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Revisão Teoria Narrativa

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Revisão AV1 – Teoria Narrativa
Gênero e Tipologia Textuais
Gênero textual – é a distinção existente entre os diversos tipos textuais, tais como peças processuais, cartas, reportagens, e-mails, propagandas, bulas, dentre outros.
Para Marcuschi, os gêneros textuais devem ser definidos como uma noção vaga para os textos que são concretizados no dia-a-dia e que apresentam características sócio-comunicativas definidas pelos conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica.
Os gêneros textuais são caracterizados por exercer uma função social específica. Desse modo, essas funções são pressentidas e vivenciadas pelos usuários, que saberão qual gênero usar no momento específico de interação, de acordo com sua função social.
Questões que devem ser consideradas na escolha do gênero:
A finalidade daquele que escreve;
O tipo de publicação;
O público-alvo do texto;
O lugar em que o texto é veiculado;
O momento em que o texto é veiculado.
Redação forense – são os documentos jurídicos tais como petição inicial, contestação, sentença e muitos outros que compõem o processo jurídico.
Tipologia textual – os textos, em geral, se classificam sob três nomenclaturas: texto narrativo, texto descritivo e texto dissertativo.
Victor Gabriel Rodríguez diz que é comum a divisão das petições entre “os fatos” (narração) e “o direito” (argumentação). 
NARRAÇÃO
Narrar é expor os fatos que ocorrem com certos personagens, em determinadas circunstâncias, numa progressão temporal, com sucessão de fatos na linha do tempo, compondo o enredo que se quer contar. Este tipo textual deve tentar responder às seguintes perguntas essenciais:
O quê? Os fatos que compõem a história
Quem? A personagem ou as personagens
Onde? O lugar da ocorrência
Quando? O momento em que se passam os fatos
Como? O enredo, o modo como ocorreram os fatos
Por quê? A causa do acontecimento
Por isso? A consequência do acontecimento
Há três tipos de narradores. São eles:
Narrador-personagem: narrador de 1ª pessoa, participa do enredo.
Narrador-observador: narrador de 3ª pessoa, não participa do enredo.
Narrador-onisciente: narrador de 1ª pessoa, pode ser a personagem principal ou alguém que estava no local e presenciou o fato, e, sabe o que se passa na cabeça dos demais personagens.
DESCRIÇÃO
Descrever é fazer ressaltar os pormenores de lugares, pessoas, objetos, cenas. É necessário evocar o que se percebe pelos cinco sentidos (visão, audição, paladar, olfato e tato).
Existem dois tipos de descrição:
Descrição objetiva: se refere às características concretamente observadas, tais como altura, peso, cor de pele, material de que são feitos os objetos.
Descrição subjetiva: ocorre quando há maior participação da emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem são transfigurados pela emoção de quem escreve.
Finalidade da descrição para o Direito – a descrição enriquecerá e esclarecerá questões presentes na narração. Ela é relevante para a defesa do ponto de vista pelo argumentador.
DISSERTAÇÃO
A dissertação está presente no cotidiano de todas as pessoas que precisam sustentar opiniões, posicionarem-se em relação aos acontecimentos que ocorrem à sua volta.
Há dois tipos de dissertação. Vejamos:
Dissertação expositiva: é a maneira em que se expressam ideias sobre determinado tema, sem a preocupação de convencer as pessoas da tese defendida. É um discurso neutro, apenas expondo informações a respeito de uma tese.
Dissertação argumentativa: é marcada pela defesa de uma tese, com a finalidade de tentar persuadir alguém de este ser o correto em relação a um determinado fato. É importante a seleção de provas e indícios por meio dos quais se pretende demonstrar a superioridade da tese defendida. Predomina a função conativa ou apelativa da linguagem. Discurso carregado de ideologias.
O texto argumentativo apresenta três pontos importantes:
uma proposta – o questionamento e sua legitimidade
um sujeito – engajado ao questionamento desenvolvido por um raciocínio levando a estabelecer a verdade sobre a proposta
um outro sujeito - o alvo da argumentação
Para a produção de um texto argumentativo complexo, são necessários alguns requisitos, tais como:
Amadurecimento no assunto sobre o qual discorrerá;
Conhecimento da matéria;
Raciocínio lógico e dialético;
Capacidade de análise e síntese;
Domínio da norma culta;
Conhecimento teórico-reflexivo consistente.
REDAÇÃO JURÍDICA
Esquema da petição inicial e sua composição:
	Partes do texto
	Texto
	
	EXMO. DR. JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA ___ DA COMARCA _____
	Parte descritiva
	Qualificação das partes
	Parte narrativa
	Dos fatos
	Parte argumentativa
	Do direito
	Parte injuntiva
	Do pedido
_______________________________
_______________________________
Das provas
Do valor da causa
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local, data e assinatura
Modalizadores
É a valoração do locutor com relação a um fato, local, ser, etc.
Ex: A criança sentou-se no canto da sala.
 A criança sentou-se no cantinho da sala.
Em ambos os casos, trata da ação de uma criança se sentar num local da sala. Porém, o uso do sufixo –inho pode demonstrar que, para o locutor, trata-se de um espaço pequeno ou de um espaço aconchegante.
Escolha lexical:
O papel desempenhado pelo advogado de uma requerente, o obriga a transmitir uma imagem positiva da autora. Além dos substantivos, os verbos, os adjetivos, os advérbios e as palavras denotativas são reunidos com o mesmo objetivo: proteger e enaltecer a autora e desqualificar o réu.
É importante registrar que a frequência com que se emprega um determinado vocábulo revela a intenção do produtor do enunciado, isto é, fortalecer a ideia que se quer transmitir. A reunião de palavras com teor positivo ou negativo também é um mecanismo modalizador.
Escolha gramatical:
	Elementos gramaticais
	Efeitos
	Porém
	Denota uma oposição ao que se disse anteriormente
	Para
	Fixa a consequência danosa
	Sufixo –mente
Sufixo –inha 
	Marca, fortalece a ideia que se deseja transmitir tanto para o réu como para a autora
Estratégias que devem ser observadas numa petição:
Da forma como um termo se posiciona em relação aos demais;
Ex: Finalmente, deixou-a ir. Mas, no dia seguinte, como era de se esperar, a autora foi demitida.
Adjunto adverbial no início da frase e outro seguinte a uma conjunção adversativa.
Da associação entre um termo e outro;
Ex: Obrigava a autora a inventar mentiras constrangedoras para sua velha mãe, com quem ainda morava.
O adjetivo anteposto ao substantivo destaca o tempo vivido junto a ela, e não a sua idade.
Entendendo melhor, veja o exemplo:
Olhos vermelhos – expectativa negativa (a pessoa pode estar com sono, drogada, etc)
Morangos vermelhos – expectativa positiva (saborosos, maduros, adocicados)
Do uso de recursos estilísticos;
Ex: O réu, porém, inconformado, insistia, prometia, ameaçava, gritava; chegou mesmo, certa vez, a agredir fisicamente a autora.
A sequência de ações vão criando a imagem de uma pessoa incapaz de admitir ser contrariado e capaz de atitudes extremas para alcançar seus objetivos.
Da pontuação.
Ex: Você quer me dizer que sua secretária é formada em administração? Mas ela é gostosa demais! Você ia ficar muito chateado se eu convidasse ela para trabalhar comigo?
A pontuação revela insinuações depreciativas do réu em relação à capacidade intelectual da autora e destaca seus predicados físicos (valoração do perfil negativo do réu).
Os modalizadores mediante ideias implícitas podem ser de duas maneiras. São elas:
Pressupostos: garante a situação;
Ex: Você quer me dizer que sua secretária é formada em administração? Mas ela é gostosa demais! Você ia ficar muito chateado se eu convidasse ela para trabalhar comigo?
Pressupõe que uma mulher que tem curso superior não pode serbonita; o discurso é de uma pessoa preconceituosa em relação à mulher.
Subentendidos: tudo que leva a pensar; compreensão.
Ex: A autora não sabia o que fazer; aceitar não podia, não queria envolver-se com o réu, um homem casado e, ao que se dizia, bem casado; por outro lado, estava implícito no convite que a recusa significaria para a autora a demissão do emprego.
O contexto situacional, aquilo que se observa na relação entre patrão (detentor do poder) e empregado (subjugado a esse poder).
Narrativa jurídica simples e narrativa jurídica valorada
A narrativa forense deve ser capaz de expor todos os fatos juridicamente importantes do caso concreto para que o juiz possa conhecer a lide e apreciar o pedido do autor.
Narrativa jurídica simples: quanto maior o universo de informações disponíveis para o advogado, quanto mais dados tiver à sua disposição, mais refinada e facilitada será sua seleção do que utilizará no processo. É o conjunto que abarca o maior número de informações, indiscriminadamente, sobre o conflito em questão. É imparcial. É produzida pelos magistrados e pareceristas.
Narrativa jurídica valorada: quando selecionamos dados que interessam na condição do autor ou do réu, onde os advogados serão motivados por seus interesses específicos à função que exercem: papel de acusação ou de defesa. É uma produção das partes e seus representantes legais.
A polifonia na narrativa jurídica
O discurso jurídico se produz no seio social, portanto é um discurso contextualizado. Nele, indicar vozes que compõem o relato e a fundamentação, é importantíssimo.
No relato, a responsabilidade da veracidade das informações oferecidas deve ser atribuída a alguém e essa pessoa responde juridicamente por elas.
Na fundamentação, citam-se trechos da lei, da jurisprudência, da doutrina como argumentos de autoridade, são vozes que se associam à voz do orador e lhe fornecem maior credibilidade.
A intertextualidade é a apropriação da voz de outro, definida pelo uso de uma voz de forma explícita ou implícita no texto do outro. Muitas vezes, essa apropriação não vem marcada por aspas ou qualquer indicação de fonte.
Conclusão: Toda intertextualidade é considerada uma polifonia, entretanto, nem toda voz em um texto é classificada como uma intertextualidade.
A polifonia é marcada por elementos linguísticos, tais como:
a utilização de paráfrase, em que introduz a voz por meio de conjunção conformativa (segundo, conforme, consoante);
o registro exato das palavras enunciadas pela pessoa, introduzidas por um verbo de elocução (dizer, afirmar, informar, esclarecer, revelar, acrescentar, enfatizar, advertir, ponderar, confidenciar). Usa-se aspas ou travessão. Denomina-se discurso direto.
Vejamos algumas diferenças entre o discurso direto e o discurso indireto:
	Discurso direto
	Discurso indireto
	Enunciado na 1ª pessoa 
(eu)
	Enunciado na 3ª pessoa 
(ele, ela)
	Verbo no presente
(sou, estou)
	Verbo no pretérito imperfeito 
(era, estava)
	Verbo no futuro do presente
(recorrerei)
	Verbo no pretérito 
(recorreria)
	Verbo no modo imperativo 
(faça)
	Verbo no modo subjuntivo 
(que fizesse)
	Enunciado em forma interrogativa direta (Por que?)
	Enunciado em forma interrogativa indireta (Perguntei por que?)
	Pronome demonstrativo de 1ª pessoa 
(este, esta, isto)
	Pronome demonstrativo de 3ª pessoa (aquele, aquela, aquilo)
	Advérbio de lugar 
(aqui)
	Advérbio de lugar 
(ali, naquele lugar, lá)
	Advérbio de tempo 
(agora, ontem, hoje, amanhã)
	Adverbio de tempo 
(naquele momento, no dia anterior, no dia seguinte)

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