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Estágios do desenvolvimento Cognitivo
Segundo Piaget
		Piaget estudou o desenvolvimento cognitivo da criança e segundo este autor, a inteligência constrói-se progressivamente ao longo do tempo, por estádios ou etapas constantes e sequenciais, ou seja, de ordem invariável.
	Defende uma posição construtivista/interacionista: as estruturas do pensamento são produto de uma construção contínua do sujeito que age e interage com o meio, tendo um papel ativo no seu próprio desenvolvimento cognitivo.
 
	Piaget sustenta que a gênese do conhecimento está no próprio sujeito, ou seja, o pensamento lógico não é inato ou tampouco externo ao organismo mas é fundamentalmente construído na interação homem-objeto. Quer dizer, o desenvolvimento da filogenia humana se dá através de um mecanismo auto regulatório que tem como base um conjunto de condições biológicas (inatas), que é ativado pela ação e interação do organismo  com o meio ambiente - físico e social tanto a experiência sensorial quanto o raciocínio são fundantes do processo de constituição da inteligência, ou do pensamento lógico do homem. 
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	Para Piaget o homem é possuidor de uma estrutura biológica que o possibilita desenvolver o mental, no entanto,  esse fato sozinho não assegura o desencadeamento de fatores que propiciarão o seu desenvolvimento, haja vista que este só acontecerá a partir da interação do sujeito com o objeto a conhecer. 
	Por sua vez, a relação com o objeto, embora essencial, da mesma forma também não é uma condição suficiente ao desenvolvimento cognitivo humano, uma vez que para tanto é preciso, ainda, o exercício do raciocínio. Por assim dizer, a elaboração do pensamento lógico demanda um processo interno de reflexão. Tais aspectos deixam à mostra que, ao tentar descrever a origem da constituição do pensamento lógico, Piaget focaliza o processo interno dessa construção.
	Simplificando ao máximo, o desenvolvimento humano, no modelo Piagetiano, é explicado segundo o pressuposto de que existe uma conjuntura de relações interdependentes entre o sujeito conhecedor e o objeto a conhecer. Esses fatores que são complementares envolvem mecanismos complexos e intrincados que englobam o entrelaçamento de fatores que são complementares, tais como: o processo de maturação do organismo, a experiência com objetos, a vivência social e, sobretudo, a equilibração do organismo ao meio .
	O conceito de equilibração torna-se especialmente marcante na teoria de Piaget pois ele representa o fundamento que explica todo o processo do desenvolvimento humano. Trata-se de um fenômeno que tem, em sua essência, um caráter universal, já que é de igual ocorrência para todos os indivíduos da espécie humana mas que pode sofrer variações em função de conteúdos culturais do meio em que o indivíduo está inserido. Nessa linha de raciocínio, o trabalho de Piaget leva em conta a atuação de  2 elementos básicos ao desenvolvimento humano: os fatores invariantes e os fatores variantes. 
	a) Os fatores invariantes:  Piaget postula que, ao nascer, o indivíduo recebe como herança uma série de estruturas biológicas - sensoriais e neurológicas - que permanecem constantes ao longo da sua vida. São essas estruturas biológicas que irão predispor o surgimento de certas estruturas mentais. Em vista disso, na linha piagetiana, considera-se que o indivíduo carrega consigo duas marcas inatas que são a tendência natural à organização e à adaptação, significando entender, portanto, que, em última instância,  o 'motor' do comportamento do homem é inerente ao ser. 
	(b) Os fatores variantes: são representados pelo conceito de esquema que constitui a unidade básica de pensamento e ação estrutural do modelo piagetiano, sendo um elemento que se transforma no processo de interação com o meio, visando à adaptação do indivíduo ao real que o circunda. Com isso, a teoria psicogenética deixa à mostra que a inteligência não é herdada, mas sim que ela é construída no processo interativo entre o homem e o meio ambiente (físico e social) em que ele estiver inserido.
	
		Esquemas de Aprendizagem: imaginemos um arquivo de dados na nossa cabeça. Os esquemas são equivalentes às fichas deste arquivo, ou seja, são as estruturas mentais ou cognitivas pelas quais os indivíduos intelectualmente organizam o meio.
São estruturas que se modificam com o desenvolvimento mental e que tornam-se cada vez mais refinadas à medida em que a criança torna-se mais apta a generalizar os estímulos.
Por este motivo, os esquemas cognitivos do adulto são derivados dos esquemas sensório-motores da criança e, os processos responsáveis por esses mudanças nas estruturas cognitivas são assimilação e acomodação.
		Uma criança, quando nasce, apresenta poucos esquemas (sendo de natureza reflexa), e à medida que se desenvolve, seus esquemas tornam-se generalizados, mais diferenciados e mais numerosos. 
Estes esquemas são utilizados para processar e identificar a entrada de estímulos, e graças a isto o organismo está apto a diferenciar estímulos, como também está apto a generalizá-los. O funcionamento é mais ou menos o seguinte, uma criança apresenta certo número de esquemas, que grosseiramente poderíamos compará-los como fichas de um arquivo. Diante de um estímulo, essa criança tenta "encaixar" o estímulo em um esquema disponível. Vemos então, que os esquemas são estruturas intelectuais que organizam os eventos como eles são percebidos pelo organismo e classificados em grupos, de acordo com características comuns .
 Assimilação e Acomodação
A assimilação é o processo cognitivo pelo qual uma pessoa integra (classifica) um novo dado perceptual, motor ou conceitual às estruturas cognitivas prévias . Ou seja, quando a criança tem novas experiências (vendo coisas novas, ou ouvindo coisas novas) ela tenta adaptar esses novos estímulos às estruturas cognitivas que já possui. 
		Isto significa que a criança tenta continuamente adaptar os novos estímulos aos esquemas que ela possui até aquele momento. Por exemplo, imaginemos que uma criança está aprendendo a reconhecer animais, e até o momento, o único animal que ela conhece e tem organizado esquematicamente é o cachorro. Assim, podemos dizer que essa criança possui, em sua estrutura cognitiva, um esquema de cachorro.
		Pois bem, quando apresentada, à esta criança, um outro animal que possua alguma semelhança com o cachorro, como o cavalo, ela o terá também como cachorro (marrom, quadrúpede, um rabo, pescoço, nariz molhado, etc.). 
Figura – Ligeira semelhança morfológica entre um cavalo e um cachorro
Notadamente, ocorre, neste caso, um processo de assimilação, ou seja a similaridade entre o cavalo e o cachorro (apesar da diferença de tamanho) faz com que um cavalo passe por um cachorro em função da proximidades dos estímulos e da pouca variedade e qualidade dos esquemas acumulados pela criança até o momento. A diferenciação do cavalo para o cachorro deverá ocorrer por um processo chamado de acomodação.
		Ou seja, a criança, apontará para o cavalo e dirá "cachorro" . Neste momento, uma adulto intervém e corrige, "não, aquilo não é um cachorro, é um cavalo". Quando corrigida, definindo que se trata de um cavalo, e não mais de um cachorro, a criança, então, acomodará aquele estímulo a uma nova estrutura cognitiva, criando assim um novo esquema. Esta criança tem agora, um esquema para o conceito de cachorro e outro para o conceito de cavalo. 
		Assim, a acomodação acontece quando a criança não consegue assimilar um novo estímulo, ou seja, não existe uma estrutura cognitiva que assimile a nova informação em função das particularidades desse novo estímulo. Diante deste impasse, restam apenas duas saídas: criar um novo esquema ou modificar um esquema existente. Ambas as ações resultam em uma mudança na estrutura cognitiva. Ocorrida a acomodação, a criança pode tentar assimilar o estímulo novamente, e uma vez modificada a estrutura cognitiva, o estímulo é prontamente assimilado. 
Acomodação:
		É a modificação de um esquema ou de uma estrutura em função das particularidades
do objeto a ser assimilado.
A acomodação pode ser de duas formas, visto que se pode ter duas alternativas:
Criar um novo esquema no qual se possa encaixar o novo estímulo, ou 
Modificar um já existente de modo que o estímulo possa ser incluído nele. 
Após ter havido a acomodação, a criança tenta novamente encaixar o estímulo no esquema e aí ocorre a assimilação.
Por isso, a acomodação não é determinada pelo objeto e sim pela atividade do sujeito sobre este, para tentar assimilá-lo.
O balanço entre assimilação e acomodação é chamado de adaptação. 
Equilibração:
		É o processo da passagem de uma situação de menor equilíbrio para uma de maior equilíbrio. Uma fonte de desequilíbrio ocorre quando se espera que uma situação ocorra de determinada maneira, e esta não acontece. 
	Os estágios de Desenvolvimento Cognitivo de Piaget, dividem-se em:
Sensório -motor (0-2 anos);
Pré-operatório (2-7 anos);
Período das operações concretas;(7 – 12)
Período das Operações formais; 12 em diante.
Sensório-motor 0-2 anos
Neste estágio, a partir de reflexos neurológicos básicos, o bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar mentalmente o meio Também é marcado pela construção prática das noções de objeto, espaço, causalidade e tempo Segundo LOPES, as noções de espaço e tempo são construídas pela ação, configurando assim, uma inteligência essencialmente prática. 
Conforme MACEDO (1991, p. 124) é assim que os esquemas vão "pouco a pouco, diferenciando-se e integrando-se, no mesmo tempo em que o sujeito vai se separando dos objetos podendo, por isso mesmo, interagir com eles de forma mais complexa." Nitzke et alli (1997b) diz-se que o contato com o meio é direto e imediato, sem representação ou pensamento.
Exemplos:
		O bebê pega o que está em sua mão; "mama" o que é posto em sua boca; "vê" o que está diante de si. Aprimorando esses esquemas, é capaz de ver um objeto, pegá-lo e levá-lo a boca.
Período Sensório-Motor (0 a 2 anos)
-Aprendizagem da coordenação motora elementar;
- Aquisição da linguagem até a construção de frases simples;
- Desenvolvimento da percepção;
- Noção de permanência do objeto;
- Preferências afetivas;
- Início da compreensão de regras;
	A inteligência da criança baseia-se nas capacidades preceptoras, de ação, e dos comportamentos dos outros.
Noção de uma realidade que não depende de si. Desenvolve a noção da existência dos objetos, de causa, de espaço.
Objeto permanente – compreensão de que os objetos existem mesmo quando não estão à vista (ocorre aos 9meses)
Surgimento da intencionalidade – age com o objetivo de chegar a um fim. Para isso e necessário a distinção causa - efeito.
Divide-se em 6 fases:
Atividade Reflexa;
 Fase das reações circulares primárias :Baseia-se na memória dos reflexos, em que não tem experiência própria, não existe intenção.
Os movimentos operam independentemente, sem intencionalidade.
Fase das reações circulares secundárias: O comportamento do bebê tende a ser repetido: Passivo – Ativo 
	Circular – repetições
	Primária - interage com o próprio corpo
Noção do objeto: 
	Expectativas passivas: quando o objeto desaparece a criança fica a olhar para o local onde o desaparecimento ocorreu mas não o procura.
	Intencionalidade: começa a surgir, inicio de comportamentos intencionais; ex: sugar no dedo.
Fase das Reações circulares terciárias
Procura de novos meios e de novidades através da experimentação ativa.
Noção de objeto: só consegue imaginar os objetos onde os viu desaparecer em último lugar – deslocamentos invisíveis – exige cálculo de novas localizações para o objeto.
Resolve Problemas de Deslocamentos Invisíveis
Noção de objeto: representando mentalmente objetos ausentes, tendo em conta que são entidades independentes das ações sócio motoras.
		
	As ações são interiorizadas e passam a constituir as operações. 
	Existem três tipos de argumentos que dão conta das conservações:
- Identidade - Ex.: não se tirou nem se acrescentou, continua a mesma quantidade.
	- Reversibilidade – Ex.: foi esticada, agora pode-se fazer a bolinha outra vez.
	- Compensação – Ex.: Está esticada, parece mais comprido porém é mais fininha. 
	
OBS. OPERATÓRIO CONCRETO 
Representação mental – mecanismo de resposta pelo
aparecimento, criar imagens mentais na ausência do
objeto ou da ação, é o período da fantasia.
Surge o pensamento e a função simbólica (através da
utilização de símbolos) ou semiótica ( através de
utilização de signos) que permite o surgimento da
linguagem, do desenho, da imitação, da dramatização
etc. 
Pré-operatório 02-07
		É nesta fase que surge, na criança, a capacidade de substituir um objeto ou acontecimento por uma representação (PIAGET e INHELDER, 1982), e esta substituição é possível, conforme PIAGET, graças à função simbólica. Assim este estágio é também muito conhecido como o estágio da Inteligência Simbólica. 
		Contudo, MACEDO (1991) lembra que a atividade sensório-motor não está esquecida ou abandonada, mas refinada e mais sofisticada, pois verifica-se que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem, permitindo que a mesma explore melhor o ambiente, fazendo uso de mais e mais sofisticados movimentos e percepções intuitivas.
A criança deste estágio: 
	É egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se colocar, abstratamente, no lugar do outro. 
	Não aceita a ideia do acaso e tudo deve ter uma explicação (é fase dos "por quês"). 
	Já pode agir por simulação, "como se". 
	Possui percepção global sem discriminar detalhes. 
	Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos. 
	Exemplos:
	Mostram-se para a criança, duas bolinhas de massa iguais e dá-se a uma delas a forma de salsicha. A criança nega que a quantidade de massa continue igual, pois as formas são diferentes. Não relaciona as situações.
Operatório-concreto 07-12 anos
		Conforme Nitzke et alli (1997b), neste estágio a criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, ..., sendo então capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Apesar de não se limitar mais a uma representação imediata, depende do mundo concreto para abstrair. 
		Um importante conceito desta fase é o desenvolvimento da reversibilidade, ou seja, a capacidade da representação de uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada.
Exemplos:
	Despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos diferentes, para que a criança diga se as quantidades continuam iguais. A resposta é afirmativa uma vez que a criança já diferencia aspectos e é capaz de "refazer" a ação.
	Período das Operações Concretas (7 a 11 ou 12 anos)
	- Início da capacidade de utilizar a lógica
	- Número, conservação de massa e noção de volume
	-Operações matemáticas, gramática, capacidade de compreender e se lembrar de fatos históricos e geográficos
	- Autoanálise, possibilidade de compreensão dos próprios erros
	- Planejamento das ações
	-Compreensão do ponto-de-vista e necessidades dos outros
	- Coordenação de atividades, jogos em equipe, formação de turmas de amigos (no início de ambos os sexos, no fim do período mais concentrada no mesmo sexo).
	- Julgamento moral próprio que considera as intenções e não só o resultado (p.ex. perdoar se foi “sem querer”). Menos peso à opinião dos adultos.
	
	Noções de conservação
 
Física:
Substancia (7anos) 
Peso (8/9 anos) 
Volume (10/11 anos) 
 Espaciais:
Comprimento 
Superfície 
Volume espacial 
Operações lógico matemáticas – aplica-se a quantidades descontínuas
Classificação 
Assimilação de objetos em função das suas semelhanças 
Agrupam objetos em função de qualquer semelhança, chegando a subconjuntos 
Constroem classificações hierárquicas 
Seriação (agrupamento de relações) 
- é capaz de construir uma serie escalada 
- Seriação sistemática ou operatória – coloca a menor de todas depois a seguinte e por aí a diante. 
Enumeração e construção do numero inteira:
implica a classificação e a seriação 
A quantidade é avaliada pelo comprimento 
Quando a correspondência de uma construção é atingida implica a equivalência, apesar de poder haver modificações na configuração. 
Noção de Acaso e de Causalidade
Acaso: é uma mistura irreversível
Causalidade: quando a criança percebe que os fenômenos têm uma causa e que isso pode ser reversível
Operatório-formal 12 anos ..
		Segundo WADSWORTH (1996) é neste momento que as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento. A representação agora permite à criança uma abstração total, não se limitando mais à representação imediata e nem às relações previamente existentes. Agora a criança é capaz de pensar logicamente, formular hipóteses e buscar soluções, sem depender mais só da observação da realidade. 
		Em outras palavras, as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de problemas 
Período das Operações Formais
Do ponto de vista da capacidade de pensar, o pensamento não se restringe apensas a saber o objeto mas a pensar o objeto, isto acontece quando objeto é apreendido e faz parte do pensamento. Há uma evolução no uso da lógica dedutiva e indutiva.
Pensamento formal: hipotético dedutivo – passa do plano do objeto material para as ideias (lógica das proposições)
Exemplos: 
	Se lhe pedem para analisar um provérbio como "de grão em grão, a galinha enche o papo", a criança trabalha com a lógica da ideia (metáfora) e não com a imagem de uma galinha comendo grãos.

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