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CENTRO UNIVERSITARIO CINECISTA DE OSORIO – UNICNEC 
GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA 
PROJETO INTEGRADOR 4 
 
 
 
 
 
ISABELA MACHADO 
LUCAS VIERA 
MELISA RISSO 
RAINER SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 OSÓRIO,2018 
 
CENTRO UNIVERSITARIO CINECISTA DE OSORIO – UNICNEC 
GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA 
PROJETO INTEGRADOR 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEPRESSÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado como requisito para a 
obtenção da nota semestral da disciplina de 
Projeto integrador 4 do curso de Bacharelado 
em Psicologia do Centro Universitário 
Unicnec de Osorio, orientado e revisado pelo 
Professor Dra. Dionéia Mendes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 OSÓRIO,2018 
 
RELÁTORIO ENTREVISTA 
 
 A entrevista semiestruturada sobre depressão infantil foi realizada na manhã 
do dia vinte e cinco de outubro de 2018, em Tramandaí, com a psicóloga clinica 
Renata Camargo, que tem em seu currículo quinze anos de formação no curso de 
psicologia pela ULBRA Gravataí, especializada na área de infância e adolescência, 
também especializada na área de adultos, em psicanalise, pelo instituto 
contemporâneo, doutora em psicanalise pela Universidade de Salvador e membro da 
Sociedade Brasileira de Psicanalise. 
 
 A psicóloga foi questionada sobre vários pontos do tratamento utilizado para 
crianças com depressão. Começamos perguntando quais os sintomas e como 
diagnosticar uma criança em estado depressivo, ela disse que essa resposta se torna 
subjetiva por depressão infantil ser um quadro muito comum, e que os sintomas 
podem se manifestar de diversas formas, mas que uma criança para estar em 
depressão ela precisa ter um nível de sofrimento que atrapalhe no curso do 
desenvolvimento normal. Renata ainda ressaltou a importância da diferença dos 
sintomas tristeza e agressividade. 
 
 Na lista de duvidas estavam também perguntas sobre quanto tempo a 
depressão infantil demora para ser diagnosticada, como é formado o vínculo 
terapêutico e como é a aderência ao tratamento. Ela diz que um bom tempo para um 
diagnóstico de depressão infantil é de quatro sessões, pois é necessário observar a 
variação humor do paciente, sobre o vínculo terapêutico e a aderência do tratamento 
é dito que o tratamento feito por ela é baseado no afeto e dessensibilizarão de 
situações traumáticas ou tristes porem ela também relata que o êxito do tratamento 
só é dado se a criança consegue se ligar ao psicólogo, e que cada criança tem um 
tipo de padrão para fazer esta ligação, cabe ao psicólogo estar aberto aos tipos de 
ligação que cada criança vai impor. 
 
 Seguimos a entrevista questionando sobre quais as dificuldades do portador da 
patologia e os pontos importantes para ele ter uma melhora. Foi dito pela psicóloga 
que patologia seria um termo muito forte para tratar sobre a questão, já que falávamos 
de crianças depressivas e este quadro ainda pode se inverter pelo fato da criança 
 
ainda estar em processo de formação, disse também que a dificuldade nesses casos 
é a incompreensão das motivações, dos comportamentos e atos das crianças. 
Enfatizou ainda a diferença drástica entre limite e castração, falou também sobre a 
importante função do psicólogo de instruir e ensinar a família a lidar com questões que 
influenciaram essa criança a agir de tal maneira. 
 
 A última questão a ser feita foi sobre os pontos importantes para a criança ter a 
melhora. Ela destaca que para haver a melhora em um quadro de depressão infantil 
é necessário que haja três pilares que falem a "mesma língua" sendo os três: 
psicoterapia, família e escola. O trabalho com a criança para que ela consiga elaborar 
e dessensibilizar o grau de sofrimento em determinados aspectos da vida dela, um 
trabalho com a família onde eles possam entender o que é buscado e trabalhado nas 
consultas para que eles modifiquem em casa o contexto social em que a criança está 
inserida e por último que a escola entenda e aceite o diagnostico dado e consiga ter 
uma linha de trabalho onde os outros dois pontos, psicoterapia e família, se encaixem. 
 
CONSIDERAÇÃO HISTÓRICA 
 Quevedo et.al(2008, p.17) salientam que “as primeiras descrições de estados 
de alteração do humor podem ser encontradas nas escrituras bíblicas e na mitologia”. 
De acordo com Dalgalarrondo (2008) o humor triste e o desânimo, do ponto vista 
psicológico, são os elementos mais acentuados das síndromes depressivas. Para o 
autor, eles se caracterizam por uma multiplicidade de sintomas afetivos, instintivos e 
neurovegetativos, ideativos cognitivo, relativos a autovalorização, a vontade e a 
psicomotricidade.(VENSON, 2017) 
 A criança na idade média, era vista como um pequeno adulto, sem 
propriedades que a distinguissem, e desconsiderada como alguém merecedor de 
cuidados especiais. Não se tinha consciência das particularidades intelectuais, 
comportamentais e emocionais que posteriormente foram consideradas inerentes e 
naturais às crianças (COSTA, 2010). 
Por aproximadamente 50 anos, as crianças deixaram de ser diagnosticadas com 
depressão, devido aos trabalhos influentes de Sigmund Freud. Em 1917, Freud 
considerava que a depressão incluía, entre outros sintomas, a “diminuição do 
sentimento de autoestima” e “expectativas ilusórias de punição”. Para ele, crianças 
 
não tinham capacidade de autoestima (função do superego) ou a habilidade de 
vislumbrar o futuro a ponto de ter sentimentos de desesperança. Com isso, não 
podiam ficar deprimidas (MILLER, 2003). 
John Bowlby descobriu na década de 60 que crianças entre seis meses e três anos 
exibiam reclusão, uma expressão triste, murmúrios e uma recusa a comer quando 
separadas de suas mães (ZIMERMAN, 2007). 
De acordo com Bahls (2002) foi apenas em 1975 que o Instituto Nacional de Saúde 
Mental dos EUA (NIMH) reconheceu oficialmente a existência da depressão em 
crianças e adolescentes, atraindo um crescente interesse durante as duas últimas 
décadas em pesquisas neste período da vida. 
 As investigações a respeito da depressão infantil têm recebido destaque 
apenas recentemente, uma vez que, até a década de 60, não se acreditava na 
possibilidade de sua existência nessa faixa etária. Acreditava-se que as crianças não 
tinham maturidade psicológica e estrutura cognitiva necessária para experimentar 
esse problema (SON & KIRCHNER, 2000). 
 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS) 
 A depressão é a principal causa de problemas de saúde e incapacidade em 
todo o mundo. De acordo com as últimas estimativas da Organização Mundial da 
Saúde (OMS), mais de 300 milhões de pessoas vivem com depressão, um aumento 
de mais de 18% entre 2005 e 2015. A falta de apoio às pessoas com transtornos 
mentais, juntamente com o medo do estigma, impede muitas pessoas de acessarem 
o tratamento de que necessitam para viver vidas saudáveis e produtivas.(OMS, 2015) 
As novas estimativas foram divulgadas pouco antes do Dia Mundial da Saúde, no dia 
7 de abril, que tem como ponto alto a campanha anual da OMS, "Depressão: vamos 
conversar". O objetivo geral da campanha é que mais pessoas com depressão, em 
todo o mundo, busquem e obtenham ajuda.(OMS, 2015) 
Margaret Chan, Diretora-Geral da OMS, afirmou: "Estes novos números são um sinal 
de alerta para que todos os países repensem suas abordagens à saúde mental e 
tratem-na com a urgência que merece".(OMS, 2015) 
 
Nas Américas, cerca de 50 milhões de pessoas viviam com depressão em 2015, ou 
seja, cerca de 5% da população. "A depressão afeta a todos nós. Não discrimina poridade, raça ou história pessoal. Isso pode prejudicar os relacionamentos, interferir na 
capacidade das pessoas de ganhar a vida e diminuir seu senso de autoestima", disse 
a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne. No 
entanto, "mesmo a depressão mais grave pode ser superada com o tratamento 
adequado. E o primeiro passo para obter tratamento é conversar", acrescentou.(0MS, 
2015) 
"O estigma contínuo associado ao transtorno mental foi a razão pela qual decidimos 
nomear a nossa campanha de “Depressão: vamos conversar", alegou Shekhar 
Saxena, Diretor do Departamento de Saúde Mental e Abuso de Substâncias da 
OMS.(OMS, 2015) 
A OMS identificou fortes ligações entre a depressão e outras doenças e transtornos 
não transmissíveis. A depressão aumenta o risco de transtornos de uso de 
substâncias e de doenças como diabetes e cardíacas. O oposto também é verdadeiro, 
o que significa que as pessoas com essas outras condições têm um maior risco de 
depressão. A depressão também é um fator de risco importante para o suicídio, que 
acaba com centenas de milhares de vidas a cada ano.(OMS, 2015) 
SINTOMAS 
 Nos últimos anos, há uma tendência em que se acredita é que a depressão na 
criança emerge de forma semelhante à depressão no adolescente e no adulto. No 
DSM-V deixa claro que os sintomas básicos de um episódio depressivo maior são os 
mesmos para criança e adolescentes, de forma que o a depressão na infância pode 
ser diagnosticada pelos mesmos critérios utilizados para o adulto, no entanto, o DSM-
V faz ressalvas referentes à alteração do humor e do apetite e à dificuldade de 
concentração.(DSM-V, 2014) 
 Assim como a patologia no adulto, a depressão infantil é acompanhada de uma 
série de prejuízo nas diferentes vivências da criança, que certamente podem acarretar 
consequências negativas para seu desenvolvimento. É visto assim que como 
consequência da diminuição de comportamentos adaptados (contato social, interesse 
 
pelas atividades e pelas pessoas) e um aumento na frequência de comportamentos 
de esquiva e fuga de estímulos vistos como aversivos (tristeza, choro). 
 Ocorrem ainda grandes dificuldades no que se refere ao diagnóstico, pois o 
quadro traz a presença de comorbidades e os sintomas manifestam-se muitas vezes 
de forma mascarada, sendo mais frequentes os seguintes: transtorno de déficit de 
atenção e hiperatividade, baixa autoestima, tristeza, medo, distúrbios do sono e baixo 
rendimento escolar. Sintomas somáticos também podem estar associados 
(SCIVOLETTO & TARELHO, 2002). 
 
Diagnóstico baseado no DSM-V 
 Segundo o DSM-V (pag. 162,163 e 164, 2014) os sintomas para os critérios 
diagnósticos do Transtorno Depressivo Maior, devem estar presentes em quase todos 
os dias, na maior parte do dia, por pelo menos duas semanas consecutivas, com 
exceção da alteração de peso e de ação suicida. A principal característica de um 
episódio depressivo maior é o período de pelo menos duas semanas em que há o 
humor depressivo ou perda de interesse em quase todas as atividades. Vale ressaltar, 
que em crianças e adolescentes em vez de haver humor triste e abatido pode existir 
o humor irritável ou fastidioso. O indivíduo deve experimentar pelo menos quatro 
sintomas adicionais, dentre eles, as mudanças no apetite, no peso, no sono, 
diminuição da energia, sentimento de desvalia ou culpa, dificuldade na concentração 
ou volição e pensamentos acerca do suicídio. Para que seja apreciado no diagnóstico 
do Transtorno Depressivo Maior, esses sintomas devem ser recentes ou ter piorado 
significativamente. O episódio deve ser acompanhado por sofrimento ou prejuízo no 
funcionamento social, profissional, em outras áreas consideradas importantes pelo 
indivíduo. Quanto às alterações no apetite, é importante destacar que em crianças é 
possível observar o insucesso na obtenção do peso previsto. Já com respeito ao 
prejuízo na concentração, as crianças com sintomas depressivos frequentemente 
apresentam uma queda abrupta no rendimento escolar. 
 
Critérios para Diagnósticos 
A- Cinco ou mais dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o mesmo 
período de duas semanas e representam uma mudança em relação ao 
funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é (1) humor deprimido 
ou (2) perda de interesse ou prazer. 
 
Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, conforme 
indicado por relato subjetivo (p. ex., sente-se triste, vazio, sem esperança) ou 
por observação feita por outras pessoas (p.ex., parece choroso). (Nota: Em 
crianças e adolescente, pode ser humor irritável.) 
Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as 
atividades na maior parte do dia, quase todos os dias. 
Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta (p. ex., uma 
alteração de mais de 5% do peso corporal em um mês), ou redução ou 
aumento do apetite quase todos os dias. (Nota: Em crianças, considerar o 
insucesso em obter ganho de peso esperado.) 
Insônia ou hipersonia quase todos os dias. 
Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observáveis por outras 
pessoas, não meramente sensações subjetivas de inquietação ou de estar 
mais lento.) 
Fadiga ou perda de energia quase todos os dias. 
Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (que podem ser 
delirantes) quase todos os dias (não meramente auto recriminação ou culpa 
por estar doente). 
Capacidade diminuída para pensar ou concentração, indecisão, quase todos 
os dias. 
Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação 
suicida recorrente sem um plano especifico, uma tentativa de suicídio ou plano 
especifico para cometer suicídio. 
B- Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no 
funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes na vida do 
indivíduo. 
C- O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a 
outra condição medica. 
Os critérios A-C representam um episódio depressivo maior. 
Respostas a uma perda significativa (p. ex., luto, ruína financeira perdas por 
desastre natural, uma doença médica grave ou incapacidade) podem incluir 
sentimento de tristeza intensos, ruminação acerca da perda, insônia, falta de 
apetite e perda de peso observados no critério A, que podem assemelhar-se a um 
episódio depressivo. Embora tais sintomas possam ser entendidos ou 
 
considerados apropriados à perda, a presença de um episódio de depressivo 
maior além da resposta normal a uma perda significativa também deve ser 
cuidadosamente considerada. 
D- A ocorrência do episódio depressivo maior não é mais bem aplicada por 
transtornos esquizoafetivo, esquizofrenia e outro transtorno psicótico 
especificado ou transtorno de esquizofrenia e outro transtorno psicótico não 
especificado. 
E- Nunca houve um episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco. Nota: Essa 
exclusão não se aplica se todos os episódios do tipo maníaco ou do tipo 
hipomaníaco são induzidos por substancia ou são atribuíveis aos efeitos 
psicológicos de outra condição médica. 
 
 
Prognóstico 
 
 Muitas das consequências funcionais do transtorno depressivo maior 
derivam de sintomas individuais. O prejuízo pode ser muito leve, de forma que 
muitos daqueles que interagem com o indivíduo afetado não percebem os 
sintomas depressivos. O prejuízo, no entanto, pode se até total incapacidade, 
de modo que a pessoa deprimida é incapaz de dar atenção às necessidades 
básicas de cuidado consigo mesma ou fica muda ou catatônica. Entre os 
indivíduos atendidos em contexto médicos gerais, aqueles com transtorno 
depressivo maior têm mais dor e doença físicae maior redução no 
funcionamento físico, social e de papéis. (DSM-V, pag. 167, 2014) 
 
Comorbidade 
 
1- Transtorno de Ansiedade 
“Incluem transtornos que compartilham características de medo e ansiedade 
excessivos e perturbações comportamentais relacionadas” (DSM-V, 189-191, 2014). 
Abarcam a ansiedade de separação, transtorno de pânico, transtorno obsessivo-
compulsivo (TOC) e o distúrbio de ansiedade generalizada (TAG). Normalmente 
apresentam sintomas motores, fisiológicos e cognitivos. Como sintomas motores são: 
tremer, roer as unhas, chupar o dedo, gaguejar, forcar a mandíbula e evitar os outros. 
 
Os sintomas fisiológicos são: taquicardia, sudorese, mudança na tensão muscular, 
respiração aumentada, falta de ar, náuseas, vômitos, dor de estomago e urinar 
frequentemente. Já nos sintomas cognitivos destacam-se o medo, esperar por 
perigos, sensação de ser inadequado ou incompetente ou visões de lesão corporal 
 
2- Transtorno da Conduta 
No transtorno de conduta as crianças assumem um comportamento repetitivo onde 
direitos básicos ou regras/normas sociais próprios para a idade do mesmo são 
desrespeitados, adotando assim características agressivas com pessoas e/ou 
animais. Assumem uma postura de intimidação, ameaça e provocação, chegando em 
muitos casos a provocar brigas.(DSM-V, pag. 194, 2014) 
 
3- Transtorno Oposicionista-Desafiador 
Crianças com o transtorno de oposição desafiante possuem um padrão de humor 
raivoso e irritável, de comportamento questionador/desafiante ou índole vingativa 
(DSM-V, pag. 63, 2014). No que concerne aos sintomas, Miller (2003) destaca: perder 
o controle, discutir repetidamente com 
adultos, recusar a entender os pedidos ou regras dos adultos, perturbar 
deliberadamente uma pessoa, culpar frequentemente os outros por seus erros, ficar 
sensível ou irritável com facilidade, estar muitas vezes bravo ou ressentido e ser cruel 
e vingativo. Com frequência o transtorno opositor desafiador precede o 
desenvolvimento do transtorno de conduta. 
 
4- Transtornos de Déficit de Atenção/Hiperatividade 
Tem como principais características a desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade 
que interferem diretamente no funcionamento e desenvolvimento da criança (DSM-V, 
pag. 59-61, 2014). Alguns dos sintomas da depressão ocorrem como sintoma da 
depressão, uma vez que as crianças com TDHA passam por diversos problemas 
sociais e fracassos escolares, o que a faz ter pensamentos de inutilidade 
 
 
 Reis e Figueira (2001) destacam que realizar o diagnóstico não é fácil, na 
medida em que crianças e adolescentes não conseguem identificar ou nomear os 
sintomas que aparecem de maneira multifacetada. Os pais ou responsáveis 
 
geralmente procuram ajuda do pediatra por problemas que inicialmente não são 
identificados como sendo de depressão. As principais queixas orgânicas são cefaleia, 
dores abdominais, diarreia. Aparecem também a falta de apetite ou apetite exagerado, 
insônia, irritabilidade, agressividade ou passividade exagerada, choro sem razão 
aparente, dificuldades cognitivas, comportamento antissocial, indisciplina, ideias ou 
comportamento suicidas. 
 
 Segundo Rotondaro (2002), para que a criança tenha um desenvolvimento 
emocional saudável, precisa de um ambiente familiar favorável, capaz de suprir 
adequadamente suas necessidades básicas, entre as quais as de proteção e 
acolhimento. Quando isso não acontece, a criança utiliza mecanismos de defesa 
específicos para lidar com as dificuldades, comprometendo o desenvolvimento das 
estruturas de personalidade que estão se formando na infância. 
 
 Os sinais da presença da depressão infantil são variados, dependendo da faixa 
etária da criança e da condição de verbalizar o que ela sente, se torna necessário 
observar as formas de comunicação pré-verbal como a expressão facial, produções 
gráficas, súbitas mudanças de comportamento e postura corporal, entre outras 
(BAPTISTA & GOLFETO, 2000). Segundo Marcelli (1998), nenhum deles deve ser 
considerado isoladamente, sendo necessário analisar sua conjunção e a durabilidade 
dos episódios. 
 
 Bock e Côrtes (2000) afirmam que a depressão não é doença apenas na 
criança quieta e desanimada; as manifestações da doença podem estar também na 
criança agressiva e hiperativa. Na medida em que a depressão interfere diretamente 
nas fases de desenvolvimento infantil, são muito importantes o diagnóstico precoce e 
o tratamento adequado ainda nessa fase inicial da vida, já que as repercussões da 
doença são graves e sérias. 
 
 Entre muitas variáveis estudadas que tem relação direta com a depressão 
infantil algumas se destacam pelo grande número de ocorrência como as condições 
sociais, a configuração familiar e a função materna. Marcelli (1998) cita os resultados 
de alguns estudos que apontam traços característicos na população que vive em 
 
condições socioeconômicas desfavoráveis, entre os quais se destacam o 
desemprego, uniões transitórias do casal, alcoolismo e violência. 
 
 Habitualmente, são famílias incompletas, e frequentemente a figura 
masculina ocupa lugar secundário. As crianças sofrem as consequências diretas 
dessa desestruturação, uma vez que não têm asseguradas as condições básicas 
necessárias para um bom desenvolvimento e não conseguem reagir diante de tais 
adversidades. Entretanto, é importante assinalar que a falta de figuras parentais 
consistentes acontece independentemente da classe social. Também existe consenso 
entre os autores consultados na elaboração deste trabalho no sentido de que a função 
materna, independentemente de quem a exerça (avó, tia ou até mesmo o pai), é de 
fundamental importância para a formação psíquica saudável da criança. (VENSON, 
2017) 
 
 A função materna, somada a outras condições ambientais favoráveis, é 
essencial para que o bebê possa desenvolver-se física e psiquicamente saudável 
(WINNICOTT, 1971). Nos primeiros meses de vida, a presença acolhedora da figura 
materna, propiciada de forma constante e nos momentos adequados, fornece ao bebê 
a ilusão de que a satisfação das suas necessidades ocorre por sua única e exclusiva 
vontade. Ele ainda não é capaz de se diferenciar do mundo externo; por essa razão, 
a satisfação das suas necessidades lhe proporciona a crença onipotente de que pode 
controlar o mundo. É essencial que a mãe mantenha essa crença, essa ilusão na 
criança, para que esta possa gradativamente adquirir a confiança necessária que lhe 
permitirá estabelecer vínculos com o mundo externo. 
 
 A partir da perspectiva do desenvolvimento infantil, existem algumas tarefas 
que são imprescindíveis que a criança domine, para que possa proteger-se da 
depressão. Essas tarefas devem ser realizadas efetivamente pela criança, e os pais 
tem o dever de auxiliar e encorajar o filho. Dentre as tarefas pode-se destacar, 
segundo Miller (2003): 
A) Que os pais atendam às necessidades fisiológicas básicas da criança, sem que 
ela precise expressar muitas emoções negativas. Para que isso ocorra, os pais 
devem estar em sintonia com as formas de comunicação do filho, com o intuito 
 
de que suas necessidades sejam atendidas com certa rapidez. Isso facilita que 
a criança desenvolva uma capacidade de autorregular suas emoções; 
B) Socializar a criança e demonstrar a ela como expressar suas emoções em 
situações apropriadas; 
C) Desenvolvimento de um vínculo seguro entre a criança e seus cuidadores, 
devendo estes serem responsivos e consistentes para com a criança; 
D) Desenvolver a autoconsciência da criança para que ela consiga diferenciar-se 
dos outros.Tratamento 
 
 As psicoterapias são indicadas em larga escala nesta população, tanto nos 
casos leves quanto moderados e associadas a psicofarmacologia nos casos graves. 
Dentre as abordagens mais utilizadas estão a terapia cognitivo-comportamental, a 
psicoterapia de orientação psicodinâmica e a psicoterapia interpessoal, muitas vezes 
associadas com psicofármacos (SCHWAN e RAMIRES, 2011). Hay et al. (2016) 
acreditam que a terapia cognitiva comportamental é a mais efetiva para melhorar os 
sintomas depressivos em crianças e adolescentes. Os autores salientam ainda que é 
imprescindível que no tratamento, englobe tratar o episódio depressivo e ajudar a 
família a responder de maneira eficaz as necessidades emocionais do paciente. Os 
pais também podem ser vistos como uma extensão do terapeuta ao observar o 
progresso de seu filho ao longo do tratamento. Normalmente, durante o tratamento, o 
terapeuta passa uma ou duas horas por semana com a criança nos limites 
extremamente controlados e artificiais de um consultório. Como este não é o ambiente 
natural da criança, é comum que ela se comporte de uma maneira diferente da usual. 
Até que a criança relaxe com o terapeuta e comece a demonstrar-lhe diretamente os 
sintomas depressivos, a maioria das informações do terapeuta sobre a criança é 
obtida por meio do relatório dos pais e diretamente com a criança (MILLER, 2003, p. 
218). 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 
 
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Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
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em:<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021- 755720020005000>. Acesso 
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