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Resumo Contratos em Espécia Aula 14 Responsabilidade Civil

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PLANO DE DISCIPLINA
DIREITO CIVIL IV – CONTRATOS EM ESPÉCIE
AULA 14 – RESPONSABILIDADE CIVIL
1 – Requisitos: Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo (art. 927, CC).
2 – Conceito de ato ilícito: aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito (art. 186, CC).
3 – Elementos do Ato Ilícito:
a) Conduta: A conduta tem que ser humana e envolvida por uma vontade, vontade essa contrária ao direito, que produz consequências jurídicas.
A conduta será comissiva ou omissiva; um fazer ou um não fazer, quando deveria fazer.
Ação é o movimento corpóreo positivo; o agente age.
Omissão é o não agir quando deveria agir, para impedir o resultado. Aqui, quem tinha o dever jurídico de agir não agiu.
Só responde por uma conduta quem a praticou.
Contudo, a lei traz situações em que a responsabilidade pode nascer por fato de outrem, a quem o responsável estava ligado por um dever de guarda, vigilância e cuidado (art. 932, CC – Pais, tutores e patrão). Pode alguém ainda ser responsabilizado por dano causado por animal ou coisa, que estava sob sua guarda (arts. 936 a 938, CC).
b) Imputabilidade: é a consciência da ilicitude da conduta pelo agente. Aqui está o conceito de impossibilidade de conduta diversa.
Elementos: maturidade e sanidade mental.
Em regra, os incapazes não são responsáveis, porque lhes falta maturidade e sanidade.
Contudo, o art. 116, Lei n. 8.069/90 diz que o adolescente (menor entre 12 e 18 anos) pode ser compelido pelo Juiz a restituir a coisa, promover o ressarcimento do dano ou compensar o prejuízo.
O art. 928, CC determina que os incapazes respondem pelos prejuízos que causar se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficiente. O fundamento de tal responsabilização é o restabelecimento do equilíbrio social. O valor da indenização deve obedecer um critério de equidade, já que não pode tirar do incapaz o mínimo para sobreviver.
c) Culpa: Como já visto, conduta é o comportamento humano voluntário. Conduta voluntária é a conduta determinada pela vontade. É exatamente a vontade que distingue a conduta humana das demais condutas que são irrepreensíveis. A vontade é o elemento subjetivo da conduta. A culpa, todavia, tem graus, que pode ser de maior ou menor intensidade.
Para haver vontade, basta que exista um mínimo de participação subjetiva, uma manifestação do querer suficiente para afastar um resultado puramente mecânico.
A intenção, por sua vez, é o elemento finalístico da vontade; é o que direciona a vontade.
Para o Direito Civil, a indenização é proporcional ao dano sofrido pela vítima (art. 403, CC). Contudo, o art. 944, CC determina que poderá o Juiz reduzir o valor da indenização se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano.
c.1) Dolo: A vontade se dirige à concretização de um resultado antijurídico. O dolo abrange a conduta e o efeito lesivo.
c.2) Culpa: O agente quer pratica a conduta, mas não procura causar dano, como objetivo de conduta. Contudo, causa o dano por desvio acidental de conduta decorrente de falta de cuidado.
A falta de cuidado exterioriza-se através da imprudência, da negligência e da imperícia.
A imprudência é falta de cuidado por conduta positiva. Age com imprudência o motorista que dirige em alta velocidade ou avança o sinal vermelho.
A negligência é a mesma falta de cuidado, mas por conduta omissiva. Age com negligência o motorista que dirige um carro sem condições de trafegar, por deficiência nos freios.
A imperícia decorre da falta de habilidade no exercício de atividade técnica.
A culpa pode decorrer do próprio fato, dispensando-se prova. É a culpa in re ipsa. Aqui, a vítima prova um fato, cabendo ao agente provar que não agiu com culpa.
A culpa concorrente ocorre quando, paralelamente à conduta do agente causador do dano, há também conduta culposa da vítima, de forma que o evento danoso decorre da conduta de ambos. Nesses casos, haverá divisão da indenização, na proporção do grau de responsabilidade de cada um.
d) Nexo Causal
d.1) Conceito: O resultado de que que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa (art. 13, CP). Em outras palavras, ninguém pode responder por algo que não fez.
É preciso que o dano suportado pela vítima tenha sido causado pela conduta ilícita do agente.
Há que se tirar, primeiro, os fatos que foram irrelevantes para a efetivação do dano. O critério eliminatório consiste em estabelecer que, mesmo na ausência desses fatos, o dano ocorreria.
d.2) Teorias:
d.2.1) Teoria da Equivalência dos Antecedentes: Essa teoria não faz distinção entre causa e condição, de forma que, se várias condições concorrem para o mesmo resultado, todas têm o mesmo valor, a mesma relevância, todas se equivalem.
Para os adeptos dessa teoria, causa é a ação ou omissão, sem a qual o resultado não teria ocorrido, sem distinção da maior ou menor relevância que cada uma teve.
É também conhecida com teoria da conditio sine qua non.
Para se saber se uma determinada condição é causa, elimina-se mentalmente essa condição, através de um processo hipotético. Se o resultado desaparecer, a condição é causa, mas se persistir não o será.
Critica-se por conduzir a uma exasperação da causalidade, em um processo de regressão infinita.
d.2.2) Teoria da Culpabilidade Adequada: Causa é o antecedente não só necessário mas também adequado à produção do resultado. Se várias são as causas, somente uma é a mais adequada à produção do evento.
Aqui se diferencia causa de condição.
Causa adequada será aquela que, de acordo com o curso normal das coisas e a experiência comum da vida, se revelar a mais idônea para gerar o evento.
OBS: A teoria aceita pelo Direito Civil Brasileiro é o da culpabilidade adequada.
e) Dano
e.1) Conceito: Dano é o prejuízo suportado pela vítima. O dano é o elemento caracterizador da responsabilidade civil, já que existe responsabilidade sem culpa, mas jamais existirá responsabilidade sem dano (art. 402, CC).
A diferença que existe da responsabilidade criminal e civil verifica-se aqui: nos crimes de mera conduta não há dano, mas há crime; no direito civil, ao contrário, ainda que haja crime, o ato ilícito pode não dar ensejo à responsabilidade civil, desde que não haja prejuízo.
Quando ainda não havia o dano moral, podia se conceituar o dano como sendo a efetiva diminuição do patrimônio da vítima. Atualmente, o correto, é conceituar o dano como sendo a subtração ou diminuição de um bem jurídico, quer patrimonial, quer extrapatrimonial.
e.1.1) Dano Patrimonial: Ou dano material ocorre quando se atinge bens integrantes do patrimônio da vítima. O conceito empregado de patrimônio compreende todo o conjunto de relações jurídicas de uma pessoa apreciável economicamente.
Patrimônio, portanto, abrange tanto as coisas corpóreas como incorpóreas.
O patrimônio também pode ser presente, no momento da ocorrência do ilícito, como também pode ser futuro.
e.1.1.1) Dano Emergente: É tudo aquilo o que a vítima perdeu, em razão da ocorrência de um ato ilícito.
e.1.1.2) Lucro Cessante: É o dano patrimonial futuro, consistente na redução dos ganhos, no impedimento de lucro.
OBS: O valor do dano patrimonial, quando se trata dos lucros cessantes, deve ser razoável. Razoável é o que for adequado, necessário e proporcional. O Juiz deve fazer um juízo de probabilidade, de acordo com o normal desenrolar dos fatos. Deve-se fazer o seguinte esforço mental: se não tivesse ocorrido o ato ilícito, aquilo que se pede seria o lucrado?
OBS: A Perda de uma Chance ocorre quando, em virtude da conduta de outrem, desaparece a probabilidade da ocorrência de um determinado evento, que possibilitaria um benefício.Assim, a chance consiste na possibilidade de se obter lucro ou de se evitar uma prejuízo, que, em razão de uma conduta, não poderá mais ser possível. O dano, aqui, consiste na perda de uma possibilidade de lucro. A chance tem que ser séria e real. Aqui também tem que se analisar as circunstâncias com razoabilidade. A chance não se confunde com uma mera eventualidade, suposição ou desejo. A chance de se alcançar o lucro pretendido tem que ser relevantes para o direito. A indenização levará em conta a perda de uma chance, jamais a perda da própria vantagem. A indenização pode se dar ou a título de danos morais ou a título de lucros cessantes.
e.2) Dano Moral: é a violação aos direitos da personalidade, uma vez que os mesmos são consequências lógica da proteção à dignidade da pessoa humana.
Configura-se o dano moral a dor, vexame, sofrimento ou humilhação, que, fugindo à normalidade, interfira intensamente no comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem estar. Os chamados meros dissabores, aborrecimentos e mágoas não são suficientes para a configuração do dano moral. Na verdade, caberá ao julgador equacionar este problema, dizer quando uma situação de fato é dano moral, quando um ato ilícito interfere efetivamente no equilíbrio da vítima.
O mero inadimplemento contratual, mora ou prejuízo econômico não configuram, por si sós, dano moral, por não atingirem a dignidade humana. Agora, se chegar a abalar a dignidade, ter-se-ia o dano moral.
Para a configuração do dano moral não importa o ilícito, mas a sua repercussão.
Há certas circunstâncias que abalam a dignidade da pessoa, mas são fruto do exercício regular de um direito, o que não poderá dar ensejo a dano moral. É o que ocorre com a revista em aeroportos, porta giratória de bancos.
Em caso de processo criminal, em que o inquérito é arquivado ou em caso de absolvição por falta de provas, tem-se entendido que a autoridade envolvida só terá praticado dano moral se agiu com dolo. Isso porque a autoridade tem a obrigação legal de tomar providências quando ocorre um ilícito.
A prova do dano moral está ínsita na própria ofensa, decorre da gravidade do ilícito. É in re ipsa. Daí que, se um filho morre, não é preciso que os pais comprovem a dor, o sofrimento; provada a perda de um filho, provado está o dano moral.
Em caso de falecimento da vítima de um ilícito, quem terá legitimidade para pleitear dano moral? O art. 948, II, CC limita a indenização pelo dano moral àqueles que estavam em estreita relação com a vítima, como o cônjuge, companheira, filhos, pais e irmãos menores que viviam sob o mesmo teto. Afora esses parentes, deverá a suposta vítima do dano moral provar a convivência próxima e constante.
O arbitramento do dano moral deve ser feito pelo Juiz, atentando para a repercussão do dano e a possibilidade econômica do ofensor. A indenização não pode, por isso, ser tarifada, já que cada caso é um caso (Súmula n. 281, STJ).
Quando da fixação, o princípio de que o dano não pode ser fonte de lucro.
No momento da fixação deve o Juiz atentar que o valor deve ser proporcional e razoável.
O objetivo do dano moral é: punir o infrator.
Discute-se o dano moral de pessoa jurídica.
e.3) Dano Estético: A previsão está na parte final do art. 949, CC, quando fala de responsabilidade por algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
É ligado às deformidades físicas que provocam repugnância, bem como as marcas e outros defeitos físicos que causem à vítima desgosto ou complexo de inferioridade.
e.4) Danos reflexo, ou dano por ricochete, ou dano indireto ocorre nos casos de morte da vítima direta, em que as pessoas que viviam sob a sua (da vítima fatal) dependência. Apesar de não serem vítimas do acidente, sofrerão também as consequências pelo ilícito.
f) Liquidação do Dano: O critério utilizado pelo art. 944, CC é a extensão do dano. A indenização deve restituir a vítima ao status quo ante.
g) Correção Monetária: Segundo a Súmula n. 43, STJ, conta-se a partir do evento danoso.
h) Juros Moratórios: Os juros moratórios por ao ilícito contam da data do evento danoso (Súmula n. 54, STJ).
i) Prescrição: A prescrição para reparação civil prescreve em 3 anos (art. 206, § 3º, V, CC).

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