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* Dinâmica da Transmissão de Doenças Profa. Juliana Alvares * Eu mantenho seis homens honestos (eles me ensinaram tudo o que eu sabia) Seus nomes são o quê, por quê, quando como, onde e quem. Rudyard Kipling (1865 – 1936) * Hospedeiro Agente Meio ambiente Vetor Os fatores que podem causar a doença no ser humano incluem fatores biológicos, físicos e químicos, bem como outros tipos, como o stress. * Modos de transmissão Transmissão direta – ocorre por meio de contato direto Transmissão indireta – pode ocorrer através de um veículo comum, como ar contaminado, ou suprimento de água, ou por um vetor, como o mosquito. * Doença Clínica e Subclínica * * Doença Clínica e Subclínica Diferentes estágios da doença: DOENÇAS CLÍNICAS A doença clínica é caracterizada por sinais e sintomas DOENÇAS NÃO CLÍNICAS (INAPARENTES) Podem incluir: * DOENÇA PRÉ-CLÍNICA Doença que ainda não é aparente clinicamente, mas progride para uma doença clínica DOENÇA SUBCLÍNICA Doença que não é aparente clinicamente e não deve tornar-se clinicamente aparente DOENÇA PERSISTENTE Uma pessoa não consegue se livrar da infecção e ela persiste por anos e, em alguns casos, por toda a vida * Estado de portador O indivíduo abriga o organismo, mas não é infectado, quando avaliado por testes sorológicos ou pela evidência da doença clínica Essa pessoa ainda pode infectar outras, embora a infecciosidade geralmente seja menor do que com outras infecções O estado de portador pode ser de duração limitada, ou pode ser crônico. Mary Tifóide * Endemia, Epidemia e Pandemia ENDEMIA É definida como a presença habitual de uma doença em uma população em determinada área geográfica Pode também referir-se à ocorrência comum de uma doença nessa área * Endemia, Epidemia e Pandemia EPIDEMIA É definida como a ocorrência de um grupo de doenças de natureza similar em uma comunidade ou região, claramente acima da expectativa normal, e proveniente de uma fonte comum ou propagada PANDEMIA Refere-se a uma epidemia em todo o mundo * * * Imunidade Coletiva Resistência de um grupo a um ataque de doença, onde grande proporção dos membros do grupo são imunes Se uma grande percentagem da população é imune, toda a população parece estar protegida e não só aquelas pessoas que são imunes. A presença de grande proporção de pessoas imunes na população diminui a probabilidade de uma pessoa com a doença entrar em contato com um indivíduo susceptível. * Imunidade Coletiva Por que o conceito de imunidade coletiva é importante? Quando efetuamos programas de imunização, não é necessário alcançarmos 100% de índices de vacinação para imunizar uma população com sucesso * Imunidade Coletiva Condições para que exista a imunidade coletiva: O agente deve restringir-se a uma única espécie de hospedeiro e a transmissão deve ser direta As infecções devem induzir uma imunidade sólida Funciona melhor quando as populações são constantemente misturadas * Imunidade Coletiva Qual a porcentagem de imunização de uma população para que ocorra a imunidade coletiva? Varia de doença para doença Sarampo, altamente transmissível, é estimado que 94% deva estar imune * Efeitos da imunidade coletiva em casos de poliomielite paralítica observados e previstos, Estados Unidos, 1958-1961. * Período de incubação Intervalo entre a infecção e o início da doença clínica Porque a doença não ocorre imediatamente após a infecção? O que conta para o período de infecção? Pode refletir o tempo necessário para o organismo multiplicar-se suficientemente Provavelmente se relaciona com o local do corpo A dose do agente infeccioso recebido no momento da infecção * Período de incubação Único avança médico associado à Peste Negra na Europa Quarentena Quanto tempo deveríamos isolar uma pessoa? É conveniente manter em quarentena – isolar – um paciente, como uma criança com catapora? * Diferentes doenças têm período de incubação diferentes. * Surto de Salmonella typhimurium * Surtos de doenças Alimentos contaminados Se o surto ocorreu em um grupo de pessoas que se alimentou desse alimento – exposição a um veículo comum O alimento pode ter sido servido só uma vez – exposição única Ou mais de uma vez – múltiplas exposições * Surtos de doenças Suprimento de água contaminado com esgoto em razão do vazamento de um cano Contaminação periódica – causando múltiplas exposições, como resultado na mudança nas pressões do sistema de suprimento Contaminação contínua – vazamento constante leva a uma contaminação persistente * Surtos de doenças O quadro epidemiológico varia se a exposição for única, múltipla ou contínua Foco: surto por exposição única, com veículo comum Características: é explosivo os casos são limitados às pessoas que compartilham a exposição comum * Determinantes do surto de doenças A quantidade de doença depende do equilíbrio entre os susceptíveis e os imunes O equilíbrio atinge algum lugar entre a imunidade e a susceptibilidade e, quando vai em direção à susceptibilidade, a possibilidade de um surto aumenta * Investigação de surtos Variáveis críticas na investigação de um surto: Quando ocorreu a exposição? Quando a doença começou? Qual foi o período de incubação? * Taxa de ataque Número de pessoas com risco que desenvolve certa doença Número total de pessoas com risco É útil na comparação do risco da doença em grupos com diferentes exposições Taxa de ataque específica por alimento Número de pessoas que ingeriram o alimento e ficaram doentes Número total de pessoas que ingeriram aquele alimento * Taxa de ataque Em geral o tempo não é explicitamente especificado em uma taxa de ataque Caso Primário – pessoa que adquire a doença após uma exposição Caso secundário – pessoa que adquire a doença após a exposição a um caso primário * Taxa de ataque Taxa de ataque secundária Taxa de ataque em pessoas suscetíveis que foram expostas a um caso primário Geralmente calculada em membros da família de um caso index Utilizada em doenças não infecciosas para avaliar a extensão em que uma doença se espalha entre os parentes de primeiro grau de uma caso index * Explorando a ocorrência da doença Quando quisermos investigar a ocorrência de uma doença devemos perguntar: Quem foi acometido pela doença? Quando a doença ocorreu? Onde os casos se iniciaram? * QUEM As características do homem são claramente relacionadas com o risco de doença Fatores como sexo, idade e raça possuem um efeito importante * Gonorréia, por sexo, Estados Unidos, 1960-1993. * Coqueluche, por idade, 1996. * Tuberculose: distribuição da frequência dos casos por idade, raça e etnia, Estados Unidos, 1993. * QUANDO Algumas doenças ocorrem com uma certa periodicidade: meningite asséptica tem um pico anual Outras vezes há um padrão sazonal: a diarréia é mais comum nos meses de verão e as doenças respiratórias no inverno O tempo também é abordado ao se examinar a tendência da doença no futuro * ONDE A doença não é distribuída aleatoriamente no tempo e no espaço * Febre maculosa das montanhas rochosas: casos relatados das regiões, 1993 * Número de casos de síndrome pulmonar causados por hantavírus, por estado, 1993-1997 * Investigação de surtos Pode ser: Dedutiva – raciocínio a partir de premissas ou proposições previamente provadas Indutiva – raciocínio a partir de casos particulares em direção a uma conclusão geral Ou uma combinação das duas * Investigação de surtos Importante: Determinar se o surto aconteceu de fato Definição da extensão da população sob risco Caracterização do agente * Investigação de surtos - etapas Definir a epidemia a) Definir o numerador (casos) - Características clínicas: a doença é conhecida? - Quais são seus aspectos sorológicos ou culturais? - As causas são parcialmente entendidas? b) Definir o denominador: qual a população de risco de desenvolver a doença? c) Calcular as taxas de ataque * Investigação de surtos - etapas 2. Examinar a distribuição dos casos seguindo: a) Tempo b) Local Observar as interações entre tempo e o local * Investigação de surtos - etapas 3. Procurar por combinações (interações) de variáveis relevantes 4. Desenvolver a hipótese baseada no seguinte: a) Conhecimento existente da doença b) Analogia com doenças de etiologia conhecida * Investigação de surtos - etapas 5. Testar a hipótese a) Análise posterior dos dados existentes b) Coletar dados adicionais 6. Recomendar medidas de controle a) Controle de um surto presente b) Prevenção de surtos similares no futuro * Tabulação cruzada Em agosto de 1974, um surto de faringite estreptocócica ß-hemolítica do grupo A afetou 325 de 690 internos de uma prisão. Em um questionário de 185 internos selecionados aleatoriamente, 47% relataram dor de garganta entre 16 e 22 de agosto. Um segundo questionário mostrou uma significativa associação entre dois itens alimentares e o risco de desenvolver dor de garganta: salada de ovos e bebida. * Tabela 1. Taxa de ataque específica por alimento para itens consumidos em 16 de agosto Comeram Não comeram Item Tx Tx Consumido Doente Total ataque Doente Total ataque p Bebida 179 264 67,8 22 50 44 <0,01 Salada de ovos 176 226 77,9 27 73 37 <0,001 * Tabela 2. Análise da tabela cruzada para a salada de ovos e bebida consumidos em 16 de agosto Comeram salada Não comeram salada Doente Bem Total Taxa Doente Bem Total Taxa Bebeu 152 49 201 75,6 19 53 72 26,4 Não bebeu 12 3 15 80,0 7 21 28 25,0 * Exercícios 1. Endemia significa uma doença que: Ocorre claramente além da expectativa normal Está habitualmente presente em populações humanas Apresenta uma relação sazonal É prevalente entre animais * As questões 2 e 3 são baseadas nas informações abaixo A primeira tabela mostra o número de pessoas que ingeriram um dos dois alimentos especificados, que possivelmente estava infectado com streptococos do grupo A. A segunda tabela mostra o número de pessoas doentes (com dor de garganta) que se alimentaram de várias combinações específicas de alimentos * Número total de pessoas que comeram cada combinação específica de alimento Comeram atum Não comeram atum Comeram ovos 75 100 Não comeram ovos 200 50 Número total de pessoas que comeram cada combinação específica de alimento e que ficaram doentes após Comeram atum Não comeram atum Comeram ovos 60 75 Não comeram ovos 70 15 * 2. Qual é o índice de ataque da dor de garganta nas pessoas que comeram salada de ovos e atum? 60/75 70/200 60/135 60/725 Nenhuma das anteriores * 3. De acordo com os resultados mostrados nas tabelas anteriores, quais dos seguintes alimentos (ou combinação) é (são) mais infeccioso(s)? Somente atum Somente ovos Nenhum dos dois Ambos Não pode ser calculado com os dados informados * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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