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Sociologia das Relações Internacionais

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Trabalho de Sociologia
Livro: Sociologia das Relações Internacionais.
Autor: Marcell Merle.
Professor: Cláudio de Carvalho Silveira. 
Grupo: Caio Luiz Viégas Dério
 Préfacio , introdução e capitulo I
 Antes de analisarmos qualquer coisa devemos obter informações básicas e o contexto em que o livro foi escrito. Marcell Merle , escritor francês , em 1979 publica o livro “ Sociologia das Relações Internacionais “ , período que permitiu uma analise profunda das relações internacionais , pois o mundo estava passando pela sua 4° macroestrutura , caracterizada pelo bipolarismo entre as duas grandes potencias mundiais , Estados Unidos da América ( EUA) e União das Republicas Socialistas Soviéticas (URSS ). Nesse momento o cenário mundial era de um forte processo de descolonização e com essa “expansão do mundo” surgiram novos problemas e a necessidade de compreendê-los por uma nova ótica se fez mais que necessária, contudo como analisar um mundo em constante mudança ?! Que tipo de visão seguir ?! São questões como essa que Merle consegue apaziguar em nossas mentes, nos fazendo refletir de diferentes maneiras sobre o mesmo objeto em questão, pois ele admite que , para perguntas como essas não existem respostas certas ou erradas.
 Devido as transformações citadas acima, o autor começa o livro explicando – e isso responde as perguntas feitas por mim – que uma analise sobre o contexto social da comunidade mundial , para ser bem feita deve levar em consideração uma visão mais ampla não se restringindo a uma dada área do conhecimento como a jurídica ou a historia. Para ilustrar esse exemplo ele compara a visão norte americana e a visão francesa , a primeira já começa a analisar o contexto internacional usando a sociologia concomitante com a historia, economia , direito e etc , já a segunda devido a sua base histórica e jurídica de analisar , muito arraigada em seus estudos , não consegue fazer essa separação , porém devido a grandes contribuições de Raymond Aron e Pierre Hassner os estudos franceses puderam contar com um material que levasse em conta a sociologia e a filosofia.
“Nunca entenderão o mecanismo social se não resolverem analisar uma sociedade como uma maquina comum , considerando separadamente cada parte e juntando, em seguida todas as partes mentalmente ,uma após a outra , para sentir seus acordes e ouvir harmonia geral deles resultante “ , Merle se baseia nessa passagem de Seyes para elucidar que se faz necessário aplicar na comunidade internacional um modo de observação que englobe todas as questões que cerceiam um objeto de estudo tão mutável e abrangente .
 O autor faz um adendo , frisando quanto a maneira de analisar um “objeto” partindo de diferentes teorias que são , para ele “ um meio melhor de apreender a realidade” , sejam : liberal , marxista , nacionalista ou universalista. Ademais essa diversidade , em minha opinião , não é negativa visto que o sociólogo ou analista teria mais material podendo refletir de diversas formas sobre o assunto e dessa reflexão uma explicação que alcance o entendimento , de forma que não encontre limites e limitações . Entretanto não devemos nós prender a certos métodos e teorias , elas são usadas somente quanto “ permite relatar o real e sua totalidade “, é preciso abordar tudo multidisciplinarmente e se necessário fazer aproximações com alguma área do conhecimento , se estendendo a forma de obter as informações . Partindo desses preceitos Merle deixa claro que sua obra é apenas um ensaio que abriria caminho para pesquisas e debates e não uma tentativa de definir a disciplina de relações internacionais , se desprendendo de visões arcaicas que encobrem o fundo das coisas ; e direcionando esse estudo como sendo pano de fundo , palco e enredo do ambiente internacional.
 A introdução já traz para o leitor uma reflexão importante pegando de um modo mais geral a etimologia do termo “relações internacionais”, fazendo comparação com a sociologia e a ciência politica que por terem titulo de ciência , ganham prestigio e como ele mesmo fala “ ...exerce um efeito tranquilizador nos leigos e um efeito estimulador sobre os pioneiros.” , são matérias que acompanham o homem a algum tempo e devido a seu titulo autoexplicativo o estudo por esses meios se faz mais “seguro” pela visão de muitos , ao contrario de relações internacionais que causam uma incógnita a quem ouve , exigindo que a pessoa tente saber do que se trata e que conhecimentos abarca e na maioria das vezes é tida superficialmente como se tratando de assuntos exteriores ao Estado e somente , não há uma preocupação de aprofundamento por parte dessa pessoa .
 Entretanto a superficialidade com que a disciplina é tratada não é inexplicável , o adjetivo “ internacional ” não explicita o objeto que R.I estuda , essa palavra nós faz crer que estuda a relação entre os Estados ( Unidades politicas autônomas e soberanas que detém o monopólio legitimo da força em seu território , que tem como base a soberania externa , nação e o reconhecimento das demais ) e as vezes a governo , lembrando que existem diferenças entre ambos , uma vez que Estado é uma personalidade jurídica e detém o monopólio da força e é imutável ; já o governo apenas administra , controla e representa o Estado sendo escolhido internamente e mudando periodicamente não sendo uma personalidade jurídica . Porém esses conceitos são muito complexos e geram debates muito longos , levando-nos a considerar um estudo entre grupos sociais em um determinado território , mesmo assim o critério ainda permanece vago devido a falta de profundidade.
 Por causa dessa falta de “concretização” RI é tratado como um “sub-ramo” das matérias mais concretas, visto a experiência francesa que faz claramente essa separação, usando um trecho do livro podemos constatar esse fato : “ Sem dúvida , os programas não ignoram as relações internacionais , mas estão sendo tratadas como se fossem um ramo de outras disciplinas melhor estabelecidas , como a historia , a economia ou o direito Existem , com efeito , capítulos e até obras dedicadas á historia das relações internacionais ; do mesmo modo, o estudo do direito comporta dois ramos especialmente dedicados ao estudo das regras destinadas a tentar codificar as relações internacionais entre Estados ( direito internacional público) ou o estatuto das particulares nas relações internacionais ( direito internacional privado ). A Economia internacional ( comercio moeda , cambio ) também é objeto de desenvolvimento autônomo no quadro dos tratados ou dos cursos de economia politica”.
 Na perspectiva norte americana as relações internacionais já são tratadas como matéria única e fontes de estudo como livros, manuais e mesas redondas sobre assuntos do âmbito das relações internacionais são abundantes . Merle , entretanto , não aponta o porque dessa disciplina ter destaque nas cadeiras acadêmicas estadunidenses ; Em pleno cenário de possível guerra e com o crescente número de países , é vital que quantos mais seguirem determinada ideologia ( capitalista ou socialista ) mais forte um dos dois blocos se tornará e isso gera uma tensão muito grande , principalmente em 1954 e 1980 quando a possibilidade de guerra se torna mais real , fazendo com que os americanos investissem numa forma de politica mais branda conhecida como SOFT POWER , influenciando indiretamente o comportamento e os interesses de outros Estados .
EXEMPLO : Para ilustrar o soft power praticado pelo “ Tio Sam” ( me refiro aos norte americanos ) podemos usar a visita ao Brasil , de um dos maiores empresários da indústria cultural do século XX , Walt Disney, que colocou em pratica a politica da boa vizinhança estreitando laços com os países latinos afim de afastar a ideia de um desses tender ao lado socialista . Causando uma exportação e importação cultural muito grande resultando , por exemplo , na criação de um personagembrasileiro nos desenhos da Disney – o Zé Carioca – e na crescente fama de Carmem Miranda nos EUA.
 Merle classifica dois tipos de abordagem que para mim , são perfeitas e juntas dão base para debates e analises , que são as abordagens : GLOBAL e SISTEMATICA . A global , engloba “todos” os aspectos das relações internacionais , tentando especificar e qualificar quais tipos de relações recebem o adjetivo de “internacionais” para que o estudo sobre o assunto seja mais conciso . Sistemática pois tenta encontrar uma constante por de trás dos acontecimentos que envolvem diversos atores .
 Ele também levanta uma questão muito interessante, a qual o confronto é inevitável que é a diferença entre ciência politica e relações internacionais , apesar de terem o mesmo objeto de estudo . Trabalha o conceito de ciência politica , na visão de alguns , como sendo o estudo das relações de poder entre os Estados , levando em consideração que vivemos numa sociedade mundial anárquica e a questão da soberania dos estados , caracterizando uma balança de poder , contudo o autor aponta que esse tipo de visão ainda é bem limitado por não conter uma metodologia especifica seja na França ou nos Estados Unidos . Já as relações internacionais tem maior vantagem quanto os inúmeros métodos e abordagens , contudo devido a essa diversidade devemos ter cuidado para não nós perdermos na analise não compreendendo todos os aspectos tratando o fenômeno superficialmente.
 Ele deixa isso claro quando refuta a ideia das relações internacionais se encaixarem no ramo da ciência politica que estuda as relações exteriores , pois seria uma área de estudo deficiente e engessada se levasse em conta apenas acontecimentos exteriores , dispensando observações pertinentes e ate certo grau que seriam a causa de tais acontecimentos ligados a assuntos interiores .
 Para Merle a dificuldade em estudar os fenômenos internacionais consiste na definição do objeto estudado e na assustadora massa de informações que em sua maioria são insuficientes e demoram a chegar a público , também devemos levar em conta que essas informações são resumidas e analisadas pelo olhar de quem as comunica , apenas se aproximando da realidade . Outro aspecto positivo e ao mesmo tempo negativo é o desenvolvimento tecnológico que contribuiu para a circulação de informação de maneira mais rápida . Devemos conviver com o fato dessas informações serem selecionadas a dedo e serem passadas de maneira resumida e pela ótica de quem transmite determinada informação.
 Para o autor compreender as Relações Internacionais divide o livro inicialmente em três conceitos : Clássico , anglo-saxão e marxista . Desenvolverei o conceito clássico analisando de maneira critica a visão do autor.
 O conceito clássico nasceu com as R.I mais precisamente em 1648 com os Tratados de Munster e Osnabruck , mais conhecido como a Paz de Westfália , neste período o mundo passava da 1° macroestrutura – caracterizada por um sistema internacional limitado ao espaço europeu , homogêneo com uma visão de mundo ( valores cristãos ) comum ; Para um sistema mais dinâmico , menos homogêneo e com graus diferentes de desenvolvimento , que levou a primeira Divisão Internacional do Trabalho ( DIT ) , gerando países mais desenvolvidos e países agrários que se retroalimentam , resultando na diversidade e consequentemente na necessidade de entender essa macroestrutura vigente no sistema internacional.
 A primeira macroestrutura tinha como base a teoria do direito natural inspirada na visão judaico-cristã que explicaria a hierarquização da sociedade , porém com os adventos que alteraram o sistema , nasce a teoria da natureza proposta por Thomas Hobbes e , como aposta Merle , surgiu para explicar o mundo por uma nova ótica. 
 Para Hobbes “ O homem é lobo do homem” , um ser avido por guerra , que utilizaria a força para com seus semelhantes em busca de algo , devido a falta de poder coercitivo que tornasse essa relação harmônica . Então surge o pacto social , em que todos os homens abdicariam de sua liberdade em troca de segurança em um determinado território , sob o poder de uma figura soberana .
 Segundo o autor a teoria da natureza se adequa também em relação entre Estados , mantendo-se através do equilíbrio de poder , que explicaria o porque de não vivermos em constante guerra , partindo da premissa que esses atores tem poder semelhante . Merle mostra que a visão hobbesiana entre Estados se da em um ambiente anárquico sendo composto por unidades soberanas e a imposição de alguma regra que não fosse comumente acordada entre todos levaria a graves consequências.
 A teoria de Hobbes é aceita amplamente sendo reconhecida por grandes nomes como : Locke, Rouseau , Kant e Hegel ; E inspiração para contemporâneos como : Bergson e Burdeu . Para Raymond Aron a teoria da natureza seria a definição das R.I , o que podemos afirmar nesse trecho “ Procurei o que constituía a especificidade das relações internacionais ou interestatais e julguei ter encontrado este traço na legitimidade e na legalidade do recurso da força armada por parte dos atores. Nas civilizações superiores , essas relações são as únicas , entre todas as relações sociais que admitem a violência.” 
 Merle faz uma ligação brilhante entre Clausewitz e as visões pessimistas realistas de que não impostam as regras, o estado da natureza prevalecerá entre os Estados , uma vez que para estes a razão pode controlar mas não extirpar os sentimentos hostis . Porém muitos usam essa visão para transcender essa teoria , afirmando que o pacto social pode ser estabelecido entre os Estados , passando da anarquia a sociabilidade – o que pode ser observado na criação da Liga das Nações em 1919. 
 As criticas feitas são pertinentes e levantam questões importantes que confrontam o estado da natureza que não considera a solidariedade mutua entre os atores e da demasiada importância aos Estados, tendo-os como os únicos atores das relações internacionais.
 Uma ponderação feita pelo autor , para sanar a problemática imposta pelos realista é a opção de existir um regime que organizasse os Estados, oferecendo garantias futuras e a estabilidade na ordem internacional através de uma governança global a qual proporcionaria regras e normais comuns a todos mas sem uma autoridade supranacional , e por englobar a todos , seu reflexo iria além dos Estados , podendo ser reforçadas por acordos ad hoc por negociações que unificassem o comportamento.
 Podemos observar a visão limitada dos realistas quando a importância de um ator , é atribuído aos Estados pelo fato de deterem o monopólio da força ( hard power ) dispensando a influencia de grupos sociais e empresas multinacionais no cenário internacional. 
 Outra critica que deixa Hobbes mais claro os motivos de não usarmos a teoria de Hobbes como base , nos mostra que a mesma não relata satisfatoriamente uma explicação solida , permitindo que surjam várias interpretações dessa mesma teoria , o que não oferece um principio central necessário. 
 Mercell Merle aponta vários pontos de vista que acompanham Hobbes nessa estagnação. Começarei pelo ponto de vista jurídico que busca equilibrar as diferenças entre os atores implementando consensos, respeitando sempre a ordem internacional , contudo é muito limitado , para ilustrar isso podemos observar a visão George Burdeu sobre o assuntou , segundo Merle , para ele “ recusa o conceito de sociedade internacional , porque , só pode haver uma sociedade lá onde existe uma ‘ideia de direito’ comum ; na ausência desta prova elementar da sociabilidade , as relações internacionais só podem ser regidas pela anarquia " , a partir desse trecho podemos notar a visão limitada dos juristas uma vez que não abrangem toda a comunidade internacional e não enxergam o jogo politico por de trás das coisas . Além do fatode tentar criar uma estrutura uniforme entre os Estados , o que é uma tarefa difícil e por vezes incompleta , como na criação de regras subotimas que não agradam e nem beneficiam a todos , contudo sem elas o sistema seria um caos . Essa dificuldade, no entanto é compreensível uma vez que a relação no âmbito internacional é complexa e mutável e como apontado no texto desde o direito natural os soberanos vem se recusam a “sacrificar” uma parcela de seu poder em troca da cooperação. 
 Apesar dessa imobilidade dos juristas , os positivistas conseguem aplicar as regras e normas de maneira a se adequarem a constante mudança de cenário se estabelecendo através de tratados , fazendo os Estados obedecerem as regras decido ao medo de estigma ( cooperando para terem uma boa imagem e ganhos futuros ) , valores substanciais ( valores por trás da obediência ) e os valores funcionais ( para se manter o bom funcionamento do sistema ) e tudo isso tendo conscientemente dos atores . Ademais como sendo um acordo voluntario os países podem desligar-se facilmente , devido a falta de enforcement ( poder coercitivo ) nesse sistema.
 Devemos atentar ao interessante modelo de Georges Scelle , representando a Escola do direito objetivo quando propõe que a configuração da ordem internacional dispense as soberanias e contruindo um respeito ao direito internacional, ao meu ver se parece com um dos três tipos de homogeneização de Guibernau quanto a produção do sentimento nacionalista , sendo que em menor escala e com um proposito diferente ; Sendo este tipo o federalismo. Até mesmo essa visão não consegue transpor as barreiras impostas ao meio jurídico que se prende ao status quo .
 Agora vamos analisar o ponto de vista dos historiadores sempre contribuíram para o estudo das relações internacionais , inicialmente por uma ótica diplomática , visto que eram os únicos documentos em que poderiam obter informações “precisas” e oficiais . Ao contrario dos juristas , não precisa se prender ou seguir rigorosamente uma visão . 
 A função do historiador no inicio seria de transmitir e registrar o andamento da relação dos países através dos documentos que correspondiam entre si , contudo eram de difícil acesso e essa “ versão oficial” dos fatos sempre escondia a intenção real por de trás dos interesses soberanos , porém eram preferível a ter de estudar ideias abstratas e correntes de pensamentos que surgiam na época . A primeira guerra mundial e a descolonização em massa fizeram com que o historiador percebesse que as relações diplomáticas não eram as ralações internacionais e muitos fatores poderiam contribuir para as mudanças mundiais além da diplomacia, fazendo com que recorressem a outras fontes , além de decidirem tratar a historia de maneira global e não mais cronológica . Merle aponta a partir dessa explicação a transição do termo “ historia diplomática” para “relações internacionais “ que também levaria em conta o fator diplomático , mas não de forma exclusiva .
 Essa mudança fez com que os historiadores recorressem a novas fontes , levando em consideração as forças profundas , buscando saber mais sobre a atualidade . Ademais estes também enfrentam obstáculos , seus estudos são pautados no tempo, não podendo completar sua analise sem antes ter decorrido um certo período temporal, fazer isso seria cair no “achismo” de que acontecimentos possam ser antecipados pela observação, descartando o acaso . O que dificulta os registros da historia, estabelecendo um passado, é a falta de informações concisas e fieis . 
 Outro risco em que a visão histórica pode cair é em se tornar , não um estudo histórico mas jornalístico ao tratar os fatos de maneira superficial e sensacionalista , devendo se ater a realidade concreta e provada da historia. Os jornalistas procuram nos acontecimentos matérias que possam lhes render visualizações e lucro com a venda de suas anunciações por vezes inflamadas e manipuladas para agradar ao publico.
EXEMPLO:
 A imagem acima faz referencia a atual Crise da Crimeia passando a ideia de que a Rússia de Putin estaria , através de seus atos , propiciando um cenário igual ao da Guerra Fria , uma vez que novamente o governo americano tenha se pronunciado contra essas atitudes , reforçando na mente dos leigos a ideia de que uma segunda guerra fria seria eminente , contudo uma analise profissional descartaria essa hipótese sem problemas . Para os jornalistas casos como esses de grande repercussão internacional se tornam fonte para especulações mesmo que sem sentido, descartando uma reflexão mais profunda dos fatos, visto que a comunidade global atual é avida por noticias em curto espaço de tempo não considerando que acontecimentos como esse exigem uma observação mais atenta concomitante a um espaço de tempo para que hipóteses como “uma segunda guerra fria” seja descartada ou amplamente aceita tanto pelos leigos quanto pelos estudiosos. 
 Devido a fatores como estes e a espera pela consistência dos fatos não podemos atribuir aos historiadores todo o estudo das relações internacionais , bem como sua falta de metodologia e conceitos concretos .
 Merle ao concluir o capitulo balanceia de maneira contundente o porque do conceito clássico não ser totalmente descartado uma vez que sua contribuição atravessou séculos e foi base para diversos estudos explicando o cenário global . Apesar de sua “limitação” estudos como os dos historiadores apesar de gradual e rigorosa se faz necessária para que possamos obter uma visão imparcial e segura dos fatos sociais. A “Sociologia das Relações internacionais” é um excelente e indispensável livro que todo estudante das R.I deveria ler, pois aborda todas as áreas possíveis no que tange aos estudos das relações no cenário internacional levantando questões essenciais lidando com criticas e questões inquietantes.

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