Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
ANAMNESE EM INTOXICAÇÕES AGUDAS Habilidades Médicas IV Docentes: Cássia Dalbem Catarina Dalbem Discentes: Gabriela Rodrigues Rafaela Guimarães 1 Objetivos Toxicologia Conceitos Epidemiologia Fases da intoxicação Classificação Abordagem Atendimento intrahospitalar Anamnese Síndromes Efeito de toxinas Exames complementares Síntese Casos Referências Toxicologia Definida como o estudo da interação entre agentes químicos e sistemas biológicos, com o objetivo de determinar quantitativamente o potencial dos agentes químicos em produzir danos, que resultem em efeitos adversos em organismos vivos, e para investigar a natureza, a incidência, os mecanismos de produção, os fatores que influenciam no desenvolvimento e reversibilidade desses efeitos adversos (BALLANTYNE et al., 1999). Conceitos Agente tóxico: entidade química capaz de causar dano ao sistema biológico, alterando uma função sob certas condições de exposição Veneno: agente toxico proveniente de animais Toxicidade: capacidade do agente toxico de provocar efeitos nocivos no organismo Ação tóxica: maneira pela qual um agente toxico exerce sua atividade sobre estruturas teciduais DL 50: dose letal 50% das analises Antídoto: antagoniza os efeitos tóxicos de substancias Intoxicação: processo patológico que desequilibra a fisiologia normal. Conceitos DE 50: dose efetiva 50% Biodisponibilidade: velocidade e extensão de distribuição Meia-vida plasmática: ½ da [ ] plasmatica Índice terapêutico (IT): efeito terapêutico/efeito toxico Fenômeno de primeira passagem: biotransformação fígado Recirculação enterohepática: reexposição à absorção de uma substancia no íntestino Interação entre substancias Efeito aditivo: soma dos efeitos envolvidos Efeito sinérgico: um agente potencializa o efeito do outro Efeito antagonista: efeito diminui com outro agente Epidemiologia das intoxicações São situações comuns, no Brasil estima-se em 3 milhões casos /ano. Grande número de pessoas faz uso de medicações ou estoca nas residências produtos potencialmente tóxicos com várias finalidades. O abuso de substâncias ilícitas também é comum. Em indústrias pode ocorrer vazamento de substância químicas. Áreas agrícolas existe o risco de exposição a inseticidas. A maioria das intoxicações ocorre nas residências, especialmente em crianças (66% dos casos), sendo acidentais em 90% dos casos. 95% dos episódios cursam com pequenas consequências ou nenhuma. 92% dos casos são por ingestão aguda, e não crônica. 92% dos casos ocorrem por substância única. 85% dos casos ocorrem de modo não intencional. 52% dos casos ocorrem em crianças menores de 6 anos. Agentes que causam intoxicações Medicamentos (crianças e suicídio) Domissanitários (produtos ilegais) Inseticidas de uso Doméstico Pesticidas agrícolas Maior causa de óbitos no Brasil Raticidas Animais peçonhentos Fases da Intoxicação Fase de exposição Via de administração, dose, concentração do agente, frequência de exposição e susceptibilidade individual Fase de toxicocinética Disponibilidade química e a concentração da substância nos diferente tecidos do organismo Fase de toxicodinâmica Interação entre as moléculas do agente tóxico e os locais de ação Fase clínica Evidências de sinais e sintomas Fases da intoxicação Classificação das intoxicações Aguda ( Curto prazo) Sub-aguda ( Médio prazo) Crônica ( longo prazo) Prevenção Não deixe nada ao alcance de crianças. Evite colocar substâncias químicas em garrafas de refrigerante ou em embalagens que não as próprias. Nunca oferecer medicamentos para crianças como se fossem guloseimas. Não pegar ou oferecer remédios no escuro. Observe bem o remédio e leia sua bula antes de usá-lo e elimine os que estiverem fora de uso. Siga corretamente a prescrição do médico. Ler as instruções do rótulo de qualquer produto químico antes de usar. Elimine plantas tóxicas dos jardins ou vasos em casa. No caso de agricultores, usar equipamentos de proteção ao manipular substâncias tóxicas, ter lugar específico e seguro para armazenamento de frascos vazios e não reutilizá-los. Abordagem 1)Avaliação do estado geral do paciente Sinais vitais 2)Anamnese cuidadosa: verificar se o paciente apresenta distúrbios que representem risco de morte iminente e procurar corrigi-los: Respiratórios: obstrução das vias aéreas, apneia, frequência respiratória, estertores; Cardiocirculatórios: TA, frequência e ritmo; Neurológicos: escala de REED; Bioquímicos/metabólicos; Sanguíneas. Abordagem 3)Estabelecimento do diagnostico; 4)Procedimentos terapêuticos Diminuir a exposição do organismo ao toxico (Descontaminação), Aumentar a excreção do toxico já absorvido (diurese forcada, exsanguineo-transfusao, dialise peritoneal e hemodiálise) Utilizar antídotos e antagonistas Tratamento de suporte, sintomático e das complicações ANAMNESE Identificação do paciente Profissão, perfil sociodemográfico, idade, estado civil. QPD Intoxicação aguda, tempo HDA ANAMNESE Interrogatório sintomatológico Identificar síndromes Antecedentes pessoais Doenças de base e possíveis interações Hábitos de vida Suicídio, uso de drogas, depressão, envenenamento, alimentação. Condições socioeconômicas e culturais EXAME FÍSICO: detalhado e orientado quanto aos aspectos toxicológicos, facilitando o reconhecimento de uma síndrome toxicológica. Exames Complementares Exames complementares Maioria: não necessita! Hemograma Glicemia Eletrólitos Gasometria arterial Urina Screening toxicológico Qualitativo Quantitativo Síntese Principios gerais na intoxicação aguda Reconhecer uma intoxicação Identificação do tóxico Avaliar o risco da intoxicação Avaliação da gravidade e estabilização clínica Diminuir a absorção do tóxico Aumentar a eliminação do tóxico Prevenir reexposição Casos Clínicos Caso 1 DJ, 23 anos, deu entrada na sala de emergência do HSP com queixas de “grande batedeira no peito”, muita sudorese, dor no peito opressiva e náuseas há 6 horas, além de discreta cefaleia holocraniana. Ela se mostrava ansiosa e tinha grande agitação. Referia consumo habitual de determinada substância (4x por semana) e, há 7 horas, usou o dobro da dose habitual devido a problema doméstico. Ao exame: PA=190x100 mmHg, FC=112 bpm, FR=26 irpm, SatO2=96% e pulsos simétricos. Pupila midriática. Apresentava marcas de agulhas na fossa antecubital esquerda. O restante do exame físico era normal. Caso 1 Síndrome simpatomimética (hiperadrenérgica) Caso 2 TJ, 42 anos, deu entrada na sala de emergência do HSP com relato dos familiares de confusão, agitação, boca seca e “batedeira no peito” há 3 horas, após ingesta excessiva de determinado medicamento. Sabe-se que o paciente tem histórico de depressão com acompanhamento irregular no psiquiatra da UBS. - Ao exame: PA=170x100 mmHg, FC=98 bpm, FR=22 irpm, SatO2=97%, T=38 ºC e pulsos simétricos. Ausência de RHA, bexigoma, pele seca e avermelhada e pupila dilatada com pouca resposta à luz. Caso 2 Síndrome anticolinérgica Caso 3 BR, 35 anos, capiau, deu entrada no “PS” da grande metrópole do interior de São Paulo (Dumont) com história de falta de ar, sudorese, visão borrada, cefaleia holocraniana, sensação de “batedeira no peito” e fraqueza há 2 horas. Refere ter invadido a horta do vizinho para roubar tomates. Ao exame: PA=160x90 mmHg, FC=110 bpm, FR=25 irpm, T=37 ºC e SatO2=95%. Pupilas mióticas e sibilos na ausculta pulmonar. Caso 3 Síndrome colinérgica Caso 4 DF, 60 anos, é portadora de mieloma múltiplo e, por isso, necessita de diversos medicamentos para controle de dor óssea. Em determinado sábado (madrugada), por dor refratária, usou uma dose 4x maior que a usual do “remédio mais forte” e evoluiu com sonolência, irritabilidade e ansiedade após aproximadamente 30 minutos. Depois, começou a apresentar náuseas e vermelhidão na face, tórax e membros com prurido associado. Assim, foi levado ao PS do HSP, sendo atendida na sala de emêrgência. Ao exame: PA=90x50 mmHg, FC= 92 bpm, FR=8 bpm, T=35.5 ºC e pulsos finos. Desorientação espaço-temporal e miose marcante. Caso 4 Intoxicação por opioides Referências Martins, H.S. Pronto-socorro: medicina de emergência. 3ed. Barueri, SP: Manole, 2013 Tibali, E.H.C. Aula intoxicações exógenas. UNIFESP, 2013 CIAVE. Apostila de Toxicologia Básica. Bahia, 2009 Seizi, O. Fundamentos de Toxicologia. 3ª edição, 2008 Klaassen, Curtis D. Fundamentos em toxicologia de Casarett e Doull. 2. ed. – Dados eletrônico. – Porto Alegre: AMGH, 2012 Referências Protocolo de intoxicações agudas. Secretaria de estado de saúde do distrito federal – SES Leite, L.A.C. Fundamentos de toxicologia, 2014 Conduta Básica – Etapas. Departamento de Patologia – Toxicologia clínica. Módulo toxicologia UFF, 2013 Oliveira, R.D.R. Intoxicações exógenas em clínica médica. Medicina, Ribeirão Preto, 36: 472-479, abr/dez, 2003. Schvartsman, C. Intoxicações exógenas agudas. J. pediatr. (Rio J.). 1999; 75 (Supl.2): S244-S250: poisoning, children, treatment.
Compartilhar