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AULA 6 – AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO 17º Exame de Ordem - 2ª fase - 2001 - Direito Civil. Oséas, como locatário de veículo por contrato firmado com a locadora Carro e Automóveis Ltda., por prazo de doze meses iniciado no mês passado, recebe, logo no terceiro mês de vigência do contrato, notificação judicial da pessoa física Leontino Silveira, o qual, dizendo-se adquirente do veículo locado e exibindo contrato de compra e venda firmado com a locadora originária, notifica o locatário para, doravante, pagar a ele adquirente os alugueres mensais. Tendo Oséas buscado esclarecimento junto à locadora originária, disse ela desconhecer o contrato. Você, diante da dúvida de Oséas a quem pagar o aluguel que se vencerá dentro de quatro dias e os futuros até findo o contrato, é por ele procurado para adotar as providências cabíveis. Redija a peça processual cabível. Advogado: ;;; OAB/RJ nº 1000 Peça processual: AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO A elaboração da peça profissional da Ação de Consignação em Pagamento deve observar à regra contida no artigo 319 do CPC quanto a petição inicial, destacando nesta demanda as regras inerentes a consignação, consagradas nos artigos 539 a 549 do CPC. Cabimento: A Ação de consignação em pagamento é procedimento especial (artigo 539 à 549 do CPC). Trata-se de uma forma de extinção da obrigação com o pagamento indireto da prestação, sendo uma faculdade do devedor, e não um dever. É bom lembrar que a forma normal de extinção das obrigações é o pagamento, mas a lei civil prevê outras atípicas onde se encontra a consignação em pagamento (artigo 334 e seguintes do CC/02). CC/02, art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais. Como escreve Daniel A. Assumpção Neves, consignação em pagamento é utilizada quando o pagamento não puder ser realizado em virtude de recusa do credor em recebê-lo ou dar quitação ou, ainda, quando existir um obstáculo eficaz. Existe um direito do devedor em quitar a sua obrigação, a consignação em pagamento vem para evitar as consequências deste com a mora. No âmbito processual civil a consignação em pagamento é procedimento especial disciplinado no artigo 539 à 549 do CPC. Como disciplina a regra processual condita no artigo 539 do CPC, nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida. Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida. No caso em comento a regra é que caberá a consignação em pagamento quando ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; artigo 335, inciso IV do CC/02. CC/02, art. 335. A consignação tem lugar: IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento. Competência: A Consignação deverá ser requerida no lugar do pagamento, cessando para o devedor, à data do depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada improcedente, artigo 540 do CPC. Neste sentido o critério de competência territorial da ação de consignação em pagamento será o lugar do pagamento. EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL ..... Art. 540. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, à data do depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada improcedente. Leg. Ativa (autor): Oséas (nome completo), (qualificação completa) OBS: Indicar o endereço do patrono da causa, conforme artigo 77, inciso V do CPC. Leg. Passiva (réus): locadora Carro e Automóveis Ltda., CNPJ n. ..., com sede (endereço completo), representada por seu diretor (nome completo), (qualificação completa) e Leontino Silveira, (qualificação completa). Importante: Se ocorrer dúvida sobre quem tem legitimamente para receber o pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito. CPC, art. 547. Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito. Rito: Especial Fatos: Narrados em ordem cronológica, parágrafos curtos e de forma impessoal. Fundamentos: O artigo 539 do CPC consagra que nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida. CPC, art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida. Como o autor não sabe a quem deve realizar o pagamento para ficar adimplente com sua obrigação deverá se valer da ação de consignação em pagamento. Conforme dispõe o artigo 335, inciso IV do CC/02. Caberá a ação de consignação em pagamento no caso de dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento. CC/02, art. 335. A consignação tem lugar: IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; OBS: Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, poderá o autor (devedor) continuar a depositar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que o faça em até 5 (cinco) dias contados da data do respectivo vencimento. CPC, art. 541. Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor continuar a depositar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que o faça em até 5 (cinco) dias contados da data do respectivo vencimento. Pedidos: Diante do exposto, requer: 1) A expedição de guia de depósito no valor de R$ ... (determinar). 2) Citação dos réus para oferecerem contestação comprovando o direito de receber o valor consignado pelo autor. 3) Julgar procedente o pedido dando quitação da dívida ao autor e declarando extinta a obrigação. 4) Condenação do réu aos ônus da sucumbência. Provas: Documental. Requer a produção de provas, especialmente documental. Valor da Causa: R$... (valor a ser consignado). OBS: Esclarece que o valor da causa não é o valor do contrato, pois não se trata de anulação de negócio jurídico.
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