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RELATÓRIO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL 
 
INSTITUTO DE QUÍMICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARCELO SANCHES GOMES 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porto Alegre, 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL 
 
INSTITUTO DE QUÍMICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARCELO SANCHES GOMES 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado junto à 
atividade de ensino “Estágio Obrigatório” do curso de 
Química Industrial como requisito parcial para a 
obtenção do grau de Químico Industrial. 
 
 
 
Prof. Dra. Tânia Pizzolato 
Orientadora 
 
 
 
 
 
 
 
Porto Alegre, 2014
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
Agradeço à Fernanda, minha noiva, que amo e que desde 2009 participa das minhas 
conquistas me incentivando, apoiando, lutando, me fazendo muito feliz e sendo a melhor 
companheira que alguém pode ter ao lado, planejando cada etapa junto comigo e com isso 
cada vez mais crescemos juntos e somos muito felizes. 
Agradeço a UFRGS por me oferecer a oportunidade de um ensino gratuito e de 
qualidade. Agradeço aos professores do Instituto de Química pelos seus ensinamentos e 
conselhos que impulsionam, nós alunos a uma carreira promissora. 
À minha orientadora, Profa. Dra. Tania Pizzolato, que compartilhou seus conhecimentos 
comigo. 
Agradeço a empresa Braskem, que permitiu que eu realizasse este estágio, onde adquiri 
muita experiência prática em laboratório, além de conhecimento sobre o funcionamento de 
uma indústria petroquímica. 
 Aos integrantes do Laboratório da UNIB, por me acolherem nessa grande família, que 
sempre mostrou dedicação e vontade, não importando os desafios. Agradeço a Miriam que 
foi minha líder e educadora, a Fabiana e ao Luis Fernando que me ajudaram, e a todos os 
integrantes e estagiários que de alguma forma contribuíram para o meu crescimento 
profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1 – Esfera de Eteno Verde.............................................................................................9 
Figura 2 – Viscosímetro Brookfield Thermosel.......................................................................13 
Figura 3 – Cilindro externo e rotor interno do viscosímetro Stabinger....................................13 
Figura 4 – Viscosímetro Stabinger..........................................................................................14 
Figura 5 – Destilador automático............................................................................................14 
Figura 6 – Polarógrafo para análise de dienos.......................................................................16 
Figura 7 – Esquema do sistema de titulação Karl-Fischer......................................................16 
Figura 8 – Visão externa do Multitek.......................................................................................18 
Figura 9 – Esquema Interno do Multitek.................................................................................19 
Figura 10 – Fotomultiplicador..................................................................................................20 
a 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 5 
2. OBJETIVOS .................................................................................................................................... 6 
3. A INSTITUIÇÃO .............................................................................................................................. 7 
3.1 Histórico...................................................................................................................................... 7 
3.2 Atividades e Processo Produtivo................................................................................................. 7 
3.3 Sustentabilidade e inovação ....................................................................................................... 8 
3.4 Eteno Verde ................................................................................................................................ 9 
3.5 Programa de Estágio Braskem ................................................................................................... 9 
3.5.1 Projeto Aplicativo ................................................................................................................ .9 
3.7 Laboratório de Físico-Química................................................................................................. 10 
4. ATIVIDADES REALIZADAS .......................................................................................................... 12 
4.1 Análises de rotina ..................................................................................................................... 12 
4.1.1 Determinação de peróxidos em butadieno ......................................................................... 12 
4.1.2 Análise de viscosidade em óleo combustível, óleo de quench, resíduo aromático; ............ 12 
4.1.3 Destilação de gasolinas e hidrocarbonetos ........................................................................ 14 
4.1.4 Análise de Dienos por Voltametria ..................................................................................... 15 
4.1.5 Determinação de água pelo Método Karl-Fischer ............................................................... 16 
4.2 Relatórios técnicos ................................................................................................................... 18 
4.2.1 Análises de óleos para negro-de-fumo ............................................................................... 18 
4.2.2 Formulação de gasolina ..................................................................................................... 19 
4.3. Implementação de Novos Equipamentos ................................................................................. 19 
4.3.1 Projeto Aplicativo ............................................................................................................... 22 
5. CONCLUSÃO................................................................................................................................ 24 
6. REFERÊNCIAS ............................................................................................................................. 25 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O presente relatório descreve as atividades desenvolvidas durante o Estágio Curricular 
Obrigatório do Curso de Graduação em Química Industrial da Universidade Federal do Rio 
Grande do Sul. Este estágio foi realizado no período de fevereiro de 2014 até janeiro de 
2015 no Laboratório de Análises Físico-Químicas de Controle de Qualidade da Unidade de 
Insumos Básicos da Empresa Braskem S. A., localizada em Triunfo, Rio Grande do Sul. 
 
 
 
 
2. OBJETIVOS 
 
Este estágio teve como objetivos: 
 A oportunidade de aplicar o conhecimento teórico adquirido no ambiente 
acadêmico, por meio de atividades práticas em uma empresa que valoriza a educação 
pelo e para o trabalho; 
 O desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais; 
 A interação com as equipes de trabalho e orientação constante do líder do 
estagiário; 
 Desenvolvimento de atividades na área de atuação do curso de graduação e 
elaboração de um projeto ao final do estágio; 
 
 
 
 
3. A EMPRESA 
 3.1 Histórico 
A Braskem faz parte do grupo Odebrecht, multinacionalbrasileira, inicialmente do ramo 
da construção civil, decide entrar no setor petroquímico, em 1979, comprando um terço das 
ações da Companhia Petroquímica de Camaçari, produtora de PVC. 
Ao longo dos anos, o grupo Odebrecht adquiriu outras empresas do ramo petroquímico, 
formando a empresa Braskem S. A., no ano de 2002, a partir da integração de seis 
empresas: Copene, OPP, Trikem, Nitrocarbono, Proppet e Polialden. 
Posteriormente, a Braskem tornou-se a empresa petroquímica líder na América Latina, 
com unidades industriais e escritórios no Brasil, além de bases comerciais nos Estados 
Unidos e Argentina. 
Em 2006, a empresa adquiriu a Politeno, empresa brasileira produtora de polietileno, 
ampliando seu portfólio de produtos com resinas como o EVA. 
Em 2007, a Braskem adquiriu o Grupo Ipiranga e tornou-se o acionista majoritário da 
Copesul, a central de matérias-primas do Pólo Petroquímico do Sul, em Triunfo, no Rio 
Grande do Sul. Foi estabelecida assim, a Unidade de Insumos Básicos (UNIB), local onde foi 
realizado este Estágio Curricular Obrigatório. 
 
3.2 Atividades e Processo Produtivo 
A Braskem possui atualmente 31 plantas industriais no Brasil e Estadas Unidos com 
capacidade de produção superior a 15 milhões de toneladas ao ano e exportando para mais 
de 60 países. 
No Brasil, são 28 plantas industriais localizadas nos pólos petroquímicos da Bahia, Rio 
Grande do Sul, Rio de Janeiro, Alagoas e São Paulo. A empresa está estruturada em três 
unidades de negócios para atender os mercados: petroquímicos básicos, polímeros e 
negócios internacionais. 
A Braskem mantém no pólo petroquímico de Triunfo uma parcela de sua produção 
destinada ao mercado interno. Esta unidade é responsável pela produção anual de: 
 270 mil toneladas de gasolina; 
 106 mil toneladas de butadieno; 
 175 mil toneladas de ETBE; 
 1,25 milhão de toneladas de Eteno; 
 200 mil toneladas de Eteno Verde; 
 760 mil toneladas de polipropileno; 
 1,35 milhão de toneladas de polietileno. 
 
3.3 Sustentabilidade e inovação 
A Braskem combina tecnologia e qualidade nos produtos e serviços, sempre visando 
manter seu compromisso com o meio ambiente. 
Desde 2002, a empresa vem apresentando importantes reduções no consumo de água, 
energia e geração de efluentes. O uso de matérias-primas renováveis como a cana-de-
açúcar e a procura por outras formas de produção sustentáveis constituem um importante 
compromisso da Braskem. A empresa é pioneira no desenvolvimento de novas tecnologias 
para a indústria do plástico, sendo uma das maiores empresas depositantes de patentes em 
nosso país. 
Nos laboratórios dos Centros de Inovação e Tecnologia são desenvolvidos, aprimorados 
e testados novos produtos, processos e aplicações industriais. Um deles está localizado no 
pólo de Triunfo, no Rio Grande do Sul, enquanto que os outros dois encontram-se em São 
Paulo e nos Estados Unidos. 
 
3.4 Eteno Verde 
Produzido com etanol da cana-de-açúcar, matéria-prima 100% renovável, o Eteno Verde 
é uma recurso para as empresas comprometidas com o crescimento sustentável. O produto 
dá origem à resina Polietileno Verde, também conhecida como plástico verde. 
A fábrica de Eteno Verde iniciou suas operações no ano 2010 em Triunfo, e possui 
capacidade de produção de 200 mil toneladas, ilustrado pela Figura 1. Trata-se da maior 
unidade do mundo a processar o produto em escala industrial. 
Para cada tonelada de Polietileno Verde produzido, são capturados e fixados até 2,5 
toneladas de carbono na forma de CO2 atmosférico, contribuindo para a redução de gases 
de efeito estufa que geram o aquecimento global. 
Assim como todos os plásticos, o Polietileno Verde é 100% reciclável, entretanto, o fato 
de não ser biodegradável permite que o CO2 capturado pela cana-de-açúcar seja fixado por 
esta resina por centenas de anos. 
 
Figura 1 - Esfera de Eteno Verde. 
3.5 Programa de Estágio Braskem 
A metodologia do Programa de Estágio é própria da Braskem e baseada na filosofia da 
Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO), um conjunto de três livros publicados em 1968 
pelo primeiro presidente da empresa, Norberto Odebrecht. Estas publicações abordam os 
conhecimentos que todos os integrantes da empresa necessitam adquirir para obter êxito na 
sua carreira profissional. 
Dois segmentos formam a base para o desenvolvimento profissional na Braskem: 
 Educação para o trabalho: Está relacionado ao conceito de educação pelos meios 
teóricos de adquirir novos conhecimentos (treinamentos, workshops, especializações, 
entre outros). 
 Educação pelo trabalho: São os desafios vivenciados diariamente e a interação 
com o líder e os outros integrantes, que compartilharão conhecimentos e experiências, 
orientando um melhor desenvolvimento profissional. 
 
3.5.1 Projeto Aplicativo 
Ao término de cada ano de estágio, cada estagiário deve propor junto com seu líder um 
Projeto Aplicativo que promova melhorias nas atividades ou no ambiente de trabalho, 
permitindo a oportunidade de desenvolvimento da empresa. Este projeto deverá ter seus 
resultados apresentados ao líder e demais integrantes, que de alguma forma têm relação 
com o assunto. 
O tema proposto foi a contribuição com a implementação do equipamento Multitek®. As 
atividades realizadas foram as seguintes: 
 Acompanhamento da instalação do equipamento realizada pela empresa 
fornecedora no intuito de auxiliar otimizações nas configurações e facilitar a operação, 
mantendo a reprodutibilidade e confiança da análise. 
 Elaboração do método, conforme as normas ASTM, com o procedimento de 
análises, que servirá de consulta aos integrantes. 
 Preparação dos padrões de calibração utilizando compostos de Enxofre e 
Nitrogenados simultaneamente. 
 Elaboração de um workshop para o treinamento simultâneo dos integrantes. 
 
3.6 Laboratório de Físico-Química 
O complexo de laboratórios da Unidade de Insumos Básicos subdivide-se em: 
Cromatografia, Físico-Química, Utilidades e Efluentes, sendo atendidas por uma unidade de 
Amostragem e almoxarifado. A administração concentra-se na sala central, onde o suporte 
técnico e a liderança do laboratório trabalham. 
O laboratório atende à demanda de análises necessárias à operação das Plantas de 
Olefinas, Aromáticos, Eteno Verde e Utilidades da Unidade de Insumos Básicos. Realizando 
ensaios em solventes, combustíveis, gases e óleos para o controle de qualidade em todas 
as etapas da produção, desde a matéria-prima, insumos, correntes intermediárias e o 
produto final, para atender as especificações exigidas pelos clientes e pela legislação 
brasileira. 
Além disso, desenvolvem-se relatórios técnicos de interesse operacional e presta-se 
serviços para empresas do pólo petroquímico. 
 A qualidade dos serviços é aprimorada diariamente, tendo implantado o sistema de 
gestão de qualidade da ISO 17025, conferindo credibilidade analítica e rastreabilidade dos 
resultados. 
 
 
4. ATIVIDADES REALIZADAS 
Entre as atividades desenvolvidas durante o Estágio Curricular estão incluídas as 
análises de rotina, relatórios técnicos e a implementação de novos métodos e equipamentos 
 
4.1 Análises de rotina 
Serão descritas a seguir as análises realizadas neste estágio no Laboratório de Físico-
Química. 
 
4.1.1 Determinação de peróxidos em butadieno 
O Butadieno é um hidrocarboneto que apresenta duas ligações duplas conjugadas nos 
carbonos 1 e 3. É um importante produto químico industrial usado como um monômero na 
produção de borracha sintética. 
A oxidação de hidrocarbonetos pode gerar compostos do tipo peróxido, que têm uma 
grande facilidade de gerar radicais. Os radicais são espécies químicas muitoreativas, que 
provocam, inclusive, a quebra de cadeias carbônicas e, consequentemente, podem gerar 
reações explosivas em certos casos. 
Para a sua determinação, uma massa conhecida de butadieno é evaporada, resíduo 
passa por refluxo com ácido acético e iodeto de sódio. O peróxido reage com o íon iodeto 
em meio ácido, liberando iodo o qual é titulado com tiossulfato de sódio até um ponto final 
visual, que é observado pelo clareamento da solução. 
 
H2O2 + 2H
+ + 2I- → I2 + 2H2O 
 
2S2O3
-2 + I2 → S4O6
-2 + 2I- 
 
4.1.2 Análise de viscosidade em óleo combustível, óleo de quench, resíduo 
aromático; 
Alguns produtos de petróleo são usados como lubrificantes e devem apresentar certa 
viscosidade como especificação. Por outro lado, óleos combustíveis são levados à análise 
de viscosidade para se estabelecer uma melhor condição de operação e armazenamento. 
A viscosidade é uma medida da resistência que um fluido oferece a uma força de 
cisalhamento aplicada. Os óleos de maior viscosidade possuem maiores coeficientes de 
atrito interno. Ao aplicar uma força motriz, esta é absorvida pelo atrito interno do fluido. 
Quanto maior for a velocidade, menor deve ser a viscosidade e vice-versa. 
O viscosímetro Brookfield Thermosel pode ser utilizado para medir a viscosidade de 
óleos asfálticos e outros HC’s viscosos, em elevadas temperaturas. O torque de um spindle 
giratório (uma peça de metal em forma de cilindro) em um compartimento de amostra 
termostaticamente controlado, contendo uma pequena porção de amostra é usado como 
medida da resistência relativa à rotação. Um fator é aplicado à leitura de torque para obter a 
viscosidade da amostra em milipascal segundos. 
 
Figura 2 - Viscosímetro Brookfield Thermosel. 
O viscosímetro Stabinger pode ser utilizado para medir a viscosidade de óleos 
combustíveis e lubrificantes, a temperaturas mais brandas. A amostra de teste é introduzida 
na célula de medição, que está a uma temperatura rigorosamente controlada e conhecida. 
Esta célula consiste em um par de cilindros concêntricos em rotação e um tubo em U de 
oscilação. O rotor no interior do cilindro gira de 30 a 3500 rpm por forças magnéticas e 
centrífugas, para determinar a viscosidade dinâmica a partir da resistência que o fluido 
oferece à rotação do cilindro. A densidade é determinada pela freqüência de oscilação do 
tubo em U. A viscosidade cinemática é calculada dividindo-se a viscosidade dinâmica pela 
densidade. 
 
Figura 3 - Cilindro externo e rotor interno do viscosímetro Stabinger. 
 
Figura 4 - Viscosímetro Stabinger. 
 
4.1.3 Destilação de gasolinas e hidrocarbonetos 
As características de uma destilação são importantes para gasolinas, querosenes, diesel, 
gasóleos, solventes, combustíveis etc, pois influenciam na partida de um motor, no 
aquecimento e na tendência de se formar depósitos. Os resultados são usados para o 
controle do processo industrial, especificação e maximização da qualidade do produto. A 
pureza de um produto pode ser determinada pelo comportamento na destilação. Além disso, 
volatilidade de um hidrocarboneto é uma medida de controle à segurança dos operadores, 
pois certas concentrações no ambiente podem se tornar explosivas. 
A decomposição de uma amostra, chamada de pirólise ou craqueamento, gera 
moléculas menores com ponto de ebulição mais baixo do que o composto original. 
Nesta análise, uma amostra de 100 mL é destilada em balão de fundo redondo acoplado 
a um aparelho de destilação automática com uma rampa de aquecimento previamente 
definida para cada tipo de composto. Com a evaporação do líquido, é registrada uma curva 
da temperatura do vapor referente ao percentual de líquido condensado que é recolhido em 
proveta com sensor volumétrico. 
 
Figura 5 – Destilador automático. 
Para matérias-primas e produtos finais, o volume de resíduo de destilação é 
determinado e o valor é adicionado ao cálculo. 
É de importância crítica que se verifique a presença de rachaduras no balão de 
destilação, pois neste caso pode haver gotejamento de líquido sobre a resistência, 
provocando risco de incêndio. 
 
4.1.4 Análise de Dienos por Voltametria 
Esse método é aplicável a amostras de hidrocarbonetos líquidos a temperatura e 
pressão atmosférica, na faixa de 0 a 50 ppm de valor de dienos, podendo ser estendida por 
diluição. O valor de dienos é definido como o número de gramas de iodo equivalentes as 
diolefinas conjugadas de 100g de amostra. 
Esse método se baseia no fato de que os dienos conjugados possuem eletroatividade 
específica em uma determinada faixa de potencial. Qualquer que seja o dieno conjugado, 1 
mol deste sempre consome 2 mols de elétrons. Como na amostra há uma mistura de dienos 
conjugados, a determinação do número total de mols de diolefinas é feita a partir da área 
(integral) de curvas feitas variando a voltagem na faixa de -2,2 a -2,9V. 
No polarógrafo, os dienos conjugados são reduzidos na superfície do eletrodo de 
mercúrio, na presença de um doador de elétrons. É utilizado como eletrólito uma solução de 
iodeto de tetrabutilamônio em dimetilformamida (DMF) e três eletrodos: 
 Eletrodo de trabalho: eletrodo de mercúrio de gota suspensa (HMDE), tem a área 
superficial muito pequena; 
 Contra eletrodo: feito de platina, tem uma superfície relativamente grande; 
 Eletrodo de referência: eletrodo de prata/cloreto de prata saturado com KCl 3M. 
Esta técnica estuda as relações de tensão-corrente-tempo em função da voltagem 
aplicada durante a eletrólise. No contra-eletrodo, a densidade de corrente é muito pequena, 
enquanto que no eletrodo de trabalho será grande. Logo, quando correntes pequenas fluem 
pela célula, o contra eletrodo não é polarizado, ao contrário do eletrodo de trabalho, onde 
serão descarregados os íons adjacentes ao eletrodo. A corrente total que passa pelo sistema 
será então igual à corrente transportada pelos íons que estão migrando eletroliticamente 
mais a corrente devido à difusão dos íons. 
 
 
Figura 6 – Polarógrafo para análise de dienos. 
 
4.1.5 Determinação de água pelo Método Karl-Fischer 
O conhecimento do conteúdo de água numa amostra de produto derivado do petróleo 
pode ser usado para predizer a qualidade e as características de performance do produto. 
Em 1935, Karl Fischer propôs um reagente capaz de reagir com quantidades traço de água 
em solução. Este reagente é uma mistura de iodo, amina, dióxido de enxofre e um álcool. 
ROH + SO2 + RN ↔ (RNH)SO3R 
H2O + I2 + (RNH)SO3R + 2RN → (RNH)SO4R + 2(RNH)I 
 
O reagente de Karl-Fischer é adicionado à amostra que é solubilizada numa mistura de 
metanol/clorofórmio (1:3). O ponto final da titulação é indicado por um método 
amperométrico “dead stop”, que utiliza dois eletrodos de platina, por onde flui uma corrente. 
Ambos os eletrodos são despolarizados até que o componente oxidado ou o componente 
reduzido do sistema tenha sido consumido pelo titulante. No ponto de equilíbrio, o último 
traço de iodo terá reagido e a corrente torna-se zero. 
Uma dificuldade do método é que a umidade do ar pode ser um interferente, gerando 
resultados maiores do que o verdadeiro. Um agente dessecante como peneira molecular ou 
sílica-gel deve ser utilizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7 – Esquema do sistema de titulação Karl-Fischer 
4.1.6 Determinação de Número de Bromo 
O Número de Bromo é o número de gramas de bromo que reagem com 100g de 
amostra sob as condições do teste. Usado como uma medida da quantidade de 
insaturações alifáticas em produtos derivados do petróleo e da sua pureza. 
A sua determinação utiliza a titulação condutometrica da amostra em solvente composto 
de ácido acético, diclorometano,metanol e ácido sulfúrico, com uma solução padrão de 
brometo/bromato. É necessário manter o sistema a uma temperatura de 0 a 5°C, para evitar 
a interferência de outras reações com o bromo. 
Com o auxílio de um par eletródico de platina, mede-se a diferença de potencial entre 
esses eletrodos, que deve ser de 800 mV. Esta diferença de potencial é reduzida para 750 
mV quando ocorre o consumo dos compostos insaturados, que reagem com 
brometo/bromato. 
A solução de brometo/bromato gera bromo “in situ”, que reage com as ligações 
insaturadas contidas na amostra. Quando todas essas ligações tiverem sido consumidas, o 
excesso de bromo livre diminui a diferença de potencial entre os eletrodos, por alteração na 
condutividade da solução, indicando assim o ponto final. 
BrO3
- + 5 Br- + 6 H+  3Br2 + 3H2 
 
4.2 Relatórios técnicos 
A elaboração de relatórios técnicos permite o melhor monitoramento dos sistemas das 
Plantas e oferece um diagnóstico antecipado, onde a ação preventiva ou corretiva pode ser 
melhor aplicada. Podem ser solicitados pelo setor comercial, com o objetivo de propor novas 
formulações de produtos com maior valor agregado, mas que estejam dentro das 
especificações e critérios estipulados pela legislação. 
Serão descritas a seguir os relatórios técnicos realizados neste estágio no Laboratório 
de Físico-Química. 
 
4.2.1 Análises de óleos para negro-de-fumo 
Realizou-se análises em uma série de óleos produzidos pela Planta de Olefinas, com 
diferentes formulações, no intuito de avaliar o aproveitamento como fonte de resíduo 
aromático para uma empresa que produz, matéria-prima de vários produtos. 
A utilidade destes óleos na produção de negro-de-fumo depende de sua aromaticidade, 
que é caracterizada por valores de BMCI (Bureau of Mines Correlation Index), índice 
calculado a partir da densidade e viscosidade. Quanto maior o BMCI do resíduo, maior o 
rendimento de negro de fumo. 
Após um período de seis meses de análises, foram calculados os valores de BMCI, 
constatando-se que estes não possuíam a aromaticidade necessária para atender às 
exigências da empresa solicitante. 
 
4.2.2 Formulação de gasolina 
A formulação da gasolina pode utilizar diferentes compostos derivados da nafta 
formados por moléculas de cadeia com 4 a 12 átomos de carbono. Também utiliza-se 
aditivos, através de formulações definidas, para atender os requisitos de qualidade do 
produto. O metil-terc-butil éter (MTBE) é um aditivo oxigenado, que acrescenta oxigênio 
durante a combustão, promovendo uma queima mais completa e reduzindo a liberação de 
monóxido de carbono (CO2) no escapamento. 
O objetivo deste relatório técnico foi avaliar uma mistura de diferentes produtos 
derivados da nafta, adicionando MTBE estocado na refinaria da cidade de Rio Grande e pela 
UNIB, localizada em Triunfo. Para isso, realizaram-se análises de octanagem, destilação e 
enxofre, constatando-se que esta formulação atende à especificação imposta pela 
legislação. 
 
3.3. Equipamento Multitek® 
O equipamento Multitek® adquirido pelo Laboratório de Físico-Química é um instrumento 
analítico que detecta enxofre através de fluorescência ultravioleta, e compostos 
nitrogenados por quimiluminescência, de forma confiável no nível de partes por bilhão (ppb). 
Oferece detecção rápida e precisa na análise destas substâncias químicas tão indesejáveis, 
poluentes e corrosivas. 
 
Figura 8 - Visão externa do Multitek 
Alguns processos catalíticos usados na petroquímica podem ser envenenados na 
presença de compostos nitrogenados ou de traços de enxofre. Por outro lado, existe a 
necessidade de alguma quantidade de enxofre na amostra, pois aumenta o tempo de vida 
de alguns equipamentos do processo operacional. A determinação de nitrogenados é 
importante, não apenas no processo de fabricação dos insumos básicos, mas também 
naqueles que envolvem a segunda geração. 
O equipamento permite análise de amostras no estado líquido ou gasoso, sendo a 
primeira por meio de uma microseringa e a outra utilizando um loop com gás de arraste. A 
combustão oxidativa da amostra ocorre no chamado “tubo de pirólise”, que é um tubo de 
quartzo com aproximadamente 30 cm, aquecido à temperatura de 1050oC e com entrada 
dupla para oxigênio e outra para o gás de arraste (Argônio ou Hélio) que impulsiona a 
amostra para o interior do equipamento . O enxofre presente é oxidado a dióxido de enxofre 
(SO2), enquanto que o nitrogênio é convertido a monóxido de nitrogênio (NO). A água 
gerada durante a combustão é removida através de uma membrana secadora e então os 
gases secos são arrastados para os detectores, onde ocorre a quantificação. 
R-S + O2 
1050 °C SO2 + produtos de combustão 
R-N + O2 
1050°C NO + produtos de combustão 
 
A formação de coque no tubo de pirólise é uma das principais fontes de erro na análise.. 
A queima incompleta leva à formação de carvão no interior do tubo que aprisiona moléculas 
de NO e SO2 que são liberadas aos poucos nas análises seguintes, levando ao erro de 
detecção. Isto ocorre devido a uma vazão pobre em oxigênio ou à injeção de uma 
quantidade muito grande de amostra 
 
 Figura 9- Esquema Interno do Multitek 
 
Os gases da combustão são expostos à luz ultravioleta de um comprimento de onda 
específico e o SO2 absorve esta radiação passando para sua forma excitada 
energeticamente. Logo em seguida retorna à sua forma estável, emitindo luz por 
fluorescência. Esta luz é captada por um tubo fotomultiplicador resultando num sinal elétrico 
proporcional à quantidade de enxofre na amostra original, o qual é medido como enxofre 
presente na amostra. 
SO2 + hv’ SO2 + hv” 
 
O NO entra em contato com ozônio (O3) convertendo-se em dióxido de nitrogênio 
excitado (NO2*). A decomposição do NO2 excitado emite luz por quimiluminescência, cuja 
intensidade é medida por um tubo fotomultiplicador e o sinal resultante é proporcional à 
quantidade de nitrogênio orgânico contida na amostra. 
NO + O3 NO2* 
NO2* NO2 + hv 
Quando estes fótons se chocam com a fotomultiplicadora, a radiação encontra uma 
superfície metálica, que emite elétrons num processo parecido com o de uma fotocélula. Os 
elétrons emitidos são atraídos por um pólo positivo provocando a emissão de muitos outros 
elétrons, que encontram outra superfície metálica, de tal modo que o processo é repetido 
várias vezes até que os elétrons encontram um coletor. O sinal que é dado é de voltagem 
(mV), que será maior quanto maior for a quantidade de elétrons emitidos. 
 
Figura 10 – Esquema de uma fotomultiplicadora 
 
Para a confecção de uma curva de calibração são preparados padrões compostos de 
enxofre (utilizando terc-butil sulfeto) e nitrogênio (utilizando piridina), para que dessa forma 
podem ser analisados ambos os elementos simultaneamente. 
O método de detecção baseia-se no fenômeno de átomos e moléculas emitirem 
radiações em toda a região do espectro, desde as ondas de rádio até a ondas radioativas. A 
região mais explorada em termos de química analítica é a região do ultravioleta, a qual 
promove a excitação eletrônica. A excitação eletrônica é um estado de curto período de 
tempo, na ordem de 10-6 segundos, retornando após este período ao estado fundamental ou 
não excitado, emitindo um fóton referente a diferença de energia entre o estado excitado e o 
fundamental. 
As atividades desenvolvidas na implementação do equipamento Multitek®, apresentadas 
no Projeto Aplicativo, foram as seguintes: 
 Acompanhamento da instalação do equipamento realizada pela empresa 
fornecedora no intuito de auxiliar otimizações nas configurações e facilitar a operação, 
mantendoa reprodutibilidade e confiança da análise. 
 Elaboração do método, conforme as normas ASTM, com o procedimento de 
análises, que servirá de consulta aos integrantes. 
 Preparação dos padrões de calibração utilizando compostos de Enxofre e 
Nitrogenados simultaneamente. 
 Elaboração de um workshop para o treinamento simultâneo dos integrantes. 
 
 
 
5. CONCLUSÃO 
 
No decorrer das atividades de estágio, cuja duração foi de 11 meses, foram aplicados e 
aperfeiçoados os conhecimentos adquiridos no Curso de Química Industrial. 
Durante este período foi possível perceber que a área de controle de qualidade 
necessita de conhecimento, boas práticas de laboratório, além de cuidados precisos na 
realização e na avaliação dos resultados das análises, que são muito importantes no 
processo de produção, na qualidade e confiança do produto. 
 
foi uma ótima oportunidade de poder exercitar e aprimorar os conhecimentos 
acadêmicos através da empresa, aliando a prática com a teoria, vivenciando situações 
diferentes, com desafios, novidades e responsabilidades, sendo de grande importância na 
formação e capacitação profissional e pessoal. 
6. REFERÊNCIAS 
 
ASTM D4017, Standard Test Method for Water in Paints and Paint Materials by Karl 
Fischer Method. 2008. 
ASTM D1159, Standard Test Method for Bromine Numbers of Petroleum Distillates and 
Commercial Aliphatic Olefins by Electrometric Titration. 2012. 
ASTM D4629, Standard Test Method for Trace Nitrogen in Liquid Petroleum 
Hydrocarbons by Syringe/Inlet Oxidative Combustion and Chemiluminescence. 2012 
 ASTM D6069, Standard Test Method for Trace Nitrogen in Aromatic Hydrocarbons by 
Oxidative Combustion and Reduced Pressure Chemiluminescence. 2006 
ASTM D5453, Standard Test Method for Determination of Total Sulfur in Light 
Hydrocarbons, Spark Ignition Engine Fuel, Diesel Engine Fuel, and Engine Oil by Ultraviolet 
Fluorescence. 2012 
ASTM D6667, Standard Test Method for Determination of Total Volatile Sulfur in Gaseous 
Hydrocarbons and Liquefied Petroleum Gases by Ultraviolet Fluorescence. 2014. 
ASTM D4402, Standard Test Method for Viscosity Determination of Asphalt at Elevated 
Temperatures Using a Rotational Viscometer. 2013 
ASTM D7042, Standard Test Method for Dynamic Viscosity and Density of Liquids by 
Stabinger Viscometer. 2004. 
Figueiredo, Elisabeth da silva, Dienos conjugados em gasolina: Estudo da viabilidade de 
um método eletroquímico na sua determinação quantitativa. UFRJ, 2001. 
Polak, J.; Janacek, L.; Volke, J.; Polarographic Determination of conjugated Dienes in 
Hydrogenation Products of Pyrolysed Gasoline, Analyst, Vol 111, iss 10, 1986. 
Swarvin, S. J.; Perry, K. L.; Determination of Conjugated Dienes in Gasoline by 
Differencial Pulse Polarography. Analytical Chemistry, Vol 61, iss 14, 1989.

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