RESUMO DE PATOLOGIA GERAL (ADAPTAÇÃO CELULAR AO ESTRESSE)

Prévia do material em texto

RESUMO DE PATOLOGIA GERAL
Respostas Celulares ao estresse.
-Hiperplasia
-Hipertrofia
-Metaplasia 
-Atrofia
Conceito de Patologia:
Patologia significa literalmente o estudo do sofrimento.
 Patologia: Disciplina que abrange a ciência básica e a prática clínica, envolve a investigação das causas da doença (etiologia), bem como os mecanismos básicos do seu desenvolvimento (patogenia) que resultam em sinais e sintomas presentes no paciente. 
 ÁREAS EM QUE SE DIVIDE A PATOLOGIA
PATOLOGIA SISTÊMICA
PATOLOGIA GERAL
RESPOSTA CELULAR E DOS TECIDOS AOS ESTÍMULOS PATOLÓGICOS.
RESPOSTAS ESPECÍFICAS DE ÓRGÃOS ESPECIALIZADOS, AOS ESTÍMULOS PATOLÓGICOS.
ESTÁGIOS NA RESPOSTA CELULAR AO ESTRESSE E ESTÍMULOS NOCIVOS.
EXEMPLOS DE SITUAÇÕES EM QUE ACONTECE ADAPTAÇÃO CELULAR AO ESTRESSE E/OU LESSÃO CELULAR REVERSÍVEL OU IRREVERSÍVEL.
Tecido miocárdico submetido a carga elevada e persistente (Hipertensão arterial, estenose valvar): Inicialmente as células miocárdicas sofrem hipertrofia como mecanismo de adaptação à demanda de trabalho exacerbada, levando à hipertrofia da parede muscular da cavidade afetada. Se a demanda persistir ou se o miocárdio é submetido a um fluxo sanguíneo reduzido (isquemia) devido a uma oclusão coronariana, as células miocárdicas sofreram lesão. (A lesão das células musculares miocárdicas pode ser reversível se o estímulo ao qual for submetida for leve ou se a oclusão coronariana for incompleta ou suficientemente breve. A lesão será irreversível (INFARTO) caso a oclusão arterial seja completa e prolongada. 
ADAPTAÇÕES CELULARES AO ESTRESSE
Diferença entre adaptação celular fisiológica e adaptação celular patológica.
Adaptação celular fisiológica: É resultado da resposta celular para se adaptar ao estimulo gerado pelos hormônios e mediadores químicos endógenos. 
Ex. Hipertrofia da musculatura lisa uterina durante a gravides. (Neste caso específico o crescimento da musculatura lisa uterina é devido tanto à hiperplasia quanto pela hipertrofia, ambos induzidos pelo influxo estrogênico fisiológico da gravides.) 
Também existe um aumento do conteúdo proteico dos miócitos e especialmente acontece uma substituição da mioglobina α do adulto, pela mioglobina β (fetal) que tem uma menor demanda energética o que garante uma melhor eficiência para responder à demanda imposta. 
A diferença da musculatura lisa do útero não grávido, durante a gravides as células musculares tornam-se roliças e o núcleo perde seu aspecto fusiforme. 
B) Musculatura lisa do útero não grávido.
C) Hipertrofia da musculatura lisa uterina.
Ex. Hipertrofia da musculatura estriada esquelética como resultado do exercício físico intenso.
Adaptação celular patológica: São respostas ao estresse, que permitem às células modular a sua estrutura e função, escapando assim da lesão.
Ex. Hipertrofia miocárdica no curso da hipertensão arterial severa ou de doença valvar aórtica. 
HIPERTROFIA:
Aumento do tamanho das células, de seu conteúdo proteico e das suas organelas, que resulta num aumento do tamanho do órgão afetado. (Não é resultado da formação de novas células)
(Os mecanismos que desencadeiam a hipertrofia miocárdica envolvem pelo menos dois tipos de sinais: 
-Desencadeantes mecânicos: Estiramento.
-Desencadeantes tróficos: Ativação de receptores alfa-adrenérgicos.
Ambos tipos de estímulos desencadeiam a ativação das vias de transdução de sinais que levam à indução de diversos genes que induzem a síntese de várias proteínas celulares incluindo fatores de crescimento e proteínas estruturais. Isto gera um aumento de proteína se miofilamentos por células para alcançar um melhor desempenho e equilíbrio entre a demanda e a capacidade funcional das células. 
HIPERPLASIA: Processo caracterizado pelo aumento do número de células do tecido tendo como resultado aumento do tamanho do órgão. Acontece em células que conservam a capacidade de dividir-se. 
Ao igual do que na hipertrofia, a hiperplasia pode ser fisiológica ou patológica. É também um processo reversível que tende a desaparecer com o cesse do estímulo que o desencadeou. 
Hiperplasia fisiológica. Os dois tipos de hiperplasia fisiológica que existem são: 
Hiperplasia hormonal: Ex. Proliferação do tecido glandular mamário durante a puberdade feminina e durante a gravides.
Hiperplasia compensatória: Ocorre quando uma porção do tecido é retirado ou lesado. 
Ex. Quando o fígado é parcialmente removido, a atividade mitótica das células restantes tem início 12 horas depois, após o restabelecimento do tecido hepático a proliferação celular é desligada pelos vários inibidores do crescimento. 
Hiperplasia patológica. A maioria das formas de hiperplasia patológica é provocada por estimulação hormonal excessiva ou por fatores de crescimento. 
Ex. Hiperplasia endometrial.
 Hiperplasia prostática.
 Hiperplasia gengival. (Especialmente frequente em pacientes que rebem tratamento com fenitoína.) 
ATROFIA: Diminuição do tamanho da célula devido à perda de substância intracelular, quando essa diminuição do tamanho celular é considerável, leva à redução do tamanho do órgão afetado. 
A atrofia é resultado da diminuição da síntese proteica e aumento da degradação proteica celular.
As células atróficas são células vivas, a pesar de terem a sua função diminuída.
CAUSAS DA ATROFIA:
Diminuição da carga de trabalho (Ex. Imobilização dum membro durante o reparo duma fratura óssea). 
Perda da inervação.
Diminuição do suprimento sanguíneo.
Nutrição inadequada.
Perda da estimulação hormonal.
Envelhecimento.
Ex. Atrofia cerebral no indivíduo idoso consequência do envelhecimento e redução do fluxo sanguíneo. 
METAPLASIA:
Alteração reversível no qual um tipo celular adulto (epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro tipo celular adulto. (As células sensíveis a um determinado estresse são substituídas por outros tipos celulares mais capazes de suportar o ambiente hostil.
Ex.: 
1- Metaplasia brônquica
– Mudança de epitélio pseudo estratificado ciliado em epitélio estratificado pavimentoso (O qual é mais resistente) no tabagismo.
2- Passagem de epitélio colunar do colo do útero para escamoso (em processos inflamatórios).
QUADRO RESUMO
	ADAPTAÇÃO AO STRESSE
	CARACTERÍSTICAS 
	EXEMPLOS
	Hipertrofia
	Aumento da célula e de seu conteúdo em proteínas e organelas de síntese e consequente aumento do órgão. Sempre em resposta ao aumento da carga de trabalho, induzida por estresse mecânico ou fatores de crescimento. Em tecidos sem capacidade de divisão celular.
	Hipertrofia miocárdica
	Hiperplasia
	Aumento do número de células em resposta a hormônios e outros fatores de crescimento, ocorre em tecidos cujas células são capazes de se dividir. 
	Hiperplasia endometrial.
Hiperplasia prostática.
Hiperplasia gengival.
	Atrofia
	Diminuição da célula e do órgão, como resultado da diminuição de nutrientes ou por desuso, caracterizado pela diminuição da síntese e aumento da degradação proteicas. 
	Atrofia cerebral no idoso.
Atrofia da parede da vesícula biliar devido à obstrução
litiásica do órgão. 
	Metaplasia
	Alteração do fenótipo em células já diferenciadas, sempre em resposta à irritação crônica, que torna às células mais capazes de suportar o estresse. Pode resultar em redução das funções ou tendência aumentada à transformação maligna.
	-Metaplasia do epitélio brônquico de pseudo estratificado ciliado para epitélio estratificado pavimentoso. (Tabagismo)