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1 
 
Consenso Internacional em Infecções 
Articulares Periprotéticas 
 Javad Parvizi,MD,FRCS 
 Thorsten Gehrke, MD 
 
 Tradução e Edição em Português (Brasil) 
 
Prof. Dr. Luiz Sérgio Marcelino Gomes 
(Coordenador da Edição Brasileira) 
 
Dr. Marco Aurélio Telöken, 
Prof. Dr.Nelson Keiske Ono 
 Dr. Pedro Ivo de Carvalho 
 
APOIO À EDIÇÃO BRASILEIRA: AsBIO - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DE 
INFECÇÕES E IMPLANTES OSTEOARTICULARES 
 2 
 
Prefácio 
 
 "A porta do templo da sabedoria é o conhecimento de nossa própria ignorância." 
Benjamin Franklin 
 
 A luta contra a infecção é tão antiga quanto a civilização humana. Nos últimos séculos, 
as descobertas extraordinárias de grandes estudiosos, como Louis Pasteur, Ignaz Philipp 
Semmelweis, Alexander Fleming e Joseph Lister, transformaram a prática da medicina. Apesar 
dos progressos obtidos e avanços alcançados, a nossa missão na prevenção da infecção 
cirúrgica continua inacabada. Não é um exagero afirmar que o temor pela infecção habita o 
coração de todo cirurgião que frequenta diariamente o centro cirúrgico. 
 A infecção articular periprotética (IAP), com todas suas implicações desastrosas, 
continua sendo um grande desafio para a comunidade ortopédica. Os cirurgiões, dedicados à 
prática de procedimentos ortopédicos, não tem olvidado esforços no sentido de implementar 
estratégias que possam reduzir as infecções do sítio cirúrgico (ISC). Ainda que evidências de 
alta qualidade possam dar suporte a estas práticas, muitas delas são baseadas em pouco ou 
nenhum fundamento científico. Assim, há uma notável variação nas práticas de prevenção e 
tratamento das IAPs, em todo o mundo. 
 Deve-se utilizar salas equipadas com fluxo laminar nas artroplastias eletivas? Qual a 
quantidade e tipo de antibiótico que deve ser adicionado aos espaçadores de cimento? Quais 
parâmetros devem ser utilizados para se decidir sobre o momento ideal para a reimplantação? 
Quais as indicações e contraindicações para a irrigação e debridamento? Quantos 
procedimentos de irrigação e debridamento devem ser realizados antes da artroplastia de 
ressecção ser considerada? Qual o melhor tipo de preparação cutânea pré-operatória? Estas 
dúvidas estão entre as muitas que a comunidade ortopédica se depara diariamente. Enquanto 
alguns aspectos da nossa prática necessitam de maior nível de evidência para apoiá-los, 
outros dificilmente podem ser submetidos ao escrutínio de um estudo randomizado, e assim o 
esforço, para gerar evidências que suportam essas práticas, pode ser trabalhoso e bastante 
difícil. 
 A comunidade médica reconhece a importância de evidências de alta qualidade, e se 
envolve na sua geração, sempre que possível. Porém, reconhece também que alguns aspectos 
da medicina não se prestam à geração de evidências de alta qualidade, e que nem tampouco 
se deve tentar fazê-lo. É com o reconhecimento deste último aspecto, que o Encontro 
Internacional para o Consenso em Infecções Articulares Periprotéticas foi organizado. 
Delegados de várias disciplinas, incluindo cirurgia ortopédica, doenças infecciosas, patologias 
musculoesqueléticas, microbiologia, anestesia, medicina nuclear, dermatologia, reumatologia, 
radiologia musculoesquelética, cirurgia veterinária, farmácia, e vários cientistas com interesse 
em infecções ortopédicas, se reuniram para avaliar as evidências disponíveis, quando 
 3 
presentes, ou chegar a um consenso em relação às práticas atuais de conduta frente às 
ISCs/IAPs. 
 O processo de geração do consenso se estendeu por 10 meses. Cada questão foi 
redigida em um formato de busca de evidências, o que gerou mais de 3.500 artigos científicos 
a serem avaliados. As evidências, quando disponíveis, foram consideradas. Caso contrário, o 
conhecimento acumulado de 400 delegados de 52 países, representando mais de 100 
sociedades médicas, foi considerado para se chegar a um consenso sobre as práticas que 
carecem de maior nível de evidência. Os membros da Sociedade Internacional de Infecção 
Musculoesquelética (MSIS) e da Sociedade Europeia de Infecção Osteoarticular, cuja missão 
comum é melhorar o atendimento a pacientes portadores de infecção musculoesquelética, 
contribuíram imensamente para esta iniciativa. 
 Os delegados estiveram envolvidos em todos os passos do processo, através de 
proposições realizadas por meio de uma rede social privada, criada especificamente para este 
fim, e em que mais de 25.000 comunicações foram registradas. O documento de consenso foi 
desenvolvido utilizando-se do método Delphi, sob a liderança do Dr. Cats-Baril, um especialista 
de renome mundial em desenvolvimento de consensos. 
 O modelo do processo de consenso foi estabelecido de modo a incluir o maior número 
possível de interessados, permitindo sua participação em múltiplos fóruns, uma vez providos de 
uma ampla revisão de literatura. Os seguintes temas foram abordados: mitigação e educação 
sobre comorbidades associadas com o aumento da taxa de ISC/IAP; preparação cutânea 
perioperatória; antibióticos perioperatórios, ambiente cirúrgico, conservação sanguínea; 
seleção do implante protético; diagnóstico de IAP; manejo da ferida cirúrgica; espaçadores; 
irrigação e debridamento; tratamento antibiótico e tempo de reimplantação; reimplantação em 
um ou dois estágios cirúrgicos; tratamento da IAP micótica ou atípica; tratamento com 
antibióticos orais, e prevenção de IAP tardia. Cada proposição de consenso foi avaliada 
detalhadamente, especialmente pelos profissionais com experiência na área específica, com o 
objetivo de assegurar que a implementação das práticas consensuais possam, realmente, 
resultar em melhoria da assistência ao paciente. 
 Depois de resumir a literatura disponível e montar uma versão preliminar da proposição 
de consenso, mais de 300 delegados participaram de uma atividade presencial na Filadélfia, 
onde foram envolvidos em ativas discussões e votações das perguntas e declarações de 
consenso. Os delegados se reuniram pela primeira vez em 31 de julho, em pequenos grupos 
de trabalho, para discutir e resolver quaisquer discordâncias e assim finalizar suas proposições. 
Em seguida, os delegados se reuniram em assembleia para nova discussão das perguntas e 
declarações de consenso. Após a revisão do conteúdo de todos os grupos de trabalho, foi 
redigido o consenso que, naquela mesma noite, foi incluído em um programa de votação 
eletrônica. No dia 01 agosto de 2013 os delegados se reuniram em assembleia, na qual foram 
votadas as 207 perguntas e proposições de consenso apresentadas em plenário. O processo 
de votação foi realizado utilizando-se de teclados eletrônicos, em que eram possíveis as 
opções de voto a favor ou contra as proposições de consenso, ou ainda abster-se de votar. A 
força do consenso foi julgada pela seguinte escala: 1) Maioria simples: Sem Consenso 
(concordância entre 50,1% e 59%), 2) Maioria Qualificada: Fraco Consenso (concordância 
entre 60% e 65%), 3) Maioria Qualificada > 2/3: Forte Consenso (concordância entre 66% e 
99%) e 4) Unanimidade: 100% de concordância. Das 207 questões, houve unanimidade para 
 4 
uma pergunta (Controle de tráfego na sala cirúrgica); 202 perguntas foram classificadas como 
forte consenso; duas questões como consenso fraco e, em apenas duas perguntas não foi 
possível alcançar qualquer consenso (sem consenso). 
 O documento aqui apresentado é o resultado de inúmeras horas de trabalho por parte 
dos agentes de ligação (liaisons ou mediadores), coordenadores e delegados, comprometidos 
com esta iniciativa histórica. A informação veiculada neste documento ébaseada em 
evidências, sempre que existentes, ou então é o resultado do conhecimento acumulado de 
mais de 400 especialistas mundiais em infecção musculoesquelética, de 52 países. Estamos 
certos de que o "guia de boas práticas" estabelecido por esta iniciativa servirá a muitos de 
nossos pacientes nos próximos anos. É essencial afirmar que as informações contidas neste 
documento é apenas um guia para a prática de médicos que tratam de pacientes portadores de 
infecção musculoesquelética, e não devem ser consideradas como um "padrão de 
atendimento". Os médicos devem exercer seu conhecimento e perspicácia clínica na tomada 
de decisões relacionadas a cada paciente, individualmente. Em algumas circunstâncias, isso 
pode exigir a implementação de cuidados e decisões que podem diferir das afirmações 
sugeridas neste documento. 
 
Avante em nossa luta contra a infecção. 
Javad Parvizi MD, FRCS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
Patrocinadores 
 
 Um Encontro desta magnitude não poderia ocorrer sem o generoso apoio de parceiros 
da indústria, cuja missão conflui com a nossa em proporcionar um melhor atendimento aos 
pacientes. Somos gratos a cada um de nossos parceiros da indústria pelo seu apoio financeiro 
e sua importante participação no aporte educacional ao longo de todo o processo. 
Agradecemos o suporte financeiro durante a revisão da literatura e refinamento das perguntas, 
e sua concordância em não serem incluídos como delegados votantes. 
 
 
 
Patrocinadores Platina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
 
 
Patrocinadores Prata 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Patrocinadores Bronze 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
Patrocinadores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
Delegados 
 
Alemanha 
Alt, Volker 
Citak, Mustafa 
Frommelt,Lars 
Gebauer,Matthias 
Gehrke,Thorsten 
Haasper,Carl 
Heppert, Volkmar 
Kendoff, Daniel 
Krenn, Veit 
Lob, Guenter 
Lohmann, Christoph H. 
Perka, Carsten 
Thomas, Peter 
Thorey, Fritz 
Tohtz, Stephan 
Winkler, Tobias 
Zahar, Akos 
 
Argentina 
Burgo, Fedrico Jose 
Buttaro, Martin 
Del Sel, Hernan 
Piccaluga, Francisco 
 
África do Sul 
Lautenbach, Charles 
Austrália 
Alboltins, Craig 
Choong, Peter 
Peel, Trisha 
 
 
Azerbaijão 
Gahramanov, Aydin 
 
 
Bélgica 
Stuyck, Jose 
Thienpont, Emmanuel 
Áustria 
Winkler, Heinz 
Canadá 
Backenstein, David 
Masri, Bas 
Mater, Wadih 
Safir, Oleg 
Vasarhelyi, Edward 
Chile 
Diaz-Ledezma, Claudio 
Mella, Claudio 
Schweitzer, Daniel 
China 
Cai, Xu 
Chen, Jiying 
Fei, Jun 
Huang, Deyong 
Lin, Jianhao 
Shang, Xifu 
Zeng, Yirong 
Zhang, Xian Long 
Zhou, Yixin 
 
Brasil 
Carvalho, Pedro Ivo 
Gomes, Luiz Sérgio 
Marcelino 
Ono, Nelson Keiske 
Teloken, Marco 
Chipre 
Ketonis, Constantinos 
 
Colombia 
Cortes, Luis Emilio 
Garcia, Julio Cesar 
Higuera, Carlos 
Lara, Gilberto 
Llinás, Adolfo 
Palacio, Julio Cesar 
Perez, Javier 
Restrepo, Camilo 
 
Coréia do Sul 
Seung-Beom 
Kim, Kang-Il 
Koo, Kyong-Hoi 
 
Costa Rica 
Villafuerte, Jorge A. 
 
 
 
 
 
 
 9 
Croacia 
Bicanic, Goran 
 
 
 
Eslovénia 
Trebše, Rihard 
 
Dinamarca 
Kirketerpp-Møller, Klaus 
Jørgensen, Peter H. 
Egito 
Ebeid, Walid 
 
 Espanha 
Corona, Pablo 
Flores Sanchez, Xavier 
Font-Vizcarra, Luís 
Guerra, Ernesto 
Macule, Francisco 
Marín-Peña, Oliver 
Martinez-Pastor, J. 
Carlos 
Soriano, Alex 
 
Estados Unidos 
Abboud, Joseph A. 
Abraham, John A. 
Aggarwal, Vinay K 
Alavi, Abass 
Alexander, Bryan T. 
Arnold, William V. 
Austin, Matthew 
Azzam, Khalid 
Babic, Maja 
Barnes, Lowry 
Barsoum, Wael 
Bauer, Tom 
Bedair, Hany 
Belden, Katherine 
Bezwada, Harri P. 
Bini, Stefano A. 
Blaha, J. David 
Bolognesi,Michael P. 
Booth, Robert E. 
Bostrum, Matthias 
Bradbury, Thomas L. 
Brause, Barry D. 
Calhoun, Jason H. 
Cardona, Lyssette 
Callaghan, John 
Chen, Antonia 
Conway, Janet 
Cui, Quanjun 
de Beaubien, Brian C. 
Deirmengian, Carl 
Deirmengian, Greg 
Fehring, Thomas K. 
Freiberg, Andrew A. 
Froimson, Mark 
Garrigues, Grant 
Good, Robert P. 
Goodman, Stuart 
Goyal, Nitin 
Griffin, William 
Hamilton, William 
Hansen, Erik 
Harrer, Michael F. 
Hickok, Noreen 
Hitt, Kirby D. 
Holtom, Paul 
Hozack, William James 
Huang, Ronald 
Huddleston, James 
Hume, Eric 
Israelite, Craig 
Jiraneck, William 
Kappadia, Bhaveen 
Kates, Stephen L. 
Kerr, Glenn J. 
Khatod, Monti 
Kim,Raymond 
Klatt, Brian A. 
Klein, Gregg 
Krebs, Viktor 
Kuderna, James 
Lachiewicz, Paul 
Lee, Gwo-Chin 
Levicoff, Eric 
Levine, Brett 
Lewallen, David 
Lichstein, Paul 
Lombardi, Adolph 
Lonner, Jess H. 
Mabry, Tad 
Manner, Paul 
Marculescu, Camelia 
Martson, Scott 
Noble, Phillip 
Mason, J. Bohannon 
Matsen, Laura 
McCarthy, Joseph C. 
McLaren, Alex 
McPherson, Edward J. 
Memtsoudis, Stavros 
Mihalko, William 
 
Mont, Michael A. 
Moore, Christopher C 
Morris, Michael J. 
Moucha, Calin Stefan 
Nana, Arvind D. 
Nelson, Charles L. 
Nelson, Sandra 
Noiseux, Nicolas O 
O’Donnell, Richard 
Oliashirazi, Ali 
Rubash, Harry E. 
Ong, Alvin 
Ong, Kevin 
Orozco, Fabio 
Osman, Douglas R. 
Padgett, Douglas E. 
Paprosky, Wayne G. 
Patel, Preetesh 
Patzakis, Michael J. 
Polkowski, Michael G. 
Post, Zachary 
Parsley, Brian 
Parvizi, Javad 
Poultsides, Lazaros 
Pulido, Luis 
Purtill, James J. 
Ranatat, Chitranjan S. 
Ranawat, Amar S. 
Randall, R. Lor 
Reina, Ricardo J. 
Ries, Michael 
Robb, William 
Ross, David A. 
Rosenberg, Aaron 
Roslund, Brian 
Saleh, Khaled J. 
Salgado, Cassandra 
Salmon, Julia V. 
Salvagno, Ralph 
Sawyer, Robert G. 
Schaer, Thomas P 
Schmitt, Steven K. 
 
Schutte Jr., Harold D. 
Schwarz, Edward M. 
Schwarzkopf, Ran 
Scuderi, Gil 
Segreti, John 
Sharkey, Peter 
Silibovsky, Randi 
Seyler, Thorsten 
Shapiro, Irving 
Simpendorfer, Claus 
Smith, Eric 
Spangehl, Mark 
Sperling, John W. 
Springer, Bryan D. 
Squire, Matthew 
Sterling, Robert 
Stocks, Greg 
Taunton, Michael 
Tokarski, Anthony T. 
Tischler, Eric H. 
Waters, Jonathan 
Watters III, William C. 
Wellman, Samuel 
Whiteside, Leo 
Williams, Gerald R. 
Wongworawat, Montri D. 
Yates, Adolph J. 
Zalavras, Charalampos 
Zmistowski, Benjami 
 
 
Holanda 
Altena, Mark 
Jutte, Paul C. 
Meermans, Geert 
Nijhof, Marc W 
Ploegmakers,Joris J.W. 
Poolman,Rudolf W. 
Van den 
Bekerom,Michel 
Vogely, Charles 
 Wagenaar, Frank 
Christiaan 
 10 
Finlândia 
Huotari, Kasia 
Virolainen, Petri 
 
França 
Argenson, Jean-Noel 
Godefroy, Karine M. 
Sennevile, Eric 
Grécia 
Babis, George 
Malizos, Konstantinos 
Papagelopoulos, 
Panayiotis 
Tsiridis, Eleftherios 
 Irã 
Alijanipour, Pouya 
Eslampour, Aidin 
Ghazavi,Mohammad 
Taghi 
Hosseinzadeth, 
Hamidreza 
Mortazavi, Javad 
Rasouli, Mohammad 
Shahcheragh, G. Hossain 
 
 
 
Hungria 
Bucsi, László 
Skaliczki, Gabor 
India 
Malhotra, Rajesh 
Sancheti, Parag 
Vaidya, Shrinand 
 
 
 
Irlanda 
Cashman, James 
Glynn, Aaron 
Keogh, Peter 
Mulhall, Kevin 
O’Toole, Patrick 
Sheehan, Eoin 
 Israel 
Heller, Snir 
Kosashvill, Yona 
Schwaber, Mitchell 
 
Itália 
Baldini, Andrea 
Catani, Fabio 
Da Rin de Lorenzo, 
Ferdinando 
Drago, Lorenzo 
Esposito, Silvano 
Francheschini, Massimo 
Logoluso, Nicola 
Meani, Enzo 
Romano, Carlo 
Traverso, Francesco 
Japão 
Kobayashi, Hideo 
Kobayashi, Naomi 
Nishisaka,Fumiaki 
Saito, Tomoyuki 
Yamada, Koji 
Nova Zelândia 
Vince, Kelly George 
Líbano 
Bitar,Diana 
Ghanem, Elie 
Karam, Joseph 
Raphael, Ibrahim 
 
Moldávia 
Antoci, Valentin 
 
México 
Franco-Cendejas, Rafael 
Rivero-Boshert, 
Salvador 
Velazquez, Diego 
 
Portugal 
Souza, Ricardo 
 
Noruega 
Berdal, Erik 
Witzø, Eivind 
 
 
Peru 
Pena, Orestes Rolando 
Suárez, Rolando 
 
 
Polônia 
Bialecki, Jerzy 
Kruczynski, Jacek 
Marczynski, Wojciech 
Markuszeweski, Jacek 
Rússia 
Tikhilov, Rashid 
 
Porto Rico 
López, Juan Carlos 
Suarez, Juan 
 
Reino Unido 
Achan, Pramod 
Board, Tim N. 
Gambir, Anil 
Haddad, Fares 
Heidari, Nima 
Lee, Paul 
Morgan-Jones, Rhidian 
República Tcheca 
Gallo, Jiri 
Jahoda, David 
Taiwan 
Chang, Yuhan 
Peng, Kuo-Ti 
 
 
 
 
 
 11 
Nathwani, Dinesh 
Parvizi, Sadegh 
Stockley, Ian 
Townsnd, Robert 
 
 
 
 
 
Suíça 
Borens, Olivier 
Erhardt, Johannes B. 
Ochsner, Peter 
Vogt, Markus 
Wahl, Pete 
 Uruguai 
 Motta, Fernando 
 
Suécia 
Lazarinis, Stergios 
Lidgren, Lars 
Stefánsdótir, Anna 
W. Dahl, Annette 
 
 
 
 
 
Venezuela 
Garcia Rangel, Gustavo 
 
Singapura 
Lee, Paul 
 
Tunisia 
Kallel, Sofiene 
 
Turquia 
Korkusuz, Feza 
Tözün, Ismail Remzi 
Tuncay, Ibrahim 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
Sociedades Representadas 
American Association of Hip and Knee Surgeons (AAHKS) 
American Academy of Orthopaedic Surgeons (AAOS) 
American Association of Tissue Banks (AATB) 
American College of Rheumatology (ACR) 
American College of Surgeons (ACS) 
American Orthopaedic Association (AOA) 
American Shoulder and Elbow Surgeons (ASES) 
American Society of Bone and Mineral Research (ASBMR) 
American Society of Anesthesiologists (ASA) 
American Society of Regional Anesthesia (ASRA) 
AO Trauma Clinical Priority Program on Bone Infection 
Association Research Circulation Osseuse (ARCO) 
Asia Pacific Arthroplasty Association (APAS) 
Asia Pacific Knee Society (APKS) 
Asia Pacific Orthopaedic Association (APOA) 
Asociación Argentina de Ortopedia y Traumatología (AAOT) 
Associação Brasileira para o Estudo de Implantes Osteoarticulares (AsBIO) 
Association for Study and Application of Methods of Ilizarov (ASAMI) 
Association of Bone and Joint Surgeons (ABJS) 
Association of Orthopaedic and Trauma surgeons of Russian Federation (AOTRF) 
Association of periOperative Registered Nurses (AORN) 
Association of Surgeons of Great Britain and Ireland (ASGBI) 
Australian Knee Society (AusKS) 
Australian Orthopaedic Association (AOA) 
Azerbaijan Association of Orthopaedics and Traumatology 
Belgian Knee Society (BelKS) 
Belgian Orthopaedic and Trauma Society (BVOT) 
Brazilian Hip Society (SBQ) 
Brazilian Knee Society (BKS) 
British Association for Surgery of the Knee (BASK) 
British Hip Society (BHS) 
British Orthopaedic Association (BOA) 
Bulgarian Orthopaedic Association (BulOrtho) 
Bulgarian Orthopedics and Traumatology Association (BOTA) 
Canadian Orthopaedic Association (COA) 
Czech Society for Orthopaedics and Traumatology (CSOT) 
Chinese Orthopaedic Association (COA) 
Colegio Mexicano De Ortopedia y Traumatología (CMO) 
Combined Services Orthopaedic Society CSOS 
Croatian Orthopaedic and Traumatology Association (COTA) 
Dansk Ortopaedisk Selskab (DOS) 
Dutch Orthopaedic Association (NOV) 
Eastern Orthopaedic Association (EOA) 
Egyptian Orthopaedic Association (EOA) 
European Bone and Joint Infection Society (EBJIS) 
European Federation of National Associations of Orthopaedic Sports Traumatology (EFOST) 
European Federation of National Associations of Orthopaedics and Traumatology (EFORT) 
European Hip Society (EHS) 
European Knee Associates (EKA) 
European Society for Surgery of Shoulder and Elbow (ESSSE) 
European Society of Biomaterials (ESB) 
Finnish Orthopaedic Association (FOA) 
German Society for Orthopaedic and Trauma Surgery (DGOU) 
German Society of Pathology (DGP) 
Grupo de Estudio de la PatologíaSéptica del AparatoLocomotor (GEPSAL) 
Gruppo Italiano per lo Studio e il Trattamento delle Infezioni Osteoarticolari (G.I.S.T.I.O.) 
Hellenic Association of Orthopaedic Surgery and Traumatology (HAOST) 
Hungarian Orthopaedic Association (HOA) 
 13 
Indian Orthopaedic Association (IOACON) 
Indian Society of Hip and knee Surgeons (ISHKS) 
Indonesian Orthopaedic AssociationIndoOA 
Infectious Diseases Society of America (IDSA) 
Institution of Mechanical Engineers IMechE 
International Congress of Joint Reconstruction (ICJR) 
International Geriatric Fracture Society 
International Society for Technology in Arthroplasty (ISTA) 
International Society of Arthroscopy, Knee Surgery and Orthopaedic Sports Medicine (ISAKOS) 
International Society of Orthopaedic Surgery and Traumatology (SICOT) 
Iranian Orthopaedic Association (IranOA) 
Irish Orthopaedic Association (IOA) 
Israel Ministry of Health, National Center for Infection Control 
Israeli Orthopaedic Association (IOA) 
Japanese Orthopaedic Association (JOA) 
Korean Hip Society (KHS) 
Korean Knee Society (KKS) 
Korean Orthopaedic Association (KOA) 
Mid American Orthopaedic Association (MOA) 
Musculoskeletal Infection Society (MSIS) 
Musculoskeletal Tumour Society (MSTS) 
New Zealand Orthopaedic Association (NZOA) 
Nordic Orthopaedic Federation (NORF) 
Norwegian Orthopaedic Association (NOA) 
Orthopaedic Research Society (ORS) 
Österreichische Gesellschaft für Orthopädie und orthopädische Chirurgie“ (ÖGO) 
Pan Arab Orthopaedic Association (PAOA) 
Peruvian Society of Orthopaedics and Traumatology (PSOT) 
Phillippine Orthopaedic Association (PhilOrtho) 
Polish Society of Orthopaedics and Traumatology (PSOT) 
Rheumatoid Arthritis Surgical Society (RASS) 
Romanian Orthopaedic Association (SOROT) 
Russian Orthopaedic Society (ROS) 
Singapore Orthopaedic Association (SOA) 
Sociedade Brasiliera de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) 
SocietatCatalana de CirugíaOrtopédica I Traumatología (SCCOT) 
Sociedad Chilena de Ortopedia y Traumatología (SCHOT) 
Sociedad Colombiana de Cirugía Ortopédica y Traumatología (SCCOT) 
Sociedad Española de Fijación Externa y Cirugia Reconstructivam(SEFEx) 
Sociedad Latinoamericana De Artroscopía Rodilla Y Traumatología Deportiva (SLARD) 
Sociedad Venezolana de Cirugía Ortopédica y Traumatología (SVCOT) 
Società Italiana di Ortopedia e Traumatologia (SIOT) 
Société Française de Chirurgie Orthopédique et Traumatologique (SOFCOT) 
South African Knee Society (SAKS) 
South African Orthopaedic Association (SAOA) 
Southern Orthopaedic Association (SouthOA) 
Spanish Orthopaedic Society (SECOT) 
Spanish Knee Society (SKS) 
Swedish Orthopaedic Association (SOF) 
Swiss Orthopaedic and Trauma Association (SGOT/SSOT) 
Taiwanese Orthopaedic Association (TaiOA) 
The Hip Society (HS) 
The International Hip Society (IHS) 
The Knee Society (AKS) 
Turkish Orthopaedic Association (TOTBID) 
Washington State Orthopaedic Association (WSOS) 
Weckebach Instituut (WI) 
Western Orthopaedic Association (WestOA) 
World Orthopaedic Concern (WOC) 
 
 14 
Sumário Executivo 
 
 
 A infecção articular periprotética (IAP), com todas suas implicações desastrosas, 
continua sendo um grande desafio para a comunidade ortopédica. Os cirurgiões, dedicados à 
prática de procedimentos ortopédicos, não tem olvidado esforços no sentido de implementar 
estratégias que possam reduzir as infecções do sítio cirúrgico (ISC). Ainda que evidências de 
alta qualidade possam dar suporte a estas práticas, muitas delas são baseadas em pouco ou 
nenhum fundamento científico. Assim, há uma notável variação nas práticas de prevenção e 
tratamento das IAPs, em todo o mundo. Com o reconhecimento destes aspectos, é que foi 
organizado o Encontro Internacional para o Consenso sobre Infecções Articulares 
Periprotéticas. Delegados de várias disciplinas, incluindo cirurgia ortopédica e doenças 
infecciosas,entre muitas outras, participaram deste encontro. O processo de geração do 
consenso se estendeu por 10 meses. Mais de 3.500 publicações relevantes foram avaliadas 
por 400 delegados de 52 países, representando inúmeras sociedades. 
 O presente documento de consenso foi desenvolvido utilizando-se do método Delphi, sob 
a liderança do Dr. Cats-Baril. O modelo do processo de consenso foi estabelecido de modo a 
incluir o maior número possível de interessados, permitindo sua participação em múltiplos 
fóruns, uma vez providos de uma ampla revisão de literatura. Os seguintes temas foram 
abordados: mitigação e educação sobre comorbidades associadas com o aumento da taxa de 
ISC/IAP; preparação cutânea perioperatória; antibióticos perioperatórios, ambiente cirúrgico, 
conservação sanguínea; seleção do implante protético; diagnóstico de IAP; manejo da ferida 
cirúrgica; espaçadores; irrigação e debridamento; tratamento antibiótico e tempo de 
reimplantação; reimplantação em um ou dois tempos cirúrgicos; tratamento da IAP micótica ou 
atípica; tratamento com antibióticos orais e prevenção de IAP tardia. Cada proposição de 
consenso foi avaliada detalhadamente, seja pelos profissionais com experiência na área 
específica, como pelos generalistas, com o objetivo de assegurar que a implementação das 
práticas consensuais possam, realmente, resultar em melhoria da assistência ao paciente. 
Baseadas neste processo, as presentes declarações de consenso foram desenvolvidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 15 
Agradecimentos 
 
 Um projeto dessa magnitude não é possível sem o apoio e a liderança de muitos. 
Gostaríamos de agradecer a Mitchell Maltenfort, PhD, gerente de Bioestatística e Bioética do 
Instituto Rothman, que tem sido um importante elemento na orquestração da revisão da 
literatura, no desenvolvimento de documentos, e nas numerosas edições que se seguiram . À 
Tiffany Morrison, MS e sua equipe do Instituto Rothman, deve ser atribuída a maior parte do 
crédito, por sua liderança na organização deste Encontro, o que não foi uma tarefa fácil. Tiffany 
e sua equipe trabalharam longas horas nos meses que antecederam o encontro, para garantir 
que cada detalhe fosse considerado e, por isto, a eles deve ser creditado o sucesso do evento. 
 Um agradecimento especial à Katherine Huff, BA do Instituto Rothman, por suas 
habilidades editoriais inestimáveis e uma mente orientada para o detalhe, que a permitiu ver as 
árvores através de uma densa floresta, e assim assegurar a precisão de cada declaração de 
consenso contida neste documento. 
 Precisamos agradecer a Greg Chang e sua equipe da ForMD que disponibilizou a rede 
"social" para a comunicação exclusiva entre os participantes. Numerosas interações e 
discussões valiosas que ocorreram entre os delegados não teriam sido possível sem a ForMD . 
A equipe está de parabéns pelo seu trabalho árduo e atitude extremamente responsiva, que 
permitiu uma comunicação eficiente e oportuna entre os membros do consenso. 
 Uma menção especial deve ser feita à Dra Sandra Berríos-Torres, dos Centros de 
Controle e Prevenção de Doenças (CDC), que nos brindou com sua expertise e orientação 
durante todo o processo de consenso, assim como pela sua atuação especifica junto aos 
elementos de ligação (Liassons ou Mediadores) de alguns grupos de trabalho. Dra Berríos-
Torres foi igualmente muito gentil em participar pessoalmente do encontro porém, como 
representante técnica de uma agência Federal Americana, não teve direito a voto em quaisquer 
declarações de consenso. Ainda que não fosse possível inclui-la como delegada neste 
documento, agradecemos imensamente suas contribuições à esta iniciativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 16 
Sumário 
TEMA 1: MITIGAÇÃO E EDUCAÇÃO 
 Mediadores: 
 Vinay K Aggarwal, MD. 
 Eric H Tischler, B.A. 
 Coordenadores: 
 Charles Lautenbach, MD. 
 Gerald R Williams Jr, MD. 
 Delegados: 
 Joseph A Abboud, MD, Mark Altena, MD, Thomas Bradbury, MD, Jason Calhoun MD, FACS, Douglas Dennis MD, 
Daniel J Del Gaizo MD, Lluís Font-Vizcarra MD, Kaisa Huotari MD, Stephen Kates MD, Kyung-Hoi Koo PhD, Tad 
M Mabry MD, Calin Stefan Moucha MD, Julio Cesar Palacio MD, Trisha Nicole Peel MBBS, Rudolf W.Poolman 
MD, PhD, William J Robb III MD, Ralph Salvagno MD, Thorsten Seyler MD, Gabor Skaliczki MD, Edward M 
Vasarhelyi MD, William Charles Watters III, MD 
TEMA 2: PREPARAÇÃO CUTÂNEA PRÉ-OPERATÓRIA 
 Mediadores: 
 Anthony T Tokarski, BS 
 Coordenadores: 
 David Blaha, MD 
 Michael A. Mont, MD 
 Parag Sancheti, MS, DNB, MCh 
 Delegados: 
 Lyssette Cardona MD, MPH, MHA, AAHIVS, FIDSA, Gilberto Lara Cotacio MD, Mark Froimson MD, Bhaveen 
Kapadia MD, James Kuderna MD, PhD, Juan Carlos López MD, Wadih Y Matar MD, MSc, FRCSC, Joseph 
McCarthy MD, Rhidian Morgan-Jones MB BCh, FRCS, Michael Patzakis MD, Ran Schwarzkopf MD, Gholam 
Hossain Shahcheraghi MD, Xifu Shang MD, Petri Virolainen MD, PhD, Montri D. Wongworawat MD, Adolph Yates 
Jr, MD 
TEMA 3: ANTIBIÓTICOS PERIOPERATÓRIOS 
 Mediadores: 
 Erik Hansen, MD 
 Coordenadores: 
 Katherine Belden, MD 
 Randi Silibovsky, MD (US) 
 Markus Vogt MD (International) 
 Delegados: 
 William Arnold MD, PhD, Goran Bicanic MD, PhD, Stefano Bini MD, Fabio Catani MD, Jiying Chen MD, PhD, 
Mohammad Ghazavi MD, FRCSC, Karine M. Godefroy MD, Paul Holham MD, Hamid Hosseinzadeh MD, Kang II 
Kim MD, PhD, Klaus Kirketerp-Møller MD, Lars Lidgren MD PhD, Jian Hao Lin MD, Jess H Lonner MD, 
Christopher C Moore MD, Panayiotis Papagelopoulos MD, Lazaros Poultsides MD MSc PhD, R Lor Randall MD, 
Brian Roslund PharmD, Khalid Saleh MD MSC FRCSC MHCM, Julia V Salmon MD, Edward Schwarz PhD, Jose 
Stuyck MD, Annette W Dahl MD, Koji Yamada MD 
 17 
TEMA 4: AMBIENTE CIRÚRGICO 
 Mediadores: 
 Pouya Alijanipour, MD 
 Joseph Karam MD 
 Coordenadores: 
 Adolfo Llinás, MD 
 Kelly G Vince, MD 
 Charalampos Zalavras MD 
 Delegados: 
 Matthew Austin MD, Grant Garrigues MD, Snir Heller MD, James Huddleston MD, Brian Klatt MD, Viktor Krebs MD, 
 Christoph Lohmann MD, Edward J McPherson MD, Robert Molloy MD, Ali Oliashirazi MD, Mitchell Schwaber MD, 
 Eoin Sheehan MD, Eric Smith MD, Robert Sterling MD, Gregory Stocks MD, Shrinand Vaidya MD 
 
TEMA 5: CONSERVAÇÃO SANGUÍNEA 
 Mediadores: 
 Mohammad R Rasouli, MD 
 Coordenadores: 
 Luiz Sérgio Marcelino Gomes, MD, PhD 
 Brian Parsley, MD 
 Delegados: 
Wael Barsoum MD, Hari Bezwada MD, James Cashman MD, Julio Garcia MD, William Hamilton MD, Eric 
Hume MD, Rajesh Malhotra MD, Stavros Memtsoudis MD, PhD, Alvin Ong MD, Fabio Orozco MD, Douglas 
Padgett MD, Ricardo Reina MD, Marco Teloken MD, Emmanuel Thienpont MD, Jonathan H Waters MD 
 
TEMA 6: SELEÇÃO DO IMPLANTE 
 Mediadores: 
 Claudio Diaz-Ledezma MD 
 Coordenadores: 
 Javad Parvizi MD, FRCS 
 Yixin Zhou MD 
Delegados: 
 Valentin Antoci MD, Paul Ducheyne PhD, Andrew Freiberg MD, Gustavo Garcia Rangel MD, Seung Beom Han 
MD, Noreen Hickok PhD, Carlos Higuera MD, Constantinos Ketonis MD, Feza Korkusuz MD, Jacek Kruczynski 
MD, Francisco Macule MD, Jacek Markuszewski MD, Oliver Marín-Peña MD, Dinesh Nathwani MD, Phillip Noble 
PhD, Kevin Ong PhD, Nelson Ono MD, Mohammad Sadegh Parvizi PhD, Zachary Post MD, Salvador Rivero-
Boschert MD, Thomas Schaer VMD, Irving Shapiro DDS, PhD 
 
TEMA 7: DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO ARTICULAR PERIPROTÉTICA 
 Mediador: 
 Benjamin Zmistowski BS 
 Coordenadores: 
 Craig Della Valle MD 
 Thomas W Bauer MD 
 Konstantinos N. Malizos MD,PhDDelegados: 
 18 
Abbas Alavi MD, Hani Bedair MD, Robert E Booth MD, Peter Choong MD, Carl Deirmengian MD, Garth D 
Ehrlich PhD, Anil Gambir MD, Ronald Huang MD, Yair Kissin MD, Hideo Kobayashi MD, Naomi Kobayashi 
MD, Veit Krenn MD, Drago Lorenzo MD, SB Marston MD, Geert Meermans MD, Javier Perez MD, JJ 
Ploegmakers MD, Aaron Rosenberg MD, C Simpendorfer MD, Peter Thomas MD, Stephan Tohtz MD, Jorge A 
Villafuerte MD, Peter Wahl MD, Frank-Christiaan Wagenaar MD, Eivind Witzo MD. 
 
 
TEMA 8: MANEJO DA FERIDA CIRÚRGICA 
 Mediador: 
 Elie Ghanem MD 
 Coordenadores: 
 Volkmar Heppert MD 
 Mark Spangehl MD, FRCSC 
Delegados: 
John Abraham MD, Khalid Azzam MD, Lowry Barnes MD, Federico Jose Burgo MD, Walid Ebeid MD, Nitin Goyal 
MD, Ernesto Guerra MD, Kirby Hitt MD, Sofiene Kallel MD, Gregg Klein MD, Yona Kosashvili MD, Brett Levine MD 
Laura Matsen MD, Michael J Morris MD, James J Purtill MD, Chitranjan Ranawat MD, FRCS, FRCSC, Peter F 
Sharkey MD, Rafael Sierra MD, Anna Stefansdottir MD, PhD 
 
TEMA 9: ESPAÇADORES 
 Mediador: 
 Mustafa Citak, MD 
 Coordenadores: 
 Jean-Noel Argenson MD 
 Bas Masri MD, FRCSC 
 Daniel Kendoff MD 
 Bryan Springer MD 
Delegados: 
Volker Alt MD, Andrea Baldini MD, Quanjun Cui MD, Gregory K Deirmengian MD, Hernan del Sel MD, Michael F 
Harrer MD, Craig Israelite MD, David Jahoda MD, Paul C Jutte MD, Eric Levicoff MD, Enzo Meani MD, Fernando 
Motta MD, Orestes Ronaldo Pena MD, Amar S Ranawat MD, Oleg Safir MD, Matthew W Squire MD, Michael J 
Taunton MD, Charles Vogely MD, Samuel S Wellman MD 
 
TEMA 10: IRRIGAÇÃO E DEBRIDAMENTO 
 Mediador: 
 Carl Haasper MD, PhD, MSc 
 Coordenadores: 
 Martin Buttaro MD 
 William Hozack MD 
 Delegados: 
Craig A Aboltins MD, Olivier Borens MD, JJ Callaghan MD, Pedro Ivo de Carvalho MD, Yuhan Chang MD, 
Pablo Corona MD, Ferdinando Da Rin MD, Silvano Esposito MD, Thomas K Fehring MD, Xavier Flores 
Sanchez MD, Gwo-Chin Lee MD, JC Martinez-Pastor MD, SM Javad Mortazavi MD, Nicolas O Noiseux MD, 
Kuo-Ti Peng MD, Harold Delano Schutte MD, Daniel Schweitzer MD, Rihard Trebše MD, Eleftherios Tsiridis MD, 
Leo Whiteside MD. 
 
 
 19 
TEMA 11: ANTIBIOTICOTERAPIA E MOMENTO DA REIMPLANTAÇÃO 
 Mediador: 
 Camilo Restrepo, MD 
 Coordenadores: 
 Steven Schmitt MD 
 David Backstein MD 
 Delegados: 
Bryan T Alexander PharmD, Maja Babic MD, Barry D. Brause MD, John L Esterhai MD, Robert P. Good MD, 
Peter H Jørgensen MD, Paul Lee MB, BCh, FRCS, Camelia Marculescu MD, Claudio Mella MD, Carsten 
Perka MD, Aidin Eslam Pour MD, Harry E Rubash MD, Tomoyuki Saito MD, Rolando Suarez MD, Robert 
Townsend MD, I Remzi Tözün MD, Michel PJ Van den Bekerom MD 
 
 
TEMA 12: REVISÃO EM 1 ou 2 ESTÁGIOS 
 Mediador: 
 Paul Lichstein MD, MS 
 Coordenadores: 
 Thorsten Gehrke MD 
 Adolph Lombardi MD, FACS 
 Carlo Romano MD 
 Ian Stockley MB, ChB, MD, FRCS 
 Delegados: 
 George Babis MD, Jerzy Bialecki MD, László Bucsi MD, Xu Cai MD, Li Cao MD, Brian de Beaubien MD, 
Johannes Erhardt MD, Stuart Goodman MD, PhD, FRCSC, FACS, FBSE, William Jiranek MD, Peter Keogh, 
David Lewallen, MD, MS, Paul Manner MD, Wojciech Marczynski MD, J. Bohannon Mason MD, Kevin Mulhall 
MB, MCh, FRCSI, Wayne Paprosky MD, Preetesh Patel MD, Francisco Piccaluga MD, Gregory Polkowski MD, 
Luis Pulido MD, Ian Stockley MBBS, ChB, FRCS, Juan Suarez MD, Fritz Thorey MD, Rashid Tikhilov MD, Job 
Diego Velazquez MD,Heinz Winkler MD 
 
TEMA 13: MANEJO DAS IAPs FÚNGICAS OU ATÍPICAS 
 Mediador: 
 Matthias Gebauer, MD 
 Coordenadores: 
 Lars Frommelt 
 Delegados: 
 Pramod Achan MBBS, Tim N Board MD, Janet Conway MD, William Griffin MD, Nima Heidari MBBS, Glenn 
Kerr MD, Alex McLaren MD, Sandra Bliss Nelson MD, Marc Nijhof MD, Akos Zahar MD 
 
TEMA 14: ANTIBIOTICOTERAPIA ORAL 
 Mediador: 
 Patrick O’Toole, MD 
 Coordenadores: 
 Douglas Osmon MD 
 Alex Soriano DO 
 Delegados: 
 Erik Berdal MD, Mathias Bostrum, Rafael Franco-Cendejas MD, DeYoung Huang PhD, Charles Nelson, F 
Nishisaka, Brian Roslund, Cassandra D Salgado, Robert Sawyer MD, John Segreti MD, Eric Senneville PhD, 
Xian Long Zhang 
 20 
 
TEMA 15: PREVENÇÃO DA IAP TARDIA 
 Mediador: 
 Antonia Chen MD, MBA 
 Coordenadores: 
 Fares Haddad Mb, ChB, FRCS 
 Paul Lachiewicz 
 Delegados: 
 Michael Bolognesi MD, Luis E Cortes MD, Massimo Franceschini MD, Jiri Gallo MD, Aaron Glynn MD, Alejandro 
 Gonzalez Della Valle MD, Aydin Gahramanov MD, Monti Khatod MD, Stergios Lazarinis MD, PhD, Guenther Lob 
 MD, Arvind Nana MD, Peter Ochsner MD, Ibrahim Tuncay MD, Tobias Winkler MD, YiRong Zeng MD. 
 
PESQUISAS FUTURAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA 1: MITIGAÇÃO E EDUCAÇÃO 
Grupo de Trabalho 
 Mediadores: 
 Vinay K Aggarwal, MD. 
 Eric H Tischler, B.A. 
 Coordenadores: 
 Charles Lautenbach, MD. 
 Gerald R Williams Jr, MD. 
 Delegados: 
 Joseph A Abboud, MD; Mark Altena, MD; Thomas Bradbury, MD; Jason Calhoun, MD, FACS; 
Douglas Dennis, MD; Daniel J Del Gaizo, MD; Lluís Font-Vizcarra, MD; Kaisa Huotari, MD; 
Stephen Kates, MD; Kyung-Hoi Koo, PhD; Tad M Mabry, MD; Calin Stefan Moucha, MD; 
Julio Cesar Palacio, MD; Trisha Nicole Peel, MBBS; Rudolf W.Poolman, MD, PhD; William J 
Robb III, MD; Ralph Salvagno, MD; Thorsten Seyler, MD; Gabor Skaliczki, MD; Edward M 
Vasarhelyi, MD; William Charles Watters III, MD. 
 
-Questão 1A: Quais são os fatores de risco significativos para o desenvolvimento de 
infecção do sítio cirúrgico (ISC) ou infecção articular periprotética (IAP) após 
Substituição Articular Protética Total (SAPT)? 
Consenso: A infecção ativa em uma articulação artrítica (Artrite Séptica), a presença de 
septicemia, e/ou a presença de infecção ativa, seja cutanea, subcutânea ou profunda, são 
fatores de risco significativo, que predispoem os pacientes à ISC e IAP, e são 
contraindicações à realização de SAPT. 
Votação dos Delegados: A Favor: 99%, Contra: 0%, Abstenção: 1% (Forte Consenso) 
 
-Questão 1B: Quais são os fatores de risco potenciais para o desenvolvimento de ISC 
ou IAP após SAPT? 
Consenso: Os fatores de risco para ISC ou IAP incluem: história de cirurgia prévia, diabetes 
mellitus descompensado (glicemia> 200 mg/dL ou Hb A1C> 7%), desnutrição, obesidade 
mórbida (IMC >40 Kg/m2), doença hepática ativa, doença renal crônica, fumo excessivo (>1 
maço de cigarros ao dia), consumo excessivo de álcool (> 40 unidades por semana), abuso 
de drogas intravenosas, hospitalização recente, permanência prolongada em instituições de 
reabilitação, sexo masculino, diagnóstico de artrite pós-traumática, artropatia inflamatória, 
cirurgia prévia na articulacão afetada e imunodeficiência severa. 
Votação dos Delegados: A Favor: 94%, Contra: 4%, Abstenção: 2% (Forte Consenso) 
 
 22 
Justificativas: 
Infecção Articular Ativa, Corrente Sanguínea ou Tecidos Locais 
 A presença de infecção ativa em uma articulação artrítica leva a taxas 
significativamente altas de IAPs após SAPT.1, 2 Alguns estudos longitudinais e relatos de 
casos também indicam que a presença de infecção, sistêmica ou local, pode resultar em 
inoculação hematogênica ou direta do implante após SAPT.3-9 Desta forma, a artroplastia 
eletiva deve ser retardada em pacientes com infecção ativa, atéque a infecção seja tratada 
adequadamente e sua erradicação confirmada. 
História de Cirurgia Prévia 
 O ambiente tissular ao redor da ferida cirúrgica pode estar comprometido em pacientes 
submetidos à procedimentos operatórios prévios, o que pode contribuir para o 
desenvolvimento de ISC ou IAP após SAPT.10 Peersman et al. compararam pacientes 
infectados e não infectados após a artroplastia total do joelho (ATJ), e concluíram que a 
história pregressa de procedimentos cirúrgicos abertos foi um fator de risco significativo 
(p<0.0001) para o desenvolvimento de IAP após SAPT.11 Ainda que a literatura 
correlacionando história de cirurgia prévia e o desenvolvimento de IAP não seja abundante, 
nós recomendamos que a história de cirurgia prévia seja documentada, e o ambiente local 
seja adequadamente avaliado. Uma investigação apropriada de processo infeccioso, como 
discutida em local específico neste documento, deve ser realizada em todos os pacientes 
com cirurgias prévias no local a ser submetido a procedimentos artroplásticos. Este fato 
poderá determinar modificações na abordagem e na técnica cirúrgica, necessárias para 
diminuir o risco de desenvolvimento de infecção.10 
Hiperglicemia Descompensada 
 Numerosos estudos e metanálises indicam que a glicemia pré-operatória, quando 
elevada (glicemia de jejum>180 mg/dL ou 10 mmol/L), está associada ao aumento na 
incidência de complicações pós-operatórias e eventos adversos.12-14 Ainda que pouco 
estudada em procedimentos artroplásticos, na cirurgia geral demonstra-se uma tendência 
sugestiva de que a hiperglicemia pós-operatória precoce resulta em maior incidência de 
ISC.15 Desta forma, deve-se intensificar as ações para manter um controle adequado dos 
níveis glicêmicos durante todo o periodo perioperatório. Poucas informações são disponíveis 
para o esclarecimento do papel dos níveis de hemoglobina A1C (HbA1C) como fator 
 23 
preditivo para IAP.16,17 Enquanto não forem determinados os níveis de HbA1C, a partir dos 
quais os riscos de IAP estejam aumentados, nós recomendamos a otimização pré-operatória 
dos níveis glicêmicos em pacientes diabéticos, e devemos considerer com cautela a 
realização de artroplastia eletiva em pacientes com níveis de glicemia de jejum >200 mg/dL 
(10 mmol/L) e HbA1C>7%. 
 Mais pesquisas são necessárias para determinar se os pacientes elegíveis para SAPT 
devem ser submetidos à avaliação rotineira dos níveis glicêmicos, a exemplo do que já tem 
sido praticado na cirurgia cardiotorácica. 
Desnutrição 
 A desnutrição pode resultar em várias reações adversas após SAPT, incluindo-se a 
cicatrização deficiente, longa permanência hospitalar, maior duração da cirurgia e do tempo 
anestésico, e drenagem persistente da ferida cirúrgica com aumento da susceptibilidade à 
infecção.18-21 Estudos relatam os parâmetros laboratoriais pré-operatórios que podem ser 
utilizados na detecção de pacientes desnutridos.18,21,22 Os parâmetros de desnutrição podem 
variar e incluem a transferrina, contagem total de linfócitos, albumina total e pré-albumina. 
Atualmente, os parâmetros para se avaliar o estado nutricional incluem a albumina sérica 
(normal 3.5 - 5.0 g/dL), transferrina sérica (normal 204 - 360 mg/dL), pré-albumina (normal 15 
- 35 mg/dL) e contagem total de linfócitos séricos (800 - 2000/mm3). Devido à correlação 
entre o estado nutricional e a recuperação pós-operatória, os pacientes suspeitos de 
desnutrição devem ser avaliados quando ao estado nutricional previamente à artroplastia 
eletiva.23 Embora ainda não esteja estabelecido o melhor método para a correção da 
desnutrição pré-operatória, as opções atuais incluem a administração de suplementos 
hiperproteicos, suplementação mineral e de vitaminas,24 aumento da ingestão calórica, 
mobilização precoce e fisioterapia.22 
Obesidade Mórbida 
 Relatos recentes (2010) dos Centros para o Controle de Doenças (CDC) indicam que 
mais de um terço dos Americanos, ou mais de 60 milhões de adultos acima de 20 anos de 
idade, são classificados como obesos [Índice de massa corporal (IMC) ≥30.0 kg/m2].25 Alguns 
estudos demonstraram que os pacientes obesos apresentam risco aumentado para 
cicatrização inadequada da ferida cirúrgica e IAP.26-29 As causas do aumento destes riscos 
podem estar relacionadas ao aumento do tempo cirúrgico, maior necessidade de transfusão 
sanguínea homóloga e a presença de outras comorbidades, em que se inclui o Diabetes 
 24 
Mellitus.27, 29-31 A decisão de se realizar a artroplastia eletiva em obesos mórbidos, com IMC 
≥40.0 kg/m2, deve ser fundamentada na consideração do maior risco de complicações, onde 
inclui-se a infecção. A relação risco/benefício deve ser criteriosamente considerada e a 
escolha do termo de consentimento específico é fundamental, uma vez que as complicações 
pós-operatórias são mais frequentes neste grupo de pacientes.32 É importante enfatizar que, 
em obesos submetidos a procedimentos cirúrgicos, existe o risco de subdosagem de 
antibióticos,33 e assim a dose adequada deve ser ajustada, como será discutido 
posteriormente neste documento. 
Tabagismo 
 O tabagismo está associado à morbidade e mortalidade pós-operatória.34 A metanálise 
de 6 estudos randomizados demonstraram que a interrupção pré-operatória do uso do fumo 
diminui o risco total de complicações pós-operatórias [risco relativo (RR)=0,76, 95% interval 
de confiança (CI)=0,69-0,84].35 A mesma metanálise também consolidou os dados de 15 
estudos observacionais e encontrou que a interrupção do uso do fumo proporcionou menor 
taxa de complicações da cicatrização da ferida cirúrgica (RR=0,73, CI=0,61-0,87).35 Singh et 
al. relataram que fumantes ativos submetidos à SAPT apresentam maior tendencia a 
desenvolver ISC, enquanto que ex-fumantes não apresentaram risco tão aumentado de 
desenvolverem ISC.34 Um intervalo maior de interrupção do fumo previamente a cirurgia está 
associado a taxas mais baixas de complicações pós-operatórias.35-38 Além disto, um estudo 
envolvendo pacientes submetidos à artroplastia total do quadril (ATQ) mostrou que as 
complicações pós-operatórias foram significativamente mais elevadas em fumantes 
compulsivos (> 25 cigarros ao dia).39 No periodo pré-operatório é importante inquirir sobre o 
tabagismo e apresentar estratégias para a interrupção do hábito de fumar, de modo a reduzir 
as complicações pós-operatórias da ferida cirúrgica e diminuir os riscos de ISC e IAP. 
Estudos em procedimentos ortopédicos e não ortopédicos sugerem que os programas de 
interrupção do tabagismo, quando instituídos entre 4 a 6 semanas antes da cirurgia eletiva, 
pode diminuir os riscos de infecção e complicações da ferida cirúrgica.40 
Alcoolismo 
 Os pacientes que consomem alcool frequentemente podem apresentar um aumento 
significativo do risco de complicações pós-operatórias após a artroplastia.41 Pela aplicação 
do questionário denominado Teste de Consumo e Identificação de Distúrbios relacionados ao 
uso de Álcool (Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption) em 9.176 veteranos 
 25 
Americanos do sexo masculino, submetidos a cirurgia não cardíacas de grande porte, 
Bradley et al. encontraram que a incidência de ISC e outras infecções pós-operatórias 
estavam significativamente associadas ao abuso de alcool.42 O intervalo mais adequado 
para a interrupção do uso de alcool não é conhecido para pacientes a serem submetidos à 
artroplastia contudo, ao menos 4 semanas de abstinência podem ser necessárias para 
reverter as anormalidades fisiológicas que predispoem os pacientes ao aumento do risco de 
morbidade pós-operatória.43 No periodo pré-operatório tem-se a oportunidade de identificarpacientes que usam alcool em excesso. Ainda que os benefícios de programas dirigidos à 
interrupção do uso de alcool não estejam bem estabelecidos na literatura, parece razoável a 
attitude de aguardar até que os pacientes reduzam o consumo de alcool pré-operatoriamente 
(pacientes não dependentes) e pospor a cirurgia em alcoolatras, até que esta situação seja 
resolvida. 
Doença Renal Ativa 
 Poucos estudos tem explorado as complicações associadas com doença renal ativa, 
em pacientes submetidos à SAPT. Sunday et al. relataram as complicações em SAPT para 
pacientes com doença renal avançada, em hemodiálise. Os autores encontraram que os 
procedimentos primários e de revisão, nesta coorte específica, estiveram associados com 
alta taxa de complicações e morte, sendo que 29% dos pacientes morreram de complicações 
intra-hospitalares e 2 pacientes apresentaram infecção devastadora (14.5%).44 Também 
Lieberman et al. reportaram alta taxa de complicações (81%), que incluiu 19% de infecção 
profunda, em pacientes portadores de insificiência renal crônica.45 Sakalkale et al. avaliaram 
pacientes em estágio avançado de insuficiência renal crônica e encontraram elevada 
mortalidade e uma taxa de complicações de 58%, com uma incidência de 13% de infecção 
profunda.46 No geral, o risco de desenvolvimento de infecção pós-operatória após SAPT é 
significativamente maior em pacientes portadores de insuficiência renal crônica, 
especialmente aqueles em tratamento por hemodiálise. 
Doença Hepática Ativa 
 Inúmeros estudos avaliaram a SAPT em pacientes portadores de doença hepática, 
sintomática ou assintomática. Em um estudo comparativo de pacientes submetidos a SAPT, 
Pour et al. observaram que, quando comparado ao grupo controle, os pacientes portadores 
de hepatite C assintomática apresentaram taxa mais alta de complicações cirúrgicas, 
incluindo complicações da ferida cirúrgica.47 Ainda que o mecanismo responsável pelo 
 26 
aumento da taxa de complicações seja desconhecido, mesmo os pacientes portadores de 
hepatite assintomática devem ser alertados sobre o o risco potencial de aumento da taxa de 
complicações pós SAPT eletiva. Hsieh et al. encontraram, em pacientes com cirrose 
avançada submetidos à SAPT, uma taxa elevada de complicações, especialmente as falhas 
sépticas, e uma taxa de sobrevivência protética de 77.8% em 5 anos de seguimento.48 Por 
outro lado Cohen et al. observaram que, mesmo em pacientes cirróticos, a SAPT eletiva 
pode ser realizada com segurança, sem aumento dos eventos adversos.49 Desta forma, a 
avaliação laboratorial pré-operatória rotineira para doença hepática não parece ter benefício 
adicional em pacientes elegíveis para SAPT, sem história prévia ou sinais de doença 
hepática ao exame físico. 
Imunossupressão 
 Ainda que a associação entre imunossupressão e o aumento da incidência de ISC seja 
controversa, muitos cirurgiões acreditam que os pacientes imunossuprimidos tem risco 
aumentado para o desenvolvimento de IAP. Exemplos de agentes imunossupressores 
incluem os glicocorticoides, como a prednisona, citostáticos como a ciclofosfamida e 
metotrexate, drogas que agem nas imunofilinas como o tacrolimo, e outros agentes como os 
interferons e fatores inibidores da necrose tumoral - (TNF)-α. Berbari et al. criaram um 
modelo de estratificação de risco para ISC e IAP em que incluíram a imunossupressão como 
um fator de risco significativo para a IAP (HR=1,96, 95% CI=1,37-2,82).50 Adicionalmente, 
Peersman et al. encontraram que a terapia imunossupressiva era um fator predisponente à 
ISC.11 Em pacientes submetidos a transplante de órgãos, em particular o transplante 
hepático, inúmeros estudos relataram um risco aumentado de fratura osteoporótica e 
osteonecrose, com terapia imunossupressiva concomitante.51,52 Contudo, imunossupressão 
e qualidade óssea pobre, simultâneas, tem provocado opiniões conflitantes acerca do risco 
real de infecção pós-operatória.53 Parte da dificuldade da análise da imunossupressão como 
fator de risco para a IAP é, em parte, devida a atual variabilidade na definição de 
imunossupressão. Estudos futuros são necessários na delineação do verdadeiro impacto da 
imunossupressão no desenvolvimento de ISC e IAP, em pacientes submetidos à artroplastia 
eletiva. 
Abuso de Drogas Intravenosas 
 Os pacientes com história pregressa de abuso de drogas intravenosas (ADIV) e 
pacientes com osteoartrose dolorosa requerem uma decisão difícil para o tratamento. 
 27 
Lehman et al. determinaram a taxa de IAP em pacientes com Imunodeficiência Humana Viral 
(HIV), ou ADIV, após SAPT. Vinte e nove pacientes com HIV e/ou história de ADIV foram 
submetidos à SAPT. Dos 28 pacientes HIV-positivos submetidos à SAPT, 4 (14%) 
desenvolveram infecção. Duas das 8 SAPTs (25%) realizadas no grupo ADIV 
desenvolveram infecção. Duas de 5 SAPTs (40%) em pacientes ADIV e HIV-positivos 
desenvolveram infecção.54 Corroborou com estes achados o estudo de Habermann et al., 
que relataram complicação séptica pós-operatória em 28,6% dentre os pacientes com 
história de ADIV.55 Estudos adicionais são necessários para a determinação dos efeitos 
diretos do ADIV no desenvolvimento de ISC ou IAP. Este grupo de trabalho é da opinião que 
aos pacientes ativos para ADIV, a SAPT eletiva não deve ser oferecida. 
Infecção pelo Virus da Imunodeficiência Humana 
 A terapia medicamentosa melhorou dramaticamente a expectativa de vida de 
pacientes HIV-positivos. Pacientes HIV-positivos apresentam uma progressão bastante 
variável para a Síndrome da Imunodeficiência adquirida (SIDA), que pode ser observada pela 
taxa de declíneo variável na contagem de células CD4. Pacientes com contagem celular 
CD4 maior que 400 células/ml e carga viral não detectável podem ser candidatos à SAPT 
eletiva, uma vez que o risco de ISC subsequente pode estar reduzido. Habermann et al não 
encontraram diferença no desfecho funcional pós SAPT entre pacientes com ou sem HIV.55 
Além disto, Hicks et al. relataram que, ainda que as taxas de sepsis articular pós SAPT em 
pacientes HIV-positivos (18.7%) sejam maiores que a população normal, a sobrevida em 
longo prazo com grande alívio dos sintomas é uma expectativa razoável em uma grande 
proporção destes pacientes.56 É nossa recomendação que em pacientes HIV-positivos, o 
ortopedista deva atuar bem próximo do infectologista no monitoramento da contagem de 
CD4 e da carga viral e que, assim a decisão sobre a oferta de SAPT seja feita para cada 
caso isoladamente. 
Internação Hospitalar ou Permanência Prolongada em Centros de Reabilitação 
 Lee et al. reviram 169 ISC em pacientes idosos submetidos à cirurgia ortopédica e 
compararam com um grupo controle de 171 pacientes. A admissão hospitalar oriunda de 
uma instituição de cuidados à saúde estava independentemente associada ao maior risco de 
infecção. (OR=4,35; 95% CI=1,64 – 11,11).57 
Outros Fatores de Risco 
 28 
 Numerosos estudos mostram uma nítida tendência de maior propensão do sexo 
masculino ao desenvolvimento de ISC/IAP. Também, o diagnóstico pré-operatório de artrite 
pós-traumática, associado ou não à cirurgia prévia, é uma fator de risco para IAP.58-60 
Aviso: 
 Ainda que exista a necessidade de evitar a artroplastia eletiva em alguns pacientes em 
risco extremo de ISC/IAP, não existe evidência pertinente na literatura em relação ao limiar 
exato para a tomada de decisão. A incapacidade imposta pela doença degenerativa deve ser 
avaliada em relação ao potencial para desenvolvimento de IAP. Alguns especialistas 
tentaram introduzir um modelo matemático, que pode refinar o processo decisório de 
submeter o paciente à umaartroplastia eletiva. Dr. Charles Lautenbach desenvolveu um 
sistema de escores, que leva em consideração a dor, perda da função e fatores que 
predispoem à morbidade e mortalidade, de modo que o escore resultante permite ao 
cirurgião avaliar, mais objetivamente, as justificativas para a realização da cirurgia, ainda que 
em face de alto risco de morbi-mortalidade. A descrição do Método de Estimativa de 
Indicação e Contraindicação de Artroplastia, através do Sistema de Lautenbach, está 
disponível em: www.boneinfection.co.za. 
 
-Questão 2: Qual a importância da saúde bucal em pacientes submetidos à artroplastia 
eletiva? 
Consenso: Todos os pacientes submetidos à artroplastia eletiva devem ser avaliados quanto 
às evidências de infecção ativa, que pode ser realizada pela aplicação de um questionário ou 
exame odontológico. 
Votação dos Delegados: A Favor: 80%, Contra: 18%, Abstenção: 2% (Forte Consenso) 
Justificativas: Já está bem estabelecido que a propagação hematogênica, a partir de uma 
fonte de infecção remota, pode ocasionar IAP, ainda que anos após a SAPT. Inúmeras fontes, 
incluindo-se dados do CDC- National Health and Nutrition Examination Survey, detectaram a 
alta prevalência de doença periodontal, sobretudo em pacientes idosos.61 Infecções 
odontológicas podem atuar como um foco potencialmente perigoso de bactérias e, alguns 
estudos demonstraram que estas bactérias podem ser microbiologicamente indistinguíveis dos 
patógenos encontrados nos locais de IAP.62 Contudo, ainda debate-se sobre a utilidade da 
avaliação e tratamento pré-operatório de patologias odontológicas com o objetivo de garantir 
 29 
uma saúde bucal adequada e assim prevenir a bacteremia ou IAP em todos os pacientes 
elegíveis para SAPT. 
 Barrington et al. observaram que em 100 SAPT consecutivas, a avaliação pré-
operatória revelou uma incidência de 23% de patologias odontológicas, muito embora nenhum 
paciente desta coorte desenvolveu ISC ou IAP.63 Inúmeros autores observaram que somente 
uma pequena porcentagem de infecções articulares podem ser seguramente atribuídas à 
patógenos ou procedimentos odontológicos. Laporte et al. revisaram, retrospectivamente, 
2.973 pacientes e notaram que, dos 52 pacientes com infecções tardias somente em 3 houve 
associação nítida com procedimentos odontológicos64 A incidência de infecção hematogênica 
tardia em SAPT tem sido calculada entre <0.01% e 0.6% , com patógenos originados de 
fontes odontológicas entre 0.04% e 0.07%.65 
 Atualmente, não existem recomendações oficiais da Academia Americana de Cirurgiões 
Ortopédicos (AAOS) no que diz respeito à correção de distúrbios gengivo-dentais previamente 
à SAPT, para a prevenção de IAP.66 Contudo, excluindo-se evidências nítidas de sepsis oral e 
má higiene bucal extrema, pouca justificativa há para que se faça uma avaliação e tratamento 
rotineiro para todos os pacientes com anormalidades odontológicas. Por outro lado, sinais e 
sintomas de infecção odontológica ativa devem ser investigados antes de submeter o paciente 
à SAPT. Um recente estudo prospectivo de Tokarski et al. mostrou que a aplicação de um 
questionário reduzido para os pacientes, pode identificar os fatores de risco para doenças 
odontológicas ativas.60 Neste estudo, os fatores de risco para a saúde bucal deficiente ou 
doença odontológica ativa incluem: o tabagismo, uso inadequado do fio dental, história de uma 
ou mais extrações dentárias, idade avançada, uso de narcóticos, e falta de acompanhamento 
odontológico nos últimos 12 meses prévios à aplicação do questionário. O estudo demonstrou 
que os pacientes com 4 dos 6 fatores de risco apresentaram um aumento de 4 vezes na 
incidência de má saúde bucal. Com base neste estudo, uma avaliação bucal seletiva 
fundamentada na estratificação de risco parece ser uma abordagem razoável. 
 
 
-Questão 3A: Qual deve ser o procedimento para a pesquisa de portadores de 
Staphylococcus aureus resistente à meticilina* (MRSA) e Staphylococcus aureus 
sensível à meticilina (MSSA)? 
 
Nota do Tradutor (NT:LSMG): * A oxacilina é o equivalente da meticilina, disponível comercialmente no Brasil 
 30 
 
Consenso: Ainda que este grupo NÃO recomende uma triagem universal e descolonização de 
todos os pacientes elegíveis para a SAPT, ele aceita que a pesquisa pré-operatória e 
descolonização de portadores de MRSA e MSSA diminui a taxa de ISC e a incidência de 
infecções estafilocócicas e não estafilocócicas. 
Votação dos Delegados: A Favor: 85%, Contra: 11%, Abstenção: 4% (Forte Consenso) 
 
-Questão 3B: Qual deve ser o regime de tratamento para a descolonização de MRSA e 
MSSA? 
Consenso: A aplicação nasal de mupirocina, de curta duração, é a forma de tratamento 
atualmente mais aceita para a descolonização de MRSA e/ou MSSA. 
Votação dos Delegados: A Favor: 80%, Contra: 11%, Abstenção: 9% (Forte Consenso) 
Justificativas: Extensa literatura documenta consistentemente que os pacientes hospedeiros 
do Staphylococcus aureus, mais frequentemente na porção anterior da narina, constituem um 
reservatório bacteriano e podem atuar como uma fonte potencial de infecções hospitalares e 
pós-operatórias.67 A taxa de colonização nasal de S. aureus tem sido estensivamente 
pesquisada em pacientes, profissionais da saúde e na população em geral.68,69 Kalmeijer et al. 
determinaram que a hospedagem nasal de altos níveis de S aureus foi o fator mais importante, 
e o único fator de risco independente e significativo para o desenvolvimento de ISC por S. 
aureus.70 Inúmeros estudos prospectivos e revisões sistemáticas de literatura na área 
ortopédica e de cirurgia geral indicam que o número de ISC por S. aureus pode ser reduzido 
através da identificação e descolonização de hospedeiros nasais de S aureus, durante a 
internação.71, 72 A descolonização cutânea prévia ao ato cirúrgico tem sido, desde a longo 
tempo, objeto de muito debate, com vários métodos propostos para o processo de 
erradicação. A pomada de Mupirocina nasal tem sido aceita para a redução de hospedeiros 
nasais de MRSA, ainda que o uso prolongado deste agente possa levar ao desenvolvimento 
de resistência bacteriana.67,73,74 
 Outros métodos de descolonização incluem a fotodesinfecção, o banho pré-operatório 
com gluconato de clorhexidina (GCE), e a aplicação de soluções a base de iodo horas antes 
da cirurgia. Lenços umedecidos com GCE a 2% eliminam a necessidade do banho logo antes 
da cirurgia e começaram a ganhar popularidade e proeminência na literatura ortopédica.75 
 
 31 
-Questão 4: Os profissionais de saúde devem ser pesquisados para colonização com 
MRSA e MSSA? 
Consenso: NÃO. Não se justifica a triagem rotineira de MRSA e MSSA para os profissionais 
de saúde. A pesquisa de MRSA/MSSA deve ser reservada aos profissionais com infecções 
bacterianas sintomáticas. 
Votação dos Delegados: A Favor: 82%, Contra: 15%, Abstenção: 3% (Forte Consenso) 
Justificativas: Há controvérsias a respeito da importância dos profissionais de saúde na 
transmissão de MRSA. Infecções sintomáticas por MRSA tem sido descritas entre os 
profissionais de saúde.76-78 A controvérsia se assenta no benefício real da triagem realizada 
em todos os profissionais de saúde. O Grupo de Trabalho em Infecções, da Holanda, 
recomenda a triagem em profissionais de saúde, após a exposição a pacientes MRSA-
positivos; enquanto as sociedades de especialistas da Alemanha e América do Norte79-81 são 
contrárias a tal pesquisa. Oponentes à triagem para MRSA chamam atenção para o risco de 
estigmatização dos profissionais afetados, exposição à procedimentos de descolonização 
potencialmente tóxicos e custos elevadosdo processo de triagem82. Desta forma, aconselha-
se uma triagem seletiva envolvendo somente os profissionais de saúde sintomáticos, ao invés 
da triagem universal.83 
 
-Questão 5: Qual o papel da triagem urinária de rotina em pacientes a serem submetidos 
à SAPT? 
Consenso: A triagem urinária de rotina NÃO é obrigatória em pacientes elegíveis para SAPT. 
A triagem urinária prévia à artroplastia eletiva deve ser reservada para pacientes com história 
ou sintomas atuais de infecção do trato urinário (ITU). 
Votação dos Delegados: A Favor: 74%, Contra: 24%, Abstenção: 2% (Forte Consenso) 
Justificativas: As infecções do trato urinário podem, potencialmente, causar bacteremia e 
infecções pós-operatórias da ferida cirúrgica, particularmente em pacientes submetidos à 
artroplastia eletiva. Pacientes com análise e/ou cultura urinárias positivas são usualmente 
tratados com antibióticos antes da cirurgia eletiva. Contudo, não está claro se a análise e 
cultura urinária positiva, submetida a tratamento antibiótico subsequente, pode influenciar a 
incidência de infecção pós-operatória. Na literatura concernente à artroplastia, um estudo não 
encontrou associação significativa entre ITU perioperatória e infecção profunda pós SAPT.84 
Em outro estudo foi observado que pacientes com ITU assintomática, detectada por análise e 
 32 
cultura urinária, apresentaram risco aumentado de ISC pós-operatória, a despeito do 
tratamento.85 A avaliação da relação custo-efetividade estimou que mediante a triagem urinária 
de rotina, 4,58 infecções pós-operatórias em cirurgias não protéticas do joelho podem ser 
prevenidas anualmente, porém com um custo de U$ 1.500 dólares para cada infecção 
prevenida.86 Atualmente, ainda não existem estudos da relação custo-efetividade ou diretrizes 
de organizações oficiais como a Sociedade Americana de Doenças Infecciosas no que diz 
respeito à triagem urinária de rotina e tratamento antibiótico em todos pacientes submetidos a 
SAPT.87,88 Assim, parece razoável reservar a pesquisa urinária e tratamento antibiótico 
somente para os pacientes com história de ITU recorrente ou para aqueles com evidência de 
sintomas sugestivos de infecção ativa. 
 
-Questão 6: As drogas modificadoras do curso da doença (DMCD) devem ser 
interrompidas previamente à SAPT eletiva? 
Consenso: Sim. As DMCD devem ser interrompidas previamente à artroplastia total eletiva. O 
tempo para a interrupção da droga deve ser baseado no tipo de medicação específica e em 
cada paciente isoladamente. A interrupção de medicações imunossupressoras deve ser 
assistida e orientada pelo assistente clínico. 
Votação dos Delegados: A Favor: 92%, Contra: 5%, Abstenção: 3% (Forte Consenso) 
Justificativas: De acordo com extensa revisão na base de dados do Medicare, os pacientes 
com Artrite Reumatóide (AR) apresentam riscos mais elevados de contrair IAP.89 A taxa de 
infecção entre pacientes com AR submetidos à artroplastia total do joelho (ATJ) é 1,6 vezes 
maior que em pacientes submetidos ao mesmo procedimento, por osteoartrite (OA).90 O maior 
risco de infecção em pacientes com AR pode ser devido à terapia imunossupressora, incluindo 
os corticoides, como a prednisona, e as DMCD, como o metotrexato.91,92 Altas doses de 
corticoides e bloqueadores do Fator de Necrose Tumoral (Anti-TNF), utilizados dentro do 
período de 1 ano da cirurgia, demonstraram aumento do risco de infecção subsequente.93,94 
Dois estudos, um dos quais controlado, prospectivo e randomizado (ECR), não detectaram 
diferença quer nas complicações da ferida cirúrgica, como na taxa de infecção entre pacientes 
submetidos a SAPT que continuaram ou que interromperam o uso de metotrexato previamente 
à cirugia.95,96 Por outro lado, 2 outros estudos, um dos quais prospectivo não randomizado, 
mostrou uma taxa aumentada de ISC e IAP em pacientes que continuaram o uso de DMCD 
previamente a SAPT.94,97 Nós recomendamos que o manejo das DMCD seja baseado em sua 
meia-vida. A Associação Canadense de Reumatologia recomenda que o uso destas drogas 
 33 
seja interrompido previamente ao ato cirúrgico em um tempo equivalente a 3-5 vezes a meia-
vida de cada substância específica, período este que pode durar de 0 a 3 meses.98 É 
importante observar que os corticoides não devem ser interrompidos abruptamente devido ao 
risco de induzir a deficiência de cortisol, decorrente da supressão do eixo Hipotálamo-
Pituitária-Adrenal. A interrupção da medicação imunossupressora deve ser feita sob 
orientação e comando do clínico responsável. 
 
A Tabela abaixo lista as recomendações para interrupção de medicamentos (DMCD), em 
função de sua meia-vida. 
Medicação Meia Vida * Recomendação 
Drogas Anti-inflamatórias não 
hormonais (AINH) 
2-17 horas 
 Interromper a medicação na semana prévia à 
 Cirurgia. 
 
Metotrexato 
 
 
0.7 - 5.8 
horas 
 Interromper a medicação uma semana prévia à 
cirurgia. 
 Reiniciar 2 semanas após a cirurgia. 
(Pacientes com disfunção renal, manter 2 semanas 
prévias à cirurgia) 
Sulfasalazina 
Azatioprina 
5 - 7.6 
horas 
 Interromper a medicação uma semana prévia à 
cirurgia. 
Leflunomida ~2 semanas Manter até 6 semanas prévias à cirurgia 
Hidroxicloroquina 1-2 meses Manter a droga até o dia da cirurgia (inclusive) 
 34 
 
 
-Questão 7: Em pacientes com artrite séptica prévia, quais estratégias devem ser 
realizadas para minimizer o risco de IAP subsequente? 
Consenso: TODOS os pacientes com artrite séptica prévia deverão submeter-se a avaliação 
sorológica e aspiração articular previamente à artroplastia, sempre que possível. 
Votação dos Delegados: A Favor: 84%, Contra: 14%, Abstenção: 2% (Forte Consenso) 
Consenso: Ainda que o momento ideal para a realização da artroplastia eletiva em um 
paciente com artroplastia infectada prévia necessite de mais pesquisas, os cirurgiões devem 
garantir que não exista nenhuma evidência de infecção ativa, colhendo culturas intra-
operatórias. 
Votação dos Delegados: A Favor: 85%, Contra: 14%, Abstenção: 1% (Forte Consenso) 
Consenso: Durante a artroplastia em que o cimento ósseo é utilizado, antibióticos devem ser 
adicionados ao cimento. 
Votação dos Delegados: A Favor: 90%, Contra: 5%, Abstenção: 5% (Forte Consenso) 
Consenso: Caso as culturas intraoperatórias sejam positivas, o uso prolongado de antibióticos 
intravenosos deve ser apropriadamente instituído, sob a orientação de infectologistas. 
Agentes Modificadores da 
Resposta Biológica 
Etanercepte 
 
Infliximabe 
 
Golimumabe 
Tocilizumabe 
Abatacepte 
Adalimumabe 
Certolizumabe 
 
Rituximabe 
 
 
 
4.3 dias 
 
8-10 dias 
 
 
 
12-14 dias 
 
 
21 dias 
 
 
 
 Manter pelo menos até 1.5 semanas prévias à 
cirurgia 
 Manter até 3 semanas prévias à cirurgia 
 
 Manter até 1 mês prévio à cirurgia 
 
 
 
 Manter até 2 meses prévios à cirurgia 
Agentes Antigotosos 
Alopurinol 
Colchicina 
Probenecide 
 
1-2 horas 
26-32 horas 
26-32 horas 
 
 
 
 Interromper 1 semana prévia à cirurgia 
 
 35 
 
Votação dos Delegados: A Favor: 93%, Contra: 5%, Abstenção: 2% (Forte Consenso) 
Justificativas: A Artrite Séptica pode acarretar destruição rápida da cartilagem articular e 
resultar em osteoartrite avançada. Os Staphylococcus são a causa mais frequente de infecção 
articular bacteriana, em que o S. aureus é o agente etiológico primário em muitas series de 
casos do Reino Unido, França e Austrália.99-101 Marcadores inflamatórios tais como a 
Velocidade de Hemossedimentação (VHS) e Proteina C Reativa (PCR) são comumente 
dosados para a avaliaçãode pacientes com artrite séptica.102-104 A relevância destes 
marcadores, na avaliação da erradicação do estado infeccioso em pacientes com artrite 
séptica prévia, ainda não é conhecido. Em alguns pacientes com artrite séptica prévia estes 
marcadores apresentaram valores normais. Portanto, a maioria dos pacientes com artrite 
séptica prévia devem ser submetidos à aspiração articular antes da realização da artroplastia 
eletiva. As amostras devem ser enviadas para cultura, contagem total de leucócitos e 
contagem diferencial de neutrófilos. Alguns especialistas também realizam a dosagem do nível 
de glicose, procalcitonina, e outros parâmetros para a verificação da existência de processo 
infeccioso. O limiar de corte para o diagnóstico de infecção persistente, para quaisquer dos 
parâmetros mencionados acima, não está estabelecido, porém fundamentado na literatura de 
artroplastia, a contagem celular >3.000 cels/µl e um diferencial de neutrófilos >80%, podem 
ser indicativos de infecção ativa.105,106 Durante a artroplastia eletiva, múltiplas amostras para 
cultura (3-5) devem ser coletadas.106,107 Caso o cimento ósseo seja utilizado, o cirurgião deve 
considerar a adição de antibiótico com espectro de ação adequado para cobrir os patógenos 
isolados previamente. A dose de antibiótico adicionada deve ser baixa para manter as 
propriedades mecânicas do cimento. Pacientes com culturas positivas devem ser tratados com 
antibióticos apropriados para uso prolongado, após a artroplastia eletiva. Pacientes nos quais 
a análise do líquido sinovial revela um percentual de neutrófilos aumentado, e/ou aumento da 
contagem total de leucócitos, devem ter o período de incubação das culturas estendido, na 
expectativa de isolar o patógeno responsável pela infecção. Deve-se também considerar, 
nestes pacientes, a utilização da Reação em Cadeia da Polimerase -PCR-, ou outros 
marcadores moleculares. 
 
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