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a esse quadro doloroso que afeta a região cervical e tem irradiação da dor para todo o membro superior, tais como (12): • Tumores benignos e malignos da medula. • Afecções neurológicas: esclerose lateral amiotrófica, siringomielia, etc. • Infecções: meningite tuberculosa ou meningocócica. • Tumores benignos e malignos das vértebras cervicais. • Lesões traumáticas do osso e dos ligamentos: síndrome do chicote (whiplash). • Espondilite anquilosante. • Artrite reumatóide da coluna cervical. • Discopatia degenerativa; hérnia de disco. • Osteoartrose (osteofitose). • Alterações morfológicas: osso: costela cervical; músculo: síndrome do escaleno, escápulo-cos-tal, peitoral menor; vasos: aneurisma da artéria sub- clávia. • Síndrome ombro-mão (algodistrofia, dis-' trofía reflexa de Sudeck-Leriche). • Pericapsulite do ombro; "ombro congelado" • Síndrome de túnel do carpo. • Plexite. • Tumor de pleura (Pancoast). Etiopatogenia: A dor na região cervical é resultante de uma agressão às raízes nervosas por tumor, infecção, inflamação, trauma ou compressão contínua ou intermitente da raiz nervosa. Podem-se identificar três locais de agressão ao nervo: • Na sua origem medular e nas meninges, quando ainda existe um ramo motor e um sensitivo, que vão constituir-se no nervo; são doenças estudadas na Neurologia. • Agressão ao nervo por compressão no nível do orifício de conjugação, além de produzir os sinais de artrose cervical (ver adiante). Nesse item estão incluídas as alterações articulares ("artríticas"). • Compressão do feixe vásculo-nervoso, mais à distância, na região cervicotorácica. Dentre todas as causas etiológicas apontadas de dores da coluna cervical, a mais frequente, em 90% das vezes, é a artrose, que inclui a osteofítose, a discopatia degenerativa, porém raramente a hérnia do disco. Todas as outras causas em conjunto não ultrapassam 10% do total de pacientes. Na coluna cervical, a degeneração artrósica inclui um estreitamento do canal medular, além de um estreitamento do orifício de conjugação. Daí o nome que se dá, a essa artrose degenerativa, de espondilose (veja esse tema). Quadro clínico: As principais queixas são (3, 5, 10): Dor — Que deverá ser avaliada com todas suas características, tais como: sede, irradiação, intensi- dade, fatores que agravam e que pioram. A sede da dor muitas vezes é difícil de ser definida pelo pa- ciente, pois é referida como uma "fisgada" ou um "choque elétríco". Além disso, vem acompanhada de "dormências" nos dedos ou nos braços que traduzem sofrimento neurológico mais prolongado. Há certas posições da cabeça ou do pescoço que agridem mais, fazendo ã dor ficar mais nítida e com isso acompanhar a irradiação. Fraqueza muscular — Num sofrimento mais prolongado acompanha a dor a perda da força do ombro superior afetado; pode inclusive seguir-se de atrofias de grupos musculares. São frequentes os espasmos musculares em forma de torcicolos. As hemiplegias e paraplegias já são indicativas de dis- túrbios neurológicos mais acentuados. Dores nas articulações do ombro — Sem sinais fíogísticos, são muitas vezes confundidas com bursite do ombro. No punho e nas parestesias dos dedos da mão, podem ser confundidas com a síndrome do túnel carpeano. Cefaléia tensional — E problemas de ordem psíquica são dados clínicos frequentes. A cefaléia intensa com rigidez de nuca deve sempre lembrar o processo meningítico. Tonturas, vertigens — Que lembram muitas vezes uma labirintopatia, são dados relativamente frequentes na síndrome de Barre Liou. Existe a síndrome rara de Claude Bernard-Horner (miose, enoftalmia e diminuição de fenda pálpebra!). Sudorese, inchaço de mão visível - (Não confundir com a "sensação" de inchaço acompanhada de dor que é algodistrofía reflexa de Sudek ou síndrome ombro-mão). Limitação de movimento de coluna cervical -Em bloco, e em íntima ligação com a mesma dificuldade na coluna lombar, é indicativa de uma espondi-lite anquilosante. Distúrbios vasculares — (Fenómeno de Ray-nald) são fatores importantes no diagnóstico diferencial. TESTES ESPECIAIS: algumas manobras específicas devem ser realizadas como parte do exame físico. Dentre estas destacamos: Distração Com o paciente sentado e as mãos do examinador no queixo e na região posterior da cabeça do paciente, realiza-se a distração da região cervical, a qual, ao abrir os forames neurais, pode aliviar a dor consequente à compressão radicular nesse nível. Spurling Realizada com flexão lateral da cabeça do paciente, na qual o examinador realiza pressão sobre o topo da cabeça. O teste é positivo quando ocorre aumento dos sintomas radiculares na extremidade. Dores inespecíficas podem ser consequentes a aumento de pressão das superfícies articulares das vértebras ou devido a espasmos musculares. Lhermitte Usado para o diagnóstico de irritação meníngea, sendo visualizado também na esclerose múltipla. Com o paciente sentado, fiete-se a cabeça de encontro ao tórax, podendo-se sensibilizar o teste com a flexão dos quadris. É positivo quando o paciente refere dor ou parestesias, podendo também se queixar de dor irradiada para as extremidades. Valsalva O paciente deve prender a respiração e fazer força como se quisesse evacuar. Com a manobra ocorre aumento da pressão intratecal, agravando os sintomas de eventuais lesões que comprimem o canal, como tumores e hérnias de disco cervicais. Teste da deglutição Algumas vezes, dor e dificuldade à deglutição podem ser decorrentes de doenças na região anterior da coluna cervical, como protuberâncias ósseas, osteófitos, intumescências dos tecidos moles devido a hematomas, infecções e tumores. Teste da artéria vertebral Testa a patência das artérias vertebrais, as quais atravessam os forames vertebrais. Com o paciente em posição supina, deve ser mantido nas seguintes posições por pelo menos 30 segundos: extensão cervical, rotação para a direita e para a esquerda, rotação para ambos os lados com o pescoço estendido, A rotação para a direita geralmente afeta a artéria vertebral esquerda e vice-versa. Os sintomas de estenose são tonturas, sensação de cabeça vazia e nistagmo. Adson Testa a permeabilidade da artéria subclávia que pode ser comprimida pela costela cervical ou contratura dos músculos escalenos anterior e médio. Palpando-se o pulso radial, deve-se abduzir e rodar externamente o membro superior do paciente. Em seguida, o paciente deve prender a respiração e mover a cabeça em direção ao membro examinado. Qualquer compressão da artéria será percebida como uma diminuição ou mesmo desaparecimento do pulso. Manobras deficitárias Déficits grosseiros de força dos membros superiores são geralmente detectados com as manobras de oposição para grupos musculares específicos (ver Exame neurológico, pág. 12). Mas, muitas vezes nas paresias leves, somente com manobras deficitárias a diminuição de força será detectada. Para tanto, o paciente deve ser mantido sentado, com os braços estendidos para a frente no plano horizontal e os dedos afastados entre si. Essa posição deve ser mantida por 2 minutos e é possível constatar déficits distais, proximais ou globais. SEM. COLUNA TORÁCICA DORSALGIA: a região dorsal por apresentar menos mobilidade é a que tem menor número de casos de artrose. Entretanto, as dores da região dorsal estão frequentemente associadas a patologias mais raras: tumores (principalmente metastáticos), tuberculose, herpes zóster, achatamento de vértebras, etc. Como todas as etiopatogenías foram tratadas na cervical ou serão analisadas na lombar, fica