Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS – UFG FACULDADE DE FARMÁCIA CECILYANNE PALHARES LARISSA GONÇALVES NATHÂNY KELLY BATISTA WANESSA ARAÚJO ANÁLISE DE DERIVADO VEGETAL DE Equisetum POR CCDC Disciplina: Farmacognosia II Prof. Dr. Pierre Goiânia, 2014 1 INTRODUÇÃO Existe vários métodos e técnicas analíticas para identificação de substâncias, os quais são escolhidos avaliando desde fatores referentes à substância (propriedades químicas, físicas e biológicas) como também do método (disponibilidade, simplicidade, viabilidade financeira, adequação técnica, dentre outros). Um método muito usado para estudar a adulteração de fitoterápicos é a cromatografia em camada delgada comparativa (CCDC), porque as substâncias estão na ordem de miligramas e por apresentar procedimentos analíticos mais rápidos, robustos, abrangentes, de baixo custo e que vem auxiliando na identificação dos grupos de substâncias. Para as diversas substâncias, livros referência em condições cromatográficas recomendam uma fase móvel e reveladores químicos diferentes para a identificação de substâncias com grupos específicos, por exemplo, fase móvel acetato de etila/ácido fórmico/ácido acético/água (20: 0,9: 0,9: 1) e revelador 2-aminoetanol que podem ser usados para a identificação de flavonoides. A rutina ou vitamina P é um bioflavonoide solúvel em metanol, descoberto, em 1936, por Albert Szent-Györgyi. E os ácidos clorogênicos são uma família de ésteres formados por ácidos hidroxinâmicos e o ácido quínico, é um polifenol junto com quercitina, catequina, rutina, catequina, epictequina entre outros. A rutina e o ácido clorogênico podem ser usados como padrão de referência para flavonoides, assim podem ser usados para analisar por comparação em CCDC matérias-primas adquiridas, como para Equisetum arvense. A cavalinha (Equisetum arvense) é uma planta medicinal também conhecida como rabo-de-cavalo, cola-de-cavalo, milho-de-cobra, cauda-de-raposa, cana-de-jacaré, erva-canudo, lixa-vegetal, dentre outros nomes populares. Pertence à família Equisetaceae. A cavalinha é uma planta medicinal rica em minerais que podem ajudar na recuperação de fraturas e cortes nos ossos, carne e cartilagem, como também pode melhorar o tempo de coagulação do sangue. O alto teor de sílica em sua composição fortalece os tecidos conjuntivos do corpo e beneficia pacientes no tratamento de artrite reumatoide. A cavalinha é composta de flavonoides, alcaloides (equisetonina, nicotina, palustre, palustrina), sílica, cálcio, manganês, magnésio, enxofre, fitosteróis e tanino. 2 OBJETIVOS A finalidade da aula foi a análise de derivados vegetais de Equisetum empregando a CCDC, sendo que as condições cromatográficas utilizadas foram, preferencialmente, para a identificação de fenóis e flavonoides, possibilitando o uso de ácido clorogênico e rutina como padrões de referência para comparação com três amostras supostamente de Equisetum. 3 MATERIAIS E MÉTODOS As matérias-primas e materiais utilizadas para a análise de três derivados vegetais por Cromatografia em Camada Delgada Comparativa, estão citados abaixo: Derivado vegetal: utilizou-se amostras declaradas como cavalinha (Equisetum). Fase estacionária: utilizou-se a placa cromatográfica com sílica gel Fase móvel: utilizou-se acetato de etila (20 ml); ácido fórmico (0,9 ml); ácido acetico (0,9 ml) e água (1 ml) Padrões de referência: soluções de ácido clorogênico e rutina Revelador químico: utilizou-se NP (2-aminoetanol em metanol) Revelador físico: utilizou-se UV-visível 365 nm Para realização do procedimento, primeiramente preparou-se a fase móvel para todas as turmas práticas, misturando 40 mL de acetato de etila, 1,8 mL de ácido fórmico, 1,8 mL de ácido acético e 2 mL de água destila, obtendo uma solução com polaridade adequada para conferir eluição seletiva dos metabólitos contidos tanto nas amostras como nos padrões de referência. Na placa cromatográfica foi feito cinco pontos distintos, divididos de 2 a 4 representando a aplicação das três amostras e os dois últimos pontos representando o ácido clorogênico e a rutina, que com o auxílio de um capilar de vidro para cada solução, foi feita a aplicação da primeira amostra no ponto denominado 2, encostando levemente a ponta do capilar à placa cromatográfica por três vezes e assim repetiu o mesmo procedimento para as duas amostras e os dois padrões empregados. Após a aplicações das amostras e padrões, colocou-se a placa cromatográfica na fase móvel. Imediatamente após a eluição, retirou-se a placa da fase móvel e aplicou em sua superfície um revelador químico (2-aminoetanol em metanol) e, em seguida, levou a placa ate um revelador físico (UV-visível 365 nm), observando e comparando os RFs. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Para análise de produtos vegetais foi realizada CCDC com a finalidade de comparar as amostras do gênero Equisetum com os padrões de referência, a rutina, por exemplo, é um flavonoide heterosídeo que é susceptível a reação de hidrólise. Abaixo estão representadas as placas no revelador UV 365 nm. (Figura 1) Figura 1 – Placas cromatográfica dos grupos de aula prática e placa cromatográfica obtida por este grupo. Após a observação na luz UV 365 nm percebeu-se que nenhuma das três amostras analisadas apresentaram os flavonoides ou fenóis presentes nos padrões rutina e ácido clorogênico. Os perfis cromatográficos das três amostras foram diferentes, sendo que a amostra 2 e 3 eluíram, porém com manchas diferentes e o Rf bastante próximos mas mostrando que as amostras são diferentes, logo não são da mesma espécie do gênero Equisetum, já a amostra 4 não se sabe se eluiu ou se não foi revelada. 5 CONCLUSÃO A análise de derivados vegetais por CCDC é um importante método de controle de qualidade, evitando a troca de matérias-primas e combatendo adulterações frequentes em relação a produtos naturais, já que as substâncias que apresentaram perfil cromatográfico diferente, logo apresentarão metabólitos diferentes entre si e até ações farmacológicas. Das amostras declaradas como pertencentes a uma mesma espécie do gênero Equisetum concluiu-se que houve fraude devido ao perfil de eluição das amostras 2 e 3 serem diferentes apresentando metabólitos distintos. REFERÊNCIAS AQUINO, E. M. Análise Fitoquímica. Capítulo 2. Biblioteca Digital de Teses e Dissertações. Disponível em: < www.teses.usp.br/teses/disponiveis/46/46135/tde.../Capitulo2.pdf>. Acesso em: 20/11/14. AZEREDO, F. S. et al. Validação de técnica analítica em cromatografia em camada delgada comparativa para identificação de fármacos anorexígenos sintéticos em produtos. Revista Eletrônica de Farmácia, v. 1, p. 17-24, 2014. COLOQUIO. Cromatografia em Camada Delgada. Instituto de Química, Universidade de São Paulo. Disponível em: <http://www.iq.usp.br/wjbaader/qfl2343/Coloquio_CCD_2013.pdf>. Acesso em 20/11/2014. PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPIA. Cavalinha: benefícios e propriedades medicinais. 2014. Disponível em: <http://www.plantasmedicinaisefitoterapia.com/cavalinha-equisetum-arvense.html >. Aceso em: 20/11/2014.
Compartilhar