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Sistema_linfático

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Interbio v.1 n.2 2007 - ISSN 1981-3775 13
SISTEMA LINFÁTICO: REVISÃO DE LITERATURA 
 
 
LYMPHATIC SYSTEM: LITERATURE REVIEW 
 
 
YAMATO, Ana Paula do Carmo Nantes 1
 
 
Resumo 
 
O sistema linfático representa uma via auxiliar ao sistema circulatório sangüíneo, cuja função é recolher o 
liquido intersticial que não retornou aos capilares sangüíneos. Além de recolher os líquidos intersticiais o sistema 
linfático executa um processo de filtragem dos líquidos reconduzindo-o ao sistema circulatório sangüíneo.A 
pesquisa teve como objetivo principal esclarecer, de forma profunda, toda a fisiologia e a anatomia do sistema 
linfático, visando o conhecimento abrangente de suas funções para o organismo como um todo. Visto que 
atualmente, as características essenciais da função linfática estão estabelecidas, ainda que muitos aspectos, 
sobretudo as funções ganglionares e seu papel nas reações imunológicas encontrem-se relativamente pouco 
elucidados.Diante dos resultados apresentados, através da pesquisa bibliográfica, torna-se importante dar atenção 
especial ao estudo do sistema linfático e suas funções, características, estruturas que o compõe e patologias 
associadas, com a finalidade de prevenir os eventos patológicos relacionados ao sistema linfático ou tentar inibir 
patologias agregadas, como varizes, telangectasias, assim tentando melhorar o funcionamento desse sistema. 
Portanto, diminuindo os possíveis riscos de desenvolvimento de alterações patológicas do sistema linfático. 
 
Palavras-chave: sistema linfático, linfa, linfáticos, edema. 
 
 
 
Abstract 
 
The Lymphatic system represents a assistant way for circulatory system, whose function is collect the interstitial 
liquid what didn´t get back to sanguineous capillaries. In addition of collect the interstitial liquid, the lymphatic 
system executes a liquid filtering process and lead backing it to blood circulatory system.The research had for 
main objective to clarify, in deeply form, all physiology and the anatomy of lymphatic system, aiming at the 
knowledge including of its functions for the organism as all.Seeing actually, the essential characteristics of 
lymphatic function are established, despite in many aspects, over all ganglion functions and your function in 
immunological relations is found relatively in low elucidates.In front at the results presented, through the 
bibliographic research, become important give a special attention in study of lymphatic system and its functions, 
characteristics, structures what compound it and associated pathologies, with finality of prevent the pathological 
events related with lymphatic system ore try to inhibit added pathologies, as varices, telangectasia, trying to 
improve the functioning of this system, therefore, reducing the possible risks of development of pathological 
alterations in lymphatic system. 
 
 
Key-Words: lymphatic system, lymph, lymphatic, edema. 
 
 
 
 
 
 
1 Tecnóloga em Estética e Cosmetologia. Pós-graduanda em Metodologia do ensino superior no Centro 
Universitário da Grande Dourados – Unigran/MS. E-mail: paulanantes@yahoo.com.br/ 
paula_yamato@hotmail.com. 
YAMATO, Ana Paula do Carmo Nantes 
Interbio v.1 n.2 2007 - ISSN 1981-3775 14
Introdução 
 
O sistema linfático tem sua origem 
embrionária no mesoderma, desenvolvendo-
se junto aos vasos sanguíneos. Durante a 
vida intra-uterina, algumas modificações no 
desenvolvimento embrionário podem 
constituir características morfológicas 
pessoais, que variam entre os indivíduos 
(GARRIDO, 2000). O sistema linfático 
representa uma via auxiliar de drenagem do 
sistema venoso. Os líquidos provenientes do 
interstício são devolvidos ao sangue através 
da circulação linfática, que está intimamente 
ligada à circulação sanguínea e aos líquidos 
teciduais. (RIBEIRO, 2004). 
De acordo Guirro e Guirro (2004), o 
sistema linfático se assemelha ao sanguíneo, 
porém, existem diferenças entre esses dois 
sistemas, como ausência de um órgão 
bombeador no sistema linfático, além deste 
ser microvasculotissular. As artérias e veias 
do sistema de vasos sanguíneos formam 
uma circulação completa ou fechada, que é 
impulsionada pelo coração. O sistema de 
vasos linfáticos forma apenas uma meia 
circulação que se inicia cegamente no tecido 
conjuntivo e desemboca pouco antes do 
coração, nas veias. O fluxo linfático é 
impelido principalmente pela contração dos 
linfangions e também através das atividades 
musculares (HERPERTZ, 2006). 
O sistema linfático consiste de uma 
extensa rede de capilares e amplos vasos 
coletores, linfonodos e órgãos linfóides 
(linfonodo, tonsilas, baço e timo) (SPENCE, 
1991). 
O presente artigo tem como objetivo 
abordar o tema de forma a esclarecer 
questões anatômicas e fisiológicas das 
estruturas que compõem o sistema 
linfático, além de patologias relacionadas 
com esse sistema. 
 
Estrutura do sistema linfático 
 
A linfa 
 
Segundo Ribeiro (2004), a linfa 
representa um tecido imunológico circulante 
que transporta uma grande quantidade de 
leucócitos, predominando quase que 
exclusivamente os linfócitos. As vias 
linfáticas são constituídas por capilares 
linfáticos, vasos linfáticos e troncos 
linfáticos. 
A linfa desempenha importante papel 
no transporte de substâncias no organismo, 
ajuda a eliminar o excesso de líquido e 
produtos que deixaram a corrente sangüínea, 
tendo ação imunológica, isto é, a linfa é rica 
em anticorpos. Quando o sistema 
circulatório e/ou linfático não cumpre 
corretamente suas funções, o corpo fica 
sobrecarregado por excesso de líquido que 
não consegue absorver. Na maioria dos 
casos, esse fenômeno se traduz por sintomas 
como celulite, retenção de líquidos, peso nas 
pernas e aparecimento de edema, mais 
conhecido como linfedema. (CUNHA E 
BORDINHON, 2004). 
 
Transporte da linfa 
 
Contração dos músculos vizinhos: O 
aumento da pressão força uma maior 
quantidade de líquido para dentro dos 
capilares linfáticos, modificando a pressão 
interna do capilar, desencadeando uma 
seqüência de contrações, que também serão 
transmitidas para segmentos subseqüentes. 
A intensa atividade muscular eleva também 
a temperatura da região, levando a um 
aumento das contrações da musculatura lisa 
dos capilares linfáticos. A ação do 
diafragma sobre o transporte da linfa: A 
respiração provoca uma mudança de pressão 
na caixa torácica; onde na inspiração, esta se 
dilata e seu volume aumenta 
consideravelmente pela descida do 
diafragma, mudanças pelas quais estão 
acompanhadas por uma pressão negativa em 
relação à pressão atmosférica. Assim o 
vácuo parcial que se forma na caixa torácica 
não somente impele o ar para dentro dos 
pulmões, como também facilita o avanço do 
fluxo linfático. A pulsação das grandes 
artérias: Os vasos linfáticos se encontram 
YAMATO, Ana Paula do Carmo Nantes 
Interbio v.1 n.2 2007 15
quase sempre nas proximidades dos vasos 
sangüíneos, de modo que a pulsação das 
grandes artérias repercute também nos vasos 
linfáticos, fatos este coadjuvante na 
motricidade dos vasos linfáticos (CUNHA E 
BORDINHON, 2004). 
 
Vias Linfáticas 
 
As vias linfáticas são compostas de 
capilares, vasos e troncos. Os capilares 
apresentam-se sob forma de fundo cego, isto 
é, são fechados com suas extremidades 
ligeiramente dilatadas sob forma de 
pequenos bulbos. Os capilares linfáticos não 
são reconhecíveis em cortes histológicos da 
pele, nem mesmo por meio de 
lingangiografia (GUIRRO E GUIRRO, 
2002). 
Os capilares linfáticos dispostos em 
forma de redes fechadas espalham-se por 
todo corpo, dando origem aos vasos 
linfáticos. Os vasos linfáticos por sua vez 
possuem propriedades físicas de 
alongamento e contratilidade. Possuem 
também em seu lume, ao contrario dos 
capilares linfáticos,válvulas que permitem a 
passagem da linfa e impedem seu refluxo 
(RIBEIRO, 2004). 
Os vasos linfáticos são distribuídos na 
seguinte subdivisão: linfáticos iniciais, pré-
coletores, coletores e ducto torácico. Os 
linfáticos iniciais se iniciam como pequenos 
tubos em forma de dedo ou em forma de 
laço e aparecem fechados para o interstício. 
Os linfáticos iniciais não possuem válvulas 
como os demais, somente pregas endoteliais 
salientes no lúmem capilar. Os vasos 
linfáticos iniciais são compostos por um 
cilindro de células endoteliais (túnica 
intima), esses vasos se diferenciam dos 
capilares sangüíneos por: um lúmem maior e 
mais regular que os dos capilares 
sangüíneos; um endotélio dotado de um 
citoplasma tênue, exceto na região 
perinuclear; uma membrana basal 
interrompida; um grande número de 
conexões celulares endoteliais (LEDUC E 
LEDUC, 2000). 
Os vasos pré-coletores, além de 
apresentarem a estrutura dos capilares, são 
envolvidos internamente por tecido 
conjuntivo, elementos elásticos e 
musculares. Estes segmentos valvulados 
possibilitam a contração e a distensão destes 
vasos (GUIRRO E GUIRRO, 2002). 
Os coletores são vasos onde 
desembocam os pré-coletores. Estes são 
mais ricos em válvulas que as veias, o que 
lhes confere um aspecto de colar de pérolas 
(linfografia). Os coletores retiram a linfa de 
zonas da pele em formato de tiras. Tal como 
as artérias importantes e as grandes veias, os 
coletores linfáticos se compõem de três 
camadas diferentes: Túnica intima - camada 
mais interna onde há fibras elásticas 
dispostas longitudinalmente; Túnica média - 
compõe a maior parte da parede do coletor, 
formada por musculatura lisa arranjada em 
forma espiral, seguindo a contratilidade dos 
vasos; Túnica adventícia - é a mais externa e 
espessa de todas, formada por fibras de 
colágeno dispostas longitudinalmente, entre 
as quais existem fibras elásticas e feixes de 
musculatura longitudinal (LEDUC E 
LEDUC, 2000; GUIRRO E GUIRRO. 
2002) 
Os troncos linfáticos são: o ducto 
torácico e o ducto linfático direito e 
esquerdo, sendo o maior vaso linfático o 
ducto torácico (HERPERTZ, 2006). 
O ducto torácico recebe a linfa dos 
membros inferiores e dos órgãos 
abdominais. Dirige-se na direção pescoço–
diafragma, sobe pelo tórax adiante da coluna 
vertebral, na altura da clavícula faz uma 
curva para o lado esquerdo, passando 
próximo à artéria carótida esquerda, do 
nervo vago e da veia jugular interna, inclina-
se para baixo para desembocar no ângulo 
venoso esquerdo (junção da veia subclávia 
esquerda com a veia jugular esquerda) e 
recebe a linfa do ducto linfático esquerdo. O 
ducto esquerdo é formado pela junção do 
tronco jugular esquerdo, que traz a linfa da 
parte esquerda da cabeça, com o tronco 
subclávio esquerdo, provindo do braço 
esquerdo. Os dois troncos reúnem-se pouco 
antes de penetrarem no ducto torácico. O 
YAMATO, Ana Paula do Carmo Nantes 
Interbio v.1 n.2 2007 16
ducto direito consiste na junção do tronco 
jugular direito com os troncos subclávio 
direito e branco mediastinal ascendente (que 
traz a linfa da parte superior do tórax direito. 
A junção dos três troncos dá-se próximo à 
clavícula) (CUNHA E BORDINHON, 
2004). 
 
Tecidos linfóides 
 
Os tecidos linfóides são os linfonodos, 
o baço, timo e amídalas. Tais órgãos não 
possuem associação direta com os vasos do 
sistema linfático ou com a linfa, mas fazem 
parte do sistema imune do organismo 
(SPENCE, 1991). 
Conforme Gardner (1988), a produção 
de linfócitos é a principal função dos tecidos 
linfóides e órgãos linfáticos. Os linfócitos 
têm importante papel no desenvolvimento 
das resposta imunológicas, produção de 
anticorpos e reações imunes. A ação dos 
tecidos linfáticos servindo como filtros em 
certas condições patológicas deram origem a 
teoria de barreira, segundo a qual esses 
tecidos desempenham importante papel nos 
mecanismos de defesa do corpo. Partículas 
inertes, como o carbono, bactérias, vírus, 
células cancerosas e hemácias são retidas 
nos tecidos linfáticos. Os tecidos linfáticos, 
no entanto, só são barreiras até certo ponto, 
pois os seus vasos aferentes podem permitir 
a disseminação de infecções e neoplasias 
malignas para outros órgãos e tecidos. 
 
Linfonodo 
 
Os linfonodos são também conhecidos 
como gânglios linfáticos ou nodos linfáticos. 
Porém essa terminologia está incorreta, pois 
a terminologia gânglio é restrita a estruturas 
do sistema nervoso. São formações que se 
dispõe ao longo dos vasos do sistema 
linfático em número de 600 a 700 nódulos 
em todo o organismo. São importantes 
órgãos filtradores e estão envoltos por uma 
cápsula fibrosa e apresentam em seu interior 
septos conjuntivos que os dividem em lobos. 
Os vasos que chegam aos linfonodos 
(linfáticos aferentes) são mais numerosos e 
mais finos do que os que saem (linfáticos 
eferentes) e é por esse motivo que o fluxo 
nessa região é lento. Há grupos de 
linfonodos na axila, virilha, pescoço, perna, 
bem como em várias regiões profundas do 
corpo (GUIRRO E GUIRRO, 2002). 
De acordo Di Dio (1999), os 
linfonodos da pelve são de diversos 
tamanhos, número e localização, sendo 
quatro grupos principais localizados ou 
próximos da pelve, recebendo a maior parte 
dos vasos linfáticos. Os linfonodos dessa 
região são nomeados de acordo com as 
artérias com as quais se associam, porém a 
divisão em grupos definitivos é algo 
arbitrário. Além desses linfonodos, 
pequenos outros se localizam no tecido 
conectivo ao longo da via de passagem de 
vários ramos da artéria ilíaca interna. 
 
Baço, Timo e Tonsilas 
 
O baço é um órgão linfóide situado no 
lado esquerdo da cavidade abdominal, junto 
ao diafragma, ao nível das 9a, 10a e 11a 
costelas. Apresenta duas faces distintas, uma 
relacionada com o diafragma (face 
diafragmática) e outra voltada para as 
vísceras abdominais (face visceral). Na face 
visceral localiza-se o hilo do baço, por onde 
penetram vasos e nervos (DANGELO E 
FATTINI, 1998). Já o Timo é uma massa 
bilobada de tecido linfóide localizada abaixo 
do esterno, na região do mediastino anterior. 
Ele aumenta de tamanho durante a infância, 
quando então começa a atrofiar-se 
lentamente, diminuindo após a puberdade. 
No adulto ele pode ser inteiramente 
substituído por tecido adiposo. O timo 
confere a determinados linfócitos a 
capacidade de se diferenciarem e maturarem 
em células que podem efetuar o processo de 
imunidade mediada por células. Há certas 
evidências de que o tio também produz um 
hormônio que pode continuar a influenciar 
os linfócitos após eles terem deixado a 
glândula. E por fim as Tonsilas que são 
massas pequenas de tecido linfóide incluídas 
da mucosa de revestimento das cavidades 
bucal e faríngea. As tonsilas palatinas estão 
YAMATO, Ana Paula do Carmo Nantes 
Interbio v.1 n.2 2007 17
localizadas na parede póstero-lateral da 
garganta, uma em cada lado. As tonsilas 
faríngeas se localizam na parte nasal da 
faringe. As tonsilas linguais estão 
localizadas na face dorsal da língua, 
próxima a sua base. Compostas por tecido 
linfóide e circundando a união das vias 
bucal e nasal, as tonsilas desempenham 
papel adicional contra invasão bacteriana 
(SPENCE, 1991) 
 
Funções do sistema linfático 
 
Segundo Spence (1991), o sistema 
linfático possui várias funções importantes, 
como: destruição de bactérias e substâncias 
estranhas, que são removidas da linfa 
através dos fagócitos presentes nos 
linfonodos. Respostas imunes específicas à 
presença de bactérias ou substâncias 
estranhas, com a produção de anticorpos que 
destroem as substâncias invasoras. Retorno 
do líquido intersticial para corrente 
sangüínea, através dos capilares que estão 
primariamente envolvidos com a coleta do 
plasma dos espaços tissulares eo transporte 
desse plasma o sistema venoso. No seu 
caminho a linfa passa através dos linfonodos 
onde partículas são eliminadas por 
fagócitos, prevenindo desse modo que essas 
partículas entrem pelo sangue (MOORE, 
1994). 
Quase todos os tecidos do corpo têm 
canais linfáticos que drenam o excesso de 
liquido diretamente dos espaços intersticiais. 
As exceções incluem as porções superficiais 
da pele, o sistema nervoso central, o 
endomísio dos músculos e os ossos. O 
sistema linfático pode transportar proteínas 
e material particulado grande para fora dos 
espaços teciduais, função que os capilares 
sanguíneos não teriam capacidade de 
realizar. Esse retorno das proteínas é função 
essencial (GUYTON E HALL, 2002). 
 
Formação da linfa 
 
A água carregada de elementos 
nutritivos, sais minerais e vitaminas deixam 
a luz do capilar arterial, chega ao meio 
intersticial e banha as células. Estas retiram 
desse liquido os elementos necessários a seu 
metabolismo e eliminam os produtos de 
degradação celular. Em seguida, o líquido 
intersticial é retomado pela rede de capilares 
venosos (LEDUC E LEDUC, 2000). 
Segundo Guyton e Hall (2002), a linfa 
deriva do líquido intersticial que flui para os 
linfáticos. Dessa forma, logo que entra nos 
linfáticos terminais, a linfa tem quase a 
mesma composição do líquido intersticial. 
Cerca de 100 mililitros de linfa fluem por 
hora pelo canal torácico no humano em 
repouso, e aproximadamente outros 20 
mililitros fluem para circulação a cada hora 
através de outros canais, perfazendo o total 
de intensidade de fluxo de linfa estimado em 
cerca de 120 mL/h, isto é, 2 a 3 litros por 
dia. A intensidade do fluxo da linfa é 
determinada pelo produto da pressão do 
líquido intersticial pela atividade da bomba 
linfática. 
Segundo Camargo (2000) O 
mecanismo de formação da linfa envolve, 
então, três processos muito dinâmicos e 
simultâneos: a ultra-filtração que é o 
movimento de saída de H2O, O2 e nutrientes 
do interior do capilar arterial para o 
interstício, ocorrendo pela Pressão 
Hidrostática positiva no capilar arterial e a 
Pressão Hidrostática negativa ao nível do 
interstício. Já a absorção venosa é o 
movimento de entrada de H2O, CO2, 
pequenas moléculas e catabólitos do 
interstício para o interior do capilar venoso, 
ocorrendo por difusão, quando a pressão 
intersticial é maior do que a existente no 
capilar venoso. A absorção linfática é o 
início da circulação linfática, determinada 
pela entrada do líquido intersticial, com 
proteínas de alto peso molecular e pequenas 
células no interior do capilar linfático 
inicial, que ocorre quando a pressão é 
positiva e os filamentos de proteção abrem 
as micro-válvulas endoteliais da parede do 
capilar linfático. Este começa a ser 
preenchido pelo líquido intersticial e quando 
é preenchido ao máximo, as microválvulas 
se fecham iniciando a propulsão da linfa 
através dos pré-coletores e coletores. 
YAMATO, Ana Paula do Carmo Nantes 
Interbio v.1 n.2 2007 18
Circulação linfática 
 
Os capilares linfáticos são dotados de 
alta permeabilidade, permitindo a passagem 
de proteínas, cristalóides e água. O fluxo da 
linfa é relativamente lento; 
aproximadamente três litros de linfa 
penetram no sistema cardiovascular em 24 
horas. Esse fluxo é lento porque, ao 
contrário do sistema cardiovascular, o 
sistema linfático para fluir depende de 
forças externas e internas ao organismo, tais 
como: a gravidade, os movimentos passivos, 
a massagem e/ou a contração muscular, a 
pulsação das artérias próximas aos vasos, o 
peristaltismo visceral e os movimentos 
respiratórios. A linfa absorvida nos capilares 
linfáticos é transportada para os vasos pré-
coletores, passando através de vários 
linfonodos, sendo aí filtrada e recolocada na 
circulação até atingir os vasos sanguíneos. 
Toda linfa do organismo acaba retornado ao 
sistema vascular sanguíneo através de dois 
grandes troncos: o ducto torácico e ducto 
linfático direito (GUIRRO E GUIRRO, 
2002). 
 
Fisiologia das Vias linfáticas 
 
Os capilares linfáticos, pré-coletores e 
coletores 
 
Os capilares linfáticos possuem um 
endotélio mais delgado em relação ao 
sanguíneo. Suas células endoteliais 
sobrepõem-se em escamas, formando 
microválvulas que se tornam pérvias, 
permitindo sua abertura ou fechamento 
conforme o relaxamento ou a contração dos 
filamentos de proteção. Quando tracionados 
os filamentos permitem a penetração de 
água, partículas, pequenas células e 
moléculas de proteínas no interior do 
capilar, iniciando então a formação da linfa 
(GARRIDO, 2000). 
Segundo Leduc e Leduc (2000) os 
capilares linfáticos constituem a rede de 
absorção que coletam o líquido da filtragem 
carregada de dejetos do metabolismo 
celular. Os capilares ou linfáticos iniciais 
são valvulados. Eles encontram-se dispostos 
em dedos de luvas, isto é, num sistema 
tubular fechado. A progressão da linfa no 
nível dos capilares é facilitada por pressões 
exercidas pelas concentrações dos músculos 
vizinhos e pela pulsação arterial. As 
mobilizações de diversos planos tissulares 
entre si, durante movimentos do corpo, 
favorecem a progressão da corrente 
linfática. Enfim, as pressões líquidas e 
tissulares têm um papel discreto, mas 
essencial, na manutenção da corrente 
linfática. 
Os vasos pré-coletores possuem uma 
estrutura bastante semelhante ao capilar 
linfático, sendo o endotélio coberto 
internamente por tecido conjuntivo, onde, 
em alguns pontos se prolongam juntamente 
com as células epiteliais, formando as 
válvulas que direcionam o fluxo da linfa. 
Suas estruturas são fortalecidas por fibras 
colágenas, e através de elementos elásticos e 
musculares, possuem também as 
propriedades de alongamento e 
contratilidade (CAMARGO, 2000). 
Os coletores recebem a linfa para levá-
la até os gânglios, os coletores são munidos 
de musculatura própria que submete os 
vasos a contrações espetaculares, enviando a 
linfa pouco a pouco em direção a uma 
desembocadura terminal. A respiração 
favorece o retorno da linfa no canal torácico. 
Os movimentos de inspiração e de expiração 
produzem aumentos de pressões seguidos de 
diminuições que atuam sobre a caixa 
torácica, facilitam o trânsito linfático até a 
sua desembocadura venosa (LEDUC E 
LEDUC, 2000). 
 
Edema 
 
O estado de equilíbrio é atingido 
quando as vias de drenagem são suficientes 
para evacuar o líquido trazido pela 
filtragem. Ocorre uma constante renovação 
do líquido intersticial na qual as células do 
corpo podem retirar os elementos 
necessários ao seu metabolismo. Se não 
houver interrupção não ocorrerá o edema. 
Quando o aporte de líquido filtrado se torna 
YAMATO, Ana Paula do Carmo Nantes 
Interbio v.1 n.2 2007 19
mais importante e o sistema de drenagem 
não aumenta sua atividade, em conseqüência 
ocorre um desequilíbrio entre a filtragem e a 
sua eliminação causando um acúmulo de 
líquidos nos tecidos, a pressão intratecidual 
aumenta e a pele distende (LEDUC E 
LEDUC, 2000). 
O líquido que se acumula nos espaços 
entre as células é chamado de líquido 
intersticial, ou líquido tecidual. Sob 
condições normais uma pequena quantidade 
desse líquido tende a deixar os capilares do 
sistema cardiovascular, mais do que a eles 
retorna. As proteínas plasmáticas não 
atravessam facialmente as paredes dos 
capilares; todavia, como a porção líquida do 
sangue se desloca parta os espaços 
intercelulares, ela carrega uma pequena 
quantidade de proteínas plasmáticas. Se esse 
líquido e as proteínas plasmáticas se 
acumulam, os tecidos incham, produzindo 
uma condição denominada edema 
(SPENCE, 1991). 
Conforme Guirro e Guirro (2002), o 
termo edema refere-se ao acumulo de 
quantidades anormais de liquido nos 
espaços intersticiais ou nas cavidades do 
organismo.O edema é conseqüência de um 
aumento nas forças que tendem a mover os 
fluidos do compartimento intravascular ao 
intersticial. 
Segundo Leduc e Leduc (2000), 
existem dois tipos de edema, um de origem 
vascular e outro de origem linfática. 
Cinicamente o edema de origem vascular 
apresenta o sinal de Cacifo, onde uma 
pressão aplicada com o dedo o deprime e 
após a supressão desta região a depressão 
persiste. Já o edema linfático é totalmente 
diferente o vascular e aparece quando a rede 
de evacuação é insuficiente, enquanto o 
aporte por filtragem é normal. Segundo 
Guirro e Guirro (2002), as causas do edema 
são: Aumento da pressão capilar: retenção 
renal excessiva de sal e água; pressão 
venosa elevada; diminuição da resistência 
arteriolar; Diminuição da pressão oncótica 
do plasma: perda de proteínas na urina; 
perda de proteínas a partir da pele; 
incapacidade de produzir proteínas; 
Aumento da permeabilidade capilar: reações 
imunes; toxinas; infecções bacterianas; 
deficiências vitamínicas; isquemia 
prolongada; queimaduras; Bloqueio de 
captação e retorno linfático: bloqueio dos 
linfonodos por neoplasia; bloqueio dos 
linfonodos por infecção; ausência congênita 
ou anormalidade dos vasos. 
 
Conclusões 
 
O sistema linfático é um tema que vem 
sendo discutido sob diferentes abordagens, 
como: sua relação com as neoplasias, no 
pós-operatório ou até mesmo no organismo 
sadio. Desde o século XVII, quando os 
vasos linfáticos e o sistema linfático foram 
reconhecidos começaram as pesquisas nesse 
assunto, com o intuito de divulgar mais 
sobre o assunto e principalmente enfocar a 
importância do sistema linfático no 
funcionamento geral do organismo. Assim o 
sistema linfático que antes vinha sendo 
considerado apenas um sistema paralelo ao 
sistema circulatório sanguíneo, passou a ser 
valorizado e reconhecido como auxiliar do 
sistema sanguíneo e imunológico. 
 
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