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www.tiberiogeo.com.br – A Geografia Levada a Sério Página 1 
 
 Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Geologia Geral – Professor: Tibério Mendonça 
MINERAIS E ROCHAS 
 
OS MINERAIS 
 
 São elementos ou compostos encontrados naturalmente na crosta terrestre. São inorgânicos 
em contraste com os químicos orgânicos (constituídos principalmente de carbono, hidrogênio e 
oxigênio típicos de matéria viva). 
Os minerais, substâncias sólidas inorgânicas, ocorrem em todos os ambientes naturais com 
materiais sólidos: rochas, solos e sedimentos. Podem estar na forma de grãos soltos (nos solos e 
sedimentos) ou associados firmemente (nas rochas). 
 Muitos minerais têm composição química definida. Outros têm uma série de compostos 
onde um elemento metálico pode ser total ou parcialmente substituído por outro. Neste caso 
temos dois minerais muito similares quimicamente e em muitas propriedades físicas. Raramente 
uma propriedade física ou química identifica um mineral, em geral são necessárias muitas 
características. 
 Dois ou mais minerais podem ter a mesma composição química, mas estruturas cristalinas 
diferentes, sendo nesse caso conhecidos como polimorfos do mesmo composto. Por exemplo, a 
pirite e a marcassite são ambos constituídos por sulfeto de ferro, embora sejam totalmente 
distintos em aspecto físico e propriedades. 
Similarmente, alguns minerais têm composições químicas diferentes, mas a mesma estrutura 
cristalina, originando isomorfos. Um exemplo é dado pela halite, um composto de sódio e cloro, a 
galena, um sulfeto de chumbo, e a periclase, um composto de magnésio e oxigênio. Apesar de 
composições químicas radicalmente diferentes, todos estes minerais compartilham da mesma 
estrutura cristalina cúbica. 
A identificação de alguns minerais raros requer equipamentos de laboratório, análises 
químicas e estudos de ótica ao microscópio petrográfico. 
 
Histórico 
 
 A Parte da Geologia que estuda os minerais designa-se Mineralogia. A história da utilização 
dos minerais resulta da observação dos achados arqueológicos. 
 O homem pré-histórico fez uso do sílex e outras variedades de quartzo para suas 
necessidades. Nas sociedades neolíticas o homem usou gemas (minerais utilizados em joalherias e 
ourivesaria) como moeda de troca. Quando descobriu os metais (ouro, cobre, estanho, ferro) 
passou a fazer uso deles. 
 O conhecimento dos metais e a sua utilização caracterizaram alguns períodos da 
antiguidade, como a Idade do bronze ou a Idade do ferro. Atualmente, o homem faz uso direto ou 
indireto de quase todos os minerais conhecidos. 
 Como os seres vivos, as espécies minerais foram sendo descobertas e descritas ao longo do 
tempo; muitas espécies minerais foram descobertas no Brasil. 
 A Associação internacional de Mineralogia (IMA) estabelece os critérios para que as 
substâncias sejam ou não consideradas minerais e para que as espécies descobertas possam ser 
reconhecidas. 
 
Minerais e rochas 
Embora na linguagem comum por vezes os termos mineral e rocha sejam utilizados de forma 
quase sinônima, é importante manter uma distinção clara entre ambos. É preciso não perder de 
 
www.tiberiogeo.com.br – A Geografia Levada a Sério Página 2 
 
 Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Geologia Geral – Professor: Tibério Mendonça 
vista que um mineral é um composto químico com uma determinada composição química e uma 
estrutura cristalina definida, como atrás foi apontado. Se é verdade que existem rochas compostas 
por um único mineral, na generalidade dos casos, uma rocha é uma mistura complexa de um ou 
diversos minerais, em proporções variadas, incluindo frequentemente frações, que podem ser 
significativas ou mesmo dominantes, de material vítreo, isto é, não cristalino. 
Os minerais específicos numa rocha, ou seja aqueles que determinam a classificação desta, 
variam muito. Alguns minerais, como o quartzo, a mica ou o talco apresentam uma vasta 
distribuição geográfica, enquanto outros ocorrem de forma muito restrita. Mais da metade dos 
mais de 4000 minerais reconhecidos são tão raros que foram encontrados somente num punhado 
das amostras, e muitos são conhecidos somente por alguns pequenos cristais. Pondere-se a 
diferença de abundância entre o quartzo e o diamante, sendo certo que este último nem é dos 
minerais mais raros. 
 
Propriedades físicas dos minerais 
 
As propriedades físicas dos minerais resultam da sua composição química e das suas 
características estruturais. As propriedades físicas mais óbvias e mais facilmente comparáveis são as 
mais utilizadas na identificação de um mineral. Na maioria das vezes, essas propriedades, e a 
utilização de tabelas adequadas, são suficientes para uma correta identificação. Quando tal não é 
possível, ou quando um elevado grau de ambiguidade persiste, como no caso de muitos isomorfos 
similares, a identificação é realizada a partir da análise química, de estudos de óptica ao 
microscópio petrográfico ou por difração de raios X. São as seguintes as propriedades físicas 
macroscópicas, isto é observáveis sem necessidade de equipamento sofisticado (por vezes 
designadas, por essa razão, por propriedades de campo): 
 
a) Cor 
 
É uma característica extremamente importante dos minerais, entretanto não é muito 
confiável, pois esta pode variar devido a impurezas existentes em minerais como o quartzo, o 
corindo, a fluorite, a calcite, a turmalina, o berilo entre outros. Em outros casos, a superfície do 
mineral pode estar alterada, não mostrando sua verdadeira cor. 
O berilo apresenta um grande número de variedades, segundo a cor. Este pode ser incolor, 
branco, amarelo pálido, verde, rosa, azulado, roxo. O berilo verde é chamado esmeralda, o raro 
berilo vermelho é esmeralda vermelha ou esmeralda escarlate. O berilo azul (devido ao ferro) é 
chamado de água-marinha,o berilo rosa (devido a manganês e ferro) é a morganita, um berilo 
amarelo brilhante e límpido é chamado berilo dourado, e um berilo incolor é chamado gochenita e 
o amarelo-esverdeado (devido a manganês, ferro e titânio) heliodoro. 
 
b) Brilho 
 
O brilho depende da absorção, refração ou reflexão da luz pela superfície do mineral. O 
brilho é avaliado à vista desarmada e descrito de forma comparativa utilizando um conjunto de 
termos padronizados. Podemos distinguir vários tipos de brilho: vítreo (semelhante ao vidro); 
perláceo (semelhante à pérola); graxo ou gorduroso (semelhante às substâncias gordurosas); 
sedoso (como o brilho da seda); adamantino (quando o mineral apresenta reflexos particularmente 
fortes e brilhantes, como o diamante). 
 
 
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c) Risco 
 
A cor do risco do mineral é vista quando uma louça ou porcelana é riscada. Assim, por 
exemplo, o mineral de ferro limonita, quando usado para riscar uma placa de porcelana, deixa um 
traço amarelo ocre, outro mineral de ferro, a hematita, deixa um traço vermelho e a magnetita 
produz um traço de cor preta. Tais características auxiliam na identificação do mineral. 
 
d) Clivagem 
 
É a forma como muitos minerais se quebram seguindo planos relacionados com a estrutura 
molecular interna, paralelos às possíveis faces do cristal que formariam. A clivagem é descrita em 
cinco modalidades: desde pobre, como na bornita; moderada; boa; perfeita; e proeminente, como 
nas micas. Os tipos de clivagem são descritos pelo número e direção dos planos de clivagem. 
 
e) Dureza 
 
Expressa a resistência de um mineral à abrasão ou ao risco. Ela reflete a força de ligação dos 
átomos, íons ou moléculas que formam a estrutura. A escala de dureza mais frequentemente 
utilizada, apesar da variação da dureza nela não ser gradativa ou proporcional, é a escala de Mohs, 
que constados seguintes minerais de referência (ordenados por dureza crescente): 
 
Escala de Dureza de Mohs 
1 – Talco 6 – Ortoclase 
2 – Gesso 7 – Quartzo 
3 – Calcita 8 – Topázio 
4 – Fluorita 9 – Corindon 
5 – Apatita 10– Diamante 
 
f) Tenacidade 
 
Mede a coesão de um mineral, ou seja, a resistência a ser quebrado, dobrado ou esmagado. 
A tenacidade não reflete necessariamente a dureza, antes sendo dela geralmente independente: o 
diamante, por exemplo, possui dureza muito elevada (é o termo mais alto da escala de Mohs), mas 
tenacidade relativamente baixa, já que quebra facilmente se submetido a um impacto. A 
tenacidade dos minerais é expressa em termos qualitativos, utilizando uma linguagem padronizada: 
 
Quebradiço ou frágil – o mineral parte-se ou é pulverizado com facilidade; 
Maleável – o mineral, por impacto, pode ser transformado em lâminas; 
Séctil – o mineral pode ser cortado por uma lâmina de aço; 
Dúctil – o mineral pode ser estirado para formar fios; 
Flexível – o mineral pode ser curvado sem, no entanto, voltar à sua forma original; 
Elástico – o mineral pode ser curvado, voltando à sua forma original quando o forçamento cessa. 
 
 
 
 
 
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g) Magnetismo 
 
Ocorre em poucos minerais que são atraídos pelo imã. São exemplos a magnetita, a pirrotita 
e outros que podem vir a ser magnéticos, como o manganês, o níquel e o titânio, quando 
submetidos ao aquecimento. 
 
Propriedades químicas dos minerais 
 
As propriedades químicas dos minerais estão estreitamente relacionadas, com a sua 
composição química, com a natureza dos átomos que os constituem. Muitos minerais são 
constituídos de um único elemento químico, como o enxofre, o grafite, o ouro e o diamante. Outros 
são constituidos de dois ou mais elementos químicos e por isto podem ser expressos por sua 
fórmula química, como, por exemplo, a pirita, FeS2. 
 
 
Descrição dos minerais mais comuns 
 
a) Quartzo 
 
É um dos últimos minerais a se formar no decurso da consolidação de um magma. 
Geralmente incolor, translúcido ou leitoso, ocasionalmente com outras cores (roxo, verde rosa, 
etc.). Brilho vítreo. De dureza = 7, risca o vidro com facilidade e não é riscado pelo aço comum. 
 
Variedades: 
 
Ametista- roxa. 
Citrino- amarelo. 
Cristal de rocha- hialino (transparente). 
 
O quartzo é usado na fabricação de vidro, esmalte, saponáceos, abrasivos, lixas, fibras 
ópticas, refratários, cerâmica, produtos eletrônicos, relógios, indústria de ornamentos; fabricação 
de instrumentos ópticos, de vasilhas químicas etc. É muito utilizado também na construção civil 
como areia e na confecção de jóias baratas, em objetos ornamentais e enfeites, na confecção de 
cinzeiros, colares, pulseiras, pequenas esculturas etc. 
Algumas estruturas de cristal de quartzo são usadas como osciladores em aparelhos 
eletrônicos tais como relógios e rádios. 
 
b) Feldspatos 
 
São os constituíntes mais importantes na formação de rochas ígneas e os minerais mais 
abundantes na crosta terrestre. 
 A coloração do feldzpato é sempre clara: branca, cinza, rosa ou levemente avermelhada. De 
dureza = 6, não risca o vidro. Muito suscetíveis à alteração, perdem gradualmente a cor e o brilho, 
tormando-se foscos e menos duros. 
 O feldspato é utilizado na fabricação do vidro, cerâmicas (é o segundo ingrediente mais 
importante depois das argilas; aumentam a resistência e durabilidade das cerâmicas). É usado como 
 
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material de incorporação em tintas, plásticos e borrachas por serem quimicamnete inertes, 
apresentam pH estável e alta resistência à abrasão. 
 
c) Carbonatos 
 
São minerais de baixa dureza (3) e de cores variadas: 
 
Calcita - branca, translúcida, amarela. 
Dolomita - escura. 
Rodocrosita - rosa, avermelhada. 
Siderita - avermelhada. 
 
Como característica comum e peculiar dos carbonatos aparece a capacidade de produzir 
efervecência em contato com ácidos. 
Os carbonatos não se decompõem, isto é, não se alteram. Eles só se solubilizam quando em 
contato com ácidos ou águas aciduladas (pH ácido). 
Calcita e dolomita são minerais importantes na formação de muitas rochas sedimentares e 
metamórficas. 
 
d) Sulfatos 
 
A estrutura fundamental é o SO4 (sulfato). O mineral mais comum é a barita (BaSO4), 
empregada na indústria do vidro e cerâmica, e a gipsita (CaSO4) , utilizada como gesso, tendo 
aplicação também na fabricação de tinta e de papel. 
 
e) Sulfetos 
 
Neste grupo estão reunidos os minerais compostos de metais e metalóides combinados com 
o enxofre, bismuto, telúrio e outros. São metálicos, com densidade elevada, opacos e 
economicamente muito importantes. Os minerais mais comuns são a blenda, a arsenita, a niquelita, 
a calcopirita e a galena. A blenda é o principal minério do zinco e a calcopirita é o mineral de cobre 
mais amplamente distribuído e uma das principais fontes de obtenção do mesmo. 
 
f) Fosfatos 
 
Todos os fosfatos agrupam-se em torno do íon PO4 (fosfato). O fosfato mais comum é a 
apatite, a qual constitui um importante mineral biológico, encontrado nos dentes e nos ossos de 
muitos animais. Os fosfatos têm grande emprego como fertilizantes. 
 
g) Halóides 
 O grupo dos halóides é constituído pelos minerais que formam os sais naturais, incluindo a 
fluorite, a halite (sal comum) e o sal amoníaco (cloreto de amônia). Inclui os minerais de fluoretos, 
cloretos e iodetos. 
 
 
 
 
 
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AS ROCHAS 
 
Rocha é um agregado de um ou vários minerais, formando as grandes massas da crosta 
terrestre. Em certos casos a rocha pode ser formada de uma só espécie mineral, como é o caso do 
calcário, constituído unicamente por calcita, folhelhos, formados por argila, ou quartzito, formado 
predominantemente por quartzo. Mais comumente as rochas são constituídas por mais de uma 
espécie mineral, alguns mais abundantes, chamados de essenciais, outros em pequena proporção 
constituindo os minerais acessórios. 
 Uma rocha muito comum é o granito, formado por quartzo, feldspato alcalino e mica, podendo 
ter como minerais acessórios, anfibólios, apatita, turmalina, zirconita, magnetita, etc. 
As rochas são divididas em três grandes grupos: Ígneas ou Magmáticas; Sedimentares; 
Metamórficas. 
 A classificação das rochas baseia-se na sua origem, isto é, no processo de formação, sendo por 
isto chamada de classificação genética. Há outras classificações, de uso mais restrito aos 
especialistas. 
 
Distribuição das rochas na crosta terrestre 
 
A crosta terrestre é a camada externa sólida do planeta, sendo dividida em crosta 
continental e crosta oceânica. Ambas são constituídas por rochas. Estudos da distribuição litológica 
indicam que 95% do volume da crosta continental corresponde à rochas cristalinas, ou seja, ígneas e 
metamórficas, sendo os 5 % restantes rochas sedimentares. As rochas sedimentares representam 
uma camada rochosa disposta sobre as rochas ígneas e metamórficas. 
 
Rochas magmáticas 
 
O magma: é um material em fusão que ao se solidificar dá origem às rochas ígneas. O 
magma origina-se a grandes profundidades, na parte inferior da crosta ou na porção superior do 
manto. 
Sua composição e características são discutíveis, já que o magma não pode ser estudado no 
seu local de origem. Uma boa ideia pode ser obtida, entretanto, pelo estudo das lavas, ou seja, do 
magma que extravasa pelos vulcões,embora se considere que uma grande perda de elementos 
voláteis ocorra neste caso 
 
Do ponto de vista físico-químico, os componentes essenciais são: 
 
a) Uma fase líquida, mantida em fusão pela temperatura elevada, constituída essencialmente por 
uma solução mútua e altamente complexa de um grande número de componentes, a maior parte 
dos quais de natureza silicática; 
 
b) Uma fase gasosa, mantida em solução por pressão, constituída predominantemente por H2O e 
quantidades menores de CO2, HCl, HF, SO2 etc.; 
 
c) Uma fase sólida, formada por cristais de composição essencialmente silicática, em fase de 
crescimento ou de natureza residual, assim como de fragmentos de rocha. 
 
 
 
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Origens e tipos fundamentais de magma 
 
De um modo geral, considera-se que existem apenas dois tipos fundamentais de magmas 
primários, ou seja, de magmas a partir dos quais se podem formar outros tipos, por diferenciação: 
 
 Os magmas graníticos; 
 Os magmas basálticos. 
 
Os primeiros formam 95% das rochas intrusivas, plutônicas, e os segundos constituem 98% das 
rochas vulcânicas, efusivas. 
 
A origem destes magmas e das rochas correspondentes constitui ponto de controvérsia. 
 
Pode-se dizer, entretanto, que o magma granítico está sempre relacionado com áreas em que 
houve formação de extensas cadeias de montanhas como, por exemplo, os Andes e os Alpes, zonas 
em que a crosta sofreu fenômenos de compressão, dobramento e afundamento, com evidências de 
que esse magma é produzido por fusão parcial de rochas preexistentes (anatéxis) a profundidades 
da ordem de 7 a 75 km. 
 
Tipos de atividades magmáticas 
 
O magma, uma vez formado, pode apresentar grande mobilidade, tendendo a escender ao 
longo de fissuras da crosta, deslocando ou englobando as rochas vizinhas, podendo, 
eventualmente, extravasar à superfície ou então solidificar-se no interior mesmo da crosta. 
 
De acordo com o local em que se dá a consolidação, há dois tipos básicos de atividade ígnea: 
 
a) O plutonismo, em que a consolidação ocorre no interior da crosta, originando as rochas 
plutônicas ou intrusivas; 
 
b) O vulcanismo, quando o magma irrompe e derrama-se à superfície para formar rochas vulcânicas 
ou efusivas. 
 
No interior da crosta, os magmas ocupam espaços definidos denominados câmaras 
magmáticas. No caso dos vulcões, a câmara magmática é ligada com o exterior através do conduto 
vulcânico. 
As rochas intrusivas podem ocorrer de maneiras muito diversas, formando corpos de formas 
e tamanhos variados e que apresentam relações variadas com as rochas encaixantes, ou seja, com 
as rochas preexistentes dentro das quais eles se solidificaram. 
Pode-se dizer que alguns destes corpos têm dimensões relativamente pequenas, 
associando-se com fenômenos efusivos ou então ocorrendo nas bordas de corpos intrusivos 
maiores. Os mais comuns são os diques, sils e lacólitos. 
As intrusões grandes mais comuns são os batólitos e os lopólitos. 
Dentre estas intrusões, algumas são concordantes, ou seja, seus bordos (contatos) são 
paralelos à estratificação ou xistosidade das encaixantes (sils, lacólitos, lopólitos) e outras são 
discordantes (diques, batólitos etc.). 
 
 
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Formas concordantes: Neste caso, a intrusão magmática intromete-se entre os planos de 
estratificação da rocha encaixante em concordância com eles. Entre as formas concordantes temos: 
 
a) Sil. São corpos extensos, pouco espessos e de forma tabular quando vistos em corte. O magma 
deve ser pouco viscoso para poder intrometer-se entre os planos de estratificação da rocha 
encaixante. 
 
b) Lacólito. O magma, neste caso, é mais viscoso, formando massas intrusivas de forma lenticular, 
plano-convexas. A rocha situada acima do corpo intrusivo (capa) é dobrada e as rochas situadas na 
parte inferior (lapa) não são afetadas. 
 
 
c) Lapólito. Como o nome indica, tem a forma de uma bacia, de grandes dimensões e ocorre sempre 
no fundo de dobras do tipo sinclinal. 
 
 
d) Facólito. É o nome dado a um corpo intrusivo concordante, confinado nos cristais dos anticlinais 
ou no fundo de sinclinais. Tem a forma de crescente porque está comumente associado com dobras 
mergulhantes. 
 
 
 
 
 
 
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Formas discordantes: Esses corpos intrusivos independem da estratificação da rocha 
encaixante, pois a cortam discordantemente. São mais freqüentes perto da superfície da Terra, 
onde as pressões a serem vencidas são menores. 
 
Entre as formas discordantes temos: 
 
a) Dique. É uma massa magmática que preenche uma fenda em rocha preexistente. Os diques 
podem ser classificados em radiais ou circulares, conforme se apresente em conjunto na superfície 
após a erosão. 
 
 
b) Veios. São massas produzidas pela injeção de magma em fraturas menores e menos regulares do que 
diques. 
 
 
Principais tipos de rochas magmáticas 
 
a) O gabro rocha intrusiva de cor escura e granulação grosseira, composta predominante por 
plagioclásio basicos e clinopiroxênio. São originados por arrefecimento em profundidade de 
magmas basálticos (magma quimicamente básico), sendo o gabro o equivalente plutônico ou 
intrusivo do basalto 
 
b) O basalto é uma rocha ígnea eruptiva, de granulação fina, afanítica, isto é, os cristais não são 
vistos à vista desarmada, podendo, ainda, conter grandes quantidades ou ser constituído 
 
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integralmente de vidro (material amorfo). Esta rocha é constituída principalmente de plagioclásio e 
piroxênio e, em muitos casos, de olivina. A rocha basáltica geralmente possui cor escura acentuada 
(rocha máfica), sendo muito explorada para a construção civil. 
 
 
c) O granito é uma rocha ígnea de grão grosseiro, composta essencialmente por quartzo e 
feldspatos e micas, tendo como minerais acessórios frequentes biotite, moscovite ou anfíbolas. O 
granito é utilizado como rocha ornamental e na construção civil. 
 
 
d) Riolito é uma rocha ígnea vulcânica, correspondente extrusiva do granito. É densa e possui uma 
granulação fina. Também é chamado de quartzo-pórfiro. A sua composição mineral inclui 
geralmente quartzo, feldspatos alcalino e plagioclase. Os minerais acessórios mais comuns são a 
biotita e a piroxena. Sua cor é cinza avermelhada, rosada, podendo ser até preta. 
 
 
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Rochas sedimentares 
 
São rochas formadas pelo acúmulo de resíduos oriundos da desagregação de outras rochas 
ou pelo acúmulo de restos de seres vivos. Ao longo do ciclo de transformações das rochas, o 
conjunto de fenômenos que ocorrem sob a influência dos agentes constitui o ciclo exógeno de 
transformações através do qual se formam as rochas sedimentares. Este ciclo começa pelo 
intemperismo, o qual decompõe quimicamente ou desintegra mecanicamente as rochas mais 
antigas transformando-as em sedimentos e solos. 
Com a continuidade da deposição, esses sedimentos soltos ou inconsolidados podem se 
tornar rocha, ou seja, ser litificados. 
Quando uma camada de sedimento é depositada ela cobre as camadas anteriormentedepositadas naquele local, podendo criar uma pilha de sedimentos de centenas de metros de 
profundidade. Essa acumulação de material uns sobre os outros vai compactando esse material 
devido ao peso das camadas sobrepostas, nesta pilha de sedimentos, que pode chegar a 
quilômetros de profundidade, o decaimento de isótopos radiativos, que compõem alguns grãos 
minerais misturados nestes sedimentos, gera calor. 
Esses sedimentos empilhados em camadas são também invadidos por água subterrânea que 
transportam íons dissolvidos. 
A combinação do calor, da pressão causada pelo peso dos sedimentos e dos íons 
transportados pela água, causa mudanças na natureza química e física dos sedimentos num 
processo conhecido como diagênese. 
Só depois de processada a diagênese é que ocorre a conversão dos sedimentos em uma 
rocha sedimentar sólida, a litificação. 
 
Durante a litificação ocorre: 
 
 Empacotamento dos sedimentos deixando-os mais juntos uns dos outros; 
 Expulsão da água que ocupa os espaços entre os grãos; 
 Precipitação de cimento químico ligando os grãos uns aos outros. 
 
Quando os sedimentos vão se acumulando, aumenta a pressão gerada pelo material que vai 
se sobrepondo, expelindo a água e o ar, e os sedimentos vão ficando cada vez mais juntos. 
Grãos muito pequenos, como as argilas, quando são compactados apresentam uma forte 
aderência devido a forças atrativas entre os grãos, convertendo o sedimento inconsolidado em 
rocha sedimentar. 
Os sedimentos recém-formados são moles e incoerentes como a areia de uma praia ou a 
argila de um manguezal. 
 Com o passar do tempo e a evolução geológica, entretanto, especialmente em zonas em que 
a crosta está sofrendo um afundamento lento (subsidência), novas camadas de sedimentos vão se 
acumulando sobre as mais antigas e assim vão se criando espessas formações de sedimentos que 
podem atingir centenas e até milhares de metros de espessura. 
 Sob o efeito do peso das novas camadas, a água é expulsa e os sedimentos mais antigos vão 
endurecendo, sofrem a litificação, até voltarem à forma de rochas duras: as rochas sedimentares. 
 
 
 
 
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Processos de litificação mais importantes 
 
a) Compactação: redução volumétrica, causada principalmente pelo peso das camadas superpostas 
e relacionada com a diminuição dos vazios, expulsão de líquidos e aumento da densidade da rocha. 
É o fenômeno típico dos sedimentos finos, argilosos. 
 
b) Cimentação: deposição de minerais nos interstícios do sedimento produzindo a colagem das 
partículas constituintes. É o processo de agregação mais comum nos sedimentos grosseiros e 
arenosos. 
 
c) Recristalização: mudanças na textura por interferência de fenômenos de crescimento dos cristais 
menores ou fragmentos de minerais até a formação de um agregado de cristais menores. É um 
fenômeno mais comum nos sedimentos químicos. 
 
As rochas sedimentares fornecem importantes informações sobre as variações ambientais 
ao longo do tempo geológico. Os fósseis, que são vestígios de seres vivos antigos preservados 
nestas rochas, são a chave para a compreensão da origem e evolução da vida. 
A importância econômica das rochas sedimentares está em suas reservas de petróleo, gás 
natural e carvão mineral, as principais fontes de energia do mundo moderno. 
 
Rochas sedimentares mais comuns 
 
a) Conglomerados (Psefitos): é uma rocha formada por clastos rolados, de tamanho superior à 2 
mm, agrupados por um cimento, formando um depósito consolidado. 
 
 
b) Arenito: o termo arenito corresponde à areia litificada. É composto por quartzo, feldspato (ou 
outros minerais de origem ígnea) e fragmentos líticos. Foi classificado com base em diagramas 
triangulares, considerando apenas as frações detríticas e os três componentes principais: quartzo, 
feldspato e fragmentos de rocha. 
 
 
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c) Calcário: Calcários são rochas formadas a partir do mineral calcita, cuja composição química é o 
carbonato de cálcio. A procedência do carbonato pode variar, desde fósseis de carapaças e 
esqueletos calcários de organismos vivos, que compõem os calcários fossilíferos, até por 
precipitação química. 
 
Recifes de corais, conchas de moluscos, algas calcárias, equinodermas, briozoários, 
foraminíferos e protozoários são os principais responsáveis pelos depósitos provenientes de 
organismos sintetizantes do carbonato dissolvido em meio aquoso. Esses depósitos são gerados em 
ambiente marinho raso, de águas quentes, calmas e transparentes. Os organismos morrem e suas 
conchas e estruturas calcárias vão se depositando no local. 
 
Rochas metamórficas 
 
Em geologia, chamam-se rochas metamórficas àquelas que são formadas por 
transformações físicas e químicas sofridas por outras rochas, quando submetidas ao calor e à 
pressão do interior da Terra, num processo denominado metamorfismo. 
As rochas metamórficas são o produto da transformação de qualquer tipo de rocha levada a 
um ambiente onde as condições físicas (pressão, temperatura) são muito distintas daquelas onde a 
rocha se formou. Nestes ambientes, os minerais podem se tornar instáveis e reagir formando 
outros minerais, estáveis nas condições vigentes. Não apenas as rochas sedimentares ou ígneas 
podem sofrer metamorfismo, as próprias rochas metamórficas também podem, gerando uma nova 
rocha metamorfizada com diferente composição química e/ou física da rocha inicial. 
Como os minerais são estáveis em campos definidos de pressão e temperatura, a 
identificação de minerais das rochas metamórficas permite reconhecer as condições físicas em que 
ocorreu o metamorfismo. O estudo das rochas metamórficas permite a identificação de grandes 
eventos geotectônicos ocorridos no passado, fundamentais para o entendimento da atual 
configuração dos continentes. 
As cadeias de montanhas (ex. Andes, Alpes, Himalaia) são grandes enrugamentos da crosta 
terrestre, causados pelas colisões de placas tectônicas. As elevadas pressões e temperaturas 
existentes no interior das cadeias de montanhas são o principal mecanismo formador de rochas 
metamórficas. O metamorfismo pode ocorrer também ao longo de planos de deslocamentos de 
grandes blocos de rocha (alta pressão) ou nas imediações de grandes volumes de magmas, devido à 
dissipação de calor (alta temperatura). 
 
Características do Metamorfismo 
 
Embora não nos seja possível assistir à gênese de rochas metamórficas, visto ocorrer a 
grandes profundidades, conseguimos facilmente através de variados estudos concluir que a 
 
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temperatura e a pressão são os principais fatores de metamorfismo. No entanto estes dois fatores 
encontram-se intimamente ligados a outras condicionantes como é o caso dos fluidos de circulação, 
a intensidade de aquecimento e o tempo durante o qual a rocha se encontra submetida a esses 
fatores. 
Desta forma ocorre o metamorfismo, ou seja, as rochas apesar de se manterem no estado 
sólido sofrem alterações um pouco profundas que incluem modificações tanto a nível químico como 
a nível estrutural. A rocha sofre ainda alterações na textura. Todos estes agentes atuam em 
conjunto apesar de existirem diferentes ambientes metamórficos. 
 
Agentes do metamorfismo 
 
a) Temperatura 
 
A temperatura aumenta com a profundidade, mas para além disso quando ocorre uma 
intrusão magmática, o calor vai sobreaquecer as rochas encaixantes, calor proveniente dessemagma. Assim as rochas ficarão submetidas a temperaturas que provocarão diversas alterações, 
embora essas temperaturas não sejam suficientes para fundir as rochas. Portanto, a temperatura 
favorecerá reações químicas entre minerais aumentando assim a vulnerabilidade das rochas que 
serão sujeitas a pressões. 
 
b) Pressão 
 
Como o processo designado por metamorfismo que ocorre no interior da terra, as rochas 
encontram-se a diferentes profundidades, e, desta forma, sujeitas a pressões variadas. A maior 
parte das pressões são devidas ao peso das camadas superiores designando-se por isso pressões 
litostáticas. Estas pressões podem-se sentir facilmente a profundidades relativamente pequenas. 
Existem ainda outras pressões orientadas que se relacionam diretamente com compressões 
provenientes dos movimentos laterais das placas litosféricas. A orientação e deformação de muitos 
minerais existentes nas rochas metamórficas evidencia a influência deste tipo de pressão. 
 
c) Fluidos de circulação 
 
Nos intervalos das rochas predominam diversos fluidos quer no estado gasoso quer no 
estado líquido importantes e frequentes nas rochas de baixo metamorfismo. A água influencia 
ainda o ponto de fusão dos materiais, podendo assim ocorrer fusão a temperaturas muito mais 
baixas do que as indispensáveis em ambientes meio secos. 
 
d) Tempo 
 
O tempo é um fator bastante importante para a formação deste tipo de rochas. Não se pode 
dizer exatamente quanto tempo demora uma rocha metamórfica a formar-se para diversas 
condições de temperatura e de pressão. Contudo diversas experiências laboratoriais mostram que a 
altas pressões e a altas temperaturas, durante um período de tempo de alguns milhares ou mesmo 
milhões de anos, se produzem cristais de dimensões elevadas. Há ainda que referir que se pensa 
que as rochas metamórficas são o produto de um longo metamorfismo a alta pressão e a alta 
temperatura quando apresentam um aspecto granular grosseiro e que as rochas de grão fino serão 
eventualmente o produto de baixas temperaturas e pressões. 
 
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Grau de metamorfismo 
 
O metamorfismo pode ocorrer com maior ou menor intensidade em função das 
temperaturas e pressões a que a rocha é submetida, o que, até certo ponto, é função também das 
profundidades em que o fenômeno ocorre. De uma forma, pode-se distinguir diferentes graus de 
metamorfismo. 
No grau mais baixo, chamado epimetamórfico, as rochas têm granulação bastante fina, são 
formadas principalmente por minerais micáceos muito pequenos, quase imperceptíveis, e podem 
assemelhar-se bastante aos sedimentos de que provêm. São exemplos o mito, as ardósias. 
O grau intermediário chama-se mesometamórfico e nele os cristais micáceos já são bem 
visíveis. Uma rocha típica é o micaxisto. 
O grau mais intenso chama-se catametamórfico, caracterizando-se pela ocorrência de 
minerais como feldspato, silimanito, granada etc. A rocha típica é o gnaisse. 
Nas fases mais intensas, ditas de ultrametamorfismo, as rochas que se formam têm a sua 
composição química modificada por metasomatose, ou seja, pela introdução de certos elementos e 
retirada de outros, originando rochas com aspecto intermediário entre as metamórficas e as ígneas; 
são os migmatitos. 
 
Principais tipos de rochas metamórficas 
 
a) Mármore é uma rocha metamórfica originada de calcário exposto a altas temperaturas e 
pressão. Por este motivo as maiores jazidas de mármore são encontradas em regiões de rocha 
matriz calcária e atividade vulcânica. O mármore é uma rocha explorada para uso em construção 
civil. 
 
Comercialmente são classificados como mármores, todas as rochas carbonáticas capazes de 
receber polimento. A composição mineralógica depende da composição química do sedimento e do 
grau metamórfico. Dessa forma, possuem uma variedade de cores e texturas, estruturas que as 
tornam bastante rentáveis na industria de rochas ornamentais. 
No Brasil, as maiores concentrações de mármore estão no estado do Espírito Santo, sendo 
este também o maior produtor de rochas ornamentais do país. 
 
b) Gnaisse é uma rocha de origem metamórfica, resultante da deformação de sedimentos arcósicos 
ou de granitos. Algumas das rochas mais antigas do mundo são gnaisses. 
Sua composição é de diversos minerais, mais de 20% de feldspato potássico, plagioclásio, e 
ainda quartzo e biotita. 
 
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Rocha de grande variação mineralógica e grau metamórfico, é amplamente empregada 
como brita na construção civil e pavimentação além do uso ornamental 
Um exemplo de formação rochosa em gnaisse é o Pão de Açúcar, localizado na cidade do Rio 
de Janeiro, Brasil. 
 
c) Esteatito (também pedra de talco ou pedra-sabão) é o nome dado a uma rocha metamórfica, 
compacta, composta sobretudo de talco (também chamado de esteatite ou esteatita) mas 
contendo muitos outros minerais como magnesita, clorita, tremolita e quartzo, por exemplo. É uma 
rocha muito branda e de baixa dureza, por conter grandes quantidades de talco na sua constituição. 
A pedra-sabão é encontrada em cores que vão de cinza a verde. Ao tato, dá uma sensação de ser 
oleosa ou saponácea, derivando-se daí sua designação de pedra-sabão. Existem grandes depósitos, 
de valor comercial no Brasil, em maior escala no estado de Minas Gerais. 
 
Uma das notáveis características da pedra-sabão é sua excelente capacidade de resistir a 
extremos de temperatura desde muito abaixo de zero até acima de cerca 1000°C. A pedra-sabão 
resiste às exposições e mudanças de condições atmosféricas durante séculos. A estátua de Cristo 
Redentor, Corcovado, Rio de Janeiro, 709 metros de altura, é totalmente revestida de chapas de 
pedra-sabão. Foi construída no período de 1926 a 1931. Durante 80 anos, exposta a rigorosas 
condições atmosféricas, inclusive poluição do ar, sem ser afetada. 
 
Referências Bibliográficas 
 
LEINZ, V.; AMARAL, S. E. Geologia Geral. São Paulo: Companhia Editora Nacional; 10ªed., 1987. 397 
p. 
 
LOCZY, L. & LADEIRA, E.A. Geologia estrutural e introdução à geotectônica. Rio de Janeiro/São 
Paulo: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Cnpq) & Editora Edgard 
Blücher Ltda, 1981. 528p. 
 
POPP, J. H. Geologia geral. São Paulo: LTC, 2002. 376 p.

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