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APOSTILA PDD

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SUMÁRIO 
 
 
 APRESENTAÇÃO ................................................................................... 2 
1. MODELO PEDAGÓGICO NACIONAL .................................................... 3 
1.1. Como surgiu esse modelo e o que é.................................................... 3 
1.2. Definição de competência ..................................................................... 3 
1.3. Princípios educacionais ........................................................................ 5 
1.4. Marcas formativas ............................................................................... 10 
2. GUIA PARA ELABORAÇÃO DE PLANO DE CURSO ......................... 10 
2.1. Modelo curricular ................................................................................. 11 
2.2. Perfil profissional de conclusão ......................................................... 11 
2.3. Organização curricular do curso ........................................................ 13 
2.3.1. Unidade curricular .................................................................................. 14 
2.3.2. Indicadores e elementos da competência.............................................. 15 
2.3.3. Carga horária ......................................................................................... 18 
2.4. Unidades curriculares de natureza diferenciada .............................. 19 
2.4.1. Projeto integrador .................................................................................. 20 
2.4.2. Estágio profissional ................................................................................ 22 
2.4.3. Prática profissional................................................................................. 23 
2.4.4. Prática profissional da aprendizagem .................................................... 23 
2.4.5. Prática integrada das competências ...................................................... 24 
2.5. Matriz Curricular .................................................................................. 25 
2.5.1. Requisito de acesso............................................................................... 28 
2.5.2. Orientações metodológicas ................................................................... 29 
2.5.3. Instalações, equipamentos e recursos didáticos ................................... 29 
2.5.4. Perfil docente ......................................................................................... 29 
2.5.5. Bibliografia ............................................................................................. 29 
3. REFERENCIAIS PARA AVALIAÇÃO ................................................... 30 
 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 36 
 ANEXOS ................................................................................................ 37 
 
 
 
 
 
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APRESENTAÇÃO 
 
Caro(a) Participante, 
O PDD - Programa de Desenvolvimento de Docentes é um programa 
de formação continuada, aprovado em 2004, para dar suporte didático-pedagógico 
aos Instrutores e Supervisores que atuam no SENAC/MA. Este programa tem como 
objetivo promover formação continuada com foco no desenvolvimento e/ou 
aprimoramento das competências técnico-pedagógicas essenciais na Educação 
Profissional. 
Nas últimas décadas temos presenciado uma verdadeira revolução na 
sociedade balançando estruturas historicamente construídas e socialmente 
sedimentadas. E a Educação não passa incólume nesse processo. 
Frente a isto, o perfil inovador do SENAC se consolida no cuidado com o 
pedagógico, por meio da constante busca pela qualidade dos serviços educacionais 
oferecidos em todo o país. Destarte, o Departamento Nacional lançou uma proposta 
para elaboração de um Modelo Pedagógico Nacional, com o sentido de propiciar 
uma formação mais abrangente ao aluno possibilitando-lhe contribuir de forma mais 
crítica no mundo do trabalho. A proposta deste encontro, portanto, cujo tema é 
Conhecendo o Novo Modelo Pedagógico do Senac, se apoia na primeira 
capacitação ofertada pelo Departamento Nacional tendo em vista o alinhamento 
pedagógico para condução deste novo modelo. 
Respaldada em uma série de documentos apresentados nos cursos em 
EAD oferecidos pelo SENAC/SC, este material constitui-se em uma compilação 
destes documentos, a fim de caucionar o aporte teórico necessário para subsidiar 
seus estudos nesta formação. 
Acreditamos que essa formação irá augurar-lhes a qualidade pedagógica 
apetecida, no encaminhamento de suas ações junto aos nossos alunos, bem como 
reiterar a missão institucional de “Educar para o trabalho em atividades de comércio 
de bens, serviços e turismo”. 
 
Atenciosamente. 
 
Núcleo Técnico Pedagógico 
SENAC/DR-MA 
 
 
 
 
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1. MODELO PEDAGÓGICO NACIONAL 
 
1.1. Como surgiu esse modelo e o que é 
 
Visando responder aos desafios alvitrados pela Educação profissional 
mediante a conjuntura politica e institucional, o Departamento Nacional lançou uma 
proposta para elaboração de um modelo pedagógico nacional, no intuito de alinhar o 
portfólio de cursos ofertados, assim como os procedimentos metodológicos 
adotados por esta instituição. Para participar dessa construção, elegeu um grupo de 
trabalho representativo no sistema, de modo que as suas contribuições realmente 
refletissem as melhores práticas de seus Departamentos Regionais. 
Essa proposta está em consonância com o planejamento estratégico do 
Senac, entre os quais, se evidencia seu objetivo de expandir e qualificar a oferta 
educacional da Instituição em todos os segmentos e modalidades da educação 
profissional, a partir de programas nacionais que garantam o posicionamento e 
fortaleçam a unidade institucional nos cenários nacional e internacional (Modelo 
Pedagógico Nacional, versão julho/2014). 
 
1.2. Definição de competência 
 
O Parecer CNE/CEB Nº 16/99 define Competência profissional como 
“capacidade de articular, mobilizar e colocar em ação valores, conhecimentos e 
habilidades necessários para o desempenho eficiente e eficaz de atividades 
requeridas pela natureza do trabalho.”. 
Baseados nesta definição de competência e considerando que todos os 
Departamentos Regionais organizam seus currículos por competências, percebeu-
se relevante propor uma definição operacional que facilite o processo de ensino e de 
aprendizagem orientado para o desenvolvimento de competências. O enunciado a 
seguir tem como objetivo ser a referência para o trabalho pedagógico, garantindo 
unidade no entendimento da operacionalização do conceito de competência em todo 
o Sistema. 
 
 
 
 
Para melhor entendimento vamos analisar parte a parte dessa definição 
operacional e seu significado: 
· “Ação/fazer profissional observável”: relaciona-se ao exercício da 
profissão e é passível de ser observada. Essa ação/fazer tem como 
 
4 
 
referência a atuação do profissional e as tendências para a ocupação no 
futuro. 
· “Potencialmente criativo (a)”: representa a amplitude do fazer, pois pode 
ser realizada de formas variadas, afastando-se da mera 
tarefa/procedimento/prescrição. Significa que o aluno desenvolve postura 
crítico-reflexiva, propõe soluções e novas alternativas no âmbito do processo 
de aprendizagem e do exercício profissional. 
· “Que articule conhecimentos, habilidades e valores”: indica os 
elementos a serem mobilizados no desenvolvimento da competência. 
· “Permite desenvolvimento contínuo”: pode ser continuamente 
aprimorada, tanto no âmbito formativo, quanto no contexto profissional. 
 
Como identificar as competências 
Na descrição de competência, deverá constar um texto sucinto que 
explicite a ação profissional. No texto da competência não são explicitadas as 
habilidades, os conhecimentos, as atitudes, as finalidadesou os critérios. Estes 
elementos e parâmetros estarão presentes no desenvolvimento da competência e 
serão registrados no detalhamento de cada unidade de competência na organização 
curricular. 
Durante o processo de identificação das competências, deve-se realizar 
uma checagem na qual o resultado deve ser uma resposta positiva para todas as 
seguintes questões: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.3. Princípios educacionais 
 
É o conjunto de referências – alicerçado em teorias, ideias ou ideais – 
filosóficas e pedagógicas, que orientam a forma de educar e de aprender. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HOMEM 
· Sujeito construído social e historicamente, na sua complexidade; 
· Agente de mudanças sociais, culturais, políticas e econômicas; 
· Relaciona-se com a natureza por meio da atividade produtiva, de sua 
capacidade transformadora do mundo; 
· Capaz de desenvolver conhecimentos e tecnologias; 
 
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· Deve ser desafiado a assumir posição reflexiva, crítica, responsável, 
autônoma e atuante em relação ao mundo e à sociedade. 
 
MUNDO 
· Globalizado, dinâmico e complexo, exigindo sempre novas competências, 
afetando constantemente todas as ações humanas; 
· Regionalizado, gerando um fortalecimento dos valores, das crenças e das 
culturas locais; 
· Ciência e conhecimento a serviço das novas tecnologias que mobilizam as 
constantes e aceleradas transformações individuais e sociais; 
· Crescente movimento de aceitação da diversidade; 
· Acirramento da competitividade entre blocos econômicos, países e 
indivíduos; 
· Intensa pressão por sustentabilidade. 
 
TRABALHO 
No âmbito ontológico: 
· Ação tipicamente humana e constitutiva do ser. Constitui-se também como 
prática econômica porque garante a existência, produzindo riquezas e 
satisfazendo necessidades; 
· Princípio educativo. 
No âmbito da prática econômica: 
· Em constante mutação e permanente desenvolvimento; 
· Influenciado pelo progresso tecnológico, que causa alterações profundas 
nos meios e modos de produção, na distribuição da força de trabalho e na 
exigência de qualificação profissional (maior qualificação, maior autonomia e 
atualização permanente); 
· Existência de novas formas de relação e organização do trabalho. 
No âmbito do trabalhador: 
· Exigência de soluções de problemas cada vez mais complexos; 
· Mobilidade nas áreas profissionais. 
 
 
 
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EDUCAÇÃO 
· Direito social inalienável do ser humano; 
· Tem caráter intencional e político; 
· Pautada nos quatro pilares fundamentais: aprender a aprender; aprender a 
fazer; aprender a conviver; aprender a ser (UNESCO, 1996); 
· Promove a formação integral; 
· Tem perspectiva crítica e emancipatória; 
· Permanente, concebendo o conhecimento como algo não acabado; 
· Continuada, acontecendo ao longo da vida; 
· Inclusiva; 
· Flexível para acompanhar as mudanças e enfrentar os desafios da 
sociedade; 
· Acontece em múltiplos espaços, extrapolando o ambiente escolar 
convencional, incluindo espaços e recursos virtuais. 
 
ESCOLA 
· Espaço político, democrático e de inclusão; 
· Compreende múltiplos espaços, extrapolando o ambiente físico 
convencional; 
· Reconhece e incorpora múltiplas formas de aprendizagem e possibilidades 
de formação; 
· Contribui para o desenvolvimento das comunidades com as quais se 
relaciona. 
 
CURRÍCULO 
· Conjunto integrado e articulado de situações organizadas de modo a 
promover aprendizagens significativas; 
· Tem como princípio orientador o desenvolvimento de competências; 
· Comprometido com a concretização dos Perfis Profissionais que se definem 
em função das demandas sociais, do mundo do trabalho, das peculiaridades 
locais e regionais; 
· Atualizado de acordo com as mudanças dos setores produtivos e da 
sociedade; 
· Possibilita a construção de itinerários formativos; 
 
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· Flexível; 
· Orientado por posicionamentos ideológicos, constituindo-se como um 
instrumento de emancipação, autonomia e de transformação; 
· Contextualizado; 
· Inclusivo; 
· Considera a inter-relação entre os saberes; 
· Valoriza a experiência extra escola. 
 
METODOLOGIA 
· Vincula as propostas pedagógicas dos cursos com o mundo do trabalho e 
com a prática social de seus educandos; 
· Integra e articula a vivência do aluno, com o conhecimento teórico e a 
prática profissional; 
· Garante a indissociabilidade entre teoria e prática; 
· Objetiva o desenvolvimento de competências; 
· Proporciona o desenvolvimento da atitude científica e estimula práticas de 
estudo independente; 
· Tem a pesquisa como princípio pedagógico; 
· Visa a aprendizagem significativa; 
· Visa desenvolvimento da iniciativa, criatividade e da autonomia de forma que 
o estudante seja capaz de resolver problemas, comunicar ideias e tomar 
decisões; 
· Valoriza a simulação ou realização de situações concretas de trabalho; 
· Prioriza práticas pedagógicas ativas, inovadoras, integradoras, participativas 
e colaborativas, com ênfase na metodologia de projetos; 
· Considera ambientes de aprendizagem diversificados que favoreçam as 
práticas pedagógicas; 
· Promove a relação docente-aluno; aluno-docente; e aluno-aluno; 
· Prevê estratégias que considerem a diversidade e promovam a inclusão. 
· Incorpora recursos e tecnologias que favorecem a aprendizagem. 
 
ALUNO 
· Sujeito diverso, com valores, crenças, atitudes e conhecimentos prévios; 
 
9 
 
· Assume papel ativo, é autônomo na construção do conhecimento; 
· Ocupa o centro no processo de aprendizagem; 
· Interage com o professor, colegas e objetos de aprendizagem, para 
desenvolvimento pessoal, social e profissional; 
· Assume posição reflexiva, crítica, responsável, autônoma e atuante em 
relação ao seu processo de aprendizagem. 
 
DOCENTE 
· Sujeito crítico-reflexivo, consciente de seu papel educacional e social, 
comprometido com a sua formação permanente; 
· Compromete-se com a formação humana integral; 
· Assume o compromisso com a inovação e reinvenção de suas práticas 
pedagógicas; 
· Valoriza a aprendizagem significativa, criando ambientes e situações para 
que o aluno atue e aprenda como protagonista do processo de 
aprendizagem. 
· Media e facilita o processo de aprendizagem; 
· Promove a reflexão; 
· Estimula a pesquisa; 
· Incentiva os alunos a buscar soluções criativas de problemas, com o uso do 
conhecimento científico; 
· Articula os saberes com as experiências de vida dos alunos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.4. Marcas formativas 
 
São as marcas que identificam e diferenciam os profissionais formados 
nos cursos do Senac no mercado de trabalho. Essas marcas estão baseadas em: 
valores institucionais e nos princípios educacionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em síntese: 
O profissional formado pelo Senac tem como marcas domínio técnico-
científico, visão crítica, atitude empreendedora, sustentável e colaborativa, atuando 
com foco em resultados. 
 
2. GUIA PARA ELABORAÇÃO DE PLANO DE CURSO 
 
O desenvolvimento do Modelo Pedagógico Nacional do Senac surgiu 
como ação estratégica da Instituição para qualificar a oferta de educação 
profissional em todo o país. Uma frente essencial neste projeto para a oferta de 
educação profissional de qualidade é a elaboração de planos de cursos nacionais. 
O Guia para Elaboração de Planos de Cursos, fruto do esforço coletivo de 
um grupo de trabalho com representatividade em toda a Instituição, foi desenvolvido 
para dar subsídios técnicosao processo de elaboração de planos de cursos 
nacionais. 
 
11 
 
Este documento apresenta orientações para a elaboração de planos de 
cursos à luz do Modelo Pedagógico Nacional do Senac. Vale ressaltar que o Modelo 
Pedagógico Nacional do Senac admite a existência de cursos que não desenvolvem 
novas competências. 
 
2.1. Modelo curricular 
 
Modelo Pedagógico Nacional trás como proposta, transformar em 
Unidades Curriculares as competências necessárias para o exercício profissional, 
pois se constatou que todos os Departamentos Regionais privilegiam o 
desenvolvimento de competências – núcleo estruturante do fazer profissional de 
toda ocupação. 
Neste sentido a construção do modelo curricular é iniciada a partir do 
levantamento do contexto da ocupação e da identificação das competências 
requeridas, com essas informações delineia-se o Perfil Profissional de Conclusão do 
Curso. 
No modelo curricular cada competência descrita no perfil compõe uma 
Unidade Curricular, que se desdobra em indicadores de competência. Estes estão 
intimamente articulados com os elementos que são mobilizados pela competência, 
ou seja, os conhecimentos, habilidades e valores/atitudes que subsidiarão cada 
Unidade Curricular. Os indicadores são um importante instrumento para o 
acompanhamento e avaliação do processo de aprendizagem do aluno, uma vez que 
mostram o desenvolvimento da competência no contexto educacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.2. Perfil profissional de conclusão 
 
O ponto de partida para o desenvolvimento de currículos dos cursos 
técnicos, aprendizagem e capacitação é o perfil profissional de conclusão. A partir 
deste perfil são definidas as competências que serão desenvolvidas ao longo de 
cada curso. O perfil profissional consiste na descrição das atribuições, atividades e 
competências que caracterizam a atuação profissional de cada ocupação. 
O perfil profissional apresenta as seguintes informações em sua estrutura: 
· Responsabilidades do profissional e suas principais atividades; 
 
12 
 
· Locais de atuação e formas de interação com outros profissionais/setores 
(aspectos que fazem referência a condições e ambiente de trabalho, 
localização funcional, entre outros); 
· Marcas Formativas do Senac; 
· Eixo tecnológico/natureza do segmento a que pertence e sua ação 
norteadora; 
· Regulamentação profissional se houver. 
 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
2.3. Organização curricular do curso 
 
O currículo do curso é entendido como um conjunto integrado e articulado 
de unidades curriculares concebidas e organizadas de modo a promover 
aprendizagens profissionais significativas. 
No modelo curricular dos Cursos Técnicos de Nível Médio, de 
Qualificação Profissional e de Aprendizagem, a competência é o componente 
principal do currículo, uma vez que o curso se estrutura a partir delas. 
Nesse sentido, há dois tipos de Unidades Curriculares que se 
desenvolvem de forma articulada na organização do curso: i) a Unidade Curricular 
Competência que corresponde à própria competência a ser desenvolvida, e; ii) as 
Unidades Curriculares de Natureza Diferenciada, a saber: o Projeto Integrador, o 
Estágio Profissional Supervisionado, a Prática Profissional Supervisionada, Prática 
Profissional da Aprendizagem e a Prática Integrada das Competências (essas 
últimas apenas para os cursos técnicos do segmento de Saúde e Beleza). As 
Unidades Curriculares de Natureza Diferenciada visam a mobilização das 
competências do curso em vivências que requeiram a articulação entre as mesmas. 
As figuras a seguir representam as estruturas curriculares definidas para 
os Cursos de Habilitação Técnica e de Qualificação Profissional do Senac: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.3.1. Unidade curricular 
 
Conforme dito anteriormente, cada competência do curso é uma unidade 
curricular. Além dessas, existem unidades de natureza diferenciada, que são: projeto 
integrador, estágio e prática profissional. 
É necessário que estejam explicitadas no plano de curso as unidades 
curriculares que compõem as terminalidades, assim como os pré e correquisitos, 
quando efetivamente necessários para a lógica da formação ou no caso de existir 
definição legal. 
Apresentamos a seguir as condições que permeiam a elaboração de uma 
Unidade curricular: 
· A carga horária mínima para desenvolvimento de uma competência é de 36 
horas. 
· A carga horária máxima para desenvolvimento de uma competência é de 84 
horas. 
 
15 
 
· É possível, desde que de forma fundamentada, definir cargas horárias 
ampliadas em até 30% deste valor, considerando a complexidade da 
competência a ser desenvolvida. 
· Deve-se adotar por unidade curricular uma carga horária que seja múltipla 
de 12 (de forma a atender escolas que organizam períodos diários de 3 e 4 
horas). 
· As unidades curriculares de natureza diferenciada (estágios, projetos 
integradores etc.) possuem um padrão mais flexível de carga horária, de 
modo a atender às particularidades de cada curso. 
 
2.3.2. Indicadores e elementos da competência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para nortear o trabalho docente, a competência deve ter os seus 
indicadores e elementos explicitados no Plano de Curso. 
É com base neste detalhamento da competência que as orientações 
metodológicas serão definidas no Plano de Curso Nacional. 
Indicador é o que evidencia que a competência foi desenvolvida. Trata-se 
de um padrão de desempenho, um referencial que especifica a aprendizagem 
relativa ao desenvolvimento de cada competência. Os indicadores possibilitam 
verificar se o aluno desenvolveu ou não a competência, permitindo emitir juízo de 
valor. 
 
 
 
16 
 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para atender a condição de indicadores, estes devem responder 
positivamente os questionamentos abaixo: 
· Explicita a aprendizagem esperada, evidenciando o desenvolvimento da 
competência? 
· Está associado a mais de um elemento da competência? 
· É de fácil entendimento para todos os envolvidos no processo? 
· É verificável em ambiente de aprendizagem por meio de mais de um 
instrumento de avaliação? 
 
 
 
 
Elementos da Competência 
Os elementos (conhecimentos, habilidade e valores) da competência são 
os recursos ou subsídios mobilizados e articulados para o seu desenvolvimento, não 
estando, portanto, nela contidos. 
Para garantir a operacionalidade do modelo curricular proposto, é 
importante explicitar as três dimensões dos elementos que a compõem: 
conhecimentos, habilidades e atitudes/valores. 
a) Conhecimentos 
São os conceitos, os contextos históricos e os princípios científicos que 
fundamentam a ação profissional. Para identificar quais são os conhecimentos 
necessários no contexto da competência, a pergunta que deve ser feita é: o que o 
aluno precisa saber para desempenhar o fazer profissional descrito na 
competência? 
Recebe e transmite recados aos clientes garantindo sigilo das 
informações e preservando a privacidade do hóspede. 
ü Verbo na 3° pessoa do presente do indicativo: “Recebe e transmite” 
ü Objeto: “recados aos clientes” 
ü Contexto/condição (como, onde, etc.): “garantindo sigilo das 
informações e preservando a privacidade do hóspede”. 
As respostas a essas perguntas devem ser SIM. 
 
17 
 
Exemplos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Habilidades 
As habilidades são ações importantes para o exercício da competência, 
pois explicitam o saber fazer. Podem expressar a ação do pensamento, tais como 
interpretare analisar, bem como a mobilização de técnicas, destrezas e estratégias 
para a resolução de um problema. Este elemento se caracteriza pela necessidade 
da prática constante, tendo em vista o bom desenvolvimento das competências. 
Uma habilidade não está presente apenas em uma competência, mas em 
diferentes competências, pois é transversal e genérica. As habilidades não têm o 
compromisso de serem verificáveis isoladamente no decorrer do processo 
educacional, mas permitem a verificação das competências ao se articularem com 
os demais elementos em contexto real ou simulado do trabalho. 
Exemplos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Competência: “Recepcionar e atender clientes no meio de hospedagem” 
Competência: “Recepcionar e atender clientes no meio de hospedagem” 
 
18 
 
c) Atitudes 
Atitudes/Valores são disposições individuais sobre a percepção de mundo 
das pessoas. Relacionam-se a normas e juízos que influenciam a emissão de 
comportamentos nas mais diversas situações sociais que envolvem a prática 
profissional. Ao se articularem com os conhecimentos e as habilidades, atitudes e 
valores contribuem para dimensionar o comprometimento relacional e social do 
profissional com o trabalho. 
Para identificar valores e atitudes necessários para o desenvolvimento da 
competência, devem-se contextualizar os valores habitualmente indicados – como a 
ética, a cooperação e o respeito –, de acordo com a competência. Nos Planos de 
Curso, atitudes/valores são redigidos em sua forma substantivada. 
Exemplos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.3.3. Carga horária 
 
Indica-se que a carga horária para as Unidades Curriculares tenha, no 
mínimo, 36 horas e, no máximo, 84 horas, em função da operacionalização das 
Unidades Curriculares. Deve-se adotar nas Unidades Curriculares Competência 
carga horária que seja múltipla de 12, de forma a atender escolas que organizam 
encontros diários de três ou quatro horas. 
As Unidades Curriculares de Natureza Diferenciada (Projetos 
Integradores, Estágios, Prática Profissional Supervisionada, Prática Profissional da 
Aprendizagem e Prática Integrada das Competências) possuem referenciais de 
carga horária diferenciados, adaptando-se às particularidades de cada curso e às 
exigências legais de cada ocupação. 
 
 
Competência: “Recepcionar e atender clientes no meio de hospedagem” 
 
19 
 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.4. Unidades curriculares de natureza diferenciada 
 
A expressão ”natureza diferenciada” diz respeito às Unidades Curriculares 
que compõem o Plano de Curso e que se distinguem das competências por 
assegurar estratégias metodológicas que contribuam para seu fortalecimento e sua 
articulação no desenvolvimento do Perfil Profissional de Conclusão do Curso. Estas 
são: Estágio Profissional Supervisionado, Prática Profissional Supervisionada, 
Prática Profissional da Aprendizagem, Projeto Integrador e Prática Integrada das 
Competências – essas últimas somente nos cursos técnicos do segmento de Beleza 
e Saúde. 
Em relação aos Planos de Cursos Nacionais, é importante destacar que 
apenas o Projeto Integrador, o Estágio Profissional Supervisionado exigido pela 
legislação da ocupação e a Prática Integrada das Competências integram a 
Organização Curricular, com suas respectivas cargas horárias inclusas na carga 
horária total do curso. 
A inserção de Prática Profissional Supervisionada e do Estágio 
Profissional Supervisionado na organização curricular ficará a critério de cada 
Departamento Regional. Caso o Departamento Regional opte por oferecer estas 
unidades curriculares, elas serão agregadas a estrutura curricular do Plano de Curso 
Nacional, como Unidade Curricular com carga horária suplementar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.4.1. Projeto integrador 
 
O Projeto Integrador é uma Unidade Curricular de Natureza Diferenciada, 
que articula as competências profissionais do curso para o planejamento e 
desenvolvimento de um produto ou serviço ou para a resolução de uma situação-
problema. Trata-se de uma Unidade Curricular estratégica e obrigatória para os 
cursos e programas de Aprendizagem Comercial Profissional, Qualificação 
Profissional e de Habilitação Profissional Técnica de Nível Médio. 
O Projeto Integrador tem como foco promover o reconhecimento e o 
desenvolvimento do potencial e da autonomia de cada indivíduo, o que corrobora a 
visão institucional do aluno como sujeito ativo no processo de aprendizagem, com 
postura reflexiva e crítica. Neste contexto, o Projeto Integrador: 
· Articula as competências do curso, com foco no desenvolvimento do Perfil 
Profissional de Conclusão do Curso; 
· Prevê a criação de estratégias para a solução de um problema ou de uma 
fonte geradora de problemas relacionada à prática profissional; 
· É realizado por meio de atividades em grupo, que permitam a colaboração 
entre os alunos, ao mesmo tempo que permite a execução autônoma e 
responsável das tarefas; 
· Gera novas aprendizagens ao longo do processo; 
· É um espaço privilegiado para imprimir as Marcas Formativas Senac. 
No desenvolvimento do projeto, devem estar contemplados três 
momentos distintos: 
 
21 
 
a) Problematização (tema gerador): corresponde ao ponto de partida do 
projeto. Segundo Machado (2004), “no trabalho por projeto, as pessoas se 
envolvem para descobrir ou produzir algo novo, procurando respostas para 
questões ou problemas reais. Não se faz projeto quando se tem certezas ou 
quando se está imobilizado por dúvidas”. 
b) Desenvolvimento: momento em que são elaboradas estratégias para atingir 
objetivos e dar respostas aos problemas formulados na etapa de 
problematização, por meio de atividades de pesquisa que permitam o 
desenvolvimento do pensamento crítico autônomo. Para isso é necessário 
criar desafios e propostas de atividades que exijam a saída do espaço de 
aula, estimulando o uso de bibliotecas, a frequência aos ambientes reais de 
trabalho, a visita de outros docentes ou profissionais, além da realização de 
entrevistas, pesquisas etc. 
c) Síntese: momento de avaliação e organização dos resultados derivados das 
atividades desenvolvidas, por meio do qual os alunos podem rever suas 
convicções iniciais à luz das novas aprendizagens fundamentadas e gerar 
produtos de maior complexidade. Ressalta-se que a proposta de solução 
deve trazer aspectos inovadores, tanto no próprio produto (resultado final do 
processo) quanto na forma de apresentação. 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Carga Horária do Projeto Integrador 
· Para cursos de Qualificação Profissional – máximo de 10% da carga horária 
total do curso; 
· Para cursos de Habilitação Profissional Técnica sem certificação 
intermediária - máximo de 5% carga horária total do curso; 
· Para cursos de Habilitação Profissional Técnica com certificação 
intermediária – de 5% a 10% da carga horária total do curso; 
· Para cursos de Aprendizagem Profissional Comercial - máximo de 10% 
carga horária total do curso. 
 
22 
 
Importante ressaltar 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.4.2. Estágio profissional 
 
O Estágio Profissional Supervisionado tem por finalidade propiciar 
condições para a integração dos alunos no mundo do trabalho, assegurando a eles 
vivências profissionais em ambiente real de trabalho. 
Somente estará na organização curricular dos Planos de Cursos 
Nacionais, como unidade curricular obrigatória, o Estágio Profissional 
Supervisionado previsto em lei. 
Indicadores do estágio: para verificar se o objetivo da Unidade 
Curricular Estágio Profissional Supervisionado foi alcançado, torna-se necessário 
avaliar se os indicadores foram desenvolvidos pelos alunos. 
Exemplos:É importante frisar que os indicadores de Unidades Curriculares de 
Natureza Diferenciada são construídos de maneira diferente dos indicadores de 
 
23 
 
competência. Os indicadores de competência são evidências do seu 
desenvolvimento, enquanto os indicadores de Unidades Curriculares de Natureza 
Diferenciada devem evidenciar a articulação entre as competências do curso. Desta 
forma, devem ser abrangentes e genéricos, de modo que possam ser utilizados nos 
diferentes cursos. 
 
2.4.3. Prática profissional 
 
A Prática Profissional Supervisionada consiste em atividades orientadas e 
acompanhadas pelos docentes, desenvolvidas nas instalações da instituição 
educacional ou em regime de parceria com empresas do setor produtivo que está 
diretamente relacionado ao curso. Tem por objetivo propiciar aos estudantes 
condições para conhecer e vivenciar, em situação real de trabalho, atividades e 
práticas relacionadas à sua formação, de forma a favorecer a sua integração e 
inserção no mundo do trabalho. 
A Prática Profissional Supervisionada não é obrigatória nos cursos do 
Senac, mas estimulada, dada a importância desta vivência para a formação do 
aluno, pois trata-se de aprendizagem em campo e atende à necessidade de 
vivenciar o trabalho como princípio educativo. 
 
Carga Horária da Prática Profissional 
É definida de acordo com a especificidade do curso e possibilidades de 
oferta, como é o caso das unidades operativas que possuem empresas 
pedagógicas. No entanto, a carga horária desta Unidade Curricular não deve 
ultrapassar ao correspondente a 50% da carga horaria total do Plano de Curso 
Nacional. Por exemplo, se um Departamento Regional deseja incluir uma Unidade 
Curricular Prática Profissional no curso de Manicure e Pedicure (Plano de Curso 
Nacional tem 160 horas), esta Unidade Curricular deverá ter no máximo 80 horas. 
 
2.4.4. Prática profissional da aprendizagem 
 
Entende-se Prática Profissional da Aprendizagem como atividades 
profissionais metodicamente organizadas em tarefas de complexidade progressiva 
desenvolvidas no ambiente de trabalho (BRASIL, 2000). No entanto a Portaria nº 
1.005/2013 (Art. 11,§ 1º) destaca que “a carga horária prática do curso poderá ser 
desenvolvida, total ou parcialmente, em condições laboratoriais, quando essenciais 
à especificidade da ocupação objeto do curso, ou quando o local de trabalho não 
oferecer condições de segurança e saúde ao aprendiz”. 
 
24 
 
A Prática Profissional da Aprendizagem abrange atividades pedagógicas, 
sob a orientação da entidade qualificada em formação técnico-profissional e vivência 
na empresa sob a orientação do empregador. (Decreto nº 5.598/2005) 
Indicadores da Prática Profissional da Aprendizagem: para verificar se o objetivo 
da unidade curricular Prática Profissional da Aprendizagem foi alcançado, torna-se 
necessário avaliar se os indicadores foram desenvolvidos pelos alunos. 
Exemplos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.4.5. Prática integrada das competências 
 
Essa Unidade Curricular de Natureza Diferenciada se aplica apenas aos 
cursos técnicos dos segmentos de Beleza e Saúde. Por sua natureza específica 
esses cursos requerem, do aluno, uma visão holística do paciente/cliente. Nesse 
sentido o objetivo da Prática Integrada é promover um espaço de integração, 
mobilização e articulação das competências do curso com vistas a romper com a 
fragmentação produzida quando o foco do serviço centra-se apenas no objeto do 
atendimento. Sua carga horária deve corresponder a no máximo 10% da carga 
horária do curso e está prevista na organização curricular dos Planos de Cursos 
Nacionais. 
O quadro a seguir apresenta as principais características de Prática 
Profissional Supervisionada, Estágio Profissional Supervisionado e Prática Integrada 
das Competências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.5. Matriz Curricular 
 
No Modelo Pedagógico Nacional, a competência constitui o ponto central 
do currículo dos cursos, correspondendo a Unidade Curricular à própria 
competência. Neste sentido, conceber e organizar os cursos por meio da matriz 
curricular expressa da forma mais adequada os princípios filosóficos e pedagógicos 
que fundamentam as ofertas da Instituição. Esta perspectiva revela a importância da 
integração entre a competência e as Unidades Curriculares de Natureza 
Diferenciada. 
 
 
 
 
26 
 
Segue abaixo o modelo de matriz curricular: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cursos que podem ou não desenvolver Competências 
São os Cursos de Aperfeiçoamento e Programas Instrumentais, 
Socioprofissionais e Socioculturais: 
a) Não se comprometem com o desenvolvimento de competências, mas com a 
abordagem de determinados elementos: conhecimentos, habilidades e 
atitudes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
b) Comprometem-se com o desenvolvimento de competências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desenho do modelo curricular 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
Exemplos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Condições de oferta e operacionalização 
Após a definição do Perfil Profissional de Conclusão do Curso e do 
detalhamento da Organização Curricular do curso, inicia-se a descrição das 
condições de oferta e operacionalização do curso. 
 
2.5.1. Requisito de acesso 
 
O item Requisitos de Acesso descreve quais são as condições mínimas 
que o candidato precisa apresentar para ingressar no curso, de acordo com a 
legislação e as diretrizes vigentes para cada oferta Os itens essenciais para todos os 
cursos e modalidades são: Idade mínima, Escolaridade e Documentação. 
Em determinados casos, outros itens poderão ser incluídos, como, por 
exemplo, idade máxima para os cursos do Programa de Aprendizagem, conforme 
previsto em legislação, e saberes específicos para os cursos de Qualificação 
Profissional e Aprendizagem Profissional Comercial, conforme demanda do curso. 
 
 
 
 
 
29 
 
2.5.2. Orientações metodológicas 
 
O item Orientações Metodológicas tem como objetivo contribuir para o 
planejamento e desenvolvimento do curso. Há orientações gerais que se referem a 
todas as ofertas, pois norteiam o acompanhamento e a avaliação de competências 
no contexto do Modelo Pedagógico Nacional. De acordo com a demanda e com a 
característica do curso, poderá ser incluída a indicação de estratégias metodológicas 
específicas, relevantes para o desenvolvimento do Perfil Profissional de Conclusão 
do Curso. 
Segue abaixo um trecho das Orientações Metodológicas específicas do 
curso de Recepcionista em Meios de Hospedagem: 
· Serão estimulados estudos em ambientes de aprendizagem, atividades em 
laboratório, atividades práticas monitoradas e visitas técnicas, quando 
necessário. 
· É importante propiciar condições para a troca de ideias entre os 
participantes, estimulando-os a encontrar novas possibilidades de aplicação 
dos conhecimentos em situações reais do contexto profissional. 
 
2.5.3. Instalações, equipamentos e recursos didáticos 
 
A infraestrutura e os recursos necessários para a execução de um curso 
são discriminados neste item, de acordo com as especificidades da oferta. É 
importante que sejam descritas as condições mínimas para o desenvolvimento das 
competências do curso, de modo que cada unidade operativa tenha ciência do que é 
imprescindível para a operação do curso. 
 
2.5.4. Perfil docente 
 
No item Perfil Docente deve constar a descrição da formação e da 
experiência profissional exigida para a composição do quadro docente do curso, de 
acordo com as competênciasrequeridas para a docência no segmento da oferta e 
legislação vigente. 
 
2.5.5. Bibliografia 
 
No item Referências bibliográficas deve ser listada a bibliografia 
atualizada que subsidiará o curso e que estará disponível na biblioteca para 
consulta. Devem ser incluídas as bibliografias básica e complementar para cada 
unidade curricular. 
 
30 
 
Para alinhar o entendimento de todos, neste contexto, conceitua-se: 
1. Bibliografia: a indicação de bibliografia em unidades curriculares é a 
referência das obras que sustentam os saberes mobilizados no processo de 
ensino e aprendizagem. Orienta a ação docente e indica aos alunos as 
fontes dos estudos. 
2. Bibliografia básica: impressos ou digitais que expõem todos ou parte dos 
elementos da competência mobilizados e articulados, sendo considerados o 
mínimo necessário para subsidiar o processo de ensino e aprendizagem. É 
considerada a fonte primária da unidade curricular. 
3. Bibliografia complementar: impressos ou digitais indicados para 
possibilitar o aprofundamento do estudo e da pesquisa dos elementos da 
competência mobilizados e articulados. Podem extrapolar a abordagem dos 
elementos da competência desenvolvidos, ampliando o processo de ensino 
e aprendizagem. É considerada a fonte secundária da unidade curricular. 
Para as unidades curriculares de natureza diferenciada, este item não é 
obrigatório, podendo haver indicação de bibliografia conforme especificidade da 
Unidade Curricular. 
É possível sugerir o mesmo título como indicação de bibliografia para 
mais de uma Unidade Curricular, considerando a abrangência de temas tratados no 
material indicado. 
 
3. REFERENCIAIS PARA AVALIAÇÃO 
 
Orienta o processo de ensino-aprendizagem, permite a aferição do 
desempenho do aluno quanto ao desenvolvimento de competências e indica o 
alcance do perfil profissional de conclusão; 
Verifica a capacidade do aluno de, no enfrentamento de situações 
concretas, mobilizar e articular seus recursos subjetivos, bem como os 
conhecimentos, as habilidades e os valores, construídos ao longo do processo de 
ensino e de aprendizagem; 
Parte integrante da ação educativa, numa perspectiva de valorização dos 
conhecimentos já construídos, levando à consciência o que já aprenderam e o que 
ainda precisam aprender, oportunizando a ação-reflexão; 
· Diagnóstica, formativa e somativa; 
· Abrangente, participativa, inclusiva e contínua; 
· Prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos; 
· Utiliza-se de instrumentos variados; 
· Baseada em indicadores claramente definidos; 
 
31 
 
· Enfatiza a aprendizagem e não o instrumento. 
 
Características da avaliação 
· É a partir dos indicadores de competência que se desenvolve a avaliação. 
· É realizada e tem seu resultado expresso por unidade curricular 
(competências, projetos integradores, estágios ou práticas profissionais). 
· Utiliza a mesma métrica para expressão dos resultados da aprendizagem 
nas diferentes unidades curriculares. 
 
Avaliação das unidades de natureza diferenciada 
· As unidades curriculares de natureza diferenciada (estágio, projeto 
integrador e prática profissional) são espaços privilegiados que permitem a 
verificação da articulação entre as competências do curso. 
· Para estas unidades também são definidos indicadores nos quais se 
baseiam a avaliação da aprendizagem do aluno. 
· Estas unidades cumprem papel importante no desenvolvimento do perfil 
profissional de conclusão, devendo ser considerados no processo avaliativo. 
 
Forma de expressão dos resultados de avaliação 
a) Avaliação em cursos que desenvolvem competências 
Toda a avaliação deve ser acompanhada e registrada ao longo do 
processo de ensino-aprendizagem. Para tanto, é importante definir o tipo de menção 
que será utilizada para realizar os registros parciais (ao longo do processo) e finais 
(ao término da unidade curricular/curso). 
As menções definidas para serem utilizadas no modelo pedagógico 
apresentado reforçam o comprometimento com o desenvolvimento da competência, 
buscando diminuir o grau de subjetividade do processo avaliativo. 
Para dar conta de todo o processo de avaliação foram estabelecidas 
menções específicas a serem adotadas em cada etapa do processo: 
· Menção por indicador de competência 
· Menção por unidade curricular 
· Menção para aprovação no curso 
 
 
 
 
32 
 
Menção por indicador de competência 
Ao definir indicadores que evidenciam o desenvolvimento da 
competência, faz-se necessário definir a menção que será utilizada para expressar 
os resultados de uma avaliação. Seguem abaixo, as menções relativas aos 
resultados possíveis para cada indicador: 
· Durante o processo 
 
 
 
· Ao final da Unidade Curricular 
 
 
 
 
Menção por Unidade Curricular 
Ao final de cada unidade curricular (competência, estágio, prática 
profissional e projeto integrador), teremos as menções relativas a cada indicador. Se 
os indicadores essenciais não forem atingidos, a essência da competência estará 
comprometida. Ao final da unidade curricular, caso algum dos indicadores essenciais 
não seja atingido, o aluno será considerado reprovado na unidade É com base 
nestas menções que se estabelece o resultado da unidade curricular. As menções 
possíveis para cada unidade curricular são: 
 
 
 
 
 
Menção para aprovação no curso 
Para aprovação no curso, o aluno precisa atingir D (unidade curricular 
desenvolvida) em todas as unidades curriculares (competências, estágio, prática 
profissional e projeto integrador). 
 
 
 
 
 
33 
 
Exemplo1: Neste caso, foi considerado que o aluno desenvolveu a 
competência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo 2: Neste caso, foi considerado que o aluno não desenvolveu a 
competência, em função de não ter atingido todos os indicadores 
essenciais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
Para garantir a avaliação tal como proposta, foi sugerido um instrumento 
que permita registrar as menções parciais e totais de todos os indicadores previstos 
para cada competência, ao longo do processo. Esse instrumento contempla campos 
para anotação dos feedbacks do docente e para ciência do aluno, reforçando o 
compromisso de ambos para a consolidação da aprendizagem e dando 
transparência ao processo avaliativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Avaliação em cursos que não desenvolvem competências 
Para os cursos que não desenvolvem competências, foram propostas 
duas formas de avaliação, de acordo com a natureza do curso: 
· Baseada em indicadores relacionados aos objetivos do curso; 
· Baseada em participação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
Instrumentos de avaliação 
Os instrumentos a serem adotados para avaliação devem: 
· Ser aplicados em qualidade e quantidade que deem conta de verificar todos 
os indicadores definidos; 
· Ser complexos e diversificados, priorizando aqueles que desafiem os alunos 
a mobilizar os elementos da competência; 
· Integrar diferentes elementos da competência, ou seja, deve-se evitar a 
abordagem de apenas um dos elementos constitutivos da competência; 
· Possibilitar a avaliação de alunos com deficiência por meio da equiparação 
de oportunidades, ao utilizar diferentes recursos, metodologias e estratégias. 
 
Recuperação da aprendizagem 
As ações de recuperação devem ser oportunizadas durante todo o 
processo de aprendizagem e não podem ser deixadas apenas para o final da 
unidade curricular/curso/semestre/período. É interessante que sejam realizadas 
quantas vezes forem necessárias, conforme observação do docente. 
A recuperação deve, primordialmente, ocorrer na própria sala de aula, 
diminuindo impeditivos operacionais(indisponibilidade do aluno, horas extras para o 
docente, etc). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
SENAC, DN. Guia Para Elaboração de Planos de Curso. 2014 
 
SENAC, DN. Modelo Pedagógico Nacional. 2013 
 
SENAC, DN. Diretrizes de Educação Profissional do Senac. Rio de Janeiro, 2014. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANEXOS

Outros materiais