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MEDIAÇÃO DE CONFLITOS

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MEDIAÇÃO DE CONFLITOS 
AULA 1 
 
INTRODUÇÃO AOS MECANISMOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE 
CONFLITOS 
 
NEGOCIAÇÃO 
A negociação pode ser definida como uma relação que duas ou mais pessoas 
estabelecem a respeito de um assunto, visando encontrar posições comuns e 
chegar a um acordo que seja vantajoso para todos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCILIAÇÃO 
A conciliação é uma forma de resolução de controvérsias na relação de 
interesses administrada por um Conciliador (investido de autoridade ou 
indicado pelas partes) a quem compete: aproximá-las, sugerir e formular 
propostas, aparar as arestas, apontar vantagens e desvantagens. Ela trabalha 
na superfície do problema. 
 
 
 
 
 
Dinâmica 
A negociação acontece 
quando há diferença de 
posições, no entanto só 
existe de houver 
interesse de ambas as 
partes em tentar chegar 
a um acordo. 
As partes 
As pessoas não são 
consideradas inimigas 
em uma negociação, 
mas sim como 
colaboradoras, 
trabalhando para 
eliminar as diferenças 
existentes e chegar a 
um acordo aceitável 
para todos. 
Meta da negociação 
Buscar um acordo que 
satisfaça as 
necessidades de todos 
os envolvidos. Deve-se 
tentar chegar a uma 
solução equitativa que 
inclua os pontos de 
vista e interesses de 
todos os envolvidos. 
O Conciliador 
Deve ter participação ativa, assim 
como empenho, técnica e 
tratamento respeitoso, que farão 
com que as partes, diante da 
resposta rápida e eficiente através 
da conciliação, sejam vistas como o 
próprio fim da prestação 
jurisdicional. 
Características da Conciliação 
Além da administração do conflito 
por um terceiro imparcial, esse 
conciliador tem a prerrogativa de 
poder sugerir um possível acordo, 
pois avalia as vantagens e 
desvantagens que tal proposta 
acarretaria para as pessoas. 
 
 
 
O Juizado Especial Cível (JEC) tem competência para a conciliação, processo 
e julgamento de causas cíveis de menor complexidade. O Juizado Especial 
Criminal (JECRIM) também tem competência para a conciliação, julgamento e 
execução de infrações penais de menor potencial ofensivo. 
 
ARBITRAGEM 
A arbitragem é um meio privado e alternativo de solução de controvérsias 
extrajudiciais de direito patrimonial, disponível nas áreas cível, comercial e 
trabalhista. 
Ela pode ser usada para resolver problemas jurídicos sem a participação do 
Poder Judiciário. Também considerada por alguns doutrinadores como um 
equivalente jurisdicional, na medida em que a decisão proferida pelo juiz 
arbitral vale como uma sentença judicial. 
É um mecanismo voluntário: ninguém pode ser obrigado a se submeter à 
arbitragem contra sua vontade. 
 
Instrumentos da arbitragem 
 
 
Adesão das partes: é importante que ninguém pode ser obrigado a assinar um 
compromisso arbitral ou um contrato que contenha a cláusula compromissória. 
Os envolvidos também não poderão voltar atrás no futuro e desistir da 
arbitragem, caso surja algum problema, salvo raras exceções. 
 
MEDIAÇÃO 
A mediação é um meio alternativo de solução de controvérsias, litígios e 
impasses, na qual um terceiro, imparcial, de confiança das partes (pessoas 
físicas ou jurídicas), livre e voluntariamente escolhido por elas, intervém, 
agindo como um “facilitador”, um catalisador, que, usando de habilidade e arte, 
as leva a encontrar a solução para as suas pendências. 
Na Mediação, as partes têm total controle sobre a situação, diferentemente da 
Arbitragem, na qual o controle é exercido pelo Árbitro; assim como na 
Conciliação, pelo Conciliador. 
Cláusula compromissória – redigida 
antes do conflito 
Compromisso arbitral – redigido 
após o surgimento do conflito 
 
 
 
 
AULA 2 
 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA MEDIAÇÃO 
 
A mediação há muito tempo é utilizada em várias culturas do mundo, como a 
judaica, a cristã, a islâmica, a hinduísta, a budista, a confucionista e até as 
indígenas. Os principais registros do usa de mediação datam de 3000 a.C. 
No entanto, somente a partir da virada do século XX a mediação tornou-se 
institucionalizada, em vários países, e desenvolveu-se como uma profissão 
reconhecida. 
 
 
O uso da mediação aumentou em muitos países e culturas, mas talvez tenha 
aumentado de forma mais rápida nos EUA e Canadá. Os primeiros setores em 
que a mediação foi formalmente instituída situavam-se na área trabalhista, para 
tratar de conflitos entre patróes e empregados, em 1913. 
Em muitas comunidades, a mediação vem sendo aplicada em conflitos entre 
proprietários e arredatários de terras, em questões relacionadas aos 
desabrigados. 
Esta técnica vem sendo introduzida também nas escolas e Instituições de 
Ensino Superior, nos sistemas de Justiça Criminal em ambos os países e nos 
setores corporativos e comerciais – este último ultrapassando a arbitragem 
quanto a sua escolha. 
 
 
A República Popular da China vem praticando a conciliação para resolver 
disputas interpessoais, comunitárias e cíveis através dos Comitês de 
Conciliação e tribunais de conciliação. A mediação tem sido introduzida para 
resolver disputas ambientais entre jurisdições e entre entidades 
governamentais. 
No Japão, a mediação está incorporada à cultura empresarial e é utilizada nos 
tribunais para casos cíveis de uma forma geral, principalmente na área de 
América do Norte 
Ásia 
 
 
família, sendo esta obrigatória para a maior parte dos procedimentos de 
divórcio e para muitas questões entre pais e filhos. 
Outros países asiáticos que desenvolveram a mediação foram: Coreia, 
Tailândia, Malásia, Indonésia, Filipinas, Sri Lanka, Índia e Nepal. 
 
 
Os países desse continente que utilizam a mediação são: Austrália, Nova 
Zelândia e Melanésia. 
 
 
A mediação é usada tanto nas sociedades africanas tradicionais como nas 
sociedades modernas, variando de tribo para tribo e de região para região. No 
Quênia e na Somália, o trabalho de mediação tem sido realizado por um 
Comitê, por grupos religiosos e não religiosos locais para disputas entre clãs e 
disputas étnicas. 
Há séculos, nas sociedades árabes, a mediação, em tribos e cidades, tem sido 
o método utilizado para resolver disputas e tem sido adaptado, atualmente, 
para questões políticas e militares internas e entre os Estados Árabes. 
 
 
Em 1998, foram publicados os princípios Europeus sobre Mediação Familiar, 
pelo Conselho Europeu, cujo texto foi elaborado pelos representantes dos 
quarenta Estados Membros deste Conselho. 
 
 
Nos últimos cinco anos, tem aumentado o uso das resoluções alternativas de 
disputas aplicadas ao Direito Objetivo e à administração da Justiça. 
Na América Latina, a Colômbia é um dos países que tem maior experiência na 
mediação. Este país foi pioneiro no uso desta técnica entre os países da 
América Latina. Optou-se por um modelo descentralizado e desjuridicializado 
de solução de conflitos, judicial e extrajudicial. 
Na Argentina, especificamente desde 1991 existe as RADs (Resolução 
Alternativa de Disputas), quando foi desenvolvida a arbitragem e iniciada a 
mediação por meio da criação de uma comissão de juízes e advogados. 
Oceania 
África e Oriente Médio 
Europa 
América Latina 
 
 
Posteriormente, foi aprovada a lei Nacional de Mediação e Conciliação, a qual 
teve vigência a partir de 1996. 
O sistema do Equador permite balancear adequadamente a atividade de 
resolução de alternativa de conflito de interesses no setor público e no privado. 
É considerado um modelo adequado para o desenvolvimento da mediação, 
sendo acessível, inclusive, às comunidadesindígenas. 
 
 
A primeira tentativa de encaminhar uma lei versando especificamente sobre a 
mediação foi apresentada em 1998. 
O Instituto Brasileiro de Direito Processual – IBDP – e a Associação de 
Magistrados Brasileiros – AMB –, através de uma equipe de juristas, 
elaboraram um anteprojeto de lei sobre mediação, demonstrando que o debate 
sobre o tema também se fez presente no meio jurídico-acadêmico. 
Diante da variedade de propostas legislativas e diversidade de abordagem da 
questão, houve audiência pública promovida pelo Ministério da Justiça, em 17 
de setembro de 2003, e que resultou numa “versão única”. Entretanto, esse 
projeto não conseguiu avançar na Câmara dos Deputados, assim como outras 
propostas legislativas regerentes à utilização da mediação. 
O Conselho Nacional de Justiça – CNJ – editou a resolução n. 125, de 29 de 
novembro de 2010, indicando a mediação como meio de resolução de conflitos 
inserido na Política Judiciária Nacional de tratamento adequado de conflitos. 
Foram propostos mais três anteprojetos (um de 2011 e dois de 2013) que 
analisados conjuntamente pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, 
sob a Relatoria do Senador Vital do Rego, apresentou substitutivo. 
Encaminhado o projeto de lei à Câmara dos Deputados, foi elaborado 
substitutivo pelo Deputado Sergio Zveiter (2014). 
Remetido novamente ao Senado, o projeto foi finalmente aprovado no dia 02 
de junho de 2015, esforço conjunto envolvendo os 3 Poderes e todos que 
participaram de sua elaboração, e foi sancionado em 26 de junho de 2015, pela 
Presidenta Dilma Roussef, como Lei 13.140. 
A Lei prevê, em suas disposições finais, que a mediação seja amplamente 
utilizada no país, podendo ser aplicada em diferentes tipo de conflito. 
 
AULA 3 
 
Brasil 
 
 
BASES TEÓRICAS E PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO 
 
ALGUNS SABERES 
 
Direito – quando objetiva auxiliar as pessoas a resolverem seus conflitos, 
orientadas pelo parâmetro da solução justa, respeitando as questões legais 
determinadas pela sua cultura. 
Sociologia – a contribuição da Sociologia é decisiva para a compreensão do 
valor das redes sociais nos processos de negociação. 
Psicologia – a mediação utiliza as leituras teóricas sobre o funcionamento 
emocional humano e valoriza as emoções como componente fundamental dos 
desentendimentos. É trabalhado, indiretamente, as emoções quando se propõe 
incluir a restauração da relação social dos envolvidos. 
Filosofia – o principal instrumento de trabalho do mediador são as perguntas 
que devem ser oferecidas como na maiêutica socrática, gerando informações 
para que os mediandos possam refletir sobre suas decisões. 
 
ABORDAGENS TEÓRICAS 
 
 
 
Os sistemas apresentam como características básicas: os elementos 
formadores do sistema, a relação entre estes elementos e um objetivo comum. 
Muitas soluções surgem quando analisamos uma situação como um sistema 
sendo formado por elementos que estabelecem relações entre eles, que 
apresentam um objetivo, inseridos em um meio ambiente. 
 
Estratégias 
 
 
 
Teoria dos Sistemas 
Atentar para os detalhes que 
estão sendo demonstrados 
pelas pessoas; 
Dividir para atingir um fim – 
todo problema deve ser 
dividido em partes menores 
porque isso facilita a sua 
compreensão e seu manejo; 
 
Identificar todas as partes do 
sistema – identificar tudo que 
faz parte do sistema porque 
algumas partes identificadas 
podem fazer a diferença; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É uma teoria de controle, baseada na comunicação entre os sistemas e o meio 
ambiente, bem como a comunicação dentro do próprio sistema. Tem por objeto 
de estudo a autorregulação dos sistemas, uma vez que é necessária a 
manutenção da ordem no interior de cada um, combatendo o caos. 
 
 
 
 
 
 
 
A partir desse segundo período, houve a possibilidade de compreender o 
potencial de transformação dos sistemas, levando ao desenvolvimento de 
técnicas na mediação que possibilitassem a ampliação dessa capacidade de 
mudança. 
 
 
A comunicação humana é uma das bases de sustentação da dinâmica da 
Mediação e precisa ser decifrada pelo mediador, a cada momento, de forma a 
servir de referencial para a identificação da intervenção a ser utilizada. 
 
Axiomas da Comunicação 
 
 
Olhar para o todo, para ter 
uma compreensão sobre 
como as partes se 
relacionam; 
Utilizar analogias, 
comparações, ou seja, usar 
soluções antigas adaptadas 
à nova realidade, na solução 
de problemas simulares. 
Teoria da Cibernética 
1º período – a preocupação 
consistia nos mecanismos e 
processos pelos quais os sistemas 
funcionavam com a finalidade de 
manter a sua organização. Seu 
objetivo era corrigir os desvios para 
poder se manter estável e 
sobreviver. (retroalimentação) 
2º período – o conflito passou a ter 
a função de mostrar que algo não 
vai bem no sistema. O foco vai 
para as relações estabelecidas 
naquele sistema. 
Teorias da Comunicação 
É impossível não comunicar, mesmo 
quando achamos que não estamos nos 
comunicando, há uma mensagem; 
Toda comunicação possui uma forma e um 
conteúdo. A relação entre o conteúdo e a 
forma na comunicação é chamado de 
metacomunicação. Podemos usar gestos, 
olhares, expressões corporais e faciais para 
dar mais ênfase ao que queremos; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA 
Uma das formas que a mediação entende a comunicação. Busca-se criar uma 
cultura de expressão que resolva os conflitos, ao invés de criá-los. 
A CNV se baseia na escuta empática e na expressão autêntica de nossos 
sentimentos, nossa relações com os outros e com os sistemas que estamos 
inseridos. 
 
PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO 
CAPÍTULO I 
DA MEDIAÇÃO 
SEÇÃO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 2º - A mediação será orientada pelos seguintes princípios: 
I – imparcialidade do mediador; 
II – isonomia entre as partes; 
III – oralidade; 
IV – informalidade; 
V – autonomia da vontade das partes; 
VI – busca do consenso; 
VII – confidencialidade; 
VIII – boa-fé. 
A natureza de uma relação encontra-se na 
identificação das sequências de 
comunicação entre os envolvidos; 
Os seres humanos comunicam-se de forma 
digital e analógica. Na mediação, na maior 
parte das vezes, a comunicação será 
analógica, ou seja, face a face; 
Todas as trocas comunicacionais são simétricas 
ou complementares. As trocas simétricas 
possibilitam o diálogo entre as pessoas; as 
trocas complementares, em geral, aparecem 
em situações de dependência, onde um manda 
e o outro obedece, por exemplo 
 
 
AULA 4 
MODERNA TEORIA DO CONFLITO 
 
CONFLITO 
Conflito pode ser definido como um desentendimento entre duas ou mais 
pessoas sobre um tema de interesse comum. 
O Conflito traz, a princípio, uma posição rígida de intransigência, acompanhada 
inicialmente de um interesse real oculto das partes nele envolvidas. Incube ao 
mediador tentar realizar a sua descoberta. 
Segundo o Manual de Mediação Judicial, conflito pode ser definido como um 
processo ou estado em que duas ou mais pessoas divergem em razão de 
metas, interesses ou objetivos individuais percebidos como mutuamente 
incompatíveis. 
Não existe uma teoria do conflito que seja, realmente, um pensamento novo e 
sistemático. 
 
MODERNA TEORIA DO CONFLITO 
Constata-se que, do conflito, podem surgir mudanças e resultados positivos. É 
a partir dessa possibilidade de perceber o conflito de forma positiva que 
surgem uma das principais alterações da chamada moderna teoria do 
conflito. 
Percebendoo conflito como um fenômeno natural nas relações, é possível vê-
lo de forma positiva. 
 
 
 
 
 
 
Conflitos não são problemas – os conflitos devem ser entendidos 
como parte da vida, sendo o seu problema apenas a forma como 
serão enfrentados e resolvidos; 
 Diferença entre conflito e briga – conflitos não se confundem com 
brigas. A briga é uma resposta ao conflito. 
Atitudes básicas frente aos conflitos – podemos ignorar os 
conflitos; responder de forma violenta aos conflitos; e, lidar com os 
conflitos de forma não violenta através do diálogo; 
Os benefícios do conflito – estimular o pensamento crítico e 
criativo; melhorar a capacidade de tomar decisões; incentivar 
diferentes formas de resolver problemas e situações, entre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESPIRAL OU ESCALADA DO CONFLITO 
Nas relações conflituosas há uma progressiva escalada do conflito, resultante 
de um círculo vicioso de ação e reação. Cada reação torna-se mais severa do 
que a ação que a procedeu e cria uma nova questão ou ponto de disputa. 
As causas que deram origem ao conflito, progressivamente, tornam-se 
secundárias. 
 
FORMAS DE RESOLVER CONFLITOS 
Processos destrutivos – há uma tendência do conflito aumentar ou tornar-se 
mais acentuado no desenvolvimento da relação. Esse conflito torna-se, com 
frequência, independente das causas iniciais que o gerou, assumindo aspectos 
competitivos, onde uma parte busca vencer ou derrotar a outra parte. 
Processos construtivos – seriam aqueles em que as partes concluiriam a 
relação processual se estivessem nessa situação, com um fortalecimento da 
relação social preexistente à disputa. Isso ocorreria pelo aumento do 
conhecimento entre elas e pela empatia desenvolvida na resolução do conflito. 
Saber mais: 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/DIS065/galeria/aula4/docs/a04_t05.pdf 
 
MANEJO DOS CONFLITOS 
O manejo dos conflitos envolve os processos de: 
 
 
 
 
O que um mediador buscar em uma mediação, no que 
diz respeito ao conflito? 
A transformação do conflito, ou seja, buscar e utilizar 
estratégias para mudança, reconciliação e construção de 
relações positivas. 
Comunicação 
Competição – monólogo, é 
interesse das partes apenas 
apontar o erro do outro. 
Colaboração – ocorre diálogo, 
os participantes se empenham 
para trocar informações; 
 
Atitudes para com o outro 
Competição – atitude hostil, 
podendo ser agressiva. 
Colaboração – Atitude 
amistosa, há preocupação em 
responder as dúvidas do outro, 
de forma amigável; 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÕES DOS CONFLITOS 
Intrapessoal – é um conflito, exclusivamente, nosso, e que às vezes existe 
porque nós o vivemos assim. É o que chamamos de conflito interno; 
Interpessoal – os conflitos interpessoais se dão entre duas ou mais pessoas e 
podem ocorrer por vários motivos; 
Intragrupal – as diferenças individuais têm influência na dinâmica dos grupos, 
podendo levar a discussões, tensões, insatisfações e ao conflito aberto, dentro 
do grupo; 
Intergrupal – é definido como uma incompatibilidade de objetivos, crenças, 
atitudes ou comportamentos, encontrados entre grupos; 
Social – É o conflito que afeta a sociedade como um todo. 
 
ESPÉCIES DE CONFLITOS 
Conflitos de valores – se dão entre pessoas que têm modos diferentes de 
vida ou critérios divergentes de como avaliar comportamentos; 
Conflitos de informação – envolve a falta de informação e a informação 
errônea, assim como pontos de vista diferentes sobre os dados que são 
relevantes, a intepretação desses dados e como é feita a avaliação; 
Conflitos estruturais – são causados pela distribuição desigual ou injusta do 
poder e dos recursos. Limitações de tempo, padrões de interação destrutivos e 
fatores geográficos ou ambientais favoráveis. 
Conflitos de interesses – são aqueles que envolvem a concorrência real ou 
percebida de interesses em relação aos recursos, à forma de resolver uma 
disputa ou às percepções de confiança e equidade. 
 
 
 
Percepção 
Competição – fazem questão 
de mostrar as diferenças e não 
dão importância à percepção 
do outro. Colaboração – 
preocupam-se em verificar 
quais são os interesses 
comuns; 
 
Orientação para o resultado 
do problema 
Competição – só aceita os 
resultados se favorecerem a 
ele. Colaboração – os 
resultados são analisados 
mutuamente. 
 
 
 
NÍVEIS DE CONFLITO 
Latente – o conflito latente pode-se dizer que existe, mas não é dito, porque 
não é percebida a sua existência por quem o detém. 
Percebido – a pessoa ou as duas partes sabem da existência dele, mas não 
querem resolvê-lo, talvez por não incomodar o suficiente, ainda, as pessoas 
envolvidas; 
Sentido – é aquele que já atinge ambas as partes, e em que há emoção 
consciência da sua existência; 
Manifesto – a agressividade está explícita, os comportamentos são assumidos 
como tais. Essa agressão explícita pode variar desde a resistência branda, 
passando pela sabotagem, até o conflito físico real. 
 
A MEDIAÇÃO E O CONFLITO 
O mediador contribui com um outro olhar sobre o conflito. Deve fazer com que 
as partes enxerguem o conflito como um espaço de reconstrução, de 
aprendizado e de construção de sua autonomia. 
O mediador precisa contribuir para que o conflito seja enxergado e analisado 
de forma pedagógica. 
 
AULA 5 
 
FUNDAMENTOS DA NEGOCIAÇÃO 
CONCEITO 
A negociação é o meio através do qual as pessoas lidam com suas diferenças. 
Na verdade, negociar é buscar um acordo através do diálogo. A negociação 
está de forma permanente em nossas vidas. 
 
CONDIÇÕES PARA A NEGOCIAÇÃO 
 
 
 
As partes devem ter 
interesses em comum 
– as partes preferem, 
em conjunto, certos 
resultados no lugar de 
outros; 
As partes devem ter 
interesses conflituosos 
– alguns resultados 
são melhores para uma 
das partes e outros são 
melhores para a outra. 
As partes devem ter 
possibilidade de 
comunicação entre si – 
para que exista a 
possibilidade de um 
acordo. 
 
 
NEGOCIAÇÃO 
A negociação utilizada na mediação, advinda da Escola de Harvard, é 
chamada de negociação colaborativa, integrativa ou baseada em princípios. 
 
Negociação colaborativa ou baseada em princípios - Chega a resultados 
justos, abordando os reais interesses dos envolvidos e não suas posições. 
Negociação posicional – Neste tipo de negociação, os negociadores se 
tratam como oponentes, o que acarreta em uma situação em que um ganha e o 
outro perde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEQUÊNCIA NA NEGOCIAÇÃO COLABORATIVA 
Identificar e definir o problema; 
Entender o problema e trazer os interesses e necessidades para a negociação; 
Gerar soluções alternativas para o problema; 
Avaliar e selecionar as alternativas. 
 
MELHOS ALTERNATIVA À NEGOCIAÇÃO DE UM ACORDO (MAANA) 
Trata-se do curso de ação de nossa preferência caso não haja consenso. É 
saber o que faremos ou o que vai acontecer se não conseguirmos chegar a um 
acordo na negociação. 
 
 
Pontos Fundamentais 
1- Separação das pessoas dos 
problemas; 
2- Foco nos interesses e não nas 
posições; 
3- Geração de opções de ganhos 
mútuos; 
4- Utilização de critérios objetivos. 
O melhor negócio não é aquele que prevalece 
em detrimento do outro, mas aquele que 
satisfaça os dois lados. 
 
 
FATORES LIGADOS À ESCOLHA DO TIPO DE NEGOCIAÇÃO 
O objetivo que se tem em mente ao participar da negociação; 
O comportamento característico dependendo da abordagem utilizada; 
Os resultados alcançados a partir do modelo usado.BARGANHA DISTRIBUTIVA OU NEGOCIAÇÃO BASEADA EM POSIÇÕES 
Os interesses reais das pessoas não serão contemplados e sequer discutidos, 
podendo levar a negociação para um impasse e deterioração das relações. 
A barganha distributiva tem como premissa que tudo que se ganhar na 
negociação é à custa do oponente. Cada ganho que tiver implica diretamente 
em perda para o outro. 
 
HABILIDADES DO NEGOCIADOR 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 6 
 
O PROCESSO DE MEDIAÇÃO 
 
AGENTES E ALGUNS FATORES IMPORTANTES NA MEDIAÇÃO 
 
Mediador 
O mediador, na mediação, atua exclusivamente como mediador; 
- Excelente comunicação; 
- Flexibilidade 
- Capacidade de observação e decisão; 
- Não deve superestimar ou subestimar as 
suas próprias capacidades, pois, isso pode 
levar ao fracasso da negociação. 
 
 
O mediador deve cumprir e fazer cumprir os princípios da mediação 
(imparcialidade, competência e confidencialidade); 
O mediador está eticamente impedido de exercer sua profissão de origem, 
inclusive no que diz respeito a prestar esclarecimentos técnicos às partes. 
 
Comediação 
Trabalho em conjunto de duplas de mediadores, que apresenta características 
que são valorizadas na mediação como: colaboração, diálogo e inclusão. 
 
Partes 
São os participantes na mediação e aqueles que têm o poder de decisão; 
As partes têm autonomia e protagonismo na mediação; 
As partes devem assumir a responsabilidade de tomar as decisões que 
influenciarão as suas vidas, no presente e no futuro. 
 
Advogados 
A mediação é um processo que não envolve apenas direitos, mas outros 
interesses mais amplos; 
Na maior parte da mediação, quando há a presença dos advogados, estes não 
se manifestam, e se isto ocorrer entendemos que estão desempenhando os 
seus papéis de forma correta. 
Os advogados ou representantes legais, participarão 
das mediações, esclarecendo os direitos de seus 
clientes; 
Mediação judicial e a participação dos advogados – 
leitura dos dois documentos que especificam e 
esclarecem: a lei da mediação e o novo CPC. 
 
ESTRUTURA DO PROCESSO DE MEDIAÇÃO 
A mediação é composta de uma série de atos coordenados, no entanto, o 
mediador tem a liberdade de, dependendo da situação, flexibilizar o 
procedimento para que desta forma a mediação possa ser eficaz. 
Na mediação, quem 
toma as decisões são as 
partes. Os advogados 
são apenas conselheiros. 
 
 
Cada mediador desenvolve e tem um estilo próprio de mediar, respeitando as 
questões técnicas e éticas. 
 
A DINÂMICA DA MEDIAÇÃO 
Atualmente, no Judiciário temos uma série de procedimentos que deverão ser 
seguidos para que a mediação ocorra. 
Podemos citar, entre eles, o encaminhamento para a mediação, o 
comparecimento obrigatório a partir da designação da mediação, além da 
possibilidade de poder desistir do processo sem mesmo ter comparecido 
a ele em primeiro momento. 
Documentos que legalizam a mediação (judicial): a lei 13.105 (2015) e a lei 
13.140 (2015). 
 
 
 
 
 
 
 
O ambiente da mediação deve ser bem confortável, mantendo a privacidade, e 
estimulante para o diálogo. 
O espaço da mediação deve conter, sempre que possível, uma mesa redonda, 
onde é criada a garantia de que todos se veem e estão no mesmo plano. 
Todos deve ter acesso a papéis e canetas para realizarem as anotações que 
se fizerem necessárias. 
 
PRÉ-MEDIAÇÃO 
Esse momento poderá ser feito individualmente ou com as duas partes 
simultaneamente. 
Na pré-mediação irá ocorrer a troca de informações antes de iniciar a mediação 
propriamente dita. 
Em contrapartida, nas mais variadas áreas, 
incluindo àquelas ligadas ao Judiciário, 
podemos ter a situação em que uma pessoa 
procura a instituição para dar entrada em uma 
ação e lhe é oferecida a mediação (com uma 
breve explicação sobre ela), a partir de uma 
avaliação sobre a pertinência deste 
procedimento, segundo o caso apresentado. 
 
 
 
O mediador explica sobre o processo de mediação, avalia se a mediação é 
possível, a partir das informações das partes, além de analisar a possibilidade 
da sua atuação como mediador naquele caso. 
É importante que, na pré-mediação, os mediandos sejam informados sobre a 
técnica da mediação, seus objetivos e alcance. 
Serão descritos o papel do mediador e dos mediandos. 
Se estes comparecerem com seus advogados, o mediador deve esclarecer a 
importância destes como assessores e consultores jurídicos. 
 
ETAPAS DA MEDIAÇÃO 
 
1- Abertura (são estabelecidas as regras de comportamento dos 
mediandos, os princípios da mediação e o papel do mediador); 
2- Relato das histórias (ouvir a história de cada uma das partes, 
objetivando das a todos a oportunidade de ouvir o relato dos fatos e 
analisar as percepções das pessoas envolvidas); 
3- Resumo (o mediador faz uma leitura do conflito de forma despolarizada, 
evidenciando interesses comuns e compartilhados, que foram 
identificados nos relatos das partes); 
4- Pauta de trabalho (a pauta é dinâmica e deve ser atualizada conforme o 
trabalho na mediação vai acontecendo); 
5- Esclarecimento das controvérsias; 
6- Resolução de questões (as partes são conduzidas a fazerem uma 
análise das possíveis soluções); 
7- Finalização da mediação (a mediação pode terminar com a assinatura 
de um acordo, redigido pelo mediador, na linguagem dos mediandos, 
evitando, sempre que possível, o uso de termos técnicos que 
comprometem a compreensão deles). 
 
BENEFÍCIOS DA MEDIAÇÃO 
É a partir da consideração dos vários aspectos do conflito, que são trabalhados 
pelo mediador, que as partes chegarão a um diálogo construtivo, transpondo as 
barreiras de comunicação e superando as diferenças para chegarem a uma 
solução. 
O empoderamento das partes, em que cada uma delas terá o seu senso de 
valor e poder restaurado para que possa resolver aquele conflito e os futuros 
conflitos porque, como sabemos, não há vida sem conflitos. 
 
 
Proporcionar um ambiente neutro para que as partes possam expor os seus 
sentimentos e também compreender o ponto de vista da outra parte, com a 
facilitação da comunicação pelo mediador. 
 
AULA 7 
 
FERRAMENTAS DA MEDIAÇÃO 
 
A mediação de conflitos utiliza várias ferramentas, para permitir que desta 
forma, os mediandos consigam realizar uma dinâmica a nível da comunicação, 
favorecendo as suas relações. 
É importante reforçar que estas ferramentas são utilizadas durante todo o 
processo de mediação, sendo fundamental para o mediador o seu 
conhecimento e a sua aplicação nos diferentes momentos da mediação. 
 
RECONTEXTUALIZAÇÃO OU PARAFRASEIO 
O mediador irá estimular as partes a perceberem determinado contexto a partir 
de outra perspectiva. Este trabalho consiste em estimular a pessoa a 
considerar ou entender certo comportamento, expressão, interesse ou 
situação, de forma mais positiva, para que se possa trabalhar soluções mais 
positivas para aquela questão. 
 
AUDIÇÃO DE PROPOSTAR IMPLÍCITAS 
Em geral, em uma mediação encontramos as partes com dificuldade de se 
comunicar de uma forma neutra, normalmente, estão exaltadas. Isso gera uma 
comunicação inadequada e, muitas vezes, elas podem propor soluções sem 
perceber que estão propondo. 
O mediador deve identificar para os mediandos essas propostas para que 
desta forma eles possam construir uma solução consensual. 
 
 
 
 
 
AFAGO OU REFORÇO POSITIVO 
O afago é uma resposta positiva do mediador a um comportamento produtivo 
das partes ou dos advogados, se for uma mediação que conte com a presença 
desses profissionais. 
Essa atitude é uma forma deestimular as partes ou os advogados a 
continuarem a ter uma atitude positiva frente a mediação. 
 
SESSÕES PRIVATIVAS OU INDIVIDUAIS OU CAUCUS 
As sessões privativas são encontros realizados entre o mediador e cada uma 
das partes, sem que a outra esteja presente. 
É utilizada com as duas partes, com igual tempo para as duas. 
Elas podem ser usadas com diversos objetivos. 
 
INVERSÃO DE PAPÉIS 
Essa é uma técnica para desenvolver a empatia entre as partes. Cada um 
deve perceber o contexto sob a perspectiva do outro. 
Recomenda-se, em geral, que esta técnica seja utilizada em sessões 
privadas. 
O mediador deve avisar às partes que é uma técnica e que será utilizada com a 
outra parte também. 
 
GERAÇÃO DE OPÇÕES 
O mediador não apresenta soluções, mas deve estimular as partes a criá-las. 
A parte deve aprender a buscar opções sozinhas, já que a mediação tem um 
papel educativo. 
Para gerar novas opções, as partes deverão ser estimuladas. O primeiro passo 
do mediador é realizar perguntas que ajudem as partes a pensar em soluções 
conjuntas. 
 
 
 
 
 
 
NORMALIZAÇÃO 
Sabemos que o conflito é uma característica natural de qualquer relação. No 
entanto, as partes se sentem constrangidas, principalmente, quando o conflito 
está na justiça. 
O mediador não deve permitir que as partes se culpem, ou se sintam 
constrangidas de estarem em conflito. 
O mediador irá normalizar o conflito. 
 
ORGANIZAÇÃO DE QUESTÕES E INTERESSES 
As partes, em geral, perdem o foco em situações de disputa, muitas vezes, 
deixando de lado as questões que são importantes para a solução da 
mediação. 
O mediador, nestes casos, deve estabelecer uma relação com as questões a 
serem trabalhadas e os interesses reais das partes. 
 
ENFOQUE PROSPECTIVO 
É importante que o mediador tenha um enfoque voltado para o futuro. 
O mediador não deve escutar as partes pensando em quem está certo ou 
errado, mas sim, ouvir identificando os reais interesses, as questões a ser 
resolvidas e estimulando as partes a encontrarem soluções, daqui pra frente. 
 
TESTE DE REALIDADE 
As pessoas em conflito, por estarem envolvidas emocionalmente na situação, 
tem uma percepção seletiva em razão do estado emocional em que se 
encontram. 
O mediador de conflitos busca uma nova reflexão dos envolvidos sobre o 
problema que envolve e suas possíveis soluções. 
É uma busca de uma reflexão realista dos mediandos sobre as propostas 
apresentadas por meio de parâmetros objetivos. 
 
 
 
 
VALIDAÇÃO DE SENTIMENTOS 
Essa técnica consiste em identificar os sentimentos que foram desenvolvidos 
em razão do conflito e trabalhá-los como uma consequência natural. 
O mediador acolherá e legitimará um comportamento considerado como 
negativo, identificando nele o que há de positivo, ou seja, uma necessidade 
não atendida. 
 
ESCUTA ATIVA 
Uma escuta de qualidade, e não apenas o fato de ouvir, é fundamental para a 
mediação. A escuta ativa requer que o mediador tenha uma participação 
efetiva no diálogo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
MENSAGEM-EU 
Através dessa mensagem, o mediador assume a responsabilidade sobre as 
suas percepções e autoria dos discursos. 
O mediador deve sempre utilizar a primeira pessoa do singular (EU), para se 
referir a alguma percepção. 
A ideia dessa técnica é entender que as percepções são individuais e que cada 
um deve se responsabilizar pelas leituras que fizerem das situações. 
 
PERGUNTAS 
As perguntas são ferramentas fundamentais e constantes na mediação. 
É a partir das perguntas do mediador que aparecerão as informações, 
reflexões, ideias e decisões sobre o problema que está sendo mediado. 
ENVOLVE: 
Escutar com curiosidade genuína; 
Perceber a dinâmica e o conteúdo de 
comunicação como um todo; 
Confirmar o entendimento daquilo 
que o mediando falou através de 
resumos das falas dos mediandos. 
 
 
Os mediadores transformam hipóteses, sugestões e afirmações em perguntas. 
 
RESUMO 
Os resumos são importantes ferramentas na mediação e são usados em vários 
momentos. 
É através dos resumos que o mediador vai situando os mediandos quanto à 
mediação ou é uma forma de sintetizar as suas falas. 
 
FERRAMENTAS DA MEDIAÇÃO 
Na mediação, como em qualquer outro campo de atuação, a escolha e o uso 
das ferramentas são estratégias fundamentais para o êxito em qualquer 
profissão. 
Para reunir as ferramentas, é preciso habilidade para eleger aquela que melhor 
se insere numa determinada intervenção. 
 
AULA 8 
 
MODELOS DE MEDIAÇÃO 
Os modelos mais utilizados nos países que praticam a mediação são: o 
Modelo Tradicional Linear (Modelo de Harvard), o Modelo Transformativo 
(Busch e Folger) e o Modelo Circular Narrativo (Sara Cobb) 
 
MEDIAÇÃO SATISFATIVA (Modelo de Harvard) 
Esse tipo de mediação esteve muito fundamentado em princípios de 
negociação e, comparando-o com os modelos que surgiram mais tarde, mais 
voltado para os acordos. 
A Escola de Harvard é uma referência quando falamos desta mediação e 
vários procedimentos e conceitos são usados pela maioria dos outros modelos 
de mediação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esse modelo foi bastante usado, também, na contribuição para a solução de 
impasses entre países. 
 
MEDIAÇÃO TRANSFORMATIVA (Busch e Folger) 
Privilegia a transformação do conflito modificando uma postura adversária para 
uma postura colaborativa. Apresenta a contribuição da Escola de Harvard no 
que diz respeito à compreensão da complexidade, flexibilidade e 
intersubjetividade das relações. 
A mediação transformativa tem como objetivo enfrentar o conflito por meio do 
fortalecimento próprio e do reconhecimento dos outros. 
O fortalecimento próprio está baseado na identificação dos reais interesses e 
necessidades de cada um dos mediandos; ao passo que o reconhecimento 
do(s) outro(s) está voltado para a identificação dos reais interesses, 
necessidades e valores do(s) outro(s). 
Engloba, portanto, técnicas da mediação satisfativa, aspectos da terapia 
sistêmica de família e os elementos já citados do modelo de ciência 
contemporânea, que são: complexidade, intersubjetividade e instabilidade. 
 
Identificar posições e 
interesses – a primeira 
considerada como uma 
atitude polarizada e esplícita 
dos mediandos; o segundo, 
visto a princípio como 
contraditório e antagônico, 
que deverá ser trabalhado 
na mediação. 
Técnicas de criação de 
opções para a satisfação 
dos interesses identificados 
Observar dados de 
realidade ou padrões 
técnicos, éticos, jurídicos ou 
econômicos 
Separar o conflito subjetivo 
(relação interpessoal) do 
conflito objetivo (questões 
concretas) 
 
 
MEDIAÇÃO CIRCULAR-NARRATIVA (Sara Cobb) 
Esse é um modelo de mediação que adiciona ao modelo satisfativo tradicional 
conceitos da teoria geral dos sistemas, da teoria da cibernética e teoria da 
comunicação, entre outras teorias específicas desse modelo. 
Propõe uma forma de trabalhar que inclui a construção do acordo e, em 
paralelo, da relação social entre os indivíduos. 
A mediação circular-narrativa parte do reconhecimento sobre a importância da 
conversa como o aprendizado mais importante que praticamos. Aprendemos e 
desenvolvemos nossa arte de conversar com os outros. 
Ela é considerada como um processo conversacional que ocorre a partir da 
comunicação, que pode ser analógica, não verbal, digital e verbal. 
 
 
 
 
 
OUTROS MODELOS DE MEDIAÇÃO 
Mediação Estratégica – é dividida em etapas, que se encontram 
estabelecidasem dez estágios. A desconstrução do conflito e a reconstrução 
da relação são estágios anteriores à tomada de decisão. 
Mediação Narrativa – voltada para a linguagem e, principalmente, com as 
versões dos fatos consideradas como construções particulares de cada sujeito, 
levando essa compreensão para a prática da mediação. 
 
AULA 9 
 
CONTEXTOS DE APLICAÇÃO DA MEDIAÇÃO 
 
MEDIAÇÃO FAMILIAR 
Tem por objeto a família em crise, não para invadir ou para dirigir o conflito, 
mas para oferecer-lhes uma estrutura de apoio profissional, a fim de que lhes 
seja aberta a possibilidade de desenvolverem, através da mediação, a 
A tarefa do mediador, dessa forma, 
é desestabilizar as histórias antigas 
e possibilitar que os mediandos 
construam novas histórias. 
 
 
consciência de seus direitos e deveres. A responsabilidade não só pelo 
conflito, mas por tudo que será conversado na mediação, inclusive o que irão 
assumir como compromisso para o futuro. 
Não apenas questões de separações de casais com filhos ou sem filhos podem 
ser resolvidas através da mediação familiar, como também conflitos 
decorrentes de laços de parentesco, como questões entre irmãos, primos, tios, 
sobrinhos e demais situações familiares. 
 
MEDIAÇÃO EMPRESARIAL 
O aumento da atividade empresarial levou a um incremento de conflitos entre 
empresários e entre empresas, o que tornou indispensável resolver de maneira 
efetiva essas situações, permitindo preservar as relações previamente 
estabelecidas. 
A significativa redução dos custos legais, tempo, a possibilidade de resolver 
questões complexas, a confidencialidade do processo ou a eliminação de 
dúvidas, são algumas das vantagens. 
A mediação, por esse motivo, pode ter como resultado a elaboração de um 
novo contrato, com novas perspectivas entre as partes. 
 
MEDIAÇÃO ORGANIZACIONAL 
Aborda os conflitos e a negociação no âmbito das organizações, devendo o 
mediador, nesse contexto, ter habilidades necessárias para uma adequada 
gestão do conflito organizacional. 
Alguém que promova o diálogo entre os empregados, lidere novos projetos sob 
perspectiva neutra, e que ajude a gerar vínculos novos baseados na confiança 
e na boa comunicação. 
 
MEDIAÇÃO ESCOLAR 
A mediação surge para tentar prevenir e solucionar quaisquer conflitos que 
ocorram na instituição de ensino. 
O uso da mediação, nesse contexto, pode ser para resolver disputas e 
controvérsias na escola, entre alunos, docente, diretores, coordenadores e 
pais, visando uma melhor convivência. 
 
 
A mediação escolar possibilita, dentro da escola, a educação de valores, a 
educação para a paz e uma visão sobre os conflitos. É um modelo de 
intervenção que promove a escuta ativa, a participação colaborativa e o 
desenvolvimento da criatividade. 
 
MEDIAÇÃO COMUNITÁRIA 
Estabelece canais para a intervenção política, institucional e social, permitindo 
uma reflexão sobre a realidade atual, preservando as características de uma 
comunidade pluralista, igualitária e integradora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEDIAÇÃO AMBIENTAL 
Trabalhará para a conscientização ecológica de todos os envolvidos, 
construindo estratégias para o futuro, que devem estar em conformidade com a 
legislação em vigor, ligadas a um desenvolvimento mais sustentável e 
coerente, objetivando a preservação dos recursos ambientais naturais. 
 
MEDIAÇÃO JUDICIAL 
Suas características e seus objetivos, no âmbito do acesso ao material à 
justiça, apresenta as seguintes situações: autocomposição de conflitos, na qual 
as próprias partes decidem; intervenção de um terceiro, para facilitar o diálogo; 
inexistência da ideia que uma parte ganha e a outra perde, e a celeridade no 
procedimento de mediação juntamente com a economia de custos. 
Pontos Positivos 
Estímulo ao diálogo positivo entre famílias e 
vizinhos; 
Incentivo à participação ativa dos cidadãos na 
solução de conflitos individuais e coletivos; 
Criação de espaços de escuta; 
Prevenção à má administração de conflitos futuros; 
Destaque à valorização do coletivo em detrimento 
do individual, buscando sempre a solução de um 
problema que satisfaça a todas as partes 
envolvidas. 
 
 
A mediação apresenta-se como instrumento de transformação do Judiciário, 
tendo como consequência a paz social, criando uma cultura que, 
paulatinamente, irá diminuir a demanda de processos judiciais. 
Uma das grandes molas propulsoras do desenvolvimento da mediação de 
conflitos no Judiciário é a Universidade. 
 
AULA 10 
 
O CÓDIGO DE ÉTICA DO MEDIADOR 
 
O Código de Ética fixa normas que regulam os comportamentos das pessoas 
dentro de uma determinada profissão e também numa empresa. 
Ele supõe uma normativa interna de cumprimento obrigatório. 
Utilizaremos o Código de Ética para mediadores e conciliadores da Resolução 
125 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 
 
DOS PRINCÍPIOS E GARANTIAS DA CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO 
JUDICIAIS 
São princípios fundamentais que regem a atuação de conciliadores e 
mediadores judiciais: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Confidencialidade 
Quase todos os códigos de 
ética para a conduta 
profissional de mediadores 
incluem entre as suas 
regras a de que o mediador 
deve manter em sigilo os 
dados que vem a ter 
conhecimento em razão do 
seu serviço. 
Competência 
A prática da mediação 
requer conhecimento e 
treinamento específico de 
técnicas próprias, devendo 
o mediador qualificar-se e 
aperfeiçoar-se, melhorando 
continuamente suas atitudes 
e suas habilidades 
profissionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imparcialidade 
O mediador deverá agir sem 
qualquer favoritismo ou 
ainda isento de preconceitos 
com relação as partes, ao 
tema a ser desenvolvido, as 
palavras utilizadas ou a 
aparência dos mediandos. 
Decisão informada 
Os mediandos têm o direito 
de receber informações 
quantitativas e qualitativas 
acerca da mediação que 
estão realizando, de modo 
que não sejam 
surpreendidos por qualquer 
consequência inesperada 
da solução que adotaram. 
Independência e 
autonomia 
O terceiro imparcial deve 
atuar com liberdade, sem 
pressões internas ou 
externas. A autonomia diz 
respeito ao fato de que ele 
pode recusar, suspender ou 
interromper a sessão de 
solução de conflitos. 
Respeito à Ordem Pública 
e às Leis Vigentes 
É importante entender que 
os acordos realizados não 
podem ir contra a ordem 
pública ou contra as leis, 
pois seria incoerente uma 
decisão do Poder Judiciário 
infringir algum desses 
pontos. 
Empoderamento 
É mostrar às partes que 
elas têm capacidade de lidar 
com seus conflitos de forma 
produtiva e positiva. 
 
Validação 
Consiste em demonstrar às 
partes que é natural em 
qualquer relação haver 
conflitos. 
 
 
 
DAS REGRAS QUE REGEM O PROCEDIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DAS RESPONSABILIDADES E SANÇÕES DO MEDIADOR 
Apenas poderão exercer suas funções perante o Poder Judiciário mediadores 
devidamente capacitados e cadastrados pelos Tribunais, aos quais competirá 
regulamentar o processo de inclusão e exclusão no cadastro. 
O mediador deve exercer sua função com lisura, respeitar os princípios e 
regras deste Código, assinar, para tanto, no início do exercício, termo de 
compromisso e submeter-se às orientações do Juiz Coordenador da unidade 
a que esteja vinculado. 
Aplicam-seaos mediadores os motivos de impedimento e suspeição dos 
juízes, devendo, quando constatados, serem informados aos envolvidos, com a 
interrupção da sessão e a substituição daqueles. 
Informação 
Para os mediandos é 
fundamental porque 
garante, para eles, o 
conhecimento sobre o 
procedimento que irão 
realizar. Dessa forma, 
sentem-se mais seguros 
quanto ao processo da 
mediação e o que esperar 
da mesma. 
 
Ausência de obrigação de 
resultado 
O acordo na Mediação 
passa a ser a consequência 
lógica do trabalho de 
cooperação entre as partes 
realizado ao longo de todo o 
procedimento. 
Desvinculação da 
profissão de origem 
O trabalho do mediador é a 
pacificação das partes, 
através de seu trabalho com 
a comunicação entre elas. 
Ele não pode acumular 
tarefas. 
Compreensão quanto à 
mediação 
Dever de assegurar que os 
envolvidos, ao chegarem a 
um acordo, compreendam 
perfeitamente suas 
disposições, que devem ser 
exequíveis, gerando o 
comprometimento com o 
seu cumprimento. 
 
 
No caso de impossibilidade temporária do exercício da função, o conciliador ou 
mediador deverá informar com antecedência ao responsável para que seja 
providenciada sua substituição. 
O mediador fica absolutamente impedido de prestar serviços profissionais, de 
qualquer natureza, aos envolvidos em processo de conciliação ou mediação 
sob sua condução. 
O descumprimento dos princípios e regras estabelecidos nesse Código, bem 
como a condenação definitiva em processo criminal, resultará na exclusão do 
mediador do respectivo cadastro e no impedimento para atuar nessa função 
em qualquer outro órgão do Poder Judiciário nacional.

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