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Direito Aduaneiro

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Direito Aduaneiro
Prof. Denise
deniselima@fag.edu.br
Bibliografia:
José Carlos Escarlussi – Introdução ao Direito Aduaneiro;
Conceito: é o conjunto de regras e princípios que disciplinam juridicamente a política aduaneira, entendida esta como a intervenção do poder público no comércio internacional;
Autonomia: o Direito Aduaneiro é disciplina autônoma, por mais que alguns autores a relacionem ao Direito Tributário; incidem as normas do Direito Aduaneiro quando ocorrer a entrada de mercadorias no território nacional (eventualmente há parte do território onde o regime aduaneiro é diferenciado; ex.: Zona Franca de Manaus);
Princípios:
Regras e regulamentos sempre emanam do poder central, a União (art. 22, inc. VIII, CF;
 Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: [...]
 VIII - comércio exterior e interestadual;
Submissão de todas as mercadorias ao controle aduaneiro;
Responsabilidade objetiva nas infrações: não se persegue a culpa do agente na hipótese de introdução de mercadorias no território nacional; verificada a infração, a autoridade aduaneira lavrará a autuação;
Relação Aduaneira: são sujeitos de um lado o Estado (autoridade aduaneira, personificada na Receita Federal) e de outro o contribuinte (importador ou exportador, pessoa natural ou jurídica);
Objeto da relação aduaneira: mercadorias, para consumo ou revenda, ou prestação de serviços internacionais;
Pressupostos / elementos do Direito Aduaneiro:
Território: no Brasil é dividido em Zona Primária (corresponde aos portos e aeroportos alfandegários, assim como aos locais físicos onde é exercida efetivamente a fiscalização, terrestre, marítima ou aérea) e Zona Secundária (restante do território nacional; compreende também as 12 milhas de mar territorial; na zona contígua também é possível ocorrer a fiscalização aduaneira);
Mercadoria: tudo que pode ser objeto de ingresso ou saída do território nacional, produto ou serviço;
Exportação ou importação: pode ser praticada por qualquer pessoa, física ou jurídica;
Processo de Desnacionalização: ocorre quando há saída ou remessa de mercadorias nacionais ao estrangeiro, deixando de integrar o patrimônio nacional, por meio da exportação;
Processo de Nacionalização: ocorre quando incorporada uma mercadoria ao patrimônio nacional, por meio da importação;
Principais Fontes do Direito Aduaneiro:
Constituição Federal;
Código Tributário Nacional;
Decreto-lei 37/1966;
Decreto 6759/2009 – Regulamento Aduaneiro;
Tratados Internacionais, Portarias, Resoluções, etc.;
Objetivos do Direito Aduaneiro
Disciplinar e controlar a entrada e saída de bens, pessoas, serviços e capitais, que formam a relação aduaneira;
Atendimento dos interesses nacionais em face do comércio internacional, respeitando os tratados internacionais; permite a implementação da política econômica do governo nacional;
Promover os direitos aduaneiros, que são os próprios tributos que incidem nas operações de importação ou exportação;
Os objetivos do Direito Aduaneiro são mais do que as atividades arrecadatórias, já que determinadas entradas/saídas não são tributadas;
Direito Aduaneiro brasileiro – órgãos intervenientes
Ministério da Fazenda
Banco Central: normatiza e controla a entrada/saída de moeda e ouro; 
Receita Federal do Brasil: é o principal órgão interveniente no Direito Aduaneiro;
Controla as entradas/saídas;
Desenvolve e atualiza a NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul);
Promove a cobrança de impostos devidos pelas operações de importação ou exportação;
Autoriza a nacionalização ou desnacionalização de mercadorias;
Interpreta e aplica a legislação aduaneira; obs.: não legisla, apenas tem competência normativa para interpretar e aplicar;
Administra, avalia e normatiza o Siscomex;
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC): também responsável por estimular a busca de mercados externos, por meio da Camex;
Camex (Câmara de Comércio Exterior);
Apex (Agência de Promoção, Exportações e Investimentos);
Ministério das Relações Exteriores (MRE): não atua propriamente no comércio exterior, cuidando em maior parte das relações diplomáticas do Estado Brasileiro, o que, indiretamente, favorece a conquista de mercados externos;
Ministério da Justiça: é um órgão interveniente, por meio da Delegacia da Polícia Federal, que é responsável pela apuração de eventuais crimes envolvendo a nacionalização ou desnacionalização de mercadorias de forma indevida;
Ministério da Agricultura e Saúde (ANVS): em relação a determinados produtos, por sua natureza, há necessidade de licença prévia das agências sanitárias para sua nacionalização, o que se configura um controle aduaneiro;
Ministério dos Transportes: é responsável por administrar as áreas alfandegárias, no que se refere aos transportes;
Integração Regional
A globalização possibilitou a aproximação comercial dos Estados, pelo ponto de vista de alguns doutrinadores; para outros, trata-se de uma medida de proteção dos Estados pelos efeitos da globalização, já que a formação de blocos permite o maior desenvolvimento dos países envolvidos e protege a ameaça de eventuais outros atuantes do comércio internacional;
Acordos de natureza econômica ou trocas comerciais visando ao desenvolvimento dos Estados-membros; são realizados por 2 ou mais países para redução de tarifas alfandegárias (imposto de importação);
A prova de que a mercadoria é proveniente de determinado Estado é realizada por meio do Certificado de Origem, que deve ser apresentado ao órgão aduaneiro no momento da nacionalização no Estado-membro;
A doutrina fornece a seguinte classificação dos acordos de Integração Regional, sem que os próprios acordos disponham sobre qual a denominação do modo de Integração; os modos de Integração são evolutivos, prevendo o primeiro a menor integração possível e o último a maior integração possível;
Área ou Zona de preferência tarifária: neste tipo de acordo ocorre a redução do Imposto de Importação relativo ao trânsito e comércio de mercadorias/serviços entre os países integrantes do acordo; um documento indispensável para que ocorra a integração é o Certificado de Origem da mercadoria, sendo que apenas as mercadorias de procedência dos países participantes do acordo estarão sujeitas ao benefício previsto;
Área ou Zona de Livre Comércio: acordo pelo qual os países concordam em permitir o comércio/trânsito de mercadorias sem cobrança de Imposto de Importação; ex.: Nafta;
União Aduaneira: há zona de livre comércio entre os países participantes do acordo, com a adoção da TEC (Tarifa Externa Comum); caracteriza-se pelo tratamento alfandegário único a países terceiros à Integração; ex.: Mercosul (prevê em sua criação um Mercado Comum, mas que ainda não é efetivo, sendo que a doutrina o classifica como União Aduaneira);
Mercado Comum: prevê a livre circulação dos fatores de produção (MO + MP + $); não há distinção no tratamento jurídico dos capitais interno e externo;
União Econômica: último estágio de evolução; os países passam a integrar suas políticas econômicas, a partir da criação de uma moeda única, Banco Central e Parlamento; mantém-se tão somente as fronteiras físicas e seu sistema de governo; ex.: União Europeia;
Condições de Venda
Apesar de haver órgãos que normatizem o comércio internacional, tais órgãos não possuem força cogente em relação aos países;
O estabelecimento de condições de venda implica na responsabilidade internacional das partes integrantes da relação comercial;
Órgãos normatizadores: Câmara de Comércio Internacional (com sede na França); RAFTD, com sede nos EUA;
São exemplos de instrumentos normatizadores, no plano internacional, a obrigatoriedade de contratação de seguro no transporte internacional de cargas e as Incoterms (criado pela Câmara de Comércio de Internacional); os Incoterms são siglas padronizadas que têm por objetivo estabelecer as responsabilidades em uma relação de comércio exterior (é composto por 11 termos);
Os Incoterms sãoregras uniformes, aplicáveis independentemente dos ordenamentos jurídicos internos;
Havendo conflito na aplicação dos Incoterms, os órgãos chamados a resolvê-lo são a Câmara de Comércio Internacional, a ONU ou Câmaras de Arbitragem de Comércio Exterior (tribunal ad hoc; emitido o laudo arbitral, vinculam-se as partes em relação a tal laudo);
Perguntas
1) Explique as formas de pagamento em uma operação de comércio exterior.
2) Indique quais os documentos necessários à operação de exportação.
3) Qual é a finalidade do certificado de origem?
4) Distinga fatura pro forma, fatura comercial e saque.
Despacho Aduaneiro
Regulamentado pelo Decreto 6759/2009;
Conceito: procedimento pelo qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo exportador ou importador, em relação à mercadoria, aos documentos e à legislação vigentes com vistas ao desembaraço; é o ato pelo qual se apura a regularidade da operação de exportação, com vistas no desembaraço;
Obrigatoriedade: arts. 543 e 581 do Regulamento Aduaneiro;
Art. 543. Toda mercadoria procedente do exterior, importada a título definitivo ou não, sujeita ou não ao pagamento do imposto de importação, deverá ser submetida a despacho de importação, que será realizado com base em declaração apresentada à unidade aduaneira sob cujo controle estiver a mercadoria (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 44, com a redação dada pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 1988, art. 2º). 
Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se inclusive às mercadorias reimportadas e às referidas nos incisos I a V do art. 70.
Art. 581. Toda mercadoria destinada ao exterior, inclusive a reexportada, está sujeita a despacho de exportação, com as exceções estabelecidas na legislação específica. 
Parágrafo único. A mercadoria a ser devolvida ao exterior antes de submetida a despacho de importação poderá ser dispensada do despacho de exportação, conforme disposto em ato editado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.
Exceção: urna funerária e mala diplomática ou consular (arts. 547 e 582);
Art. 547. Está dispensada de despacho de importação a entrada, no País, de mala diplomática, assim considerada a que contenha tão-somente documentos diplomáticos e objetos destinados a uso oficial (Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, Artigo 27, promulgada pelo Decreto nº 56.435, de 1965). 
§ 1o A mala diplomática deverá conter sinais exteriores visíveis que indiquem seu caráter e ser entregue a pessoa formalmente credenciada pela Missão Diplomática. 
§ 2o Aplica-se o disposto neste artigo à mala consular (Convenção de Viena sobre Relações Consulares, Artigo 35, promulgada pelo Decreto nº 61.078, de 1967).
Art. 582. Será dispensada de despacho de exportação a saída, do País, de mala diplomática ou consular, observado o disposto no art. 547 (Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, Artigo 27, promulgada pelo Decreto nº 56.435, de 1965, e Convenção de Viena sobre Relações Consulares, Artigo 35, promulgada pelo Decreto nº 61.078, de 1967).
Modalidades:
Despacho aduaneiro de importação (arts. 542 e seguintes);
Despacho aduaneiro de exportação (arts. 580 e seguintes);
Despacho simplificado (arts. 545, § 2º, 595; as hipóteses de cabimento estão dispostas na IN SRF 611/2006, art. 4º, inc. III); Despacho Simplificado não se confunde com DBA – Declaração de Bagagem Acompanhada;
Algumas mercadorias possuem limitações de importação, dispostos na Portaria do Ministério da Fazenda nº 440/2010 e na IN RFB 1059/2010;
Procedimento:
Licenciamento (guia de importação, art. 550): em regra, para as importações brasileiras não é necessária a guia de licenciamento; exceção: em razão da natureza da mercadoria, é obrigatória a guia de licenciamento (ex.: medicamentos; agrotóxicos; importação de países com restrições na ONU, etc.); se a mercadoria estiver sujeita a licenciamento prévio e o importador não o fizer, estará sujeito à imposição de multa;
Art. 550. A importação de mercadoria está sujeita, na forma da legislação específica, a licenciamento, por meio do SISCOMEX. 
§ 1o A manifestação de outros órgãos, a cujo controle a mercadoria importada estiver sujeita, também ocorrerá por meio do SISCOMEX. 
§ 2o No caso de despacho de importação realizado sem registro de declaração no SISCOMEX, a manifestação dos órgãos anuentes ocorrerá em campo específico da declaração ou em documento próprio. 
§ 3o Os Ministros de Estado da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior determinarão, de forma conjunta, as informações de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal a serem prestadas para fins de licenciamento.
Emissão documento base
Declaração de importação: 
Art. 551. A declaração de importação é o documento base do despacho de importação (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 44, com a redação dada pelo Decreto-Lei no 2.472, de 1988, art. 2o). 
§ 1o A declaração de importação deverá conter:
I - a identificação do importador; e
II - a identificação, a classificação, o valor aduaneiro e a origem da mercadoria. 
§ 2o A Secretaria da Receita Federal do Brasil poderá:
I - exigir, na declaração de importação, outras informações, inclusive as destinadas a estatísticas de comércio exterior; e
II - estabelecer diferentes tipos de apresentação da declaração de importação, apropriados à natureza dos despachos, ou a situações específicas em relação à mercadoria ou a seu tratamento tributário.
Documentos instrutórios da declaração de importação:
Art. 553. A declaração de importação será obrigatoriamente instruída com (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 46, caput, com a redação dada pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 1988, art. 2º):
I - a via original do conhecimento de carga ou documento de efeito equivalente;
II - a via original da fatura comercial, assinada pelo exportador;
III - o comprovante de pagamento dos tributos, se exigível.
Parágrafo único. Poderão ser exigidos outros documentos instrutivos da declaração aduaneira em decorrência de acordos internacionais ou por força de lei, de regulamento ou de outro ato normativo.
Declaração de exportação:
Art. 586. O documento base do despacho de exportação é a declaração de exportação. 
Parágrafo único. A Secretaria da Receita Federal do Brasil poderá estabelecer diferentes tipos e formas de apresentação da declaração de exportação, apropriados à natureza dos despachos, ou a situações específicas em relação à mercadoria ou a seu tratamento tributário.
Documentos instrutórios da declaração de exportação:
Art. 588. A declaração de exportação será instruída com:
I - a primeira via da nota fiscal;
II - a via original do conhecimento e do manifesto internacional de carga, nas exportações por via terrestre, fluvial ou lacustre; e
III - outros documentos exigidos na legislação específica. 
Parágrafo único. Os documentos instrutivos da declaração de exportação serão entregues à autoridade aduaneira, na forma, no prazo e nas condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.
Registro da Declaração de Importação ou da Declaração de Exportação: ocorre via Siscomex; é o momento em que o auditor fiscal da aduana fará a análise fiscal (chamada de parametrização), em que se direcionará para os canais de conferência, a depender da natureza da mercadoria e do histórico de regularidade do importador;
Parametrização:
Canal verde: liberação automática da mercadoria, sem conferência física ou documental;
Canal amarelo (para a exportação assume-se a cor laranja): ocorre a conferência documental;
Canal vermelho: ocorre a conferência física e documental;
Canal cinza: somente será direcionada para este canal quando houver indícios de fraude; nestes casos, além da conferência física e documental, também se apurará o valor aduaneiro das mercadorias;
Desembaraço: ato administrativo que atesta a regularidade da operação de importação/exportação; desembaraçada a mercadoria, a haverá a emissão do documento comprobatório da operação, em via única; a liberaçãopara embarque ou a entrega da mercadoria ao importador só ocorre após o desembaraço, exceto no caso de despacho antecipado (em razão da mercadoria; ex.: combustíveis, explosivos, etc., em que o depósito da aduana não tem condições seguras para seu armazenamento) ou entrega fracionada (uma única operação de importação, em que a entrega ocorre de forma fracionada);
Art. 576. Após o desembaraço aduaneiro, será autorizada a entrega da mercadoria ao importador, mediante a comprovação do pagamento do ICMS, salvo disposição em contrário (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 51, com a redação dada pelo Decreto-Lei no 2.472, de 1988, art. 2o; e Lei Complementar nº 87, de 1996, art. 12, inciso IX, com a redação dada pela Lei Complementar no 114, de 16 de dezembro de 2002, art. 1o, e § 2o). 
§ 1o Deverá ainda ser comprovado o pagamento a que se refere o caput, na hipótese de entrega de mercadoria antes do desembaraço aduaneiro, salvo disposição em contrário (Lei Complementar nº 87, de 1996, art. 12, § 3º, com a redação dada pela Lei Complementar no 114, de 2002, art. 1o). 
§ 2o A comprovação referida neste artigo poderá ser efetuada eletronicamente.
Art. 591. Desembaraço aduaneiro na exportação é o ato pelo qual é registrada a conclusão da conferência aduaneira, e autorizado o embarque ou a transposição de fronteira da mercadoria. 
Parágrafo único. Constatada divergência ou infração que não impeça a saída da mercadoria do País, o desembaraço será realizado, sem prejuízo da formalização de exigências, desde que assegurados os meios de prova necessários.
Classificação fiscal da mercadoria
Conceito: estrutura de códigos e respectivas instruções para designação de produtos;
Finalidade:
Facilitar as negociações de comércio exterior;
Permitir uma efetiva realização de política econômica;
Controle estatístico e determinação do tratamento administrativo;
Correta adequação dos tributos;
Consulta:
É um procedimento utilizado na hipótese de casos complexos de classificação da mercadoria;
Legitimidade: pode realizar a consulta o sujeito passivo da obrigação (importador ou exportador) ou órgão representativo (em nome de seus filiados);
Competência para emitir o parecer sobre a consulta:
Coana (Coordenação Geral Aduaneira), nos casos de formulação de consulta por entidade de classe de representação nacional;
SRRF (Secretaria Regional da Receita Federal): nos demais casos (contribuintes individuais e órgãos que não seja de representação nacional);
Requisitos:
Declaração de que não está sob procedimento fiscal relacionado à matéria consultada;
Comprovação de não estar intimado a cumprir obrigação relativa ao fato objeto da consulta;
Envolver um caso complexo de classificação;
Prestação de informações técnicas adicionais específicas sobre o caso consultado; ex.: informação da graduação alcoólica da bebida que está sendo importada/exportada;
Penalidades na hipótese de classificação fiscal equivocada:
Perdimento das mercadorias, caso se trate de declaração falsa;
Multa administrativa de 1% sobre o valor aduaneiro da mercadoria;
Multa tributária de 75% sobre a diferença dos tributos devidos;
* as multas são aplicadas cumulativamente, já que possuem natureza diversa, a primeira de caráter administrativo e a segunda de caráter tributário;
* a apuração de eventuais equívocos ocorre no momento do Despacho Aduaneiro;
Sistema Harmonizado (SH):
O Brasil aderiu à Convenção Internacional de Designação e Codificação de Mercadorias em 31/10/1986 (Decreto 97409/1988);
É aplicável no âmbito de quase a totalidade dos países membros da OMC;
IN 1202/2011, da RFB: contém notas explicativas e regras de interpretação da tabela do Sistema Harmonizado;
A nomenclatura é composta por 6 dígitos;
Compreende 21 seções e 96 capítulos;
NCM:
Nomenclatura padronizada no âmbito do Mercosul (NCM/SH);
Segue critérios do Sistema Harmonizado;
Compõe-se dos 6 dígitos do SH + 2 dígitos (itens e subitens);
É o sistema atualmente utilizado pelo Brasil nas operações internas (tabela TIPI);
* a nomenclatura antiga utilizada pelo Brasil era denominada NBM;
* existem outras nomenclaturas, de acordo com a Zona de Livre Comércio em questão;
TSP – Tabela Simplificada de Designação e Codificação de Produtos:
Procedimento mais simplificado, que envolverá negociações de menor valor;
É aplicável apenas quando se tratar de Despacho Aduaneiro Simplificado (IN SRF 611/2006, art. 4º, inc. III, e art. 545, § 2º, e 595, do Regulamento Aduaneiro);
É composta de 4 dígitos;
2º BIMESTRE
Contencioso Aduaneiro – via administrativa
Conceito: parte do contencioso tributário corresponde à atividade aduaneira tendente à imposição de sanções aduaneiras; trata-se de um procedimento administrativo (não há necessidade de esgotamento da via administrativa para se recorrer ao Poder Judiciário);
Objetivo: resolução de conflitos de interesse;
Formação: lavratura do auto de infração e intimação do contribuinte para regularização da situação entendida por incorreta; o sujeito ativo será o Estado e o sujeito passivo será o Contribuinte que não concordar com a imposição detalhada no auto de infração;
Princípios informadores do contencioso aduaneiro:
Jurisdicionalidade formal (art. 5º, inc. XXXV, da CF);
 XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Tutela da ordem pública: o procedimento visa ao interesse público;
Unilateralidade eventual: princípio específico do contencioso aduaneiro; há alguns procedimentos que tramitam com apenas uma das partes, como por exemplo, o procedimento de perdimento de bens em que o interessado não litiga, mas, ainda assim, faz-se necessário o procedimento administrativo;
Devido processo legal (art. 5º, incs. LIII e LIV, da CF);
 LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; 
 LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
Tendência ao equilíbrio de poderes: atenua o princípio da tutela da ordem pública, buscando um equilíbrio de poderes no procedimento administrativo;
Verdade material: no contencioso aduaneiro a autoridade aduaneira não estará adstrita às alegações e provas contidas no procedimento (ex.: alegação e documentação que dizem ser tal a mercadoria em análise; nesta situação, pode a autoridade aduaneira verificar in loco a mercadoria para se certificar sobre a veracidade das alegações e documentos);
Rapidez (art. 5º, inc. LXXVIII, da CF): os prazos são bastante exíguos no contencioso aduaneiro, de forma a acelerar o procedimento;
 LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
Imediação: é possível a inserção de novas provas no curso do contencioso, mesmo após a primeira decisão do processo, modificando, inclusive, as obrigações impostas;
Procedimento:
Rito processual geral: é previsto no Decreto 70235/1972; é seguido por vários dos procedimentos administrativos;
Ritos especiais;
Processo de determinação e exigência de créditos tributários:
Regulado pelo Decreto 70235/1972;
Adotado na hipótese de infrações apuradas no decorrer do despacho aduaneiro;
Processo de perdimento:
Decreto-lei 37/1966 e Decreto-lei 1455/1976;
Será utilizado quando a situação caracterizar um dano ao erário;
Apesar da discussão acerca da constitucionalidade do perdimento de bens por procedimento administrativo, trata-se de um procedimento plenamente aplicável;
Perdimento do veículo: ocorre nas seguintes situações:
Quando o veículo estiver em situação irregular em relação ao transporte internacional de mercadorias ou pendências relacionadas ao seu documento;
Quando o veículo, mesmo em situação regular, estiver conduzindo mercadoria sujeita à pena de perdimento, se pertencente ao responsável;
Perdimento da mercadoria: ocorre nas seguintes situações:
Mercadoria oculta, a bordo deveículo: o contribuinte é intimado para regularizar, sendo que se não o fizer, estará sujeito ao perdimento; obs.: algumas mercadorias não são sujeitas à regularização;
Mercadoria existente a bordo do veículo sem documentação;
Mercadoria estrangeira, encontrada ao abandono, desacompanhada da prova do pagamento dos tributos;
Mercadoria estrangeira exposta à venda ou em circulação comercial sem prova, caracterizando importação irregular;
Processo de destinação de mercadorias:
Após decretada a perda da mercadoria/veículo, abre-se o procedimento de destinação de tais bens;
Procedimento previsto em norma de execução Copol nº 1/2011 e art. 36 da Portaria da RFB nº 3010/2011;
Ocorre de três formas distintas:
Por alienação: aplicável em relação às mercadorias provenientes de descaminho;
Por incorporação ao patrimônio: aplicável em relação às mercadorias provenientes de descaminho;
Inutilização: aplicável em relação às mercadorias provenientes de contrabando;
Entidades privadas reconhecidamente de interesse social (OSCIPs, de acordo com a Lei 9790/1999) podem receber as mercadorias provenientes de descaminho; estas entidades poderão, inclusive, alienar as mercadorias que receberem, utilizando em seu proveito o produto da alienação;
Processo de consulta sobre classificação fiscal:
Previsto na Lei 9430/1996, arts. 48 a 50;
Apenas quando envolver casos complexos de classificação da mercadoria; o contribuinte deve fazer uso deste procedimento para evitar a imposição de eventual multa por classificação incorreta;
Legitimados para realizar a consulta: sujeito passivo da obrigação tributária ou entidade representativa de categoria econômica ou profissional;
Competência: Coana, quando se tratar de entidade representativa de classe de âmbito nacional; SRRF, nos demais casos;
Requisitos:
Complexidade do caso;
Declaração do contribuinte de que não foi intimado ou está respondendo a procedimento administrativo relacionado à matéria consultada;
A consulta eficaz impede a aplicação de penalidade; até 30 dias após a resposta da consulta poderá ser regularizada eventual irregularidade na classificação e enquadramento tributário;
Deve ser sempre um procedimento prévio, anteriormente ao documento base, que dá início ao despacho aduaneiro;
Obs.: se já foi dado início ao despacho aduaneiro, instaura-se o “Processo de determinação e exigência de créditos tributários”, estando sujeito o contribuinte às penalidades eventualmente devidas;
Processo de revisão e suspensão da habilitação e credenciamento (IN 650/2006, SRF)
Visa à habilitação para atuação no comércio exterior, via Siscomex;
A habilitação é sempre concedida em caráter precário, podendo a autoridade aduaneira, a qualquer tempo, revisar tal concessão;
Hipóteses de revisão são previstas no art. 21 da IN 650/2006;
A operação no comércio exterior sem a habilitação configura atuação clandestina, sujeita às penas da lei;
A liberação para embarque/desembarque é possível apenas aos habilitados no sistema Siscomex;
Delitos Aduaneiros
Contrabando – art. 334, 1ª parte, CP
 Contrabando ou descaminho
 Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida / ou iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria: 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Conceito: importar ou exportar mercadoria proibida; caracteriza-se com a entrada ou saída de mercadorias absoluta ou relativamente proibidas; também incorre nesse crime quem introduz em território nacional mercadoria nacional com destino exclusivo ao mercado externo;
Objeto jurídico protegido: saúde, moral, ordem pública; não há preocupação com o tributo, eis que o contrabando está relacionado com mercadorias proibidas;
Elementos: importar/exportar a mercadoria proibida;
Sujeito ativo: qualquer pessoa; se o funcionário público com dever de repressão facilitar o contrabando, será considerado autor do delito do art. 318, CP; não estando o funcionário público no exercício da função ou não tendo o dever de repressão, será considerado partícipe do crime de contrabando;
 Facilitação de contrabando ou descaminho
 Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334):
 Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
Sujeito passivo: Estado;
Consumação e tentativa:
Ingresso pelos meios ordinários consuma-se no momento em que ultrapassa a zona fiscal;
Ingresso por meios escusos consuma-se com o transpasse da fronteira; a tentativa ocorre quando a conduta é interrompida;
Forma qualificada: há majoração quando o meio utilizado para contrabando for a via aérea (§ 3º); se a internalização for por meio de um voo comercial regular, não há aplicação desta majorante;
 § 3º - A pena aplica-se em dobro, se o crime de contrabando ou descaminho é praticado em transporte aéreo.
Obs.: em relação a drogas e armamentos não se configura contrabando (art. 334, CP), já que existem leis especiais que tratam especificamente do assunto (Lei de Drogas; Estatuto do Desarmamento);
Descaminho – art. 334, 2ª parte, CP
 Contrabando ou descaminho
 Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida / ou iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria: 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Conceito: importar ou exportar mercadoria, iludindo no todo ou em parte o pagamento de direito ou imposto devido pela operação;
* elidir: suprimir; quando não ocorre o pagamento do tributo devido; não caracteriza o descaminho, caracterizando apenas um ilícito fiscal;
* iludir: enganar por meio de fraude; ex.: fundo falso, documento falso, declaração de mercadoria diferente da importada/exportada; caracteriza o ilícito penal;
Objeto jurídico protegido: erário;
Elementos: iludir total ou parcialmente o pagamento dos tributos, utilizando-se de fraude para enganar a autoridade fiscalizatória;
Sujeito ativo: qualquer pessoa; se funcionário público, idem ao disposto no crime de contrabando;
Sujeito passivo: Estado;
Consumação: ocorre com a liberação das mercadorias sem o pagamento dos tributos devidos;
Tentativa: quando o sujeito não logra êxito em iludir a autoridade alfandegária e é pego antes de entrar ou sair do território com a mercadoria;
Forma qualificada: idem ao disposto no crime de contrabando;
Princípio da insignificância (art. 20 da Lei 10522/2002 e Lei 11033/2004): é aplicado quando o bem jurídico tutelado não é atingido de forma tão grave (inscrição em dívida ativa possui o limite mínimo de R$20.000,00); alguns juízes entendem que não é possível a aplicação do princípio quando o sujeito é recorrente na conduta do descaminho; não se aplica este princípio em relação às mercadorias absolutamente proibidas (contrabando);
Ingresso e saída de moeda e ouro
Moeda
Previsão: art. 65 da Lei 9069/1995 e Resoluções do Bacen 2254/1998 e 3265/2005;
Regra: ingresso ou remessa mediante instituições financeiras autorizadas pelo Bacen;
Competência fiscalizatória: autoridade aduaneira, instituições financeiras, Polícia Federal; são competentes para investigar a origem do numerário, a legitimidade da posse e a regular aplicação no exterior, além do IR (art. 1º, da Resolução 2254/1998, do Bacen);
Exceções: o porte é admitido quando:
Em moeda nacional, até o limite de R$10.000,00;
Em moeda estrangeira, até o limite ao equivalente a R$10.000,00;
Comprovada a sua entrada ou saída, na forma prevista em lei;
Exemplos de hipóteses e valores que não configuram remessas/recebimentos relativos à operação de importação/exportação:
Missões oficiais: limite de U$166,00 a U$416,00 diária;
Ajuda a integrantes das forças armadas: U$10.000,00;
Tratamento de saúde: até o limite de U$100.000,00;
Estudantes domiciliados no estrangeiro: U$400,00 mensais;
Aquisição de software: cópia única por atéU$100.000,00;
Declaração de Porte de Valores – DPV: turista que portar valor superior ao limite permitido deve declarar o montante à autoridade aduaneira; a não demonstração da origem do dinheiro acarretará retenção dos valores, a perda do excedente e eventual responsabilidade penal, se caracterizado o crime de evasão de divisas;
A obrigação de fazer a DPV ocorrerá quando não se tratar de uma operação de importação/exportação e não estiver a situação enquadrada nas exceções e ou nas hipóteses acima especificadas;
Implicações penais: art. 22 da Lei 7492/1986 (Lei do Colarinho Branco);
 Art. 22. Efetuar operação de câmbio não autorizada, com o fim de promover evasão de divisas do País:
 Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
 Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, a qualquer título, promove, sem autorização legal, a saída de moeda ou divisa para o exterior, ou nele mantiver depósitos não declarados à repartição federal competente.
Contrato de câmbio: permite o fluxo de entrada e saída de moeda do território nacional, com autorização do Bacen; é instrumento especial travado entre vendedor e comprador de moeda estrangeira, no qual se mencionem as características das operações de câmbio e as condições; são registrados no Sisbacen; somente instituições autorizadas pelo Bacen podem operar no mercado de câmbio;
Ouro
Comunicado Decex 12/1997; operações de importação de ouro em forma bruta ou semifaturada ou pó, para uso monetário possuem licenciamento automático;

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