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Aula nº. 07. Empregador

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Direito do Trabalho I
Direito do Trabalho I
Professor: 
 Francisco Valdece Ferreira de Sousa
valdece@fvadvogados.adv.br
 Direito do Trabalho I
O EMPREGADOR.
Aula nº.07
Direito do Trabalho I
01.- DEFINIÇÃO DE EMPREGADOR.
Assim dispõe a CLT: 
Art. 2º. - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.
§ 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.
Empregador não é a empresa, ente que na ordem jurídica não está configurado como sujeito de direitos e ou de obrigações. O empregador será a pessoa física, jurídica ou ente despersonificado titular da empresa ou estabelecimento.
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lho existentes, restando certo que a relação de emprego, sob o ponto de vista técnico-jurídico, é apenas uma das modalidades específicas da relação de trabalho.
02.- EMPREGADOR. CARACTERIZAÇÃO.
A doutrina justrabalhsita não aponta elementos específicos para caracterização do empregador, restando certo que existindo uma pessoa física que preste serviços de forma não eventual, pessoal, subordinada e mediante salário, o tomado desses serviços será o empregador.
03.- DESPERSONALIZAÇÃO.
A pessoalidade constitui elemento fático-jurídico atávico (inerente) à figura do empregado, mostra-se irrelevante na tipificação do empregador, vez que a modificação na estrutura da pessoa jurídica, com a retirada ou admissão de sócios, não altera, para o bem ou para o mal, o contrato de trabalho preexistente.
A despersonalizarão do empregador é sobremodo relevante para a sucessão trabalhista, despontando, ainda, como importante fundamento à desconsideração da da pessoa jurídica para alcançar o patrimônio do(s) sócio(s) da pessoa jurídica nos casos previstos em lei. 
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Desconsideração da pessoa jurídica (Disregard of legal enity)
Código Civil, art. 50 - Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Públco quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
A personalidade jurídica constitui uma criação da lei para assegurar aos entes ideais o direito de atuarem livremente nas atividades a que se dedicarem, como se fossem seres dotados de vontade própria stricto sensu. Em verdade o ânimo da pessoa jurídica reside na manifestação de seu representante, que é tido por lei como condutor da vontade do organismo representado. Portanto, se a lei pode outorgar personalidade jurídica a seres ideais, também pode limitar tais prerrogativas, de acordo com necessidades ligadas à manutenção do equilíbrio das relaçõess jurídicas e negociais. Daí que a conhecida teria do “disregard of legal enity”, do direito anglo-saxão, foi inserida no direito positivo nacional pela edição do dispositivo em análise, não sem ter sido precedido pelo art. 28 da Lei 8.078/90, pioneiro no ordenamento pátrio e que inspirou o texto substantivo.
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lho existentes, restando certo que a relação de emprego, sob o ponto de vista técnico-jurídico, é apenas uma das modalidades específicas da relação de trabalho.
04.- ASSUNÇÃO DOS RISCOS.
A legislação trabalhista impõe aos empregadores, de forma única e exclusiva, os riscos da atividade econômica - risco do empreendimento, do estabelecimento e dos contratos de trabalho com seus respectivos empregados.
Essa característica é conhecida como “alteridade”, que significa, em última anelise, qualidade que está no outro. Sugere a expressão que o contrato de trabalho transfere uma das partes (o empregador) todos os riscos a ele inerentes e sobre ele incidentes.
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lho existentes, restando certo que a relação de emprego, sob o ponto de vista técnico-jurídico, é apenas uma das modalidades específicas da relação de trabalho.
05.- EMPRESA.
Empresa é o complexo de bens materiais e imateriais e relações jurídicas que se reúnem como um todo unitário, em função de dinâmica e finalidade econômicas fixadas por seus titulares. É, em última análise a organização dos fatores de produção (Bens, relações, direitos e obrigações) a serviço de um fim econômico previamente definido. 
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06.- ESTABELECIMENTO.
É uma unidade particularizada da empresa, composta também de um complexo de bens e relações jurídicas que se reúnem como um todo unitário em função das necessidades empresariais. 
Rubens Requião assevera que “o fundo de comercio ou estabelecimento comercial é o instrumento da atividade do empresário”. 
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lho existentes, restando certo que a relação de emprego, sob o ponto de vista técnico-jurídico, é apenas uma das modalidades específicas da relação de trabalho.
07.- GRUPO ECONÔMICO.
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lho existentes, restando certo que a relação de emprego, sob o ponto de vista técnico-jurídico, é apenas uma das modalidades específicas da relação de trabalho.
07.- GRUPO ECONÔMICO.
À luz da legislação trabalhista, considera-se Grupo Econômico quando uma ou mais empresas, embora tendo cada uma delas personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra (Grupo econômico por subordinação). Trata-se de grupo econômico de dominação, que pressupõe uma empresa principal ou controladora e uma ou várias empresas controladas (subordinadas).
Todavia, para a configuração do grupo econômico, deve-se avaliar a existência, em maior ou menor grau, de uma unidade diretiva comum, bem como prova consistente desta existência. Portanto, essencial para a formação de grupo de empresas é que exista uma coordenação interempresarial com objetivos comuns, uma unidade diretiva.
Assim, a direção unitária é o elemento essencial do grupo porque se inexistente, as empresas estariam liberadas para cada uma seguir o seu caminho de acordo com as suas determinações, aspecto que retiraria a integração empresarial necessária para que um grupo possa ser considerado como tal.
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 07.- GRUPO ECONÔMICO.
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Entretanto, o entendimento prevalente na Justiça do Trabalho é no sentido de que…
…também é possível a configuração de grupo econômico sem relação de dominação, bastando que haja uma relação de coordenação entre as diversas empresas, …
…como acontece quando o controle das empresas está nas mãos de uma ou mais pessoas físicas, detentoras de um número de ações suficiente para criar uma efetiva unidade de comando.
A responsabilidade solidária trabalhista recai sobre grupos de empresas constituídos formal ou informalmente, sendo que neste último caso o grupo é identificado a partir da análise da relação entre a empresa empregadora e as demais.
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 07.- GRUPO ECONÔMICO.
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A Justiça do Trabalho tem identificado grupos de empresas constituídos informalmente a partir dos seguintes indícios:
I - A direção e/ou administração das empresas pelos mesmos sócios e gerentes e o controle de uma pela outra;
II - A origem comum do capital e do patrimônio das empresas;
III -
A comunhão ou a conexão de negócios;
IV - A utilização da mão de obra comum ou outras situações que indiquem o aproveitamento direto ou indireto por uma empresa da mão de obra contratada por outra.
Ao construir e definir a figura do GRUPO ECONÔMICO o Direito do Trabalho objetiva ampliar as possibilidades de garantia do crédito trabalhista.
Importante anotar que a configuração do Grupo Econômico produz efeitos que ultrapassam os limites da simples garantia creditícia, tornando as empresas que o constituem solidariamente responsáveis pelos créditos trabalhistas - Solidariedade passiva. 
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 08.- GRUPO ECONÔMICO. EMPREGADOR ÚNICO.
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Casos há em que o trabalhador presta serviços a mais de uma empresa do grupo, permitindo o surgimento de corrente interpretativa que vislumbra acoplar-se à solidariedade passiva também a solidariedade ativa das entidades componentes do grupo econômico. Solidariedade dual - ativa e passiva - em face do mesmo conjunto do contrato de trabalho.
A jurisprudência perfilou-se em direção à tese da responsabilidade da - empregador único. 
Diz a Súmula 129, de 1982, do TST.
“A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário”. 
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 09.- SUCESSÃO DE EMPREGADORES.
A sucessão de empregadores, regulada pelos artigos 10 e 448 da CLT, é o instituto em virtude do qual se opera, no contexto da transferência de titularidade de empresa ou estabelecimento, uma completa transmissão de créditos e assunção de dívidas trabalhistas entre alienante e adquirente envolvidos. É o que se pode dizer, uma alteração subjetiva do(s) contrato(s) de trabalho.
O fundamental é que ocorra a transferência de uma universalidade
I - Empresa em fase de ampliação adquire estabelecimento de outra e o incorpora, mantendo alguns ou todos os empregados existentes;
II - Empresa fecha uma unidade e vende o imóvel e os equipamentos a terceiro que passa a explorar a mesma atividade anteriormente desenvolvida no estabelecimento;
III - Empresa vai a falência e o estabelecimento e haveres que possui são levados a hasta pública e adquiridos por terceiro que passa a desenvolver a mesma atividade anteriormente desenvolvida no estabelecimento - Excepcionalmente não ocorre sucessão.
IV - Não se aplica aos empregados doméstico as regras da sucessão.

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