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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS – UFG FACULDADE DE FARMÁCIA CECILYANNE PALHARES LARISSA GONÇALVES NATHÂNY KELLY BATISTA WANESSA ARAÚJO CONTROLE DE QUALIDADE DE MATÉRIA-PRIMA ANIMAL: TINTURA-MÃE DE Apis mellifica L. Disciplina: Farmacognosia II Prof. Dr. Pierre Goiânia, 2014 1 INTRODUÇÃO A abelha-europeia (Apis mellifica) é uma abelha de origem europeia, cujas obreiras medem de 12 mm a 13 mm de comprimento e apresentam pelos do tórax mais escuros, pode ser chamada por abelha-alemã, abelha-comum, abelha-da-europa, abelha-de-mel, abelha-doméstica, abelha-do-reino, abelha-escura e abelha-preta. São empregadas em apiterapia, isto é, a utilização de produtos derivados das abelhas para tratamento terapêutico. A terapia homeopática com Apis mellifica L. possui efeito anti-inflamatório e em alguns indivíduos apresenta propriedades curativas especiais (antidepressivas) que os homeopatas explicam como especificidade das reações pacientes-medicamento, geralmente são feitas preparações a partir de tinturas-mãe. As tinturas são preparações alcoólicas ou hidroalcoólicas resultantes da extração de drogas vegetais ou animais ou da diluição de respectivos extratos. São classificadas em simples e compostas, conforme preparadas com uma ou mais matérias-primas, podendo ser obtidas por dissolução ou diluição, maceração, percolação e turba-extração. Sendo bastante utilizada a maceração, no qual deve macerar corretamente droga vegetal pulverizada com uma quantidade de solvente em um recipiente com tampa por 7 a 14 dias ou por um tempo especifico, mexendo ou agitando ocasionalmente, em seguida, separar o sobrenadante e adicionar a quantidade do líquido extrator ao resíduo, continuar a maceração da mesma forma até que o componente ativo seja completamente extraído. Misturar os extratos e adicionar o solvente até o volume exigido, deixar em repouso por 24 horas e filtrar. A tintura-mãe de Apis mellifica L. é preparadas a partir de abelhas vivas colocadas em frasco de vidro e irritadas por agitação para maior liberação de veneno. Em seguida, deve se proceder segundo a técnica de preparação de tinturas-mãe de origem animal (X. 1.2.) Farm. Hom. Bras., empregando etanol a 65% (V/V). Em controle de qualidade e identificação de tintura-mãe pode-se proceder as seguintes análises: A 1 ml da tintura-mãe, adicionar algumas gotas de solução de ninidrina a 0,1% (p/V). Aquecer à ebulição. Observa-se a formação de cor azul-violeta. E ensaio feito com título em etanol. Deve estar compreendido entre 60% e 70% (V/V), resíduo seco (deve ser igual ou superior a 0,25%) e cromatografia em camada delgada comparativa (CCDC). 2 OBJETIVOS A finalidade da aula prática foi a realização do controle de qualidade de matéria-prima animal, a tintura-mãe de Apis mellifica L. Para essa análise foi observado as características organolépticas da tintura (sabor, odor e cor) e a realização de duas análises, sendo o teste de identificação e o teste de ensaio. 3 MATERIAIS E MÉTODOS Os materiais e matérias-primas utilizados na aula prática estão relacionados na tabela abaixo, com seus respectivos parâmetros: Tabela 1 – Materiais e matérias-primas utilizadas para realização das análises da tintura-mãe de Apis mellifica L. MATERIAIS E MATÉRIAS-PRIMAS PARÂMETROS Tintura-mãe de Apis mellifica L 1 mL em cada teste Placa cromatográfica para CCDC - Cuba com papel filtro - Fase móvel Etanol: Água 63:17 mL (para preparar 100 mL de fase móvel) Cristais de ninidrina alguns cristais Chapa aquecedora - Cadinho e cápsula de porcelana - Tubo de ensaio - Câmera de UV-vis 365 nm Água destilada 10 mL Inicialmente, preparou-se 15 mL da fase móvel (12,6 mL de EtOH: 3,4 mL de H2O) e distribuiu entre os grupos, em seguida retirou um alíquota da amostra tintura-mãe de Apis mellifica L e, em posse de uma placa cromatográfica de CCDC e com o auxílio de um tubo capilar, aplicou a amostra na placa e levou esta para a eluição na cuba cromatográfica. Após a eluição da placa de CCDC, esta foi observada na câmera de UV a 365 nm, para obtenção do resultado. Posteriormente, adicionou na cápsula e no cadinho de porcelana 1 mL da amostra e colocou, em seguida, alguns cristais de ninidrina em cada um dos recipientes, levando-os, posteriormente, para a chapa aquecedora mantendo-os lá ate a secura da amostra. Para a identificação em UV-vis de coloração característica de uma solução aquosa a partir da tintura-mãe, foi transferido 1 mL da amostra para um tubo de ensaio e, em seguida, foi adicionado 10 mL de água destilada, homogeneizando a solução e levando para visualização na câmera de UV a 365 nm. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Para a realização do controle de qualidade da matéria prima animal, da tintura-mãe de Apis mellifica L., uma espécie de abelha europeia utilizada para a produção de medicamentos homeopáticos, foi necessário a realização de dois testes, sendo um de identificação e outro de ensaio. O teste de identificação consiste na realização de três métodos, sendo o primeiro a utilização do reagente de Benedict, que consiste na identificação de açucares redutores, principalmente glicose. A presença de açucares confere uma coloração vermelho tijolo, porém, durante a aula prática não foi feito a realização deste teste. O segundo método utiliza-se cristais de ninidrina, que consiste na detecção de proteínas, a presença desta confere uma coloração azul-violácea. E com a realização deste teste em aula prática obteve um resultado positivo. E o terceiro teste é a identificação no UV-visível de 365 nm, o teste com resultado positivo deve conferir uma fluorescência azul clara, que foi o resultado obtido durante a visualização. Figura 1 – Resultado obtido para teste com cristais de ninidrina (imagem à esquerda) e a identificação no UV-visível de 365 nm (imagem à direita). O teste de ensaio também consiste em três testes para a análise da matéria prima, o primeiro é o título em etanol, onde a matéria prima deve conter entre 65 a 75% de etanol, pois se a quantidade de etanol estiver baixa pode levar a deterioração da matéria prima. Este teste também não foi realizado durante a aula prática. O segundo teste é a obtenção do resíduo seco, que consiste na determinação de sólidos presente, sendo este também não realizado durante a aula. E o último teste é a cromatografia em camada delgada, que avalia o perfil cromatográfico da tintura. Levando a placa cromatográfica para a visualização no UV 365 nm, deve conter de quatro a cinco manchas com um Rf de 0,6-0,9. Figura 2 - Perfil cromatográfico da tintura visualizada no UV 365 nm. Na análise por cromatografia em camada delgada o teste foi negativo, pois não foi possível a detecção dos metabólitos que deveriam ser identificados, relatando um problema na tintura, onde seus metabólitos podem estar sofrendo degradação ao longo do tempo, por razão da preparação estar vencida. De acordo com os testes para a análise do controle de qualidade da tintura, ela está reprovada, pois não foi aprovada em um dos testes realizados, tendo como justificativa a degradação dos metabólitos que foram extraídos e por estar vencida. As características organolépticas observadas na tintura foram uma coloração amarelada, odor agradável e um sabor fraco. 5 CONCLUSÃO Para a realização do controle de qualidade da matéria prima animal, foi necessário a realização de dois testes, sendo um de identificação e outro de ensaio. É necessário que se faça os testes de controle de qualidade para se ter um produto com características adequadas. Ao realizar os testes de cromatografia, constatou-se que não houve detecção dos metabólitos, uma vez que estes poderiam estar sofrendo degradação ao longo do tempo e pelo vencimento da preparação. Estes parâmetros analisados faz com que a amostra seja reprovada tendo como justificativa a degradação dos metabólitos. REFERÊNCIAS PORTAL EDUCAÇÃO. Tinturas vegetais. Portal Educação. Plantas medicinais e farmacognosia,2011. Disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/farmacia/artigos/10057/tinturasvegetais#ixzz3LbeJlxtB>. Acesso em: 12/12/14. ANVISA. Apis melifica L. Farmacopeia Brasileira, 2010. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/farmacopeiabrasileira/arquivos/cp38_2010_mono/apis_mellifica.pdf >. Acesso em: 12/12/14. FITO FORMULA. Tinturas hidroalcoólica. 2005. Disponível em: < http://www.fitoformulalab.com.br/tinturas.html>. Acesso em: 12/12/14.
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