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Aula 30 Portugus Aula 03

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LÍNGUA PORTUGUESA TSE (EXERCÍCIOS) 
PROFESSOR DÉCIO TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1
Aula 3 
(Leitura, compreensão e interpretação de textos. Estruturação do texto e dos 
parágrafos. Articulação do texto: pronomes e expressões referenciais, nexos, 
operadores sequenciais. Significação contextual de palavras e expressões.) 
 Olá, pessoal! 
Como vocês estão? Estudando bastante? 
Olha, Natal e virada de ano estão aí, e o que mais nos preocupa é o 
“assédio de fim de ano”. Cuidado com as festas, os churrascos, isto é, tudo o 
que possa tirar vocês do foco. Isso ocorre mesmo. Não quero dizer que vocês 
não devam sair e se divertir, afinal precisam de descanso. Mas falo do 
excesso!!!! 
Quando estudamos, temos que tomar cuidado com as armadilhas que 
nós mesmos nos colocamos! Quer ver? Quantas vezes alguém já pediu sua 
companhia para comprar um presente ou para ir a um churrasquinho????!!!! 
Ser convidado é normal, aceitar todos os convites, não! 
Por exemplo, quem gosta de tomar uma cerveja e acha que vai 
conseguir sair com os amigos à tarde e estudar satisfatoriamente à noite está 
se enganando!!!!!.... 
Outra coisa: muitas vezes a própria família impõe obstáculos sem 
querer: aquele parente que vem de longe, o amigo que já está de folga do 
trabalho... Casa cheia é um problema!!! 
Isso vai ocorrer, certamente. Então, organize-se!!!!! 
Evite perder tempo de estudo e procure selecionar momentos de 
confraternização sem perda dos tempos de estudo. 
Seu sucesso na prova depende de estratégia e esta estratégia não 
depende só do dia da prova, mais importante é este momento agora! Não 
desvie seu estudo!!!!! 
Passemos agora a trabalhar com o texto. A partir da próxima aula, vou 
procurar inserir pelo menos um texto por aula para que nós possamos 
trabalhar bastante a interpretação, ok!!! 
Como nosso curso é de exercícios, vou evitar inserir base teórica. 
Vamos partir direto para as questões. Sabendo-se que temos nesta aula o 
dever de trabalhar os conteúdos acima elencados, isso será explorado ao longo 
da aula, de forma que gradualmente vamos falar sobre todos esses conteúdos.
Outra coisa importante! Procurei explorar mais provas de nível analista, 
mas na realidade em minhas buscas de provas de nível técnico e analista da 
Consulplan, praticamente não percebi diferença. 
Observação: como não incluí nas aulas anteriores as questões de classe 
gramatical, ortografia e acentuação gráfica presentes nas provas comentadas a 
seguir, inseri esses temas como uma revisão. 
 
 Vamos lá???!!! 
Língua Portuguesa para TSE – Exercícios 
(Técnico e Analista) 
LÍNGUA PORTUGUESA TSE (EXERCÍCIOS) 
PROFESSOR DÉCIO TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 2
TRE RS 2008 Analista (banca Consulplan) 
A Criada 
Seu nome era Eremita. Tinha dezenove anos. Rosto confiante, algumas 
espinhas. Onde estava a sua beleza? Havia beleza nesse corpo que não era 
feio nem bonito, nesse rosto onde uma doçura ansiosa de doçuras maiores era 
o sinal da vida. 
Beleza, não sei. Possivelmente não havia, se bem que os traços 
indecisos atraíssem como água atrai. Havia, sim, substância viva, unhas, 
carnes, dentes, mistura de resistências e fraquezas, constituindo vaga 
presença que se concretizava porém imediatamente numa cabeça 
interrogativa e já prestimosa, mal se pronunciava um nome: Eremita. Os 
olhos castanhos eram intraduzíveis, sem correspondência com o conjunto do 
rosto. Tão independentes como se fossem plantados na carne de um braço, e 
de lá nos olhassem – abertos, úmidos. Ela toda era de uma doçura próxima a 
lágrimas. 
Às vezes respondia com má-criação de criada mesmo. Desde pequena 
fora assim, explicou. Sem que isso viesse de seu caráter. Pois não havia no 
seu espírito nenhum endurecimento, nenhuma lei perceptível. “Eu tive medo”, 
dizia com naturalidade. “Me deu uma fome”, dizia, e era sempre incontestável 
o que dizia, não se sabe por quê. “Ele me respeita muito”, dizia do noivo e, 
apesar da expressão emprestada e convencional, a pessoa que ouvia entrava 
num mundo delicado de bichos e aves, onde todos se respeitam. “Eu tenho 
vergonha”, dizia, e sorria enredada nas próprias sombras. Se a fome era de 
pão – que ela comia depressa como se pudessem tirá-lo – o medo era de 
trovoadas, a vergonha era de falar. Ela era gentil, honesta. “Deus me livre, 
não é?”, dizia ausente. 
Porque tinha suas ausências. O rosto se perdia numa tristeza impessoal 
e sem rugas. Uma tristeza mais antiga que o seu espírito. Os olhos paravam 
vazios; diria mesmo um pouco ásperos. A pessoa que estivesse a seu lado 
sofria e nada podia fazer. Só esperar. 
Pois ela estava entregue a alguma coisa, a misteriosa infante. Ninguém 
ousaria tocá-la nesse momento. Esperava-se um pouco grave, de coração 
apertado, velando-a. Nada se poderia fazer por ela senão desejar que o perigo 
passasse. Até que num movimento sem pressa, quase um suspiro, ela 
acordava como um cabrito recém nascido se ergue sobre suas pernas. Voltara 
de seu repouso na tristeza. 
Voltava, não se pode dizer mais rica, porém mais garantida depois de 
ter bebido em não se sabe que fonte. O que se sabe é que a fonte devia ser 
antiga e pura. Sim, havia profundeza nela. Mas ninguém encontraria nada se 
descesse nas suas profundezas – senão a própria profundeza, como na 
escuridão se acha a escuridão. É possível que, se alguém prosseguisse mais, 
encontrasse, depois de andar léguas nas trevas, um indício de caminho, 
guiado talvez por um bater de asas, por algum rastro de bicho. E – de repente 
– a floresta. 
Ah, então devia ser esse o seu mistério: ela descobrira um atalho para a 
floresta. Decerto nas suas ausências era para lá que ia. Regressando com os 
olhos cheios de brandura e ignorância, olhos completos. Ignorância tão vasta 
que nela caberia e se perderia toda a sabedoria do mundo. 
Assim era Eremita. Que se subisse à tona com tudo o que encontrara na 
LÍNGUA PORTUGUESA TSE (EXERCÍCIOS) 
PROFESSOR DÉCIO TERROR 
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floresta seria queimada em fogueira. Mas o que vira – em que raízes mordera, 
com que espinhos sangrara, em que águas banhara os pés, que escuridão de 
ouro fora a luz que a envolvera – tudo isso ela não contava porque ignorava: 
fora percebido num só olhar, rápido demais para não ser senão um mistério. 
Assim, quando emergia, era uma criada. A quem chamavam 
constantemente da escuridão de seu atalho para funções menores, para lavar 
roupa, enxugar o chão, servir a uns e outros. 
Mas serviria mesmo? Pois se alguém prestasse atenção veria que ela 
lavava roupa – ao sol; que enxugava o chão – molhado pela chuva; que 
estendia lençóis – ao vento. Ela se arranjava para servir muito mais 
remotamente, e a outros deuses. Sempre com a inteireza de espírito que 
trouxera da floresta. Sem um pensamento: apenas corpo se movimentando 
calmo, rosto pleno de uma suave esperança que ninguém dá e ninguém tira. 
A única marca do perigo por que passara era o seu modo fugitivo de 
comer pão. No resto era serena. Mesmo quando tirava o dinheiro que a patroa 
esquecera sobre a mesa, mesmo quando levava para o noivo em embrulho 
discreto alguns gêneros da despensa. A roubar de leve ela também aprendera 
nas suas florestas. 
(Lispector, Clarisse. Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, pág. 117/119)
Questão 1: De acordo com o 1º e 2º parágrafos, é correto afirmar que a 
autora: 
A) Por mais que procurasse, não encontrou beleza alguma em Eremita. 
B) Refere-se a uma beleza, não necessariamente física. 
C) Nega qualquer possibilidade de atrativos na criada que possam conferir-lhe 
atributos estéticos. 
D) Estabelece uma oposição rígida entre carnes, dentes e unhas e a própria 
substância viva de Eremita. 
E) N.R.A.Comentário: Chamamos esse tipo de questão de “interpretação pontual”, 
estratégia muito usada nas provas da banca Fundação Carlos Chagas e 
também na Consulplan. Assim, sempre atente quando a questão apontar o 
local onde se encontra o pedido no texto. 
Esta questão apontou nossa observação apenas nos parágrafos 1 e 2. 
A alternativa (A) está errada, pois o pronome “alguma”, posicionado 
após o substantivo, é uma palavra categórica, isto é, não há qualquer beleza 
em Eremita. Mas isso não está em conformidade aos dois primeiros 
parágrafos, pois lá, dentre outros, foi dito que “Havia beleza nesse corpo que 
não era nem feio nem bonito”. 
A alternativa (B) é a correta, pois os dois primeiros parágrafos não 
apontam com certeza se há ou não beleza física, mas a doçura é apontada 
como uma importante característica. Assim, sua beleza não necessariamente 
seria física. 
A alternativa (C) está errada, pois o pronome “qualquer” é outra palavra 
categórica, que nega um vestígio sequer de atributos estéticos, mas 
percebemos no segundo parágrafo que há indícios de atributos de beleza, 
iniciado pela expressão “se bem que os traços indecisos atraíssem...” 
A alternativa (D) está errada, pois a expressão enumerativa “substância 
viva, unhas, carnes, dentes” são elementos que se complementam, por isso 
LÍNGUA PORTUGUESA TSE (EXERCÍCIOS) 
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não há ideia de oposição. 
Como achamos a alternativa (B) como correta, eliminamos a alternativa 
(E). 
Gabarito: B 
Questão 2: De acordo com os mesmos parágrafos 1º, 2º e parte do 3º, 
Eremita era: 
A) Avessa a trabalhos domésticos. 
B) Marcada por seu olhar libidinoso. 
C) Normalmente solícita em seus afazeres. 
D) De péssimo humor cotidiano. 
E) Extremamente descuidada. 
Comentário: Não há indícios nesses parágrafos de que Eremita fosse avessa 
a trabalhos domésticos, que tivesse olhar libidinoso, péssimo humor ou fosse 
extremamente descuidada. O que percebemos no segundo parágrafo é que 
sua cabeça era interrogativa e “prestimosa” (solícita). Além disso, foi dito no 
terceiro parágrafo que às vezes respondia com má-criação, mas sem que isso 
viesse de seu caráter. Isso reforça que devemos subentender que ela 
desempenhava bem o seu papel no trabalho (normalmente solícita nos seus 
afazeres). 
Gabarito: C 
Questão 3: Pela leitura do 3º parágrafo, pode-se afirmar que as expressões 
usadas por Eremita eram: 
A) Impróprias a qualquer criada. 
B) Agressivas em virtude da sua formação escolar. 
C) Muito cultas em relação ao nível escolar de Eremita. 
D) Inverossímeis. 
E) Simples e convincentes. 
Comentário: Note que no terceiro parágrafo é dito que ela às vezes 
respondia com má-criação, sem que isso viesse de seu caráter, que não havia 
em seu espírito nenhum endurecimento, havia naturalidade, era sempre 
incontestável o que ela dizia. Assim, mostrava-se gentil e honesta. 
Com base nisso, percebemos que as expressões usadas por ela não são 
impróprias a qualquer criada, não são agressivas por causa da sua educação 
escolar, também não são extremamente cultas. O adjetivo “inverossímeis” 
significa aquilo que não é verdade. Não há indício nessas expressões de que 
ela tivesse sido falsa em suas declarações. 
Assim, cabe a alternativa (E), pois ela se mostra uma pessoa simples, 
no seu jeito de agir e falar, e convincente (“sempre incontestável o que ela 
dizia”). 
Gabarito: E 
Questão 4: Nos parágrafos 4, 5 e 6, do texto, a autora descreve a criada 
como uma pessoa: 
A) Com momentos de introspecção que impressionavam. 
B) Impertinente. 
LÍNGUA PORTUGUESA TSE (EXERCÍCIOS) 
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C) De índole perigosa. 
D) Extremamente depressiva. 
E) Extremamente deprimente. 
Comentário: Ao descrever os momentos de ausência, a autora caracteriza os 
momentos de sua tristeza interior, como algo profundo, sem se poder fazer 
algo que a tirasse disso. Por isso, a alternativa correta é a (A). 
Note que as alternativas (B) e (C) estão bem fora do contexto. 
Você poderia ter ficado na dúvida nas alternativas (D) e (E), pois a 
tristeza que a tomava a levava a um aprofundamento de espírito. Mas note 
que a autora nos deixa claro no 6° parágrafo que “a fonte devia ser antiga e 
pura”, isto é, de alguma forma esse aprofundamento a ajudava, 
descaracterizando um estado extremamente depressivo ou deprimente. 
Gabarito: A 
Questão 5: De acordo com os 4 últimos parágrafos pode-se afirmar que a 
personagem Eremita, composta pela autora, era: 
A) Essencialmente subserviente. 
B) Resistente às ordens dos patrões. 
C) Capaz de aliar à sua condição de criada uma dose de altivez interior. 
D) Intempestiva nas relações interpessoais. 
E) Em nada diferente de qualquer criada. 
Comentário: Pelas características ali colocadas, notamos que não cabe a ela 
a característica de subserviente, concorda? Subserviente é aquele que é 
condescendente em demasia, isto é, aceita tudo sem objeção. Note que a 
alternativa (A) insere esta característica como essencial nela, isso só reforça o 
erro. 
A alternativa (B) está errada, pois não há indícios de que ela crie 
resistência às ordens dos patrões. 
A alternativa (C) é a correta e encontramos vestígios nos parágrafos 9° 
(“quando emergia era uma criada”) e 10° (“Ela se arranjava para servir muito 
mais remotamente, e a outros deuses. Sempre com a inteireza de espírito que 
trouxera da floresta. Sem um pensamento: apenas corpo se movimentando 
calmo, rosto pleno de uma suave esperança que ninguém dá e ninguém tira”).
A alternativa (D) está errada, pois não há indícios de que ela fosse 
intempestiva (agir de modo súbito, imprevisto, inopinado) em seus momentos 
de introspecção. 
 A alternativa (E) está errada, pois a palavra “nada” é categórica. A sua 
introspecção, as suas ações a fazem diferente. 
Gabarito: C 
Questão 6: No texto, haverá alteração de sentido, caso se substitua: 
A) “prestimosa” (2º §) por obsequiosa 
B) “enredada” (3º §) por envolvida 
C) “indício” (6º §) por sinal 
D) “atalho” (7º §) por vereda 
E) “emergia” (9º §) por escondia 
Comentário: Vamos direto à alternativa que modifica o sentido? 
Note que “emergia”, no 9° parágrafo marca o momento em que ela saía 
LÍNGUA PORTUGUESA TSE (EXERCÍCIOS) 
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de seu transe, de sua relação interpessoal. Assim, podemos entender que 
nesse momento ela reaparecia, voltava à vida comum. Assim, não cabe a 
substituição por “escondia”. 
As demais alternativas mantêm vocábulos de mesmo significado 
contextual. 
Gabarito: E 
Questão 7: O par de vocábulos, do texto, acentuados pela mesma razão é: 
A) atraíssem / espírito 
B) água / substância 
C) porém / caráter 
D) lá / até 
E) perceptível / mistério 
Comentário: Veja a regra de cada uma das palavras: “atraíssem” (hiato), 
“espírito” (proparoxítona), “água” e “substância” (paroxítonas terminadas em 
ditongos orais “ua” e “ia”, respectivamente), “porém” (oxítona terminada em 
“em”), “caráter” (paroxítona terminada em “r”), “lá” (monossílabo tônico), 
“até” (oxítona terminada em “e”), “perceptível” (paroxítona terminada em “l”), 
“mistério” (paroxítona terminada em ditongo oral “io”). 
Gabarito: B 
Questão 8: Em todas as frases abaixo, transcritas do texto, as formas verbais 
estão flexionadas no mesmo tempo, EXCETO em: 
A) “Onde estava a sua beleza?” 
B) “Beleza, não sei” 
C) “O rosto se perdia numa tristeza impessoal e sem rugas” 
D) “Eu tive medo” 
E) “...ela descobrira um atalho para a floresta” 
Comentário: A banca determinou a exceção dos mesmos tempos verbais a 
alternativa (D), mas isso não é verdade, e não podemos concordar só porquea banca não mudou o gabarito oficial. Isso pode ter ocorrido por muitas 
razões: simplesmente não houve recurso, ou, se houve, não estava dentro 
dos padrões formais etc. 
O fato é que “estava” e “perdia” estão flexionados no tempo pretérito 
imperfeito do indicativo, “sei” está flexionado no presente do indicativo, “tive” 
está flexionado no pretérito perfeito do indicativo e “descobrira” está 
flexionado no pretérito mais-que-perfeito do indicativo. 
A banca não anulou, mas, para nosso estudo ficar correto, temos que 
considerar a questão nula, ok! 
Observação: Uma saída da banca seria ter mudado a alternativa correta para 
(B), pois o único verbo que não se encontra no passado é “sei”, que está no 
presente do indicativo. 
Gabarito: Anulada 
Questão 9: “...ela acordava como um cabrito recém-nascido se ergue sobre 
as pernas”.A palavra sublinhada na frase anterior faz o plural da mesma forma 
que: 
LÍNGUA PORTUGUESA TSE (EXERCÍCIOS) 
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A) livre-pensador 
B) arco-íris 
C) ano-luz 
D) alto-falante 
E) curta-metragem 
Comentário: O adjetivo composto “recém-nascido” é formado pelo advérbio 
“recém” (o qual não se flexiona) e o adjetivo “nascido” (o qual pode se 
flexionar). Assim, sua flexão no plural é: recém-nascidos. 
O mesmo ocorre com a alternativa (D): alto-falantes, pois “alto” é um 
advérbio (o qual não se flexiona) e “falante” é um adjetivo (que se flexiona): 
alto-falantes. 
Veja o plural dos demais: livres-pensadores (as duas palavras são 
pluralizáveis), os arco-íris (invariável), anos-luz (o segundo substantivo é 
invariável, porque determina o primeiro), curtas-metragens (as duas palavras 
são pluralizáveis). 
Gabarito: D 
Questão 10: Assinale a opção em que a partícula “o” sublinhada aparece com 
o mesmo emprego que se apresenta no seguinte trecho do texto: “...e era 
sempre incontestável o que dizia...” (3º §) 
A) Este remédio foi o que o médico receitou. 
B) É necessário que se conheça a história do menino. 
C) Ela sempre o encontrava pelo caminho. 
D) Diga-me: o que você vai fazer hoje? 
E) Ela levava presentes para o noivo. 
Comentário: O vocábulo “o” está diante do vocábulo “que”, neste caso é um 
pronome demonstrativo, pois pode ser substituído por “aquilo”: “...e era 
sempre incontestável aquilo que dizia...” 
O mesmo ocorre na alternativa (A): Este remédio foi aquilo que o 
médico receitou. 
Nas alternativas (B) e (E), o vocábulo “o” é artigo definido, pois se 
encontra antes de substantivo (“menino”, “noivo”). 
Na alternativa (C), o vocábulo “o” é um pronome pessoal oblíquo átono, 
por ser o complemento direto do verbo “encontrava” e retomar nome anterior.
Na alternativa (D), o vocábulo encontra-se antes da palavra “que”. Esta 
estrutura parece ser a mesma da alternativa (A), porém nessa há uma 
expressão interrogativa direta. Note o ponto de interrogação. Assim, dizemos 
que “o que” é uma expressão pronominal interrogativa. 
Gabarito: A 
Questão 11: “Ratificou” tem significado distintivo de seu parônimo “retificou”. 
Das frases abaixo, assinale a que houve troca na escolha dos parônimos entre 
parênteses: 
A) Ele foi preso em flagrante (flagrante – fragrante). 
B) Pede-se muito a descriminação da maconha (discriminar – descriminar). 
C) A alta do petróleo é o reflexo da conjetura econômica atual (conjuntura – 
conjetura). 
D) O deputado exerce o seu segundo mandato (mandato – mandado). 
LÍNGUA PORTUGUESA TSE (EXERCÍCIOS) 
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E) Agiu no restrito cumprimento do dever (cumprimento – comprimento). 
Comentário: Veja bem: o edital do TSE não especificou o tema parônimo, 
mas cabe trabalharmos esta questão, por se tratar de sentido de palavras. 
Assim, parônimos são palavras parecidas com significados diferentes. 
Portanto, “ratificou” significa confirmação, “retificou” significa correção. 
A alternativa (A) está correta, pois “flagrante” (a pessoa é surpreendida 
ao praticar algo). Mas “fragrante” não caberia, pois significa cheiro, fragrância, 
perfume. 
A alternativa (B) está correta, pois “descriminação” significa absolver do 
crime, inocentar, tirar a culpa. Já discriminar pode ter o sentido de diferenciar 
(diferenciar as marcas de um produto ou diferenciar outrem por preconceito). 
A alternativa (C) é a incorreta, pois “conjetura” (ou conjectura) significa 
opinião sem fundamento, por isso não cabe na frase. Já “conjuntura” é o 
mesmo que ocorrência, ocasião, acontecimento. Por isso seria a ideal na frase.
A alternativa (D) está correta, porque “mandado” é uma determinação 
judicial, e “mandato” é o tempo em determinado cargo eletivo. Assim, este 
último foi bem empregado na frase. 
A alternativa (E) está correta, pois “cumprimento” é o ato ou efeito de 
cumprir. Assim, está bem empregado na frase. Já “comprimento” se refere à 
extensão de algo. 
Gabarito: C 
TRE RS 2008 Técnico (banca Consulplan) 
A cidade no alto da colina 
“Se ainda existe alguém que duvida que os EUA são um lugar onde tudo é 
possível, que ainda conjectura se os sonhos de nossos fundadores continuam 
vivos, que ainda questiona o poder de nossa democracia, esta noite é a 
resposta.” No discurso da vitória, no Grant Park de Chicago, Barack Obama foi 
adiante e falou ao mundo: “E para todos aqueles que se perguntam se o farol 
dos EUA ainda brilha com a mesma intensidade, esta noite nós provamos uma 
vez mais que a verdadeira força de nossa nação não emana da capacidade de 
nossas armas ou do tamanho de nossa riqueza, mas do poder persistente de 
nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e inflexível esperança.” O 
novo presidente retomou um fio histórico muito antigo, conectando-se à 
tradição do excepcionalismo americano. 
(Demétrio Magnoli, O Globo, 13 de novembro de 2008 – fragmento)
Questão 12: Considerando trechos transcritos no texto anterior do discurso 
de Barack Obama, avalie as seguintes afirmativas: 
I. Ao dizer a respeito de sonhos que ainda continuam vivos, Obama usa 
recursos que são capazes de sensibilizar e emocionar as pessoas que o 
ouviam. 
II. Obama afirma que a resposta para quaisquer dúvidas que porventura 
poderiam existir a respeito do poder da democracia norte-americana está 
naquela noite, referindo-se à sua vitória como presidente eleito. 
III. Para Obama, a força dos EUA não está apenas na capacidade de suas 
armas ou no tamanho de sua riqueza, mas também nos ideais 
LÍNGUA PORTUGUESA TSE (EXERCÍCIOS) 
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democráticos. 
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s): 
A) I B) I e II C) III D) I e III E) I, II e III
Comentário: A afirmativa I está correta, pois, ao fazer referência ao sonho 
americano, Barak Obama resgata o prestígio histórico da construção daquela 
nação, unindo as emoções atuais com as de outrora, procurando sensibilizar e 
emocionar (e conseguiu). 
A frase II está correta e é um dado literal das linhas 3 e 4 do texto. 
A frase III está errada, pois no discurso não caberia ostentar o poder 
das armas, concorda? Por isso, ele utilizou a expressão “não emana da 
capacidade de nossas armas” (a qual é muito grande) “ou do tamanho da 
nossa riqueza” (que também é grande). São dois dados importantes da 
hegemonia americana mas não foram utilizados como elemento mais 
importante que o “poder persistente” dos ideais americanos. Assim, ele 
valorizou o povo (seus valores, seus ideais) em detrimento do poder de fogo 
ou da riqueza. 
No discurso de Obama, não houve a mesma importância entre o 
material e o imaterial. Ele privilegiou o imaterial. Por isso, esta afirmativa está 
errada. 
Gabarito: B 
Questão 13: O discurso de Obama usandoa 1ª pessoa do plural demonstra: 
A) Supremacia de poder. 
B) Impessoalidade e consequente ausência de compromisso. 
C) A sutileza das suas palavras. 
D) Certa impessoalidade que garante que o discurso não é só dele, mas é 
também a voz do povo norteamericano. 
E) A garantia da veracidade do discurso. 
Comentário: Os textos utilizados em primeira pessoa normalmente fazem 
com que o autor inclua também o leitor no grupo defendido por ele. Esse é um 
recurso muito utilizado nos discursos, como ocorreu no de Barak Obama. Veja 
que com isso o presidente eleito divide a glória com o povo, enfatizando que a 
conquista não é só dele, mas do povo americano. 
Assim, a alternativa (D) é a correta. 
Gabarito: D 
Questão 14: Ao dizer que “O novo presidente retomou um fio histórico muito 
antigo, conectando-se à tradição do excepcionalismo americano”, o autor: 
A) Cria uma expectativa de que o novo presidente será rígido e 
tradicionalista. 
B) Confirma a soberania dos Estados Unidos falando sobre a sua tradição 
excepcional. 
C) Retoma a história norte-americana para atribuir veracidade ao texto. 
D) Atribui ao novo presidente uma condição de imaturidade e ao mesmo 
tempo sensibilidade para com o povo norte-americano. 
E) Indica que o novo presidente faz uma ligação com um histórico norte-
americano de excepcionalismo, de possibilidades. 
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Comentário: Esta questão requereu uma interpretação com dados literais. 
Veja a última frase do texto: 
“O novo presidente retomou um fio histórico muito antigo, conectando-se à 
tradição do excepcionalismo americano.” 
Agora, compare com a alternativa (E), que é a correta literalmente: 
Indica que o novo presidente faz uma ligação com um histórico norte-
americano de excepcionalismo, de possibilidades. 
A alternativa (A) está errada, pois não há indícios de que o novo 
presidente seria “rígido” e “tradicionalista”. 
A alternativa (B) está errada, pois não houve a intenção de confirmar a 
soberania dos Estados Unidos. 
A alternativa (C) está errada, pois a retomada dos ideais históricos não 
foram para dar veracidade ao texto, mas para emocionar, dar crédito ao seu 
governo, impactar e mostrar que seu governo tem os mesmos ideais das 
virtudes dos americanos. 
A alternativa (D) está errada, pois a palavra “imaturidade” é descabida 
no contexto. 
Gabarito: E 
TEXTO II 
Artigo Final 
Fica proibido o uso da palavra liberdade, 
a qual será suprimida dos dicionários 
e do pântano enganoso das bocas. 
A partir deste instante 
a liberdade será algo vivo e transparente 
como um fogo ou um rio, 
ou a semente do trigo 
e a sua morada será sempre 
o coração do homem. 
(Mello, Thiago de. Os estatutos do homem. 6.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1986. 
fragmento)
Questão 15: A respeito das palavras acentuadas no texto é correto afirmar 
que: 
A) Todas as palavras receberam acento pelo mesmo motivo. 
B) O til da palavra coração também pode ser considerado um sinal de 
acentuação. 
C) Apenas as palavras será e dicionários receberam acento pelo mesmo 
motivo. 
D) Apenas as palavras pântano e dicionários receberam acento pelo mesmo 
motivo. 
E) Será, dicionários e pântanos são acentuadas por motivos diferentes.
Comentário: O texto possui palavras acentuadas graficamente: “será” é 
oxítona terminada em “a”, “dicionários” é paroxítona terminada em ditongo 
oral, “pântano” é proparoxítona. 
Além disso, perceba que o til é chamado de notação léxica, isto é, uma 
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forma gráfica de apontar a nasalização da vogal “a”. Por isso, não é 
considerado uma acentuação gráfica. 
Assim, eliminamos as alternativas (A), (B), (C) e (D), e percebemos que 
a alternativa (E) é a correta. 
Gabarito: E 
Questão 16: O texto II é a última estrofe de um dos poemas mais conhecidos 
do poeta Thiago de Mello, intitulado “Os estatutos do homem”. A respeito da 
linguagem usada no fragmento transcrito é correto afirmar que: 
I. Predomina a linguagem coloquial para que o texto se torne claro e 
objetivo. 
II. Trata-se de uma linguagem técnica já que o poeta faz uma alusão à 
Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
III. O autor aproveita poeticamente o formato e a linguagem do texto 
normativo para escrever o seu poema. 
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s): 
A) I e II B) III C) II D) I E) I, II e III 
Comentário: Podemos dividir o poema “Artigo Final” em duas partes 
basicamente: a primeira parte é composta pelos dois primeiros versos e a 
segunda, pelos versos 3 a 9. Veja: 
Fica proibido o uso da palavra liberdade, 
a qual será suprimida dos dicionários 
e do pântano enganoso das bocas. 
A partir deste instante 
a liberdade será algo vivo e transparente 
como um fogo ou um rio, 
ou a semente do trigo
e a sua morada será sempre 
o coração do homem. 
A frase I está errada. Linguagem coloquial é própria da fala, descuidada 
do rigor gramatical, e percebemos que o texto mantém a gramaticalidade. 
A frase II está errada, simplesmente porque não há indício no texto de 
que haja referência à Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
A frase III está correta, pois percebemos que o poeta aproveita a 
estrutura inicial de uma linguagem técnica para em seguida ampliar os 
sentidos dos vocábulos a uma linguagem figurada e bem cuidada 
poeticamente. 
Gabarito: B 
Questão 17: A estrofe transcrita tem como tema principal: 
A) O coração do homem. 
B) Os direitos humanos. 
C) A declaração dos deveres humanos. 
D) A constante mentira em que as pessoas vivem. 
E) A liberdade. 
Linguagem 
técnica: própria de
leis, estatutos etc.
Linguagem 
poética, com 
palavras de 
sentido figurado
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Comentário: Os versos mais importantes, como conteúdo do poema, são: 
“Fica proibido o uso da palavra liberdade” e “a liberdade será algo vivo e 
transparente”. 
Assim, o tema central envolve a liberdade. 
Gabarito: E 
TRE SC 2008 Técnico (banca Consulplan) 
O homem – gravador 
Dizer que ele era louco por música é pouco. Lionel Mapleson era filho do 
secretário musical da rainha Vitória, sobrinho de um dos maiores empresários 
ingleses de óperas e já havia estudado canto e violino. Mas só sossegou 
quando conseguiu, aos 25 anos, virar bibliotecário do Metropolitan Opera de 
Nova York, desde aquela época a maior casa americana de espetáculos de 
música erudita. 
Nascido na Inglaterra e radicado dos EUA, Mapleson era amigo pessoal 
de Thomas Edison, de quem adquiriu um fonógrafo. Naquele ano de 1900, 
esse aparelho enorme, com cilindros de cera em vez de discos e um cornetão 
do tamanho de uma pessoa, era o que havia de mais moderno em termos de 
gravação e reprodução de som. 
Fascinado com seu novo brinquedinho, Mapleson teve uma idéia genial: 
gravar as apresentações de ópera do Metropolitan para colecioná-las e ouvi-
las quando quisesse. Até então, ninguém tinha tido a sacada de gravar shows 
ao vivo. Mesmo porque, como já foi possível perceber, aquele gravadorzinho 
do começo do século 20 estava longe de ser um aparelho de bolso. Só mesmo 
com muita influência para convencer os administradores da casa a colocar o 
trambolho dentro do ponto – um buraco na beira do palco de onde auxiliares 
sopravam o texto da ária para os cantores. Mas, como prejudicava a visão, o 
fonógrafo foi gongado pela platéia. O jeito foi levá-lo para a coxia, o que 
justifica a péssima qualidade das gravações: “É como ouvir concerto num 
camarim cheio de gente atravésde uma porta que fica abrindo e fechando”, 
definiu um amigo. 
Por 4 anos, Mapleson gravou centenas de cilindros de dois minutos, 
entre eles os únicos registros de óperas cantadas por Jean de Reszke, o maior 
tenor do mundo até aparecer Caruso. Também são dele as primeiras 
gravações de hits eruditos como a ária Ritorna Vincitor da ópera Aída, de 
Verdi, e o Coro dos Soldados, do Fausto de Gounod. Mas a festa acabou 
quando grandes gravadoras, pegando carona na idéia de Mapleson, fecharam 
contratos para registrar os recitais. Delicadamente, o Metropolitan pediu que 
ele levasse seu brinquedinho de volta para casa. E Mapleson voltou ao 
anonimato. Até tentou negociar com gravadoras londrinas para ter seus 
cilindros transformados em discos. Mas isso só aconteceu no final de sua vida, 
quando as gravações foram redescobertas por colecionadores e acabaram 
reeditadas em elepês. 
Mapleson morreu aos 72 anos, ainda como bibliotecário do teatro, sem 
imaginar que os frutos da sua inocente idéia traria muita alegria aos fãs de 
música erudita e inspiraria a maior dor de cabeça da indústria fonográfica: a 
pirataria. 
(Texto Ayrton Mugnaini Jr.Revista “ Superinteressante”. Julho/2008 p. 54.)
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Questão 18: Duas palavras do texto que recebem acento gráfico em razão de 
regras ortográficas diferentes são: 
A) música – ópera 
B) é – já 
C) secretário – empresários 
D) idéia – platéia 
E) até – só 
Comentário: As palavras “música” e “ópera” são acentuadas por serem 
proparoxítonas, “é” e “já” são monossílabos tônicos terminados em “e” e “a”, 
respectivamente. As palavras “secretário” e “empresários” são acentuadas por 
serem paroxítonas terminadas em ditongo oral, “idéia” e “platéia” tinha acento 
gráfico por possuir o ditongo aberto tônico “éi”. A partir de 2009, esse acento 
gráfico deixou de ser utilizado, por ser uma palavra paroxítona. 
Na alternativa (E), há regras de acentuação gráfica diferentes, pois “até” 
é uma oxítona terminada em “e”, e o vocábulo “só” é um monossílabo tônico 
terminado em “o”. 
Gabarito: E 
Questão 19: No texto, haverá alteração de sentido, caso se substitua: 
A) “Fascinado com seu novo brinquedinho...” (3º§) por deslumbrado 
B) “Só mesmo com muita influência para convencer... (3º§) por prestígio 
C) “... sopravam o texto da ária para os cantores.” (3º§) por canção 
D) “E Mapleson voltou ao anonimato.” (4º§) por renomado 
E) “... aos fãs de música erudita e inspiraria a maior dor de cabeça...” (5º§) 
por influenciaria 
Comentário: A alternativa (A) está correta, pois o particípio “Fascinado” 
significa “deslumbrado”, “encantado”. 
A alternativa (B) está correta, pois “influência” significa, neste contexto, 
ação que uma pessoa exerce sobre a outra, poder, crédito, prestígio. 
A alternativa (C) está correta, pois “ária” significa “peça de música para 
uma só voz”, “melodia”, “cantiga”. Assim, “canção” é uma palavra que 
substitui plenamente o vocábulo “ária”. 
A alternativa (D) é a errada, pois o “anonimato” significa a pessoa que 
passa despercebido, sem renome, sem prestígio. Assim, “renomado” é 
justamente o contrário do vocábulo “anonimato”. 
A alternativa (E) está correta, pois inspirar significa, neste contexto, 
entusiasmar-se, influenciar-se. Assim, o verbo “inspiraria” é o mesmo que 
“influenciaria”. 
Gabarito: D 
Questão 20: A frase que NÃO apresenta qualquer exemplo de comparativo 
ou superlativo é: 
A) “... e já havia estudado canto e violino.” 
B) “... desde aquela época a maior casa americana...” 
C) “... havia de mais moderno em termos de gravação...” 
D) “... por Jean Reszke, o maior tenor de óperas cantadas do mundo...” 
E) “... e inspiraria a maior dor de cabeça da indústria...” 
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Comentário: A alternativa (A) não possui elemento comparativo, nem 
superlativo. 
Na alternativa (B), a expressão “a maior casa” apresenta o grau 
superlativo. 
Na alternativa (C), a expressão “mais moderno” apresenta o grau 
superlativo. 
Na alternativa (D), a expressão “o maior tenor” apresenta o grau 
superlativo. 
Na alternativa (E), a expressão “a maior dor” apresenta o grau 
superlativo. 
Gabarito: A 
Questão 21: Assinale a alternativa em que NÃO há relação entre o pronome 
destacado e a palavra ou expressão enunciada entre parênteses: 
A) “Dizer que ele era louco por música...” 1º§ (Lionel Mapleson) 
B) “O jeito foi levá-lo para a coxia...” 3º§ (fonógrafo) 
C) “mas isso só aconteceu no final...” 4º (cilindros transformados em discos) 
D) “... para colecioná-las...” 3º§ (apresentações de óperas) 
E) “... também são dele as primeiras gravações...” 4º§ (Caruso)
Comentário: Esta questão trabalha diretamente o conteúdo previsto no 
edital, sobre o emprego de coesão dos pronomes, o qual vimos também na 
aula passada. 
Os pronomes podem retomar um termo (recurso anafórico) ou projetá-
lo (recurso catafórico). 
Na alternativa (A), o pronome “ele” projeta o substantivo posterior 
(recurso catafórico) “Lionel Mapleson”. 
Dizer que ele era louco por música é pouco. Lionel Mapleson era filho 
do secretário musical da rainha Vitória... 
Na alternativa (B), o pronome “-lo” retoma (recurso anafórico) o 
substantivo “fonógrafo”: “...o fonógrafo foi gongado pela platéia. O jeito foi 
levá-lo para a coxia...” 
Na alternativa (C), o pronome “isso” normalmente retoma uma ação, 
como ocorreu com “cilindros transformados em discos”. 
Na alternativa (D), o pronome “-las” retoma a expressão também 
feminina e plural “apresentações de óperas”. 
A alternativa (E) é a errada, pois o pronome “dele” retoma o substantivo 
“Mapleson”, e não “Caruso”, pois Mapleson, além de gravar os únicos registros 
de óperas cantadas por Jean de Reszke, também gravou os hits eruditos como 
a ária Ritorna Vincitor da ópera Aída, de Verdi, e o Coro dos Soldados, do 
Fausto de Gounod. 
Gabarito: E 
Questão 22: Assinale a alternativa em que há ERRO de flexão verbal: 
A) Todos diziam que ele era louco por música. 
B) Não queiram destruir as gravações das óperas. 
C) Se as gravadoras proporem um bom negócio, ele concordará. 
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D) Peça a ele que leve seu brinquedinho de volta para casa. 
E) Quando o vir, fale com ele. 
Comentário: A alternativa (A) está correta, pois “diziam” e “era” são a flexão 
no pretérito imperfeito do indicativo do verbo “dizer” e “ser”, respectivamente.
A alternativa (B) está correta, pois “queiram” é a flexão no presente do 
subjuntivo do verbo “querer”. 
A alternativa (C) é a flexão errada, pois o verbo “propor”, conjugado na 
terceira pessoa do futuro do subjuntivo é “propuserem”. O verbo 
“concordará” está corretamente flexionado no futuro do presente do 
indicativo. 
A alternativa (D) está correta, pois “Peça” é o imperativo afirmativo do 
verbo “pedir” e “leve” é o presente do subjuntivo do verbo “levar”. 
A alternativa (E) está correta, pois o verbo “ver” está conjugado no 
futuro do subjuntivo (Quando eu vir, tu vires, ele vir, nós virmos, vós virdes, 
eles virem). O verbo “fale” está corretamente flexionado na terceira pessoa do 
singular do imperativo afirmativo. 
Gabarito: C 
Questão 23: Segundo o texto: 
A) Mapleson estudou música no Metropolitan Opera de Nova York. 
B) As gravações de Caruso são referências na fonografia de Mapleson. 
C) As gravações de Mapleson acabaram contribuindo para a preservação de 
importante tesouro musical. 
D) A utilização da coxia proporcionou uma acentuada melhoria na qualidade 
das gravações de Mapleson. 
E)A gravação do Coro dos Soldados, da ópera Fausto, feita por Mapleson é 
considerada até hoje como uma das melhores do gênero. 
Comentário: A alternativa (A) está errada, porque o texto nos informa que 
“Mapleson” era o bibliotecário do Metropolitan Opera de Nova York. Ele 
estudou canto e violino, mas não há referência no texto de que ele tenha feito 
esse estudo naquela casa de espetáculos de música erudita. 
A alternativa (B) está errada, pois o 4° parágrafo nos informa que foram 
as gravações de “Jean de Reszke” as referências na fonografia de Mapleson. 
A alternativa (C) é a correta, pois no início do 4° parágrafo foi informado 
que Mapleson gravou centenas de cilindros de dois minutos e entre eles os 
únicos registros de óperas cantadas por Jean de Reszke, o maior tenor do 
mundo até aparecer Caruso e os hits eruditos como a ária Ritorna Vincitor da 
ópera Aída, de Verdi, e o Coro dos Soldados, do Fausto de Gounod. 
Isso certamente contribuiu para a preservação de importante tesouro 
musical. 
A alternativa (D) está errada, porque, no terceiro parágrafo, é expresso 
que a coxia justifica a péssima qualidade da gravação. 
A alternativa (E) está errada, pois o terceiro parágrafo nos mostra a 
péssima qualidade da gravação. Assim, a gravação do Coro dos Soldados não 
poderia ser considerada a melhor do gênero, se levarmos em conta a 
qualidade da gravação. Além disso, se levarmos em conta a qualidade do 
gênero musical, também não há qualquer indício no texto que informe que 
esse gênero tenha sido o melhor até hoje. 
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Gabarito: C 
Questão 24: O texto faz referência à pirataria porque: 
A) Mapleson copiava as gravações das audições musicais. 
B) A atitude de Mapleson era antiética. 
C) As gravações de Mapleson eram bem feitas. 
D) Desde a época de Mapleson, era comum a pirataria. 
E) N.R.A. 
Comentário: Considerando-se que o texto deixa claro que Mapleson não 
copiava gravações, mas as fazia diretamente do artista, percebemos que suas 
gravações não têm denotação antiética. Considerando-se também que no 
terceiro parágrafo foi afirmado que o som era de péssima qualidade e que não 
foi afirmado no texto que, à época de Mapleson, era comum a pirataria, 
percebemos que não há resposta correta para esta questão. Por isso devemos 
assinalar a alternativa (E). 
Gabarito: E 
CEAGESP 2008 Advogado (banca Consulplan) 
TRATAMENTO DE CHOQUE 
A refrigeração é uma questão delicada para os fruticultores. As baixas 
temperaturas, ao mesmo tempo em que são necessárias à conservação das 
frutas, também podem causar danos ao produto, se a exposição ao frio for 
prolongada. Essa contradição, entretanto, está com os dias contados. É o que 
promete um novo método desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de 
Fisiologia e Bioquímica Pós-Colheita da Esalq – Escola Superior de Agricultura 
Luiz de Queiroz. 
O processo, chamado de condicionamento térmico, consiste em 
mergulhar o fruto em água quente antes de refrigerá-lo. “O frio faz com que a 
fruta fique vulnerável à ação de substâncias que deterioram a casca, mas o 
uso da água quente ativa seu sistema de defesa”, afirma o pesquisador 
Ricardo Kluge. 
A temperatura da água e a duração do mergulho variam para cada 
espécie, mas, em média, as frutas são mantidas em 52 graus por poucos 
minutos. Em alguns casos, o tratamento aumenta a conservação em até 50% 
do tempo; se um produto durava 40 dias em ambiente frio, pode passar a 
durar 60. 
Resistência. A Esalq também desenvolveu um outro tipo de tratamento, 
o “aquecimento intermitente”. Essa técnica consiste em pôr a fruta em 
ambiente refrigerado e, depois de dez dias, deixá-la em temperatura ambiente 
por 24 horas, para então devolvê-la à câmara fria. “Isso faz com que o 
produto crie resistência ao frio e não seja danificado”, afirma Ricardo Kluge. 
Para o produtor de pêssegos Waldir Parise, isso será muito válido, pois 
melhora a qualidade final do produto. Ele acredita que a nova técnica 
aumentará o valor da fruta no mercado. “Acho que facilitará bastante nossa 
vida.” 
De acordo com o pesquisador Kluge, o grande desafio é fazer com que 
essa novidade passe a ser usada pelo produtor. “No começo é difícil, pois 
muitos apresentam resistência às novidades”, diz. Neste ano, os 
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pesquisadores trabalharão mais próximos dos agricultores, tentando ensinar-
lhes a técnica. “Acho que daqui a três anos ela será mais usada”. O Chile já 
usa o método nas ameixas. 
As frutas tropicais devem ser as mais abordadas pelo estudo, pois não 
apresentam resistência natural às baixas temperaturas. A pesquisa testou o 
método só no limão taiti, na laranja valência e no pêssego dourado-2. 
(Luis Roberto Toledo e Carlos Gutierrez. Revista Globo Rural – Março/2006)
Vamos estruturar este texto, como está previsto no edital do TSE? 
Isso é importante também para depois respondermos às questões. 
Todo texto veicula um assunto, que é especificado pela visão do autor, a 
qual chamamos de tema. O tema é a ideia principal do texto, é o resumo em 
uma palavra ou expressão do conteúdo central. 
Esse resumo pode ser expresso no título, e isso já nos ajuda muito na 
interpretação do texto. Candidato que realiza a leitura de um texto para 
interpretá-lo e não se lembra do título ou não entendeu seu emprego, é sinal 
de que não interpretou bem o texto, pois o título nos induz ao caminho 
principal das ideias do autor, ou pelo menos sugere. 
Muitas vezes o posicionamento do autor é expresso numa frase, a qual 
chamamos de tese. Essa tese normalmente é expressa na introdução do texto, 
mas pode aparecer também no seu final, na conclusão. 
 O parágrafo de introdução: 
No texto ora lido, perceba que a primeira frase “A refrigeração é uma 
questão delicada para os fruticultores.” é a tese. Esta frase nos mostra que o 
assunto a ser tratado no texto impõe contrastes. 
Em seguida, ainda neste primeiro parágrafo, há uma explicação de a 
refrigeração ser interpretada como questão delicada para os fruticultores: as 
baixas temperaturas são necessárias, mas podem causar danos. Em seguida, é 
sugerida uma abertura de técnicas possíveis para solucionar o problema (final 
do primeiro parágrafo). Dessa forma, o autor introduziu o texto, gerando uma 
expectativa em sua leitura, o leitor vê necessidade de continuar lendo o texto 
para entender essas técnicas, que serão são desenvolvidas e explicadas nos 
parágrafos seguintes. 
Os parágrafos de desenvolvimento: 
Nesta parte do texto, o leitor observa que há uma ampliação dos 
argumentos iniciados na introdução. Agora, é hora de provar o que fora dito 
anteriormente. 
Para tanto, o autor pode se valer de contrastes (“mas o uso da água 
quente ativa seu sistema de defesa”, “mas, em média, as frutas são mantidas 
em 52 graus por poucos minutos.”), explicações (“O processo consiste em 
mergulhar o fruto em água quente antes de refrigerá-lo”, “Essa técnica 
consiste em pôr a fruta em ambiente refrigerado”, “pois melhora a qualidade 
final do produto.”), conformidade ou argumento de autoridade (“É o que 
promete um novo método desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de 
Fisiologia e Bioquímica Pós-Colheita da Esalq – Escola Superior de Agricultura 
Luiz de Queiroz”, “afirma o pesquisador Ricardo Kluge”, “Para o produtor de 
pêssegos Waldir Parise,”, causa/consequência (“O frio faz com que a fruta 
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fique vulnerável”, “o uso da água quente ativa seu sistema de defesa”), dado
estatístico ou estimativa (“aumentaa conservação em até 50% do tempo”) 
etc. 
 O importante é você perceber que nos parágrafos de desenvolvimento 
são feitas as análises para provar o que foi afirmado na introdução do texto. 
O parágrafo de conclusão: 
Aqui, podemos perceber que, após toda a argumentação nos parágrafos 
de desenvolvimento, o autor chega a uma conclusão que confirma o que foi 
dito na introdução. Isto é, os dados elencados nos parágrafos de 
desenvolvimento servem para convencer o leitor sobre a opinião do autor, 
expressa pela tese do texto, a qual será ratificada (confirmada) no parágrafo 
de conclusão. É como se ele dissesse informalmente ao leitor: 
“Está vendo, leitor, como foi importante o meu discurso inicial? Com isso, 
devemos realizar tais ações... ou prestar atenção em tais aspectos... ou nos 
mover a evitar tais problemas... e assim por diante”. 
Com base em nossa conversa sobre o texto lido, agora vamos às 
questões!!!! 
Questão 25: Segundo o texto, entre a refrigeração e os fruticultores há uma: 
A) Oposição ideológica. 
B) Semelhança espacial. 
C) Utilização benéfica e maléfica. 
D) Ausência de utilidade. 
E) Utilização desnecessária. 
Comentário: Esta questão aborda justamente a tese do texto: “A 
refrigeração é uma questão delicada para os fruticultores.” 
Assim, entre a refrigeração e os fruticultores, há uma questão delicada, 
que será explicada em seguida: as baixas temperaturas são necessárias à 
conservação das frutas (utilização benéfica), mas também pode causar danos 
(utilização maléfica). Tudo vai depender do uso pelo fruticultor. 
Assim, explicitamente sabemos que a alternativa correta é a (C). 
Veja que a alternativa (A) está errada, porque não há oposição 
ideológica entre refrigeração e fruticultores. 
A alternativa (B) está errada, porque não se pode dizer que os dois 
ocupam o mesmo espaço. 
As alternativas (D) e (E) praticamente têm a mesma ideia: a pouca 
utilidade. Por isso, estão erradas. 
Gabarito: C 
Questão 26: O emprego das aspas no segundo parágrafo: 
A) Ressalta a importância da nova técnica. 
B) Serve para ressaltar a fala do autor da reportagem. 
C) Serve para ressaltar a fala do pesquisador. 
D) Serve para complementar a reportagem. 
E) Explica o que é o aquecimento intermitente. 
Comentário: A citação (trecho da afirmação de alguém) é uma forma de o 
autor confirmar o que está sendo argumentado no texto. Por isso, várias 
vezes no texto percebemos as falas de pesquisadores. Isso é feito para que o 
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leitor tenha uma maior confiança nos argumentos elencados pelo autor. 
Essa citação normalmente é limitada pelas aspas, para que o leitor não 
confunda o que é afirmado por ele ou pela citação da fala de alguém. 
Assim, cabe apenas a alternativa (C) como correta. 
Gabarito: C 
Questão 27: “No começo é difícil, pois muitos apresentam resistências às 
novidades”. Pelo processo da intertextualidade a alternativa que contém uma 
citação com o mesmo valor semântico do período acima é: 
A) “À mente apavora o que ainda não é mesmo velho”. 
B) “...o horror de um progresso vazio” 
C) “Oh! Mundo tão desigual! De um lado esse carnaval, de outro a fome 
total”. 
D) “Foste um difícil começo”. 
E) “Como vai explicar vendo o céu clarear sem lhe pedir licença”.
Comentário: Primeiro, vamos entender o que significa: 
Intertextualidade: É o cuidado que se tem num texto de absorver os 
conhecimentos, conceitos, observações elencados em outros textos 
renomados, conhecidos. Normalmente isso é feito para levantar mais crédito 
ao argumento defendido pelo autor. 
Citação: É o recorte da fala de alguém ou de algum trecho de texto. 
Valor semântico: É a conservação do sentido de uma expressão por outra. 
A questão, então, quer saber se o candidato consegue verificar o sentido 
da expressão “No começo é difícil, pois muitos apresentam resistências às 
novidades”, contida no texto, com outras expressões retiradas de outros 
textos (citações). Isso é a intertextualidade: 
Neste trecho, a ideia de muitos apresentarem resistências às novidades 
significa que é fácil lidar com aquilo que já conhecemos, pois nos 
acomodamos com o velho. Por isso, a novidade traz receio. 
A alternativa (A) é a correta, pois o que ainda não é velho (conhecido 
plenamente por mim) apavora. Isso é o mesmo que muitos resistirem às 
novidades, concorda?!!!!! 
A alternativa (B) apresenta a expressão “...o horror de um progresso 
vazio”, a qual significa uma desaprovação à ascensão sem base. Isso não diz 
respeito à frase do texto. 
A alternativa (C) apresenta a expressão “Oh! Mundo tão desigual! De 
um lado esse carnaval, de outro a fome total”, que mostra os contrastes 
sociais, como uma crítica. Isso não tem relação com a frase do texto. 
A alternativa (D) apresenta a expressão “Foste um difícil começo”, a 
qual indica simplesmente que o começo foi difícil, mas não necessariamente 
que alguém tem medo desse começo. Por isso, está diferente da 
argumentação da frase do texto. 
A alternativa (E) apresenta a expressão “Como vai explicar vendo o céu 
clarear sem lhe pedir licença”, a qual nos remete à indagação da explicação de 
algo que não conhecemos. 
Gabarito: A 
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Questão 28: Assinale a frase em que o vocábulo destacado tem seu 
antônimo corretamente indicado: 
A) “A refrigeração é uma questão delicada para os fruticultores”: difícil 
B) “ ... se a exposição ao frio for prolongada”: rápida 
C) “ O frio faz com que a fruta fique vulnerável à ação de substâncias...” : 
desamparados 
D) “Acho que facilitará bastante nossa vida.”: suficientemente 
E) “No começo é difícil, pois muitos apresentam resistência às novidades...”: 
empecilho. 
Comentário: Antônio é o sentido contrário da palavra. 
Na alternativa (A), o adjetivo “delicada” tem seu sentido preservado 
com o adjetivo “difícil”. 
A alternativa (B) é a correta, pois o adjetivo “prolongada” é o oposto de 
“rápida”. 
Na alternativa (C), o adjetivo “desamparados” não mantém o mesmo 
sentido, mas também não marca a oposição. Por isso, está errada. 
Na alternativa (D), o advérbio “bastante” tem o seu sentido preservado 
no advérbio “suficientemente”. 
Na alternativa (E), o substantivo “resistência” tem o seu sentido 
preservado no substantivo “empecilho”. 
Gabarito: B 
Questão 29: “Para o produtor de pêssegos Waldir Parise, isso será muito 
válido...” A palavra sublinhada nessa frase tem como referente: 
A) “... a temperatura da água e a duração do mergulho...” 
B) “A refrigeração é uma questão delicada para os fruticultores”. 
C) “ ... o produto crie resistência ao frio e não seja danificado”. 
D) “Essa contradição, entretanto, está com os dias contados”. 
E) “ ... aumenta a conservação em até 50% do tempo...” 
Comentário: Esta questão trabalha especificamente a coesão referencial, isto 
é, o pronome trabalha em recurso anafórico e devemos saber 
contextualmente a que termo ele se refere. Para tanto, veja que o primeiro 
pronome “isso” retoma todo o período anterior, o qual se encontra sublinhado:
“Essa técnica consiste em pôr a fruta em ambiente refrigerado e, depois de 
dez dias, deixá-la em temperatura ambiente por 24 horas, para então 
devolvê-la à câmara fria¹. “Isso¹ faz com que o produto crie resistência 
ao frio e não seja danificado²”, afirma Ricardo Kluge. Para o produtor de 
pêssegos Waldir Parise, isso² será muito válido, pois melhora a qualidade 
final do produto. Ele acredita que a nova técnica aumentará o valor da fruta 
no mercado. “Acho que facilitará bastante nossa vida.” 
Agora, veja que o segundo pronome “isso” retoma a expressão “o 
produtocrie resistência ao frio e não seja danificado” (em negrito). Assim, a 
alternativa correta é a (C). 
Gabarito: C 
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A ENERGIA E OS CICLOS INDUSTRIAIS 
No decorrer da história, a ampliação da capacidade produtiva das 
sociedades teve como contrapartida o aumento de consumo e a contínua 
incorporação de novas fontes de energia. Entretanto, até o século XVIII, a 
evolução do consumo e o aprimoramento de novas tecnologias de geração de 
energia foram lentos e descontínuos. 
A Revolução Industrial alterou substancialmente esse panorama. Os 
ciclos iniciais de inovação tecnológica da economia industrial foram marcados 
pela incorporação de novas fontes de energia: assim, o pioneiro ciclo 
hidráulico foi sucedido pelo ciclo do carvão, que por sua vez cedeu lugar ao 
ciclo do petróleo. 
Em meados do século XIX, as invenções do dínamo e do alternador 
abriram o caminho para a produção de eletricidade. A primeira usina de 
eletricidade do mundo surgiu em Londres, em 1881, e a segunda em Nova 
York, no mesmo ano. Ambas forneciam energia para a iluminação. Mais tarde, 
a eletricidade iria operar profundas transformações nos processos produtivos, 
com a introdução dos motores elétricos nas fábricas, e na vida cotidiana das 
sociedades industrializadas, na qual foram incorporados dezenas de 
eletrodomésticos. 
Nas primeiras décadas do século XX, a difusão dos motores a combustão 
interna explica a importância crescente do petróleo na estrutura energética 
dos países industrializados. Além de servir de combustível para automóveis, 
aviões e tratores, ele também é utilizado como fonte de energia nas usinas 
termelétricas e ainda, é matéria-prima para muitas indústrias químicas. Desde 
a década de 1970, registrou-se também aumento significativo na produção e 
consumo de energia nuclear nos países desenvolvidos. 
Nas sociedades pré-industriais, entretanto, os níveis de consumo 
energético se alteraram com menor intensidade, e as fontes energéticas 
tradicionais – em especial a lenha – ainda são predominantes. Estima-se que 
o consumo de energia comercial per capita no mundo seja de 
aproximadamente 1,64 toneladas equivalentes de petróleo (TEP) por ano, mas 
esse número significa muito pouco: um norte-americano consome 
anualmente, em média, 8 TEPs contra apenas 0,15 consumidos por habitante 
em Bangladesh e 0,36 no Nepal. 
Os países da OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento 
Econômico), que possuem cerca de um sexto da população mundial, são 
responsáveis por mais da metade do consumo energético global. Os Estados 
Unidos, com menos de 300 milhões de habitantes, consomem quatro vezes 
mais energia do que o continente africano inteiro, onde vivem cerca de 890 
milhões de pessoas. 
(Magnoli, Demétrio, Regina Araújo, 2005. Geografia – A construção do mundo. Geografia 
Geral e do Brasil, Moderna – pg. 167)
Questão 30: Observando-se o tipo de composição do texto, conclui-se que 
ele é: 
A) Dissertativo informativo 
B) Descritivo com inclusão de narração 
C) Narrativo com exclusão de descrição 
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D) Dissertativo polêmico 
E) Argumentativo opinativo 
Comentário: No edital do TSE não está explícita a cobrança dos tipos de 
texto. Assim, não temos que decorar quais são esses tipos de texto, mas isso 
vai nos ajudar a entender a estrutura dele, pois vai depender da intenção do 
texto. Basicamente, os tipos de texto são: 
Narrativo: conta-se uma história. 
Descritivo: há enumeração de elementos, características e ações. 
Dissertativo: informa-se, argumenta-se, debate-se sobre algum tema, algum 
assunto. 
O texto dissertativo basicamente significa falar sobre alguma coisa. A 
postura do autor perante essas informações são importantes para 
entendermos o seu ponto de vista. Assim, quando o autor evidencia suas 
opiniões no texto, dizemos que o texto é dissertativo-argumentativo 
(opinativo), mas, quando o autor apenas relata alguma informação, temos o 
texto dissertativo-expositivo (informativo). 
O texto desta questão relata-nos sobre o tema da evolução da energia, 
os ciclos industriais e a diferença de consumo entre países e regiões, 
dependendo do processo produtivo. 
Note que o autor não transparece nenhuma opinião individual, ele 
simplesmente relata as informações, ele não considera, julga, aprecia nenhum 
dado com base em sua opinião, ele apenas relata-nos o seu conhecimento 
sobre este tema. 
Portanto, o texto é dissertativo-expositivo (ou informativo). 
Gabarito: A 
Questão 31: Nos dois primeiros parágrafos do texto, o autor afirma que, 
EXCETO: 
A) O aumento de consumo foi uma contrapartida à ampliação da capacidade 
produtiva das sociedades. 
B) A eletricidade operou, nos processos produtivos, transformações 
profundas. 
C) As novas fontes de energia marcaram os ciclos iniciais de inovação 
tecnológica. 
D) Anteriormente ao século XVIII, o aprimoramento de novas fontes de 
energia e a evolução do consumo foram lentos e descontínuos. 
E) O panorama de evolução das novas fontes de energia foi alterado de forma 
fundamental pela Revolução Industrial. 
Comentário: A alternativa (A) está correta e expressa literalmente o que se 
diz no primeiro período do texto: “...a ampliação da capacidade produtiva das 
sociedades teve como contrapartida o aumento de consumo e a contínua 
incorporação de novas fontes de energia.” . 
A alternativa (B) é a errada, pois esta informação faz parte do terceiro 
parágrafo, e a questão pediu apenas a interpretação dos dois primeiros 
parágrafos. 
A alternativa (C) está correta, porque esta informação encontra-se no 
segundo período do segundo parágrafo: “Os ciclos iniciais de inovação 
tecnológica da economia industrial foram marcados pela incorporação de 
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novas fontes de energia”. 
A alternativa (D) está correta, pois relata o segundo período do primeiro 
parágrafo: “Entretanto, até o século XVIII, a evolução do consumo e o 
aprimoramento de novas tecnologias de geração de energia foram lentos e 
descontínuos.” 
A alternativa (E) está correta, pois relata o primeiro período do segundo 
parágrafo: “A Revolução Industrial alterou substancialmente esse panorama.”. 
Note que “esse panorama” retoma a expressão “o aprimoramento de novas 
tecnologias de geração de energia” do período anterior. Além disso, perceba 
que “substancialmente”, de acordo com o contexto, é o mesmo que “de forma 
fundamental”. 
Gabarito: B 
Questão 32: Ao mencionar que as invenções do dínamo e do alternador 
abriram caminho para a produção de eletricidade, o autor do texto mostra 
que: 
A) O setor industrial impulsionou a economia dos países subdesenvolvidos. 
B) As usinas de eletricidade forneciam energia para a iluminação. 
C) A partir dessas invenções o uso de energia elétrica em Londres e Nova 
York colocou essas duas cidades no topo da economia mundial. 
D) A partir dessas invenções o uso de energia elétrica se expandiu e provocou 
substanciosas mudanças na vida cotidiana das sociedades industrializadas.
E) A partir do dínamo e do alternador as indústrias tomaram um novo rumo 
no século XVIII. 
Comentário: No terceiro parágrafo, note que a invenção do dínamo e do 
alternador abriram caminho para a eletricidade e esta “iria operar profundas 
transformações nos processos produtivos, com a introdução dos motores
elétricos nas fábricas, e na vida cotidiana das sociedades 
industrializadas, na qual foram incorporados dezenasde eletrodomésticos”. 
Veja que a interpretação é literal dos dados do 3° parágrafo do texto. 
Por isso, a alternativa correta é a (D). 
Você poderia ter ficado na dúvida, porque esta alternativa não menciona 
as “transformações nos processos produtivos”, mas esta omissão não implica 
erro na informação de que a sociedade industrializada se beneficiou dessas 
transformações, ok! 
Gabarito: D 
Questão 33: A importância do petróleo se deve, EXCETO: 
A) Ao fato de servir de matéria-prima para indústrias químicas. 
B) Ao fato de servir de combustível para automóveis, aviões e tratores. 
C) Ao fato de ser fonte de energia eólica. 
D) Ao fato de ser fonte de energia nas usinas termelétricas. 
E) Ao fato de ser fonte de energia nas indústrias têxteis. 
Comentário: Questão simples com dados explícitos no 4° parágrafo. Você 
poderia ter ficado na dúvida entre as alternativas (C) e (E), pois não se 
encontra literalmente “energia eólica” e “indústrias têxteis”. 
Assim, devemos observar que “indústria têxtil” se enquadra na 
expressão “importância crescente do petróleo na estrutura energética dos 
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países industrializados”, aí se enquadrando as fábricas. 
Por outro lado, veja que a energia eólica é a energia captada do vento, 
nada tendo a ver com o petróleo, por isso a alternativa (C) é a errada. 
Assim, observe: tivemos um vestígio que nos permitiu subentender 
“indústrias têxteis”, mas não houve qualquer vestígio que nos fizesse 
subentender “energia eólica”. 
Gabarito: C 
Questão 34: Os dados estatísticos apresentados no texto: 
A) São utilizados como curiosidade. 
B) São utilizados para dar mais veracidade às informações contidas no texto. 
C) São sempre utilizados em reportagens. 
D) São utilizados como argumentos essenciais. 
E) São utilizados como informações superficiais. 
Comentário: Os números presentes no 4° e 5° parágrafos do texto são dados 
estatísticos do texto, os quais servem para dar mais credibilidade aos 
argumentos do texto. 
Assim, a alternativa correta é a (B). 
A alternativa (A) está muito fora do contexto, pois não há simplesmente 
a satisfação de uma curiosidade. 
A alternativa (C) está errada, pois a palavra “sempre” é categórica, isto 
é, palavra que não abre exceção à regra, e sabemos que nem todas as 
reportagens têm dados estatísticos. 
A alternativa (D) está errada, pois os procedimentos argumentativos, 
como explicação, causa/consequência, contraste, dados estatísticos, 
estimativas, exemplificações, são elementos complementares que auxiliam na 
fundamentação da tese do texto; essa, sim, elemento essencial do texto. 
A alternativa (E) está errada, pois esses dados não são superficiais, eles 
embasam os argumentos do texto. 
Em suma: esses dados estatísticos não são nem essenciais, nem 
superficiais: são importantes. 
Gabarito: B 
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Quedas do Iguaçu 
Chegamos, e então aquilo tudo está acontecendo de maneira urgente, o 
mato, água, as pedras, o ar. Aquilo está havendo naquele momento, como o 
movimento de um grande animal bruto e branco morrendo, cheio de uma 
espantosa vida desencadeada, numa agonia monstruosa, eterna, chorando, 
clamando. E até onde a vista alcança, num semicírculo imenso, há montes de 
água estrondando nesse cantochão, árvores tremendo, ilhas dependuradas, 
insanas, se toucando de arco-íris, nuvens voando para cima, como o espírito 
das águas trucidadas remontando para o sol, fugindo à torrente estreita e 
funda onde todas essas cachoeiras juntam absurdamente suas águas 
esmagadas, ferventes, num atropelo de espumas entre dois muros altíssimos 
de rocha. 
E na terra em que pisamos junto ao abismo, a cara molhada, os 
pequenos bichos do mato se movem num perpétuo susto como se nosso 
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movimento fosse uma traição acobertada pelo estrondo dessa catedral caindo 
absurda para as nuvens de vapor e espuma com toda uma orquestra de 
órgãos estrondando. Um avião passeia sobre as cataratas, mas ele ronda alto, 
como se tivesse medo de ser tragado pela respiração do monstro de água 
vibrando no ar. Do lado argentino, uma longa ponte sobre os saltos e um 
sábio caminho entre a floresta nos leva à intimidade de muitos saltos, num 
passeio maravilhoso que é um equilíbrio entre o idílico e o trágico, entre o 
mais suave segredo do mato e da água, o mais tímido murmúrio nas pedras e 
o grande estrondo da massa precipitada no ar. 
Um bando de papagaios passa para um lado gritando; como em 
resposta vem depois, da mata escura, um bando de tucanos que, ao pousar, 
parecem estudar o equilíbrio entre o corpo e os grandes bicos coloridos. As 
borboletas invadem os caminhos e as picadas, bandos e mais bandos, 
amarelas, vermelhas, azuis, com todos os caprichos do desenho e da cor, 
avançando no seu vôo desarrumado e trêmulo, como flores tontas caídas da 
floresta sobre os caminhos úmidos. 
Não, não há como descrever as quedas do Iguaçu; seria preciso viver 
longamente aqui, nesse mato alto, entre cobras, veados, antas e onças, em 
volta desse estrondo – e vir, nas manhãs e nas noites, vagar entre as nuvens 
e a espuma, a um canto do abismo fundo, com terror e com unção. 
(Rubem Braga)
Aqui cabe observarmos que o texto não defende uma tese, não conta 
uma história. Note uma coisa: se não tivéssemos visto o título do texto, a 
nossa leitura da introdução nos deixaria na dúvida sobre o que se está falando. 
Note o capricho do autor em abordar palavras de tom poético, que 
possuem sonoridade instigante e nos remetem à imagem de algo natural e 
majestoso, de grande poder. 
Este cuidado na seleção das palavras e na imagem a ser identificada pelo 
leitor, a omissão do referente no início do corpo do texto, tudo isso traz uma 
linguagem poética a um texto em prosa. 
A primeira questão aborda justamente a sua percepção sobre as 
expressões estilisticamente utilizadas pelo autor para evitar a repetição da 
expressão “cataratas do Iguaçu”. 
Sem teorias, vamos resolver a questão somente com a observação 
atenta no texto!!!! Veja: 
Questão 35: Na alternativa abaixo todos os elementos retomam, por meio 
anafórico, às cataratas do Iguaçu, EXCETO: 
A) catedral caindo absurda para as nuvens de vapor. 
B) orquestra de órgãos estrondando. 
C) longa ponte sobre os saltos. 
D) monstro de água vibrando no ar. 
E) movimento de um grande animal bruto e branco morrendo. 
Comentário: A alternativa (A) é uma linda imagem que o autor nos faz ver 
das cataratas do Iguaçu, por meio da seleção incomparável das palavras 
“catedral” (algo majestoso), “absurda” (fortemente, mostrando o poder 
natural), “nuvens de vapor” (figurativamente comparando às nuvens do céu, 
mostrando sua vastidão). 
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A alternativa (B) é outra bela imagem das cataratas, realçando a 
harmonia de som e imagem, com os vocábulos “orquestra” e “estrondando”. 
A alternativa (D) utiliza a expressão “monstro de água vibrando no ar” 
para intensificar a força da natureza, expressa nas cataratas. 
A alternativa (E) nos mostra uma grande imagem branca curvando-se 
de alto a baixo, retratando o escoamento das águas das cataratas como uma 
suave morte. 
Já na alternativa (C) a longa ponte está sobre os saltos, sobre as 
cataratas. Assim, são os saltos que retratam as cataratas, não a expressão 
“longa ponte sobre os saltos”. 
Gabarito: C 
Questão 36: A tipologia textual do texto em questão é: 
A) didática B) descritiva C) narrativa D) científica E) informativaComentário: Note como o texto não defende opinião, não conta nenhuma 
história, sua intenção é descrever, poeticamente, com suavidade, a beleza das 
cataratas do Iguaçu. 
Como o texto tem a intenção de elencar características, só pode ser 
descritivo. 
Veja como o próprio texto nos informa essa tipologia textual no início do 
último parágrafo: “Não, não há como descrever as quedas do Iguaçu; seria 
preciso viver longamente aqui...”. 
Gabarito: B 
Questão 37: O autor emprega no texto tons de: 
A) espanto e simpatia 
B) melancolia e angústia 
C) encantamento e medo 
D) despedida e suavidade 
E) religiosidade e rebeldia 
Comentário: “Matamos” esta questão por eliminação: é só notar que o texto 
não traduz por parte do autor “espanto”, “melancolia”, “despedida” ou 
“religiosidade”. Você pode ter ficado na dúvida em algumas passagens em que 
essas palavras caberiam, porém elas não registram o tom que o autor 
demonstrou no texto. 
Agora, veja a alternativa (C): há, sim, encantamento. Em todo o texto 
são mostrados a beleza e o encantamento do autor por aquele lugar. Diante 
de tamanha beleza, há espaço para o medo da grandiosidade, da força das 
águas. Esse contraste entre “encantamento” e “medo” está registrado nas 
expressões: 
 “num passeio maravilhoso que é um equilíbrio entre o idílico e o trágico, 
entre o mais suave segredo do mato e da água, o mais tímido murmúrio nas 
pedras e o grande estrondo da massa precipitada no ar” e 
 “a um canto do abismo fundo, com terror e com unção”. 
Gabarito: C 
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Questão 38: O sentido da expressão “do lado argentino” é: 
A) A visão das cataratas sob o ponto de vista de um argentino. 
B) A região menos bonita das quedas do Iguaçu. 
C) A região mais bonita das quedas do Iguaçu. 
D) A região que pertence à Argentina. 
E) A toda região das quedas do Iguaçu. 
Comentário: Note que nesta expressão não há distinção de beleza entre um 
lugar e outro, é tudo pleno e belo. Assim, objetivamente o autor apontou o 
lado argentino como sendo o lugar pertencente à Argentina. 
Gabarito: D 
Questão 39: Com relação ao significado das palavras empregadas no texto, 
todas as opções estão corretas, EXCETO: 
A) “ilhas dependuradas, insanas”: loucas 
B) “... espírito das águas trucidadas”: esmagadas 
C) “... numa agonia monstruosa...”: sofrimento 
D) “... num perpétuo susto...”: duradouro 
E) “... com terror e com unção”: tristeza 
Comentário: Questão certa que cairá na prova do TSE!!!! Para isso, basta o 
seu conhecimento aliado a um bom entendimento do texto. 
Na alternativa (A), “insanas” significa sem sanidade (mental): loucas. 
Logicamente há um sentido figurado no contexto. 
Na alternativa (B), o próprio contexto nos ajuda a entender a ideia de 
esmagamento das águas pela força da queda. 
Na alternativa (C), “agonia” e “sofrimento” são sinônimos. 
Na alternativa (D), “perpétuo” é o mesmo que “duradouro”. 
A alternativa (E) é a errada, pois “unção”, neste contexto, dá uma ideia 
de algo que comove. Veja o contexto: “com terror (medo) e unção 
(encantamento, comoção)”. Assim, não cabe o substantivo “tristeza”. 
Gabarito: E 
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SEGREDO 
Há muitas coisas que a psicologia não nos explica. Suponhamos que 
você esteja em um 12º andar, em companhia de amigos, e, debruçando-se à 
janela, distinga lá embaixo, inesperada naquele momento, a figura de seu pai, 
procurando atravessar a rua ou descansando em um banco diante do mar. Só 
isso. Por que, então, todo esse alvoroço que visita a sua alma de repente, 
essa animação provocada pela presença distante de uma pessoa da sua 
intimidade? Você chamará os amigos para mostrar-lhes o vulto de traços 
fisionômicos invisíveis: “Aquele ali é papai”. E os amigos também hão de 
sorrir, quase enternecidos, participando um pouco de sua glória, pois é 
inexplicavelmente tocante ser amigo de alguém cujo pai se encontra longe, 
fora do alcance do seu chamado. 
Outro exemplo: você ama e sofre por causa de uma pessoa e com ela se 
encontra todos os dias. Por que, então, quando essa pessoa aparece à 
distância, em hora desconhecida aos seus encontros, em uma praça, em uma 
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praia, voando na janela de um carro, por que essa ternura dentro de você, e 
essa admirável compaixão? 
Por que motivo reconhecer uma pessoa ao longe sempre nos induz a um 
movimento interior de doçura e piedade? 
Às vezes, trata-se de um simples conhecido. Você o reconhece de longe 
em um circo, um teatro, um campo de futebol, e é impossível não infantilizar-
se diante da visão. 
Até para com os nossos inimigos, para com as pessoas que nos são 
antipáticas, a distância, em relação ao desafeto, atua sempre em sentido 
inverso. Ver um inimigo ao longe é perdoá-lo bastante. 
Mais um caso: dois amigos íntimos se vêem inesperadamente de duas 
janelas. Um deles está, digamos, no consultório do dentista, o outro visita o 
escritório de um advogado no centro da cidade. Cinco horas da tarde; lá 
embaixo, o tráfego estridula; ambos olham distraídos e cansados quando se 
descobrem mutuamente. Mesmo que ambos, uma hora antes, estivessem 
juntos, naquele encontro súbito e de longe é como se não se vissem há muito 
tempo; com todas as graças da alma despertas, eles começam a acenar-se, a 
dar gritos, a perguntar por gestos o que o outro faz do outro lado. Como se 
tudo isso fosse um mistério. 
E é um mistério. 
(Paulo Mendes Campos)
Você notou a tese? Aquela frase que apresenta a situação, a opinião do 
autor e certamente motivará a argumentação nos parágrafos seguintes? Ela 
nos ajuda a entender o perfil do texto. Confirmando a tese, temos o título, que 
normalmente traz um resumo da tese e do tema (ideia central do texto). 
Assim, o título “Segredo” é um resumo da tese “Há muitas coisas que a 
psicologia não nos explica.”. 
Lembra-se do que falamos anteriormente sobre a conclusão? Ela 
confirma a tese, o tema, a introdução do texto. Justamente isso ocorreu na 
última frase do texto: “E é um mistério”. 
Note a estrutura do texto: o parágrafo de introdução nos apresenta a 
tese. Em seguida, ambienta o leitor sobre uma situação para que este se 
identifique com ela e entenda os argumentos do texto. 
Os parágrafos seguintes apresentam novas situações que ilustram o 
tema do texto, com novas explicações. 
O terceiro parágrafo é uma pergunta. Essa pergunta consolida os dois 
exemplos dados anteriormente, e motiva o leitor a pensar, a aprofundar na 
questão. 
Nos parágrafos seguintes, o texto continua com mais exemplos para 
confirmar e nos familiarizar, para nos sentirmos parte desse tema. 
Quanto aos conectivos do texto, podemos perceber que há expressões 
que retomam palavras, como “isso”, “essa”, “lhes, “cujo”, “seu” etc. São 
recursos chamados anafóricos, pois retomam palavra ou expressão anterior 
para evitar a repetição viciosa. 
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Há, também, os chamados operadores sequenciais, isto é, palavras ou 
expressões que dão andamento, continuidade ao texto, aos argumentos. Veja 
no primeiro parágrafo: o vocábulo “assim” marca um desenvolvimento da ideia 
anterior: uma sequência. O vocábulo “E” (linha 8) faz o mesmo papel: dá 
prosseguimento à ideia explorada no enunciado anterior. Além desses, há 
exemplos clássicos, como o início do segundo parágrafo com “Outro exemplo”, 
ou no início do 6° parágrafo: “Mais um caso”. Dentro deste parágrafo, temos a 
combinação dos elementos sequenciais “Um deles” e “o outro”. 
Agora,

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