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CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE JI-PARANÁ COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO SINTAXE DE COLOCAÇÃO PRONOMINAL Keilla Mara Macedo Gatti – RA.: 111006233-5 Vitor Thiago Camargo - RA.: 011170603-3 Turma 0307 Ji-Paraná, Abril de 2015 3 Introdução Na utilização prática da língua, a colocação dos pronomes oblíquos é determinada pela eufonia, isto é, pela boa sonoridade da frase. Por isso, em certos casos, podem ocorrer diferenças entre o que a norma gramatical propõe e o que realmente se usa. Objetivado a contribuir para o melhor entendimento e ampliação do conhecimento acadêmico deste importante tema, abordaremos as posições corretas que ocupam na frase em relação ao verbo a que se referente e suas regras gramaticais. Para tanto, me basearei nas formulações teóricas da gramática de Domingos Paschoal Cegalla, Dileta Silveira Martins/Lúbia Scliar Zilberknop, Erani Terra e Luiz Antonio Sacconi. 4 SINTAXE DE COLOCAÇÃO PRONOMINAL Os pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, os, a, as, nos, vos, lhe, lhes) apoiam-se no acento tônico de outra palavra por serem desprovidos de tonicidade própria. Conforme sua posição junto ao verbo, os pronomes oblíquos átonos podem ser: proclíticos (antepostos ao verbo), mesoclíticos (intercalados no verbo) e enclíticos (pospostos ao verbo), tais colocações denominam-se próclise, mesóclise e ênclise. Varemos, a seguir, as normas para o emprego dos pronomes na língua culta. 1- Próclise Ocorre quando o pronome átono está colocado antes do verbo que complementa. Essa é a colocação mais normal do português brasileiro, é preferível o uso de próclise nas orações que contenham uma palavra negativa, quando entre ela e go verbo não há pausa; nas orações iniciadas com advérbios interrogativos; nas orações iniciadas por palavras exclamativas, bem como nas orações que exprimem desejo (optativa); nas orações subordinadas desenvolvidas, ainda quando a conjunção esteja oculta; com o gerúndio regido da preposição em. 1.1- De sentido negativo Ex.: Não me esqueças. E não me digam que não sabem. 1.2- Pronomes relativos Ex.: Ouve com atenção, quem te fala. Há pessoas que nos querem bem. Nenhuma que nos odeie. 1.3- Conjunções subordinativas Ex.: Reagimos porque nos agrediram. Se me ensinares o caminho, chegarei lá. Peço a Vossa Alteza me dispense (= que me dispense). Observação: A elipse da conjunção não dispensa a próclise: Peço a Vossa Excelência me dispense dessas formalidades. Quando passo e te vejo, exulto. 5 1.4- Advérbios Ex.: Sempre me lembro dele. Aqui me sinto bem. Observação: Se houver pausa depois do advérbio, prevalecerá a ênclise: Depois, encaminhei-me pra ele. Aqui trabalha-se. 1.5- Pronomes indefinidos Ex.: Tudo me faz crer em você. Nada lhe agradava ali. 1.6- A palavras só, no sentido de apenas, somente, e as conjunções coordenativas alternativas ou... ou, ora... ora, quer... quer. Ex.: Ou ele se corrige ou lhe voltarão as costas. Só se lembram de nós quando estão doentes. Segundo Cegalla (2008) ainda podemos considerar: a) Nas orações optativas cujo o sujeito estiver anteposto ao verbo: Deus o guarde! Os Céus te favoreçam! b) Nas orações exclamativas iniciadas por palavras ou expressões exclamativas: Como te iludes! Quanto nos custa dizer a verdade! c) Nas orações interrogativas iniciadas por advérbio ou pronome interrogativo: Quando me visitas? Quem se apresenta? 2- Mesóclise Ocorre quando a colocação dos pronomes oblíquos átonos se encontra no meio do verbo (interposição ao vocábulo tônico a que se liga). Ocorre somente a mesóclise com o verbo no futuro do presente ou do futuro pretérito do indicativo, desde que não se justifique a próclise. 2.1- Futuro do presente Ex.: Amar-te-ei para sempre. Convidar-me-ão para a solenidade de posse da nova diretoria. 2.2- Futuro do pretérito Ex.: Convidar-te-ia para viajar comigo, se pudesse. Procurar-te-ia a vida toda 6 Observação: a) Caso a próclise não for obrigatória (mesóclise proibida) b) Não houver sujeito expresso, anteposto ao verbo (mesóclise facultativa) 3- Ênclise Pode ser considerada a colocação básica do pronome, pois obedece à sequência verbo- complemento. Assim, o pronome surge depois do verbo. 3.1- Verbo em início de frase: Ex.: Comenta-se que ele deverá receber o prêmio. “Vendo-a entrar, Araquém partiu.” (José de Alencar) 3.2- Verbo no imperativo afirmativo: Ex.: Comenta-se que ele deverá receber o prêmio. Procure suas colegas e convide-as. 3.3- Verbo no gerúndio: Ex.: Modificou a frase, tornando-a ambígua. “O anão chegara-se a Inocência, tomando-lhe uma das mãos.” (Visconde de Taunay) 3.4- Verbo no infinitivo impessoal: Ex.: Vim pessoalmente entregar-te os documentos. Calei-me para não contrariá-lo. Observação: Se o verbo no infinitivo impessoal vier precedido de palavras atrativa, é indiferente a ênclise ou a próclise. 7 CONCLUSÃO Dessa forma, a colocação pronominal constitui um legítimo caso de interface dos níveis gramaticais. Compreender seus conceitos é, ao mesmo tempo, trabalhar os componentes morfológicos, sintáticos e fonológicos da língua portuguesa. 8 BIBLIOGRAFIA CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. 48ed. São Paulo: Nacional, 2008. MARTINS, Dileta Silveira. Português Instrumental. 29ed. São Paulo: Atlas, 2010. ERNANI, Terra. Curso prático de gramática. São Paulo: Scipione, 2006. SACCONI, Luiz Antonio. Nossa Gramática Completa Sacconi – teoria e prática. 30ed. São Paulo, Nova Geração, 2010.
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