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1. CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
SEMANA 1 AULA 02 
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Conceito de Direito Civil
Ramo do direito privado, destinado a regulamentar as relações de família e relações patrimoniais que se formam entre os indivíduos. 
Disciplina a vida desde a concepção ( mesmo antes dela, ex- 1799,I – 1597, IV)até a morte ( e ainda, depois dela ( 1857, 12, par. Único). 
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Conceito de Direito Civil
Devido à complexidade e ao enorme desenvolvimento das relações da vida civil que o legislador é chamado a disciplinar, não é mais possível enfeixar o direito civil no respectivo Código.
Muitos direitos e obrigações concernentes às pessoas, aos bens e suas relações encontram-se regulados em leis extravagantes, bem como na própria CF e dependentes da hermenêutica.
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Histórico do Direito Civil
A noção de direito civil como direito privado comum, remonta ao direito romano. Em princípio, o direito privado era um só, sendo as relações entre particulares reguladas da mesma forma. Posteriormente, o direito romano passou a fazer distinção entre o jus civile ( suditos romanos), e o jus gentium( o direito das gentes, aplicados aos estrangeiros e às relações entre estrangeiros e romanos.)
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Histórico do Direito Civil
Na época de Justiniano- jus civile, direito privado comum aplicado dentro das fronteiras de Roma, jus gentium, aplicado às nações estrangeiras e jus naturale, espécie de direito natural, ideal jurídico a ser seguido.
Na Idade Média, o direito civil identificava-se com o direito romano( individualista), germânico( social) e canônico.
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Conceito de Direito Civil
Na Idade Moderna, com o surgimento do Estado moderno e pela racionalização do pensamento e da cultura, surge a construção da ciência jurídica e seu caráter sistemático da ordem jurídica.
Codificação
A Constituição de 1824 referiu-se a organização de um Código Civil, sendo em 1865 elaborado um projeto capitaneado por Teixeira de Freitas, contendo 5000 artigos
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Conceito de Direito Civil
Em 1900, novo projeto foi submetido ao Congresso nacional, com a indicação de Clóvis Beviláqua.
Sofreu algumas alterações após longo parecer de Ruy Barbosa e acabou aprovado com 1807 artigos em janeiro de 1916, entrando em vigor em 1 de janeiro de 1917, saudado com louvor pro toda a Europa.
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Conceito de Direito Civil
A evolução social, o progresso cultural e o desenvolvimento científico provocaram transformações que exigiram uma contínua elaboração de leis especiais ( Lei do divórcio, CDC...). A própria CF-88 trouxe importantes inovações ao direito de família, direito das coisas , da propriedade.
Em 1967, nova comissão foi reunida para a elaboração de um novo CC, em 1972 um Anteprojeto foi apresentado e apenas em 2002 , foi finalmente aprovado.
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O CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
Em 11 de janeiro de 2003, entrou em vigor o novo Código Civil (Lei nº 10.406, de 10.01.2002), depois de tramitar por décadas no Congresso Nacional (desde 1968).
Esse novo Código representa a consolidação das mudanças sociais e legislativas surgidas nas últimas nove décadas, incorporando outros novos avanços na técnica jurídica.
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A Estrutura do Código Civil
A nova Codificação tem 2.046 artigos, organizados da seguinte maneira:
Parte Geral
I - Das Pessoas 
II - Dos Bens 
III - Dos Fatos Jurídicos 
Parte Especial 
Livro I - Do Direito das Obrigações 
Livro II - Do Direito de Empresa 
Livro III - Do Direito das Coisas 
Livro IV - Do Direito de Família 
Livro V - Do Direito das Sucessões 
Parte Final ou Das Disposições Finais e Transitórias 
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Três princípios fundamentais do novo Código Civil:
 A) Eticidade - a eticidade no Novo Código Civil visa imprimir eficácia e efetividade aos princípios constitucionais da valorização da dignidade humana, da cidadania, da personalidade, da confiança, da probidade, da lealdade, da boa-fé, da honestidade nas relações jurídicas de direito privado.
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B) A SOCIALIDADE
 – Está presente no novo Código a socialidade em detrimento do caráter individualista do antigo Diploma civilista. Daí o predomínio do social sobre o individual.
Um exemplo interessante neste sentido é o da função social da propriedade.
 A Constituição Federal deu uma fisionomia funcional social ao direito de propriedade, que no seu art. 5º, inciso XII, ao lado de garantir o direito de propriedade, logo em seguida no inciso XXIII. 
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o § 1.º do art. 1228 estabelece que "O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas." 
Também digno de transcrição o § 2.º: "São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem."
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 C) OPERABILIDADE – Diversas soluções normativas foram tomadas no sentido de possibilitar uma compreensão maior e mais simplificada para sua interpretação e aplicação pelo operador do Direito. Exemplo disso foram as distinções mais claras entre prescrição e decadência e os casos em que são aplicadas; estabeleceu-se a diferença objetiva entre associação e sociedade, servindo a primeira para indicar as entidades de fins não econômicos, e a última para designar as de objetivos econômicos.
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 Cláusulas gerais são normas com diretrizes indeterminadas, que não trazem expressamente uma solução jurídica (consequência). A norma é inteiramente aberta. Uma cláusula geral, noutras palavras, é um texto normativo que não estabelece "a priori" o significado do termo (pressuposto), tampouco as conseqüências jurídicas da norma (conseqüente). A cláusula geral exige um comportamento condizente com a probidade e boa fé.ex art. 421 CC. 
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 De outro lado, denomina-se conceito jurídico indeterminado, quando palavras ou expressões contidas numa norma são vagas/imprecisas, de modo que a dúvida encontra-se no significado das mesmas, e não nas conseqüências legais de seu descumprimento.ex. art 581 CC. Assim, na CLÁUSULA GERAL a dúvida está no pressuposto (conteúdo) e no consequente (solução legal), enquanto que no CONCEITO JURÍDICO INDETERMINADO a dúvida somente está no pressuposto (conteúdo), e não no conseqüente (solução legal), pois esta já está predefinida em lei.
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A Constitucionalização do Direito Civil
O Código Civil sempre representou o centro normativo de direito privado, por se preocupar em regular com inteireza e completude as relações entre particulares e a Constituição apenas deveria se preocupar em regular a dinâmica organizacional dos poderes do Estado. 
Era essa a lógica do Código Civil de 1916. 
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É exatamente nesta linha que surge a codificação de 1916, sendo fortemente influenciada pelo Código Napoleônico de 1804 e pelo BGB da Alemanha de 1896. Com aspirações de um jusnaturalismo racionalista, o Código Civil de 1916 defende os valores do patrimonialismo e de um excessivo individualismo inerentes às codificações liberais. 
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Assim, pelo liberalismo econômico, a Constituição exerceria um papel meramente interpretativo, somente podendo ser aplicada diretamente em casos excepcionais de lacunas dos códigos, a quem realmente caberia a missão de regular e equilibrar as relações inter-pessoais. 
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Aos poucos o Código Civil vai perdendo o seu papel de “Constituição” do direito privado. A idéia de código concebido como um sistema fechado foi sendo destruída,
surgindo diversas leis especiais e, ao poucos, o Direito Civil foi se fragmentando. 
Assim, a Constituição assume um novo papel de regência das relações privadas. A posição hierárquica da Constituição e sua ingerência nas relações econômicas e sociais possibilitam a formação de um novo centro unificador do sistema. 
Desta forma, a constitucionalização do Direito privado não significa conferir à constituição a superioridade hierárquica a do ordenamento jurídico, mas, acima disto, dar uma releitura dos velhos institutos e conceitos do âmbito privado, visando à concretização dos valores e preceitos constitucionais. 
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É importante distinguir, por fim, a Constitucionalização do Direito Civil da publicização do direito privado. 
Muitos doutrinadores confundem essas duas situações, mas elas são distintas. 
A primeira é a analise do direito privado com base nos fundamentos constitucionalmente estabelecidos. É a aplicação dos mandamentos constitucionais no direito privado. 
Já a segunda é o processo de intervenção estatal no direito privado, principalmente mediante a legislação infraconstitucional. 
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A norma constitucional, apesar da resistência de alguns setores da doutrina, passa a ser diretamente aplicável às relações privadas. Note-se que a Constituição, por ser um sistema de normas, é dotada de coercibilidade e imperatividade e, sendo assim, é perfeitamente suscetível de ser aplicada nas relações de direito privado. 
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A Constituição de 1988, refletindo as mudanças nas relações familiares deu um novo perfil aos institutos do direito de família. Assim o novo CC teve que adaptar-se aos novos ditames constitucionais aprofundando-os:
União Estável - reconhecida;
Maioridade Civil – aos 18 anos;
Regime de bens – pode ser alterado por acordo entre os cônjuges;
Exames de DNA para comprovação de paternidade – a recusa implica em reconhecimento da filiação ;
Filhos nascidos fora do casamento – não há mais distinção entre filhos;
Guarda dos filhos em caso de separação - os filhos podem ficar com o pai ou a mãe;
Sucessão - o cônjuge passa a ser herdeiro necessário.
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Caso Concreto
Afirma José Carlos Moreira Alves que “os códigos não surgem muito bons, mas, pouco a pouco, com o trabalho da doutrina e da jurisprudência, vão-se lendo o que neles não está escrito, deixando-se de ler, muitas vezes, o que nele está e, no final de certo tempo, por força de sua utilização, da colmatação dessas lacunas, da eliminação de certos princípios da sua literalidade, o código vai melhorando e, no final de certo tempo, já se considera que é um bom código”. Diante dessa assertiva pergunta-se:
1) O Código Civil vigente realmente nasceu velho como afirmaram alguns civilistas? Explique sua resposta.
2) Qual a diferença entre cláusulas gerais e conceitos jurídicos indeterminados? Cite um exemplo de cada.
3) Dê três exemplos que representem a constitucionalização do Direito Civil brasileiro.
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Questão objetiva 1
Sobre a evolução da codificação civil brasileira, pode-se afirmar que:
a. O Código Civil brasileiro foi influenciado pelo movimento de patrimonialização dos direitos.
b. A (re)personalização do Direito Privado permite que se considere que a pessoa serve ao Estado e não o Estado à pessoa.
c. O mínimo existencial em nada influencia o Direito Civil, uma vez que considerado categoria exclusivamente constitucional.
d. Tratando-se de um código que representa o Estado Social, a intervenção deste nas relações privadas será mínima.
e. A constitucionalização do Direito Privado permitiu a elevação à categoria de direitos constitucionais de institutos que antes eram considerados exclusivamente de Direito Civil.
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Questão objetiva 2
(DPE-TO - 2013) Acerca do Direito Civil, assinale a opção correta:
a. O princípio da eticidade, paradigma do atual Direito Civil Constitucional, funda-se no valor da pessoa humana como fonte de todos os demais valores, tendo por base a equidade, boa-fé, justa causa e demais critérios éticos, o que possibilita, por exemplo, a relativização do princípio do pacta sunt servanda (o contrato faz lei entre as partes), quando o contrato estabelecer vantagens exageradas para um contratante em detrimento do outro.
b. Cláusulas gerais, princípios e conceitos jurídicos indeterminados são expressões que designam o mesmo instituto jurídico.
c. A operacionalidade do Direito Civil está relacionada à solução de problemas abstratamente previstos, independentemente de sua expressão concreta e simplificada.
d. Na elaboração do Código Civil de 2002, o legislador adotou os paradigmas da socialidade, eticidade e operacionalidade, repudiando a adoção de cláusulas gerais, princípios e conceitos jurídicos indeterminados.
e. No Código Civil de 2002, o princípio da socialidade reflete a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, razão pela qual o direito de propriedade individual, de matriz liberal, deve ceder lugar ao direito de propriedade coletiva, tal como preconizado no socialismo real.
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