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CONCRETO: LAJES E VIGAS Aula 1 • Estrutura: • Princípios de estrutura • Condições de estabilidade • Tipos de apoio • Por que do concreto armado • Qual a função do concreto • Qual a função do aço Então o que é estrutura? • Concreto estrutural (armado e protendido) • Alvenaria (tijolos e blocos) • Aço • Alumínio • Madeira Materiais de construção • Concreto: • Material composto, preparado por ocasião de sua aplicação; • Mistura de um aglomerante hidráulico (cimento) com materiais inertes (agregados) e água; • Traço do concreto: proporção entre os diversos componentes; • Fator água cimento (a/c): parâmetro importante para a resistência do concreto, • Aditivos: acentuar características especificas como acelerador de pega, super fluidificante, etc. Concreto • Componentes básicos: • Cal (CaO), Sílica (SiO2), Alumina (Al2O3) e oxido de ferro (Fe2O3), os componentes básicos são sempre os mesmos, variando para cada tipo a proporção em que esses componentes aparecem. • Cimento de endurecimento normal • CP – Cimento Portland (NBR 5732); CP 25, CP32, CP40 Cimentos • Cimentos de endurecimento lento: • AF – Cimento de alto forno (NBR 5735): AF25, AF 32; • POZ – Cimento pozolânico (NBR5735): POZ25, POZ32; • ARS – Cimento de alta resistência a sulfatos (NBR5737); • MRS – Cimento de moderada resistência a sulfatos (NBR5737); • Cimento de endurecimento rápido • ARI – cimento de alta resistência inicial (NBR5733) Cimentos • Agregados • Podem ser de origem natural (areia e pedregulho) ou artificial (pedrisco e pedra britada) • Agregado miúdo: quando é retido menos do que 5% do total na peneira com malha de abertura de 4,8 mm; • Agregado graúdo: quando passa menos do que 5% do total na peneira com malha de abertura de 4,8 mm; • Pedra britada • É classificada pelo seu diâmetro máximo nominal, normalmente são utilizados brita 1 e 2 Agregados • Características principais • Boa resistência a compressão (fcc entre 10 e 40 Mpa) • Baixa resistência a tração (fct aproxim. Fcc/10) • Módulo de elasticidade Ec = 20000 Mpa a 35 Mpa, NBR 6118 – Ecs = 0,85x5.600 (fck)1/2 • Coeficiente a dilatação térmica αt= 10 -5 ºC-1 • Retração do concreto εs=-15x10 -5 => ΔT=-15 ºC • Fluência do concreto εcc=φ*εc0, φ = 2 a 3, ε=(1+φ)*εc0 Concreto simples • Aderência: entre o concreto e a armadura garante a ligação dos materiais • Costura: As armaduras devem seguir a trajetória das tensões principais de tração ao ocorrer a ruptura do concreto da zona tracionada da seção, a armadura costura as partes resultantes, restando apenas uma fissura como registro desta ruptura. Concreto estrutural • Baixa resistência a tração do concreto simples, inviabiliza o seu uso em peças como tirantes e vigas • Ideia: Associação do concreto simples com o aço (ótima resistência a tração) que constitui a armadura do concreto material composto – concreto estrutural • Quando é utilizada na composição da peça a armadura livre de solicitações iniciais, tem-se o concreto armado. • Caso, contrário, isto é, quando a armadura é aplicada já com certo estiramento inicial, tem-se o concreto protendido Concreto estrutural • Aderência • Entre o concreto e a armadura, permitindo a mobilidade da armadura imersa na massa de concreto. Aderência perfeita. • Proteção • Da armadura pelo concreto, evitando a corrosão mesmo na presença de pequenas fissuras. Importância dos limites para as aberturas de fissuras e de cobrimentos adequados • Coeficientes de dilatação térmica • Os dois materiais apresentam valores muito próximos, evitando problemas relativos a diminuição, ou até mesmo a eliminação, da aderência entre os dois materiais. Concreto armado • Vantagens: • Materiais econômicos e disponíveis com abundancia; • Grande facilidade de moldagem, permitindo adoção das mais variadas formas; • Emprego extensivo de mão de obra não qualificada e equipamentos simples; • Elevada resistência a ação do fogo e ao desgaste mecânico; • Grande estabilidade sob a ação de intempéries dispensando trabalhos de manutenção; • Aumento de resistência a ruptura com o tempo; • Facilidade e economia na construção de estruturas continuas, sem juntas. Concreto armado • Desvantagens • A maior desvantagem do concreto armado é a sua massa especifica elevada (2,5 ton/m3). • A utilização de agregados leves permite reduzir o peso do concreto em cerca de 40%, porem esses agregados não são geralmente disponíveis em condições competitivas • Dificuldades para reformas ou demolições • Baixa proteção térmica; • Necessidade de impermeabilização de coberturas e ou superfícies em contato permanente com água. Concreto armado • Sendo concreto um material de propriedades tão diferentes à compressão e à tração, o seu comportamento pode ser melhorado aplicando-se uma compressão prévia (isto é, pré-tensão ou pro-tensão) nas regiões onde as solicitações produzem tensões de tração. • A pro-tensão pode ser definida como um artificio de introduzir, numa estrutura, um estado prévio de tensões, de modo a melhorar a sua resistência ou comportamento, sob a ação de diversas solicitações. • A pro-tensão do concreto é realizada, na pratica, por meio de cabos de aço de alta resistência, tracionados e ancorados no próprio concreto Sistemas de pro-tensão • Pre-tracionado • Pós-tracionado Concreto protendido Concreto protendido • As armaduras de aço (1) são esticadas entre dois encontros (2), ficando ancoradas provisoriamente nos mesmos, • O Concreto (3) é colocado dentro das formas, envolvendo as armaduras, • Após o concreto haver atingido resistência suficiente, soltam-se as ancoragens dos encontros (2), transferindo-se a força para a viga, por aderência (4) entre o aço e o concreto. • Sistemas de protensão – Pré-tracionado Concreto protendido • O concreto (3) é moldado e deixado endurecer, cabos de aço (1) são colocados no interior das bainhas (2), podendo deslocar0se no interior da viga; • Após o concreto haver atingido a resistência suficiente, os cabos são esticados pela extremidades até atingir o alongamento desejado; • Os cabos são ancorados nas faces da viga com dispositivos mecânicos, aplicando um esforço de compressão no concreto. • Sistemas de protensão – Pós-tracionado Normas técnicas • Os projetos envolvem uma série de critérios. É, altamente, desejável que eles sejam padronizados visando a uniformização do nível de qualidade da obra. Estes critérios normatizados constituem as diversas Normas de Projeto. • Para o projeto de estruturas de concreto interessam, diretamente, as seguintes Normas Brasileira. • NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto. Fixa os requisitos básicos exigíveis para projeto de estruturas de concreto simples, armado e protendido, excluídas aquelas em que se empregue concreto leve, pesado ou outros concretos especiais. • NBR 6120 – Cargas para o calculo de estruturas de edificações. Fixa condições exigíveis para determinação dos valores das cargas que devem ser consideradas no projeto de estrutura de edificações, qualquer que seja sua classe e destino, salvo os casos previstos em normas especiais. Normas técnicas • NBR6123 – Forças devidas ao vento em edificações. Fixa condições exigiveis na consideração das forças devidas à ação estática de vento, para efeito de calculo de edificações, e aplicáveis exclusivamente a edificações em que o efeito dinâmico do vento pode ser desprezado. • NBR 8681- Ações e segurança nas estruturas. Fixa os requisitos na verificação da segurança das estruturasusuais da construção civil e estabelece as definições e os critérios de quantificação das ações e resistências a serem consideradas no projeto das estruturas de edificações. Aplicações do concreto armado (Vigas) Aplicações do concreto armado (Lajes) Aplicações do concreto armado (Pilares) Introdução à segurança das estruturas Introdução à segurança das estruturas • Conceito de Segurança • Métodos de Verificação da segurança • Métodos das tensões admissíveis • Métodos probabilísticos • Método Semi-probabilístico • Método dos estados limites • Estado limite ultimo • Estado limite de serviço Conceito de segurança “Segurança de uma estrutura é a capacidade que ela apresenta de suportar, sem atingir um estado limite, as ações mais desfavoráveis ao longo da vida útil da obra em condições adequadas de funcionalidade” Conceito de segurança “Segurança é o afastamento que uma estrutura apresenta entre as situações previstas para seu uso e situação de ruina.” • Qualitativo e de difícil quantificação! • Insegurança x desperdício • Fatores que influenciam a segurança • Variabilidade das ações e resistências • Importância da estrutura – custo dos danos • Imprecisões geométricas • Imprecisões de projeto relativas às resistências e solicitações,.... Conceito de segurança O engenheiro é justamente aquele profissional que adquire a habilidade de conduzir o carro numa estrada relativamente estreita, entre dois precipícios: O da insegurança e o do desperdício Lauro Modesto dos Santos Calculo de concreto armado – Vol 1 Conceito de segurança Método intuitivo Segurança é obtida através de concepções baseadas na intuição dos projetistas e construtores. • Anti-econômicas; • Grau de insucesso elevado; • Obrigatoriedade, face ao desconhecimento das teorias quantitativas do comportamento estrutural Conceito de segurança (Como quantificar) Teorias quantitativas • Mecanica das estruturas • Comportamentos estruturais • Comportamento reológico • Determinação dos esforços internos, deformações e deslocamentos produzidos por ações • Critérios de resistência dos materiais • Métodos experimentais Hipotese fundamental: • Comportamento estrutural determinístico. Métodos de verificação da segurança • Método das tensões admissíveis • Aplicação de um coeficiente de segurança interno: γi>1 • Condição de segurança: • O coeficiente 𝜸𝒊 que avalia a segurança, varia conforme o material, para garantir a mesma segurança • 𝜸𝒂ç𝒐 = 𝟏, 𝟕 𝜸𝒎𝒂𝒅𝒆𝒊𝒓𝒂 = 𝟒 𝒂 𝟓 Método das tensões admissiveis Principais criticas: • γi grande não significa necessariamente grande segurança, portanto γi não quantifica segurança. • γi tem mais significado como coeficiente de ignorância em relação ao comportamento do material. • Não levam em consideração a combinação prevista de ações. • Em problemas não-lineares, γi conduz a uma ideia falsa, levando muitas vezes a soluções anti-econômicas • Não quantifica a segurança, encontra-se definitivamente superado. Métodos de verificação da segurança Métodos probabilisticos: Coeficientes de segurança: γi e γe Probabilidade de ruina • Ruina • R(resistência ) é alcançada por S (solicitação) • Probabilidade de ruina. • 𝒑 = 𝒑[𝑹 ≤ 𝑺] Métodos probabilisticos • Não há segurança absoluta (p=0)! • O risco sempre existe, ainda que com projeto, execução e controle dentro dos mais rigorosos padrões. • Faz-se a distinção entre o insucesso aleatório, sem culpados, e os desastres por imperícia ou irresponsabilidade. • O risco é inerente à vida – não se adota um coeficiente de segurança, também nas estruturas assume-se um risco. Métodos probabilisticos • Uma probabilidade p pode ser concebida de duas maneiras: • Limite para o qual tende a frequência relativa da ocorrência do evento, para um número n grande de repetições; • Medida subjetiva do grau de confiança na ocorrência do evento. • Quantificar a segurança é quantificar p • (1-p) mede a confiança no sucesso da estrutura. • Indice de segurança: colog p. • Quantificar p é tarefa extremamente complexa, que envolve problemas técnicos, éticos, políticos e econômicos. • É muito difícil estabelecer números quando há vidas em jogo. Métodos probabilisticos • A escolha de p é ditada fundamentalmente por razões econômicas. • Teoricamente, deve-se utilizar o valor de p que compatibilize custo com segurança adequada da obra. • Por exemplo p= 0,001= 1/1000, o custo total destas obras é dado por: • Ctot = 1000 C1 + D • C = C1+ 1/1000 D = C1 +p*D Métodos probabilisticos Método probabilístico condicionado. • Quase tudo é ALEATÓRIO. • Ações, solicitações, resistências, geometria da estrutura. • Teoria que fornece a configuração de ruina: continua DETERMINISTICA. Método probabilístico puro. • A consideração de todas as configurações de ruina possíveis pela aleatoriedade das propriedades mecânicas e dos parâmetros geométricos constitui a essência do método probabilístico puro. • É muito complexo – constitui sonho dos pesquisadores. Método semi-probabilistico A verificação da segurança consiste basicamente, no seguinte procedimento: • Ações e resistências características • Variações aleatórias – 5% de probabilidade de serem ultrapassados para o lado mais desfavorável • Ações e resistências de calculo • Majoram-se as ações e solicitações (𝜸𝒇) e reduzem-se as resistências (𝜸𝒎, 𝜸𝒔para o aço e 𝜸𝒄 para o concreto) • Segurança: situação de ruina determinística, valores de calculo. 𝑺𝒅 ≤ 𝑹𝒅 Método semi-probabilistico Constitui um progresso em relação aos anteriores, pois: • Introduz dados estatísticos e conceitos probabilísticos de maneira racional e sistemática (γx>γs, variabilidade maior no concreto); • Aborda estruturas de comportamento não-linear sem se deixar falsear; • A critica mais seria é que, em se tratando de método hibrido, não é possível determinar-se um coeficiente global de segurança e nem conhecer a probabilidade de ruina; “a única perda havida realmente foi a perda da ilusão de que a segurança estrutural era conhecida e medida” Décio Leal de Zagottis. Método dos estados limites (semi-probabilístico) Estados limites: • Quando uma estrutura deixa de preencher uma qualquer das finalidades de sua construção, diz-se que ela atingiu um estado limite. Método dos estados limites (semi-probabilístico) Estados limites ultimo - ELU: Esgotamento da capacidade portante, associados ao colapso provocando a paralização do uso: • Ruptura de seções criticas da estrutura. • Colapso da estrutura, • Perda da estabilidade do equilíbrio, • Deterioração por fadiga. Método dos estados limites (semi-probabilístico) Estados limites de serviço - ELS: Associados à durabilidade, aparência, conforto do usuário e bom desempenho funcional • Deformações excessivas para utilização normal da estrutura; • Fissuração prematura ou excessiva, • Danos indesejáveis (corrosão), • Deslocamentos excessivos sem perda da estabilidade, • Vibrações excessivas. Métodos Semi- Probabilistico- Ações Caracteristicas Fk,sup = Fk Valor característico superior, 5% de probabilidade de ser ultrapassado, Calculo Fd = 𝜸𝒇 ∗ 𝑭𝒌 Reduzindo a probabilidade de ser ultrapassado. Método semi-probabilistico Método semi-probabilistico Método semi-probabilístico (Resistencias) Método semi-probabilistico Método semi-probabilistico Método semi-probabilistico Método semi-probabilistico Durabilidade do concreto estrutural • O concreto quandobem executado, é um material estável; • E quando exposto as intempéries, sua resistência mecânica cresce lentamente com o tempo; • O aço é um material sujeito à corrosão eletroquímica, essa corrosão ou ferrugem reduz a seção resistente do aço, limitando a sua durabilidade; • As barras de aço (armadura) são protegidas contra a corrosão pelo fato de o concreto ser um meio alcalino, e essa proteção é mantida mesmo com o concreto fissurado moderadamente; • Por isso, as estruturas de concreto armado tem uma grande durabilidade quando expostas ao meio ambiente. Durabilidade do concreto estrutural (Diretrizes do projeto de revisão da NBR 6118/2000) Exigências de durabilidade: • As estruturas de concreto devem ser projetadas e construídas de modo que sob as condições utilizadas conforme preconizado em projeto conservem suas seguranças, estabilidade e aptidão em serviços durante um período mínimo de 50 anos, sem exigir medidas extras de manutenção e reparo. Durabilidade do concreto estrutural (Diretrizes do projeto de revisão da NBR 6118/2000) Vida útil (50 anos) • Por vida útil de projeto, entende-se o período de tempo durante o qual se mantem as características das estruturas de concreto sem exigir medidas extras de manutenção e reparo, isto é, é após esse período que começa a efetiva deterioração da estrutura, com o aparecimento de sinais visíveis como: produtos de corrosão da armadura, desagregação do concreto, fissuras, etc. • O conceito de vida útil aplica-se à estrutura como um todo ou às suas partes. Durabilidade do concreto estrutural (Diretrizes do projeto de revisão da NBR 6118/2000) Mecanismos de envelhecimento e deterioração • Mecanismos preponderantes de deterioração relativos ao concreto; Lixiviação, expansões, reações deletérias superficiais de agregados • Mecanismos preponderantes de deterioração relativos à armadura; Despassivação por carbonatação e por elevado teor de cloretos • Mecanismos de deterioração das estrutura propriamente dita São todos aqueles relacionados às ações mecânicas, movimentações de origem térmica, impactos, ações cíclicas, deformação lenta (Fluência), relaxação, etc. Durabilidade do concreto estrutural (Diretrizes do projeto de revisão da NBR 6118/2000) Durabilidade do concreto estrutural (Critérios de projeto) Para evitar envelhecimento prematuro e satisfazer as exigências de durabilidade devem ser observados os seguintes critérios do conjunto de projetos relativos à obras: • Prever drenagem eficiente; • Evitar formas arquitetônicas e estruturais inadequadas; • Garantir concreto de qualidade apropriada, particularmente nas regiões superficiais dos elementos estruturais; • Garantir cobrimentos de concreto apropriados para proteção às armaduras; • Detalhar adequadamente as armaduras; • Controlar a fissuração das peças; • Prever espessuras de sacrifício ou revestimento protetores em regiões sob condições de exposição ambiental muito agressivas; • Definir um plano de inspeção e manutenção preventiva. Referências • PEF2303 – Estruturas de concreto I – Introdução ao concreto estrutural. • Disponível em http://www.lem.ep.usp.br/pef2303/default.htm • PEF2303 – Estruturas de concreto I – Durabilidade e segurança das estruturas. • Disponível em http://www.lem.ep.usp.br/pef2303/default.htm • Norma ABNT NBR 6118/2014 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimento. • Norma ABNT NBR 8681/2003 – Ações e segurança nas estruturas - Procedimento. Pré-Dimensionamento Fonte – Material de apoio: • Apostila “Fundamentos do concreto e projeto de edifícios” – Prof. Libanio M. Pinheiro – UFSCAR • Apostila “ Projeto de estruturas de concreto armado para edifícios” – Prof. Thomas Carmona – FESP – São Paulo
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