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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia Disciplina: Meio Ambiente e Sustentabilidade RESENHA Texto: O MITO DO PROGRESSO Um discurso filosófico de Walter Benjamim serve para construir a ideia sobre a abordagem sistêmica que Eduardo Dupas, autor do artigo “O Mito do Progresso”, utiliza para analisar e convencer sobre os componentes e interesses misturados acerca do conceito de melhorar a existência humana, denominado como progresso: “o sentido da história do progresso é fugir da celebração das rotas históricas de mão única escrita pelos vencedores e da inevitabilidade da vitória dos que triunfaram, assumindo a constatação essencial de que cada presente abre uma multiplicidade de futuros possíveis”. Dupas relata o processo histórico, econômico, político e social que desencadeou ao progresso e sobre as suas vertentes, e descreve o verdadeiro interesse entrelaçado a este, que beneficia e atende somente uma pequena parcela da sociedade, a elite dominante, que são os vencedores e que triunfam com vitória, como ilustra Benjamim. Por isso denomina-o como mito, pois há uma noção fantasiada de mudança que parte de um ponto de vista minoritário, tentando induzir melhorias no geral a sociedade. Mas há uma reflexão mais profunda acerca dessa temática que desencadeia consequências em relação ao rumo que se adotou e ao que se pode adotar se caso não forem analisados os riscos e custos de natureza social, ambiental e de sobrevivência da espécie e que consequências futuras isso pode causar. O autor discute também sobre a conduta pessoal do homem influenciada pelo contínuo avanço tecnológico, a falta da identidade e pensamentos originais não padronizados pelo pensamento único globalizante. O dilúvio da informação de tecnologia criou padrões de conhecimento e comportamento que aproximam o individuo de todos com extrema mobilidade e rapidez, pertencendo ao todo, mas não e ele mesmo. Este também gerou uma economia, associando o conhecimento como uma moeda de troca, redefinindo as categorias de trabalho, valor e capital, gerando mais problemas de desigualdades sociais, havendo depreciação da mão de obra trabalhista e agravando ainda mais os índices de pobreza. Uma questão atual e importante abordada por Dupas, também influenciada por interesse de uma minoria, é o extremo poder que o marketing empresarial tem de criar necessidades a grande massa populacional com valores e objetos (associando a aquisição destes bens com um status de felicidade), inovando-os numa velocidade que torne os produtos existente antiquado, gerando uma abundância de dejetos, havendo um imenso desperdício de matéria prima, esgotando os recursos naturais, degradando cada vez mais o meio ambiente. Com este modelo de produção global, há um progressivo aumento da degradação ambiental, ameaçando cada vez mais a humanidade. Eduardo Dupas sugere que uma das oportunidades de tentar mudar/evitar essas perigosas rotas do progresso,seria manter uma visão crítica sobre em que direção o progresso segue, sabendo separar os benefícios alcançados através do avanço tecnológico do seu discurso hegemônico.
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