. Os principais processos biológicos de tratamento são: 
? oxidação biológica ( aeróbia, como lodos ativados, filtros biológicos, valos de 
oxidação e anaeróbia como reatores anaeróbios de fluxo ascendente ); 
? digestão do lodo ( aeróbia, anaeróbia, fossas sépticas ). 
4. CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS 
Os processos de tratamento podem ser classificados em função dos fenômenos de remoção 
ou transformação e de acordo com o grau de eficiência obtido por um ou mais dispositivos de 
tratamento. 
4.1. Em Função da Remoção 
4.1.1. Remoção ou transformação de sólidos grosseiros em suspensão: 
? crivos; 
? grades; 
? peneiras; 
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? desintegradores. 
4.1.2. Remoção de sólidos sedimentáveis: 
? desarenadores ( caixas de areia ); 
? centrífugas; 
? decantadores. 
4.1.3. Remoção de óleos, gorduras, graxas e substâncias análogas: 
? tanques de retenção de óleos ( caixas de gordura ); 
? tanques de flotação; 
? decantadores com removedores de escuma. 
4.1.4. Remoção de material miúdo em suspensão: 
? tanques de flotação; 
? filtros de areia; 
? tanques de precipitação química. 
4.1.5. Remoção de substâncias orgânicas dissolvidas, semidissolvidas e 
finamente divididas: 
? irrigação de grandes superfícies do solo; 
? campos de nitrificação, com ou sem finalidade agrícola; 
? filtros biológicos; 
? lagoas de estabilização; 
? tanques de lodos ativados: 
? valos de oxidação, sistemas de aeração prolongada. 
4.1.6. Remoção de odores e controle de doenças transmissíveis: 
? desinfecção ( cloração, ultravioleta, ozonização ); 
? reagentes químicos; 
? instalações biológicas ( aeróbias ) 
4.2. Em Função da Eficiência das Unidades 
É comum classificar as instalações de tratamento em função do grau de redução dos 
sólidos em suspensão e da demanda bioquímica de oxigênio. 
Tais indicadores demarcam a eficiência do sistema de tratamento. 
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4.2.1. Tratamento preliminar: 
? remoção de sólidos grosseiros; 
? remoção de gorduras e óleos; 
? remoção de areia. 
4.2.2. Tratamento primário: 
? sedimentação; 
? flotação; 
? digestão do lodo; 
? secagem do lodo; 
? sistemas compactos ( sedimentação e digestão, Tanque Imhofh ); 
? sistemas anaeróbios ( lagoa anaeróbia, reator de fluxo ascendente ). 
4.2.3. Tratamento secundário: 
? filtração biológica; 
? lodos ativados; 
? lagoas de estabilização ( aeróbias, facultativas, aeradas ). 
4.2.4. Tratamento terciário: 
? lagoas de maturação; 
? desinfecção; 
? filtração final; 
? processos de remoção de nutrientes. 
4.3. Grau de Tratamento 
O grau e eficiência do tratamento necessário serão sempre função da capacidade de 
recepção e diluição do corpo de água receptor e das características de uso da água a jusante do 
ponto de lançamento, das condições de autodepuração, da legislação ambiental e das 
conseqüências dos lançamentos dos esgotos. 
Há sempre interesse em se fazer o estritamente necessário em termos de tratamento, por 
razões de ordem financeira. Na verdade se só o tratamento primário for suficiente do ponto de 
vista do corpo receptor, não há por que se construir, pelo menos, de inicio uma estação com 
tratamento completo. Deve-se ter em mente que os processos mais sofisticados oneram tanto no 
custo da construção como na operação e manutenção. 
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F i g u ra 2 2 - Es q u e ma Ge r a l d e s i s t e ma d e a ba s t e c i me n t o d e á gu a e t ra t a me n t o d e e s go t o 
SISTEMA DE ABASTECIMENTO
DE ÁGUACAPTAÇÃO
DE ÁGUA
BOMBEAMENTO
RIO
MEDIDOR DE 
VAZÃO
CAL
COAGULANTE
CASA DE QUÍMICA E 
LABORATÓRIO
MISTURA 
RÁPIDA
FLOCULADORDECANTADORFILTRO
RESERVATÓRIO DE
ÁGUA TRATADA
FLÚOR CAL CLORO
ADUTORA
SISTEMA DE TRATAMENTO
 DE ESGOTO
REDE DE DISTRIBUIÇÃO 
DE ÁGUA
REDE DE 
ESGOTO
EMISSÁRIO
GRADEAMENTODESARENAÇÃOOXIDAÇÃO 
BIOLÓGICA
DECANTAÇÃO
ESGOTO 
TRATADO
RIO
RECIRCULAÇÃO 
DO LODO
DESIDRATAÇÃO 
DO LODO
 LODO
 
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CAPÍTULO V - REMOÇÃO DE SÓLIDOS GROSSEIROS – 
TRATAMENTO PRELIMINAR 
1. CONCEITO 
São considerados grosseiros os resíduos sólidos contidos nos esgotos sanitários e de fácil 
retenção e remoção, através de operações físicas de gradeamento. 
Este material é procedente do uso inadequado das instalações prediais, dos coletores 
públicos e demais componentes do sistema de esgotamento sanitário. As conexões irregulares 
nesse sistema, de efluentes pluviais e industriais, também contribuem para o agravamento dos 
problemas nas operações de recalque, transporte, tratamento e disposição final nos corpos d’água 
receptores, razão pela qual os sólidos grosseiros devem ser previamente removidos. A remoção é 
realizada por unidades denominadas grades de barras. 
2. FINALIDADES 
A remoção dos sólidos grosseiros contidos nos esgotos tem as seguintes finalidades: 
? proteção dos dispositivos de transporte dos esgotos nas suas diferentes fases, líquida e 
sólida ( lodos ), tais como bombas, tubulações, transportadores e peças especiais; 
? proteção dos dispositivos de tratamento dos esgotos, tais como raspadores, 
removedores, aeradores, bem como os dispositivos de entrada e de saída; 
? proteção dos corpos receptores, tanto no aspectos estético como nos regimes de fluxo e 
de desempenho; 
? remoção parcial da carga poluidora, contribuindo para melhorar o desempenho das 
unidades subseqüentes do tratamento e desinfecção. 
A remoção de sólidos grosseiros tem, portanto, como finalidade fundamental 
condicionar os esgotos para posterior tratamento ou lançamento no corpo

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