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dorsal (Fig. 11.8A) ou em decúbito ventral (Fig. 11.SB). Os valores normais variam de 40° a 50°. O aumento da rotação externa em relação à rotação interna revela uma diminuição da anteversão ou retroversão dos colos femorais. No recém-nascido e durante o primeiro ano de vida, a rotação externa é maior que a rotação interna, tendo em vista que na posição fetal intra-uterina o quadril é mantido em flexão e rotação externa. Essa postura promove a contratura dos músculos rotadores externos do quadril, que persiste durante o primeiro ano de vida e manifesta-se clinicamente pelo aumento da rotação externa e diminuição da rotação interna. Abdução - é avaliada em flexão e em extensão. A bacia deve ser mantida fixa. Nas crianças menores, isso pode ser feito com o polegar e o dedo médio da mão oposta, pressionando as espinhas ilíacas ântero-superiores (Fig. 11.9A). Nas crianças maiores, o quadril oposto ao que será examinado pode ser mantido em abdução com o joelho fletido na beira da mesa (Fig. 11.9B). Os valores normais variam de 30° a 45°. No recém-nascido e durante o primeiro ano de vida, a avaliação da abdução é feita preferencialmente corn o quadril e os joelhos em 90°. O valor médio da abdução no recém-nascido é 78°. Na displasia do desenvolvimento, após o período neonatal, na medida em que o quadril permanece luxado, desenvolve-se progressivamente contratura dos adutores e consequente limitação da abdução (Fig. 11.10). Adução - a mensuração da adução é feita em decúbito dorsal mantendo-se o quadril estendido e elevando-se o membro oposto (Fig. 10.9, pág. 217, e Fig. 11.11). Os valores normais na criança variam de 30° a 40", sendo de menor amplitude, média 15o- 17°, no recém-nascido. SINAIS CLÍNICOS E MEDIDAS: Ortolani. Utilizado para o diagnóstico da displasia do desenvolvimento no recém-nascido e descrito por Ortolani em 1948. O bebé deve ser colocado em superfície firme, em ambiente aquecido. Os quadris devem ser mantidos em flexão de 90° e examinados um de cada vez. Ao fazer a abdução da coxa fletida e simultaneamente exercer pressão com o indicador e o dedo médio sobre o trocan-ter maior, produz-se um ressalto provocado pela cabeça femoral sobre o rebordo posterior ao retornar ao acetábulo. Na medida em que o bebé vai crescendo, o sinal de Ortolani vai se tornando egativo e a limitação da abdução se acentua, tornando-se o sinal clínico mais ridente na displasia do desenvolvimento do quadril após o período neonatal. Ao final dos primeiros meses de vida, o sinal de Ortolani torna-se negativo na maioria os casos. Barlow. é uma manobra provocativa para o diagnóstico da displasia do desenvolvimento do quadril no recém- nascido. Visa avaliar se o quadril é luxável. Ambos os quadris são fletidos 90° e um quadril de cada vez é testado. Na primeira etapa, ao pressionar a coxa aduzida no lado medial com o polear e no sentido longitudinal, a cabeça femoral instável desloca-se do acetábulo .ojando-se posterior ao rebordo (Barlow 1). A segunda etapa da manobra de Barlow promove o retorno da cabeça ao ;etábulo ao fazer a abdução da coxa e pressionar simultaneamente a região do 'ocanter maior com o indicador e o dedo médio da mão do examinador (Bar->w2) (Fig. 11.13). Teste da telescopagem. é utilizado para avaliar a instabilidade do quadril. Com o paciente em posição supina, manter o quadril a ser examinado em 90° de flexão. Ao exercer pressão no sentido longitudinal sobre a coxa, a cabeça femoral desloca-se no sentido ântero- posterior (Fig. 11.14). Trendelemburg – ver quadril adulto Teste de Ober. Utilizado para o diagnóstico da contratura em abdução do quadril. A criança é mantida em decúbito lateral com o quadril oposto apoiado em flexão máxima. Com o joelho fletido, o quadril a ser testado é fletido 90° e abduzido. A seguir, o quadril é estendido, e o ângulo formado pela coxa com o eixo do corpo no ponto de resistência revela a magnitude da contratura em abdução (Fig. 11.16). Assimetria de pregas. durante os primeiros meses de vida, com frequência, as pregas glúteas ou das coxas mostram assimetria. Em torno de 30% das crianças normais podem apresentar as pregas glúteas ou das coxas assimétricas. Eventualmente, as pregas inguinais mostram-se assimétricas e podem representar manifestação de displasia do desenvolvimento do quadril. Esse sinal é particularmente importante nas crianças portadoras de displasia do desenvolvimento, entre as idades de 3 e 4 meses, que não mais mostram os sinais de Barlow e Ortolani positivos. Contratura em abdução pode ser detectada pelo exame em decúbito ventral. O examinador estabiliza a bacia com uma de suas mãos e com a mão oposta tenta realizar a adução do quadril a ser testado. O ângulo formado pela coxa com o eixo do corpo no ponto de resistência revela a magnitude da contratura em abdução. Existe associação entre contratura em abdução e displasia acetabular no quadril oposto na criança durante os primeiros meses de vida. A contratura manifesta-se pela assimetria das pregas das coxas e dismetria aparente dos membros inferiores. O quadril oposto apresenta-se radiologicamente displásico, porém sem sinais clínicos de instabilidade. Mais raramente, a contratura em abdução faz parte da sín-drome da moldagem intra-uterina, a qual é composta por assimetria do crânio (plagio-cefalia), escoliose e limitação da abdução do quadril em flexão. Teste de Ely – ver Quadril adulto Teste da adução em flexão. A adução em flexão é geralmente o primeiro movi- mento a sofrer limitação quando existe doença do quadril na criança, como na sinovite transitória, na moléstia de Legg-Calvé-Perthes e na displasia acetabular residual. Deve ser pesquisado com o paciente deitado em superfície firme e plana, com o quadril a ser pesquisado em flexão de 90° (Fig. 11.21). Na medida em que a coxa vai sendo aduzida, o paciente passa a referir dor. Dismetria dos membros inferiores. A diferença no comprimento dos membros inferiores pode ser evidenciada clinicamente pela medida com fita ou com calços colocados sob a extremidade mais curta. A medida do comprimento real é feita com fita métrica desde a espinha ilíaca ântero-superior e o maléolo interno ou a superfície plantar do calcanhar (Fig. 11.22A). Outra maneira clínica utilizada para quantificar a dismetria é por meio da colocação de calços (espessura de 0,5 a 3cm) no membro mais curto até a horizontalização da bacia (Fig. 11.22B). O escanograma e, se necessário, a tomografía computadorizada complementarão a avaliação revelando a medida exata da dismetria. Quando existir contratura em adução, ocorrerá encurtamento aparente no lado da contratura. Da mesma maneira, quando ocorrer contratura em abdução haverá alongamento aparente do lado da contratura. EXAME DA FORÇA MUSCULAR: Flexão - o paciente deve estar sentado à beira da mesa, com as pernas pendentes. Enquanto solicita ao paciente que eleve a coxa, o examinador procura opor resistência pressionando no sentido contrário a parte distai da mesma coxa (Fig. 11.23). Embora o reto anterior, o sartório e o pectíneo contribuam, o ileopsoas é o principal flexor do quadril. Extensão — o paciente deve ser posicionado em decúbito ventral e o joelho fletido para relaxar os isquiotibiais, de modo a excluir a participação desses músculos no movimento de extensão da coxa. Exercendo pressão sobre a face posterior da coxa, o examinador solicita ao paciente que estenda a coxa opondo resistência a esse movimento {Fig. 11.24). Os músculos que contribuem para a extensão do quadril são os glúteos máximo e mínimo, o bíceps da coxa, o semitendíneo, o semimembra-náceo e o adutor