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Aula nº. 04. Prescrição e decadência no DT

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Direito do Trabalho I
Direito do Trabalho I
Professor: 
 Francisco Valdece Ferreira de Sousa
valdece@fvadvogados.adv.br
- Direito do Trabalho I
Prescrição e decadência no Direito do Trabalho
Aula nº.04
Direito do Trabalho I
01.- O EFEITO DO TEMPO E A MUTABILIDADE DAS COISAS.
Segundo Arthur Shopenhauer, “deveríamos ter sempre diante dos olhos o efeito do tempo e a mutabilidade das coisas, por conseguinte, em tudo, o que acontece no momento presente, imaginar de imediato o contrário, portanto, evocar vivamente a infelicidade na felicidade, a inimizade na amizade, o clima ruim no bom, o ódio no amor, a traição e o arrependimento na confiança e na franqueza e vice-versa. 
“Isso seria uma fonte inesgotável de verdadeira prudência para o mundo, na medida em que permaneceríamos sempre precavidos e não seríamos enganados tão facilmente. Na maioria das vezes, teríamos apenas antecipado a a ação do tempo”. 
Direito do Trabalho I
01.- O EFEITO DO TEMPO E A MUTABILIDADE DAS COISAS.
Segundo Arthur Shopenhauer…
“Talvez para nenhum tipo de conhecimento a experiência seja tão imprescindível quanto a avaliação justa da inconstância e mudança das coisas. Talvez para nenhum tipo de conhecimento a experiência seja tão imprescindível quanto na avaliação justa da inconstância e mudança das coisas”.
O certo é que o decurso de tempo, fato ordinário por excelência, “cobra tributo” e produz efeitos sobre todas as coisas, particularmente nas relações jurídicas, criando, modificando ou extinguindo direitos.
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02.- CONCEITOS.
No tocante as relações jurídicas, o decurso do tempo fez surgir os institutos da decadência e da prescrição.
O instituto da decadência se materializa extinguindo direitos.
A prescrição pode ser aquisitiva, quando possibilita a aquisição de propriedade através do usucapião, ou extintiva com a perda da exigibilidade pela inércia do titular do direito.
A doutrina distingue a prescrição e a decadência asseverando que a prescrição se dá quando há a perda do direito de ação, ou seja, a impossibilidade do exercício de determinado direito subjetivo, enquanto que a decadência é caracterizada pela perda do próprio direito subjetivo. Tais fatos são decorrentes da ação do tempo aliada à inércia do titular do direito ("Dormientibus non sucurrit jus”).
A decadência se materializa, como regra, em relação a direitos potestativo, a prescrição, por sua vez, atua na seara dos direitos reais e pessoais.
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03.- A PRECLUSÃO E A PEREMPÇÃO.
A preclusão, instituto do Direito Processual, consiste na perda de uma faculdade processual em razão do decurso do tempo (preclusão temporal), como também em razão da prática anterior do ato processual (preclusão consumativa).
A perempção, por sua vez, consiste na perda da possibilidade de propositura de ação judicial em relação ao mesmo objeto apontando como ex-adverso a mesma pessoa, por ter o(a) autor(a) provocado, anteriormente, por três vezes, por sua omissão, a extinção de idênticos processos (Código Civil, artigos 266 e 267).
Importante anotar que a perempção prevista no Código Civil não existe no Direito do Trabalho, em que pese se denomine como tal, informalmente, a pena que se aplica ao reclamante que deixa a reclamação trabalhista ser arquivada injustificadamente por duas vezes, quando fica impedido de ajuizar nova reclamação contra o mesmo empregador pelo prazo de 06 (Seis) meses. 
Direito do Trabalho I
04.- PRESCRIÇÃO: Causas impeditivas, suspensivas e interruptivas.
São consideradas causas impeditivas aquelas tipificadas em lei que impossibilitam o autor de exercer seus direitos, estando certo que uma vez configuradas inviabilizam, juridicamente, a contagem da prescrição.
Incapacidade absoluta,
Ausência do país a serviço do ESTADO,
Prestação de serviço militar em tempo de guerra.
Na ocorrência de causas suspensivas, a contagem da prescrição cessa, reiniciando após o desaparecimento da(s) causa(s) suspensiva(s).
A submissão de qualquer demanda à Comissão de Conciliação Prévia,
Recesso ou suspensão dos trabalhos forenses.
As causas interruptivas atuam sobre o decurso do tempo com efeito mais amplo que o da suspensão, pois se nesta o tempo decorrido é preservado, na interrupção a contagem é interrompida e o tempo decorrido eliminado, respeitada a prescrição consumada. 
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05.- PRAZOS PRESCRICIONAIS.
Dois são os prazos prescricionais no Direito do Trabalho, a saber: Bienal e Quinquenal.
A prescrição bienal estabelece que o direito de ação após a cessação do contrato de trabalho é de 02 (Dois) anos, limitando o direito aos créditos eventualmente existentes dos últimos 05 (Cinco) anos - Prescrição quinquenal.
FGTS - A prescrição em relação aos créditos fundiários é trintenária. 
Ações meramente declaratórias - são imprescritíveis.
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06.- TERMO INICIAL DE CONTAGEM PRESCRIÇÃO.
Cumpre anotar, de início, que no Direito do Trabalho a contagem de prazo para estabelecer a ocorrência ou incoerência de prescrição obedece o princípio da actio nata, contudo, existem situações justrabalhistas que obedecem regramento diverso, a saber:
Parcelas oriundas de sentença normativa - a prescrição começa a fluir do trânsito em julgado da referida sentença.
Parcelas de complementação de aposentadoria - em se tratando de pedido de complementação de aposentadoria suportadas pelo ex-empregador ou pelo respectivo fundo de pensão, a jurisprudência trabalhista (TST) procurou sistematizar as correspondentes hipóteses prescricionais através das súmulas 326 (Prescrição bienal e total) e 327 (Prescrição parcial, alcançando parcelas anteriores ao biênio).
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07.- PRESCRIÇÃO PARCIAL E TOTAL.
Os tribunais pátrios fixaram entendimento de que os pedidos que envolvam prestações sucessivas poderão, eventualmente, ser alcançados por prescrição total, envolvendo a pretensão como um todo, ou parcial, envolvendo tão somente as parcelas cuja prescrição tenha ocorrido no prazo quinquenal.
08.- PRESCRIÇÃO EM DANOS MORAIS.
A prescrição em relação aos pedidos de indenização por danos morais, ainda que vinculados à existência de relação laboral entre as partes, é regida pelo Código Civil, estando fixado em 03 (Três) anos - CC, artº. 206, § 3º, V.
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09.- ARGUIÇAO DA PRESCRIÇÃO. Legitimidade e momento.
Da legitimidade - A prescrição, como matéria de defesa, pode ser arguida pelo Acionado ou por terceiro interessado, aquele que de modo direto ou subsidiário possa vir a responder pela condenação.
Cumpre anotar, por oportuno, que com o advento da Lei 11.280/2006, que modificou vários artigos do CPC, foi estabelecido que na esfera cível o juiz pronunciará de ofício, a prescrição - CPC, art. 219, § 5º. Essa faculdade não foi estendida ao Juiz do Trabalho.
Do momento - O Direito Civil não fixou limites temporais para arguição de prescrição, contudo, a jurisprudência trabalhista fixou entendimento no sentido de que eventual arguição de prescrição deve ser apresentada na instância ordinária, entendendo-se como tal a fase de conhecimento.
10.- PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.
Instituto de grande aplicação na área cível, não admitida no processo trabalhista.

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