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Aula 7-Contabilidade Empresarial

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CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Contabilidade Empresarial
Programa (cont.)
3 - Operações Financeiras
1. Desconto de Duplicatas
2. Aplicações Financeiras.
3. Financiamentos Prefixados.
4. Financiamentos Pós-fixados.
5. Financiamentos em Moeda Estrangeira.
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS - GERAL
As operações de empréstimos e financiamentos estão atreladas às necessidades de caixa das 
empresas para a manutenção ou expansão de suas atividades. Normalmente, os empréstimos e 
financiamentos estão suportados por contratos, que estipulam as características contratadas, 
como valor total, forma de liberação dos recursos, condições de pagamento, taxa de juros,
moeda, garantias e outras.
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS (cont.)
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS - GERAL
No caso de empréstimos e financiamentos que serão pagos em parcelas, é necessário fazer a 
segregação entre as parcelas (e respectivos encargos) que serão pagas no curto prazo, e registrá-
las no Passivo Circulante, e as parcelas (e respectivos encargos) que serão liquidadas apenas 
após o encerramento do exercício social seguinte, sendo contabilizadas, portanto, no Passivo 
Não Circulante.
Normalmente, tais empréstimos e financiamentos estão suportados por contratos que estipulam 
seu valor total, forma e época de liberação das parcelas, finalidade dos recursos, cláusulas de 
pagamento em moeda estrangeira, arcando a empresa com a variação cambial, ou correção
monetária, se em moeda nacional. Além dos juros e comissões a que estão sujeitos, especificam 
também a forma de pagamento (carência, se houver, e datas de vencimento), além de outras 
cláusulas contratuais, como garantias, encargos por inadimplências etc. 
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS (cont.)
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS - GERAL
Os empréstimos de grande porte, que usualmente são de prazo mais extenso e para grandes 
projetos, possuem contratos mais complexos, cobrindo todo o detalhamento técnico do projeto, 
a origem prevista de todos os recursos necessários e sua aplicação, a obrigatoriedade de 
auditoria independente, a cláusula de cobertura de seguro dos bens financiados e os itens 
contratuais com restrições ou limites sobre dividendos, índices de liquidez e outros. Esse é o 
caso, por exemplo, de certas operações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e 
Social (BNDES), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Internacional de 
Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) e outros. 
A contabilidade e, especificamente, as demonstrações contábeis devem refletir todas as cláusulas 
contratuais e condições que afetam sua análise e interpretação; portanto, devem estar 
adequadamente expostas no Balanço e correspondente Nota Explicativa.
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS (cont.)
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS - REGISTRO
O passivo deve ser contabilizado quando do recebimento dos recursos pela empresa, o que, na 
maioria das vezes, coincide com a data do contrato.
No caso dos contratos com liberação do total em diversas parcelas, o registro do passivo 
correspondente deve ser feito à medida do recebimento das parcelas, ou seja, não se deve 
reconhecer um passivo cuja contrapartida ainda não se tenha recebido. Pode-se, todavia, 
controlar contabilmente os empréstimos em contas de compensação (embora não requeridas 
pela Lei das Sociedades por Ações), que registrariam os contratos assinados, mas ainda não 
liberados.
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS (cont.)
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS – ENCARGOS FINANCEIROS
Os encargos financeiros incluem não apenas as despesas de juros, mas todas as despesas (e 
receitas) incrementais que se originaram da operação de captação, como taxas e comissões, 
eventuais prêmios recebidos, despesas com intermediários financeiros, com consultores 
financeiros, com elaboração de projetos, auditores, advogados, escritórios especializados, 
gráfica, viagens etc.
Assim, o Pronunciamento Técnico CPC 08 (R1), item 3, define:
“Encargos financeiros são a soma das despesas financeiras, dos custos de transação, prêmios, 
descontos, ágios, deságios e assemelhados, a qual representa a diferença entre os valores 
recebidos e os valores pagos (ou a pagar) a terceiros.” 
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS (cont.)
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS – ENCARGOS FINANCEIROS
Em conformidade com o referido Pronunciamento, o montante a ser registrado no momento 
inicial da captação de recursos junto a terceiros deve corresponder aos valores líquidos recebidos 
pela entidade, sendo a diferença para com os valores pagos ou a pagar tratada como encargo 
financeiro. Esses encargos devem ser apropriados ao resultado em função da fluência do
prazo, pelo custo amortizado.
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS (cont.)
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS – ENCARGOS FINANCEIROS
Os encargos financeiros devem ser contabilizados como despesa financeira, período a período, 
conforme fluência do prazo, exceto no caso de encargos financeiros incorridos para 
financiamento de ativos qualificáveis, situação em que devem ser capitalizados.
O Pronunciamento Técnico CPC 20 (R1), aprovado pela Deliberação CVM no 672/11, é obrigatório 
para as companhias abertas a partir de janeiro de 2011. Tal pronunciamento, em seu item 8, 
menciona: 
“A entidade deve capitalizar os custos de empréstimo que são diretamente atribuíveis à 
aquisição, construção ou produção de ativo qualificável como parte do custo do ativo. A 
entidade deve reconhecer os outros custos de empréstimos como despesa no período em que 
são incorridos.” 
No item 5, o referido Pronunciamento define ativo qualificável como
“um ativo que, necessariamente, demanda um período de tempo substancial para ficar pronto 
para seu uso ou venda pretendidos” 
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS (cont.)
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS – ENCARGOS FINANCEIROS
O item 7 do mesmo Pronunciamento menciona que os seguintes itens podem ser considerados
ativos qualificáveis: estoques, planta para manufatura, usina de geração de energia, ativo 
intangível, propriedade para investimento e plantas portadoras, desde que demandem tempo 
razoável para serem produzidos ou construídos.
Sendo um ativo qualificável, o item 10 do Pronunciamento Técnico CPC 20 (R1) explica que os 
custos de empréstimos que são elegíveis à capitalização são aqueles que seriam evitados se os 
gastos com o ativo qualificável não tivessem sido feitos. 
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS (cont.)
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS – ENCARGOS FINANCEIROS
Ressalta-se que o valor a ser capitalizado corresponde aos encargos financeiros totais e não 
apenas às despesas financeiras, ou seja, além dos juros, também devem ser capitalizados todos 
os gastos incrementais originados da transação de captação de recursos diretamente atribuíveis 
ao financiamento do ativo.
Nesse sentido, o Pronunciamento Técnico CPC 20 (R1), em seu item 6, determina que os custos 
de empréstimos incluem: (i) encargos financeiros calculados descrito nos Pronunciamentos 
Técnicos CPC 08 (R1) – Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores 
Mobiliários e CPC 48 – Instrumentos Financeiros; (ii) encargos financeiros relativos aos 
arrendamentos mercantis financeiros; e (iii) variações cambiais decorrentes de empréstimos em 
moeda estrangeira.
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS (cont.)
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS – ENCARGOS FINANCEIROS
A capitalização dos encargos financeiros no custo do ativo qualificável deverá ocorrer somente 
durante o período de construção. A partir do momento em que o ativo estiver pronto para uso 
ou venda, a capitalização dos encargos deve cessar. Quaisquer encargos financeiros incorridos 
após o término do período de construção do ativo devem ser reconhecidos no resultado do 
exercício. O item 22 do Pronunciamento Técnico CPC 20 (R1) explica:
“A entidade deve cessar a capitalização dos custos de empréstimos quando substancialmentetodas as atividades necessárias ao preparo do ativo qualificável para seu uso ou venda 
pretendidos estiverem concluídas.” 
Uma vez capitalizados, a alocação desses encargos para o resultado do período deve ser feita em 
consonância com os prazos de depreciação, amortização, exaustão ou baixa dos ativos 
qualificáveis financiados. 
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS (cont.)
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS – PREFIXADOS OU PÓS-FIXADOS
A principal diferença entre juros prefixados e juros pós-fixados é que, enquanto no primeiro caso 
as taxas de juros são previamente definidas e permanecem fixas durante todo o contrato, 
permitindo que o contratante conheça exatamente o valor que será pago, no segundo caso a 
taxa de juros é vinculada a índices de inflação ou outros indexadores, por exemplo, a taxa 
referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). Assim, no caso de empréstimos 
com taxas pós-fixadas, o contratante fica exposto às variações do cenário econômico, como as 
possíveis oscilações na taxa de inflação.
Em decorrência dessa diferenciação na forma de apuração dos juros do empréstimo, a 
contabilização dos encargos financeiros também é diferente.
No caso de empréstimos contratados na modalidade pós-fixada, o valor dos encargos não é 
conhecido desde o início da operação, mas sim apenas no encerramento de cada mês ou 
período. Portanto, no encerramento de cada período a empresa deve apurar o valor do encargo 
financeiro incorrido no período e contabilizar como despesa financeira, tendo como 
contrapartida a conta de empréstimos e financiamentos. 
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS (cont.)
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS – PREFIXADOS OU PÓS-FIXADOS
Na modalidade prefixada, os encargos são preestabelecidos em valor prefixado, sendo recebido 
pela empresa somente o líquido do empréstimo.
Assim, a empresa pode registrar o valor total das parcelas que serão pagas no Passivo e 
reconhecer os encargos financeiros a transcorrer em uma conta redutora de empréstimos e 
financiamentos, chamada Encargos Financeiros a Transcorrer. Essa conta deverá ser apropriada 
posteriormente para despesa financeira à medida do tempo transcorrido. 
É lógico que a empresa também pode registrar o passivo pelo valor original recebido, conforme 
regras já comentadas, e ir apropriando os encargos financeiros normalmente, o que não
fará qualquer mudança no passivo ou na despesa financeira. A classificação dos encargos 
financeiros a transcorrer em uma conta devedora, no passivo, se assim registrada, é realizada em 
função de a parcela dos encargos ainda não transcorridos, e inclusa por contrapartida na conta 
de empréstimo, não representar ainda um passivo para a empresa. 
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS (cont.)
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS – PREFIXADOS OU PÓS-FIXADOS
Para ilustrar essa diferenciação na forma de contabilização, em um primeiro momento suponha 
que uma empresa tenha contratado, no dia 31/12/X0, um empréstimo junto a uma instituição 
financeira no montante de $ 100.000, que será pago em parcela única em 12 meses (data da 
liquidação da dívida 31/12/X1). A taxa de juros contratual é de 6% ao ano, mais inflação
(juros pós-fixado). Considerando que a taxa de inflação do período (de 31/12/X0 até 31/12/X1) foi 
de 5%, os lançamentos contábeis na data da aquisição do empréstimo (31/12/X0) e no momento 
da liquidação (31/12/X1) seriam: 
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS (cont.)
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS – PREFIXADOS OU PÓS-FIXADOS
Pode ser relevante separar a conta de Despesa financeira em subcontas, mostrando os juros 
separadamente das variações monetárias, principalmente para elaboração de nota explicativa 
própria.
Em uma segunda situação, suponha que a empresa tenha contratado outro empréstimo nas 
mesmas condições, exceto pela taxa de juros, que neste segundo exemplo é uma taxa contratual 
prefixada de 12% ao ano. Na data da contratação, a empresa terá recebido o valor líquido de $ 
89.286. Nesse caso, os lançamentos contábeis seriam feitos da seguinte forma: 
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS (cont.)
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS – PREFIXADOS OU PÓS-FIXADOS
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS (cont.)
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS – PREFIXADOS OU PÓS-FIXADOS
No balanço patrimonial de 31/12/X0, a empresa pode já apresentar a conta de Empréstimos e 
Financiamentos líquida dos Encargos Financeiros a Transcorrer, ou seja, o valor de $ 89.286. 
Entretanto, a divulgação em nota explicativa dessas duas contas de forma separada é uma 
informação relevante em certas situações, mas que pode ser substituída pela informação das taxa 
e prazos de pagamentos pactuados.
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS (cont.)
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS – MOEDA ESTRANGEIRA
Os empréstimos contratados em instituições financeiras do exterior configuram-se como 
operações em moeda estrangeira e, conforme o Pronunciamento Técnico CPC 02 (R2), estão 
sujeitos aos efeitos da variação cambial. O referido Pronunciamento Técnico determina que uma 
transação que é fixada ou requer sua liquidação em moeda estrangeira deve ser reconhecida, no 
momento inicial, pela conversão do montante em moeda estrangeira usando a taxa de câmbio 
na data da transação.
Posteriormente, no encerramento de cada período, a empresa deve converter os saldos de 
empréstimos em moeda estrangeira pela taxa de câmbio de fechamento. A diferença resultante 
da conversão do montante em moeda estrangeira, a diferentes taxas cambiais, representa a 
variação cambial a ser reconhecida no resultado do período.
Especificamente em relação aos empréstimos em moeda estrangeira, o montante registrado no 
passivo é afetado tanto pelos juros incorridos quanto pela variação cambial. Ambos os valores 
(juros e variação cambial) devem ser contabilizados como resultado financeiro, na demonstração 
do resultado do período. Porém, a empresa deve registrar esses valores de forma segregada, em 
contas específicas de variação cambial e de encargos financeiros, ambas dentro do grupo do 
resultado financeiro. Para melhor entendimento sobre essa questão, veja o exemplo a seguir. 
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS (cont.)
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS – MOEDA ESTRANGEIRA
No dia 31/03/X0, uma empresa brasileira fez uma operação de empréstimo, no montante de US$ 
500.000, junto a uma instituição financeira localizada nos Estados Unidos. A taxa de juros 
contratual é de 6% ao mês, e o pagamento foi realizado em uma parcela única, três meses após a 
data de contratação. Assim, a liquidação do empréstimo ocorreu no dia 30/06/X0.
Durante o período (de 31/03/X0 até 30/06/X0) a taxa de câmbio oscilou bastante: passou de R$ 
3,00 na data da contratação do empréstimo (31/03/X0) para R$ 3,10 em 30/04/X0, R$ 3,40 no dia 
31/05/X0 e, por fim, reduziu para R$ 3,20 na data da liquidação (30/06/X0).
Conforme mencionado, no momento do registro inicial o montante em moeda estrangeira deve 
ser convertido usando-se a taxa de câmbio da data da operação. Após a conversão, o valor do 
empréstimo em reais seria de R$ 1.500.000 (US$ 500.000 pela taxa de R$ 3,00) e o seguinte 
lançamento seria realizado em 31/03/X0: 
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS (cont.)
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS – MOEDA ESTRANGEIRA
No final do mês subsequente (30/04/X0), considerando a taxa de juros de 6% ao mês, o valor da 
dívida em moeda estrangeira passou para US$ 530.000 (US$ 500.000 × R$ 1,06). Como a taxa de 
câmbio em 30/04/X0 era de R$ 3,10, o montante da dívida convertida para reais era de R$ 
1.643.000 (US$ 530.000 × R$ 3,10). A variação total no saldo de Empréstimos em Moeda 
Estrangeira foi de R$ 143.000 (R$ 1.643.000 – R$ 1.500.000). Porém, parte dessa variação decorre 
do efeito dos juros e parte é composta pela variação cambial, sendo necessário fazer essa 
separação. 
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS (cont.)
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS – MOEDA ESTRANGEIRA
Para fins de simplificação, consideramosque os juros são contabilizados apenas no encerramento 
de cada período e, portanto, são convertidos pela taxa de câmbio de fechamento de cada mês. 
Ressalta-se, porém, que isso pode variar dependendo do que estiver definido no contrato de 
empréstimo.
Assim, no exemplo em questão, se os juros em moeda estrangeira incorridos no mês de abril 
foram de US$ 30.000 e a taxa de fechamento (30/04/X0) é R$ 3,10, o valor de juros reconhecido 
no mês é de R$ 93.000. Adicionalmente, o saldo de empréstimos sofreu com a alteração da taxa 
de câmbio de R$ 3,00 para R$ 3,10, sendo necessário, portanto, reconhecer uma variação cambial 
de R$ 50.000 (US$ 500.000 × R$ 0,10). Assim, a variação total do saldo de empréstimos em 
30/04/X0 de R$ 143.000 é composta pelo efeito da variação cambial de R$ 50.000 e pelos juros 
incorridos no período (R$ 93.000). 
Seguindo o mesmo raciocínio para os meses subsequentes, a movimentação da conta de 
empréstimos, no encerramento de cada período, será conforme a tabela a seguir. 
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS (cont.)
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS – MOEDA ESTRANGEIRA
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS (cont.)
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS – MOEDA ESTRANGEIRA
É importante destacar que, considerando que os juros foram pagos apenas no momento da 
liquidação do empréstimo (30/06/X0), a partir do segundo mês a variação cambial afetou não 
apenas o valor do principal, mas também o valor dos juros que não foram pagos. Portanto, a 
tabela anterior apresenta o valor da variação cambial segregado em duas colunas: uma para o
efeito no principal e outra específica para a variação cambial dos juros.
Os lançamentos contábeis, em cada um dos períodos subsequentes (30/04/X0, 31/05/X0 e 
30/06/X0), seriam: 
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS (cont.)
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS – MOEDA ESTRANGEIRA
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS (cont.)
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS – MOEDA ESTRANGEIRA
3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS (cont.)
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS – MOEDA ESTRANGEIRA
Em relação ao reconhecimento da variação cambial como receita ou despesa financeira do 
período, um aspecto merece atenção. Como as taxas de câmbio são flutuantes, pode ocorrer, por 
exemplo, de a atualização de um empréstimo ou de uma conta a receber reduzir o respectivo 
valor. Ou ainda, situações em que a taxa de câmbio aumenta nos primeiros meses do ano,
porém, reduz substancialmente no segundo semestre, fazendo que o efeito acumulado do ano 
seja negativo (saldo final de um empréstimo, por exemplo, menor que o saldo inicial). Nesses 
casos, recomendamos que a natureza patrimonial do item objeto da atualização seja mantida, 
isto é, poderá haver despesas com saldo credor ou receitas com saldo devedor.

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