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Técnicas de Assentamento de Alvenaria

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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI 
LINDOALDO DEODATO DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS PARA 
ASSENTAMENTO DE ALVENARIA DE VEDAÇÃO E 
ESTRUTURAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo, 
2007 
ii 
 
ii
ii
LINDOALDO DEODATO DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS PARA 
ASSENTAMENTO DE ALVENARIA DE VEDAÇÃO E 
ESTRUTURAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como exigência parcial para 
obtenção do título de Graduação do 
Curso de Engenharia civil da 
Universidade Anhembi Morumbi 
 
 
 
 
Orientador: Prof. Eng. Fernando José Relvas 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2007 
iii 
 
ii
LINDOALDO DEODATO DA SILVA 
 
 
TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS PARA 
ASSENTAMENTO DE ALVENARIA DE VEDAÇÃO E 
ESTRUTURAL 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como exigência parcial para 
obtenção do título de Graduação do 
Curso de Engenharia civil da 
Universidade Anhembi Morumbi
 
 
Trabalho _________________ em: ____de______________de 2007. 
 
 __________________________________________ 
 Nome do Orientador 
 __________________________________________ 
 Nome do professor da banca 
 
Comentários: 
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_________________________________________________ 
 iv 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 v 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Acima de tudo agradeço a Deus senhor de todo o universo e responsável, por minha 
saúde e sanidade mental, que me proporcional essa oportunidade única de formação 
acadêmica. Agradeço a todos que colaboraram para tornar este trabalho real, as 
empresas Tecno Logys responsável pela alvenaria de vedação e seus colaboradores, a 
Ferraro responsável pela alvenaria estrutural e toda sua equipe que me ajudaram com 
prazer e sem restrições. 
 
Agradeço a todos os mestres da universidade pelo conhecimento adquirido nesses anos 
de universidade e pela dedicação dispensada à todos os alunos. 
 
E por fim agradeço a minha família que me apoiou nessa empreitada longa e difícil e que 
esteve ao meu lado todo esse tempo auxiliando emocionalmente nas horas mais dificies. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 vi 
 
RESUMO 
 
 
Este trabalho busca apresentar maneiras adequadas para execução de alvenaria de 
vedação e estrutural, maneiras essas que são fundamentais para o bom desempenho de 
qualquer dos produtos acima citados e que a falta de técnicas baseadas na engenharia o 
torna de menor qualidade. De acordo com o que foi pesquisado, exercendo técnicas 
corretas de execução se consegue uma alvenaria com ótimo desempenho, e 
racionalização de todo processo executivo seja ela estrutural ou simplesmente de 
vedação. Na alvenaria estrutural o controle das técnicas aplicadas em sua execução se 
torna primordial, pois ela é a principal responsável por sustentar a edificação, já na 
alvenaria de vedação um processo racionalizado de execução se faz necessário para um 
aumento na produtividade e para que se possa atingir níveis de excelência melhores que 
os atuais.As alvenarias de acordo com as pesquisas realizadas foram divididas em sub-
etapas de execução para um melhor controle da técnica e melhor aproveitamento de 
cada etapa, os equipamentos utilizados são iguais para ambos os tipos de alvenaria e as 
técnicas de execução tem pequenas diferenças que estão relatadas no trabalho a seguir. 
 
Palavras Chave: alvenaria, vedação, estrutural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 vii 
 
ABSTRACT 
 
 
This paper seeks to present appropriate ways of sealing performance of masonry and 
structural, ways which are fundamental to the performance of any of the products 
mentioned above and that the lack of techniques based engineering makes it of less 
quality. According to what was searched, acting techniques correct for implementation is 
to establish masonry with great performance, and streamlining of all proceedings 
executive whether structural or simply seals. In masonry structural control techniques 
applied in its implementation becomes paramount, because it is primarily responsible for 
maintaining the building because of the masonry fence streamlined a process of 
implementation is necessary for an increase in productivity and that we can achieve 
levels of excellence better than the current. The masonry according to the surveys 
conducted were divided into sub-stages of implementation for better control of technology 
and better use of each stage, the equipment used are the same for both types of masonry 
and techniques for applying is small differences that are reported in the work below. 
 
Key Worlds: masonry, seals, structural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 viii 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 5.1 : Equipamentos utilizados na alvenaria de vedação ....................................... 11 
Figura 5.2 : Marcação de 1º fiada para alvenaria de vedação......................................... 13 
Figura 5.3 : Detalhe do bloco e cordão de argamassa para assentamento..................... 15 
Figura 5.4 : Alvenaria de vedação executada com contra vergas.................................... 16 
Figura 5.5 : Detalhe do encunhamento recém executado ............................................... 17 
Figura 6.1 : Torre da obra escolhida para estudo de caso............................................... 27 
Figura 6.2 : Localização exata do empreendimento para estudo de caso ....................... 28 
Figura 6.3 : Mapa do local ............................................................................................... 29 
Figura 6.4 : Dosador para areia ....................................................................................... 32 
Figura 6.5 : Cal 5,5 kg.......................................................................................................33 
Figura 6.6 : Projeto de marcação eixos ........................................................................... 35 
Figura 6.7 : Projeto de elevação ...................................................................................... 38 
Figura 6.8 : Prumada de água / esgoto, não executada alvenaria de vedação ............... 39 
Figura 6.9 : Prumada de água executada pós alvenaria de vedação .............................. 40 
Figura 6.10 : Armazenamento de blocos para alvenaria estrutural.................................. 42 
Figura 6.11 : Detalhe da marcação e pontos de grauteamento ....................................... 43 
Figura 6.12 : Detalhe da canaleta na última fiada............................................................ 44 
Figura 6.13 : Detalhe da canaleta nos vãos de janelas ................................................... 45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ix 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A. 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas 
NBR – Norma Brasileira Regulamentadora 
m2 - Metro quadrado 
cm - Centímetros 
MPa - Mega Pascal 
CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano 
mm - Milímetros 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 x 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................12 OBJETIVOS .............................................................................................3 
2.1 Objetivo Geral ........................................................................................... 3 
2.2 Objetivo Específico ................................................................................... 3 
3 MÉTODO DE PESQUISA ........................................................................4 
4 JUSTIFICATIVA .......................................................................................5 
5 TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS PARA ASSENTAMENTO DE 
ALVENARIA DE VEDAÇÃO E ESTRUTURAL ..............................................6 
5.1 Alvenaria de vedação vertical ................................................................... 6 
5.1.1 Materiais............................................................................................. 7 
5.1.1.1 Argamassa de assentamento....................................................... 8 
5.1.1.2 Blocos .......................................................................................... 9 
5.1.2 Equipamentos................................................................................... 10 
5.1.3 Execução.......................................................................................... 11 
5.1.3.1 Marcação ................................................................................... 12 
5.1.3.2 Assentamento ............................................................................ 14 
5.1.3.3 Encunhamento........................................................................... 16 
5.2 Alvenaria estrutural ................................................................................. 19 
5.2.1 Materiais........................................................................................... 20 
5.2.1.1 Argamassa de assentamento..................................................... 21 
5.2.1.2 Blocos ........................................................................................ 21 
5.2.1.3 Graute........................................................................................ 22 
5.2.1.4 Armadura ................................................................................... 22 
5.2.2 Execução.......................................................................................... 23 
5.2.2.1 Marcação ................................................................................... 24 
5.2.2.2 Assentamento ............................................................................ 24 
5.2.2.3 Grauteamento ............................................................................ 25 
6 ESTUDO DE CASO ...............................................................................27 
6.1 Apresentação.......................................................................................... 27 
6.1.1 Localização das obras ...................................................................... 28 
 xi 
 
6.2 Alvenaria de vedação.............................................................................. 29 
6.2.1 Projeto .............................................................................................. 30 
6.2.2 Material Utilizado .............................................................................. 31 
6.2.2.1 Bloco.......................................................................................... 31 
6.2.2.2 Argamassa................................................................................. 32 
6.2.2.3 Vergas e contra-vergas.............................................................. 34 
6.2.2.4 A execução ................................................................................ 34 
6.3 Alvenaria estrutural ................................................................................. 41 
6.2.1 Materiais ............................................................................................ 41 
6.2.1 Execução da alvenaria estrutural...................................................... 42 
 
7 CONCLUSÕES ......................................................................................47 
8 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS.......................................................49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
A construção civil desde os primeiros passos da humanidade vem sendo de fundamental 
importância para a evolução das civilizações. Ela passou à ser necessária quando o 
homem ao dominar a agricultura e a criação de animais precisava de um local fixo e 
seguro para servir de abrigo, surgiram assim as primeiras casas, algumas feitas de 
pedaços de madeira, outras com couros de animais e cobertas com folhas de arvores. 
 
Com o passar do tempo os abrigos evoluíram e o homem passou a utilizar o barro como 
peça principal na construção de suas casas. Esse seria o surgimento do tijolo e por 
conseqüência da alvenaria. 
 
As civilizações foram crescendo e com elas seus povoados, e pela falta de espaço em 
alguns locais se fez necessário à construção de casas umas em cima das outras 
começava assim a verticalização das construções. Por algumas centenas de anos esse 
método construtivo atendeu as necessidades do homem. 
 
A alvenaria utilizada nas casas e construções da antiguidade incorporava conceitos 
estruturais e de vedação, isso foi mantido até o surgimento de um novo material, esse 
material foi o concreto que por apresentar maior resistência foi responsável por 
edificações de alturas antes nunca imaginadas, e a alvenaria passou a ser dividida em 
vedação e estrutural, e deixou de ter papel principal passando a ser coadjuvante no 
processo construtivo. 
 
Mesmo com esse papel secundário a alvenaria de vedação é de grande importância para 
a construção civil, e este trabalho vem apresentar orientações baseadas em processos 
construtivos e normas orientadoras que tornam a execução da mesma mais racional e 
engenhosa, gerando aumentos de produtividade e qualidade. 
 
 
 
2
Para a alvenaria estrutural a necessidade da qualidade na execução é ainda maior já que 
ela além de vedar é responsável por resistir à grandes cargas de compressão, e uma má 
execução pode por à perder todo o processo que envolve a construção de uma 
edificação com alvenaria estrutural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3
2 OBJETIVOS 
 
 
Este trabalho aborda as técnicas necessárias para a execução de forma adequada da 
alvenaria de vedação e alvenaria estrutural, de acordo com técnicas existentes. 
 
 
2.1 Objetivo Geral 
 
 
Demonstrar através da engenharia a necessidade de uma execução correta da alvenaria, 
e desempenhar o papel de balizador da mão de obra, qualificando-a e por conseqüência 
diminuindo anomalias provenientes da má execução, gerando uma maior qualidade no 
produto final no canteiro. 
 
 
2.2 Objetivo Específico 
 
 
O objetivo específico deste trabalho é salientar a importância do método empregado na 
execução da alvenaria de vedação e estrutural desde a locação de eixos e medidas até 
sua ultima etapa o encunhamento, orientando sobre prazos técnicos necessários para 
cada item de execução, gerando assim um método de trabalho otimizado, na tentativa de 
aumentar a produtividade e a qualidade da alvenaria executada nos canteiros de obra. 
 
 
 
 
 
 
4
3 MÉTODO DE PESQUISA 
 
 
A metodologia empregada neste trabalho é a de pesquisa em diversas fontes, livros, 
sites da Internet, normas técnicas e monografias. Além da consulta a bibliografias 
também foi levada em consideração à opinião de pessoas especializadas no assunto 
abordado quetem as vidas profissionais focada nas alvenarias de vedação e estruturais. 
 
O conhecimento adquirido na área acadêmica, e nos estágios realizados durante alguns 
anos na área de alvenaria de vedação também é de grande contribuição na elaboração 
deste trabalho. 
 
A mão de obra envolvida na execução das alvenarias também foi de grande valia para 
incorporar detalhes executivos nos estudos de casos analisados, das obras escolhidas 
para tal finalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5
4 JUSTIFICATIVA 
 
 
Este trabalho tem o intuito de mostrar a necessidade do conhecimento executivo da 
alvenaria, já que existem procedimentos para a execução de alvenaria de vedação e 
estrutural que atendem as diversas exigências da construção civil, tanto no aspecto 
técnico quanto no aspecto econômico, mas que se perdem diante da má execução pelo 
desconhecimento teórico por parte da grande massa executora. 
 
Com este intuito justifica-se um trabalho que trata da metodologia empregada para 
execução racional de itens tão importantes deste segmento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6
5 TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS PARA ASSENTAMENTO DE 
ALVENARIA DE VEDAÇÃO E ESTRUTURAL 
 
 
A construção civil é um segmento que diferente das outras áreas tem uma evolução 
lenta, mas contínua, e que com o passar dos anos vem desenvolvendo novas técnicas, 
produtos e serviços para que cada vez mais a engenharia seja utilizada em sua grande 
amplitude, realizando o papel de facilitadora na metodologia empregada para execução 
de uma obra civil. 
 
Com a alvenaria de vedação e estrutural não foi diferente, e com o passar dos anos 
houve uma evolução na forma de execução para um melhor aproveitamento e 
racionalização da mão de obra e do material empregado neste tipo de serviço. Na 
seqüência são apresentados os métodos utilizados hoje de acordo com pesquisas 
realizadas e conhecimentos adquiridos. 
 
 
5.1 Alvenaria de vedação vertical 
 
 
Na construção civil a alvenaria de vedação vertical exerce um papel importante, apesar 
de não ter nenhuma função estrutural a não ser suportar seu peso próprio. De acordo 
com ( IPT, 1988 ), a função da alvenaria de vedação é: 
 
“O preenchimento dos espaços entre componentes da estrutura, podendo ser 
empregadas na fachada da obra ou na criação de espaços internos, isolação térmica e 
acústica dos ambientes e na segurança física dos usuários em caso de incêndio” . 
 
Para que a alvenaria de vedação possa cumprir esse papel se fazem necessários alguns 
materiais, como a argamassa de assentamento e o bloco cerâmico ou bloco de concreto 
 
 
7
que exercem o papel principal nesse tipo de serviço, outros materiais têm um papel 
menos importante, no entanto também são utilizados em alguns locais na execução da 
vedação, exemplo disso é a tela de amarração. A tela de amarração é uma pequena tela 
metálica de espessura igual a do bloco, que é fixada no pilar e serve para melhorar a 
ligação estrutura alvenaria e evitar fissuras verticais nesse ponto proveniente da 
movimentação estrutural. Para que o entendimento das técnicas de execução de 
alvenaria de vedação seja completo se faz necessário tratar das características técnicas 
dos insumos principais que segue na seqüência. 
 
 
5.1.1 Materiais 
 
 
Na alvenaria de vedação vertical alguns materiais se destacam por sua importância e 
seu papel. Desde que se tem conhecimento o bloco e a argamassa de assentamento 
tem exercido a função principal na execução de alvenaria, com o passar dos anos o 
bloco foi se modernizando e componentes da argamassa também foram se modificando 
de acordo com a necessidade da construção, hoje temos vários tipos de blocos, e várias 
composições de argamassa diferente que atendem características técnicas para o bom 
funcionamento do conjunto bloco x argamassa. Nessa evolução de materiais os 
destaques são: 
 
• Argamassa de assentamento industrializada ou dosada in loco. 
• Blocos cerâmicos, de concreto ou blocos de sílico-calcário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
8
5.1.1.1 Argamassa de assentamento 
 
 
A argamassa utilizada para o assentamento da alvenaria de vedação vertical é o item 
responsável pela aderência dos blocos entre fiadas e da parede na estrutura. Dentre 
suas principais características ela deve possuir boa plasticidade e consistência para 
suportar o peso do bloco e manter seu alinhamento, deve ter boa capacidade de 
retenção de água e ter boa trabalhabilidade. 
 
A argamassa cumpre o papel de ligação entre os blocos e, além disso, deve ter 
características básicas: 
 
“a argamassa de assentamento possui as funções básicas de solidarizar as 
unidades, transmitir e uniformizar as tensões entre as unidades de alvenaria, absorver 
pequenas deformações e prevenir a entrada de vento e água nas edificações” 
(RAMALHO; MARCIO, 2003) 
 
Além de atender as funções acima citadas a argamassa deve possuir grande 
durabilidade.A argamassa de assentamento é composta usualmente de cal, areia, 
cimento e água.Com essas condições técnicas hoje temos dois tipos de argamassas que 
são utilizadas, as industrializadas e as dosadas em obra com seu traço já pré-
determinado. 
 
As argamassas industrializadas têm como principal característica o modulo de 
elasticidade maior que a dosada in loco, pois no seu processo de fabricação são 
adicionados aditivos que lhe atribuem isso. Este tipo de argamassa necessita de 
incorporação de ar durante sua mistura para garantir suas características, por esse 
motivo podendo apenas ser feita sua mistura em argamassadeira de eixo horizontal, 
diminuindo seu modulo de elasticidade e a deixando ideal para execução do 
encunhamento. 
 
 
9
As argamassas dosadas in loco são de custo inferior se comparada às industrializadas, e 
podem ser misturadas tanto em betoneiras quanto em argamassadeira, seu traço é pré-
determinado para atender os aspectos técnicos necessários na execução da alvenaria de 
vedação, seus principais componentes são o cimento, areia, cal e água.Para que não 
haja alteração no traço estabelecido, algumas empresas desenvolveram um sistema de 
dosagem, que tem como limitador a cal por ser o insumo mais delicado para 
manipulação, pois causa diversos problemas à saúde do ser humano.Com esse sistema 
a confiabilidade no traço da argamassa dosada in loco se tornou maior, levando em 
conta seu menor custo e um aumento na confiabilidade do traço essa argamassa é a 
mais utilizada nos canteiros de obras. 
 
 
5.1.1.2 Blocos 
 
 
Existem vários tipos de blocos utilizados no sistema de vedação vertical,os mais usuais 
na construção civil hoje são o bloco cerâmico e bloco de concreto.Tanto um quanto outro 
devem atender as especificações existentes nas normas técnicas brasileira para 
execução de alvenaria de vedação. 
 
O bloco cerâmico é um bloco composto principalmente por argila, na sua fabricação ele 
passa por um processo de queima que lhe dá uma característica de dureza e resistência. 
A dimensão mais usual fabricada é de 39 x 19, e sua espessura tem variação desde 9 
cm até 19 cm, para complementar os blocos considerados inteiro de dimensão acima 
citada algumas cerâmicas disponibilizam peças de dimensões variadas para que se 
possa realizar uma modulação compacta e de pequeno desperdício de materiais. 
 
O bloco de concreto por sua vez tem como principal componente o cimento e a brita, que 
são misturados através de máquinas e prensados em fôrmas de acordo com cada 
medida pré-determinada, depois desse processo eles são submetidos ao processo de 
 
 
10
cura ao contrario dos cerâmicosque são queimados. As dimensões também têm que ser 
padronizadas de acordo com a norma, e suas características físicas tem que ser 
controladas com muito rigor para que não fujam daquilo que pede a norma. A dimensão 
usual para esse tipo de bloco é de 39 x 19 igual ao cerâmico, e sua espessura varia de 
6,5 cm até 19 cm. Da mesma forma que existem peças para ajudar na modulação do 
bloco cerâmico existem peças para ajudar na modulação do bloco de concreto. 
 
Esses blocos de vedação segundo à norma NBR 7173 que trata da resistência à 
compressão necessária, devem ter resistência variando de no mínimo 2,5 MPa e no 
máximo 4,5 MPa . 
 
 
5.1.2 Equipamentos 
 
 
Para execução de alvenarias em edifícios residências são necessários alguns 
equipamentos que facilitam e norteiam a mão de obra para uma execução de forma 
racionalizada e que geram uma maior produtividade, muitos equipamentos foram 
desenvolvidos a partir da dificuldade na execução, visando uma melhoria nesse aspecto. 
Um exemplo da melhoria na produtividade é o escantilhão uma ferramenta que foi 
desenvolvida para que o pedreiro não precise colocar o prumo em todas as fiadas que 
for executar, basta a ele aprumar o escantilhão uma única vez e seguir o prumo nas 
fiadas seguintes como mostra a Figura 5.1. 
 
 
 
11
 
Figura 5-1-Equipamentos utilizados na alvenaria de vedação ( Tecno Logys, 2005 ) 
 
 
Hoje no mercado existe uma infinidade de equipamentos para execução de alvenaria, 
tendo cada empresa sua lista especifica de equipamentos, a seguir segue lista de 
equipamentos básica: 
• Prumo, colher de pedreiro, bisnaga de tecido ou palheta, escantilhão, nível 
alemão, riscador de fórmica, linha de nilon, trena,andaime e carro para 
argamassa. 
 
 
5.1.3 Execução 
 
 
A necessidade de uma maior qualidade na execução da alvenaria de vedação vertical 
em edifícios residenciais ou comerciais gerou a implantação de sub-etapas para atender 
as necessidades técnicas e proporcionar uma produção em escala sem afetar a 
qualidade final do “produto”.Essas sub-etapas são divididas em marcação, assentamento 
e encunhamento, cada sub-etapa tem que atender os prazos técnicos de execução para 
que a próxima etapa possa ter seqüência sem causar danos à alvenaria. 
 
 
12
 
A norma que trata da execução de alvenaria de vedação de tijolos e blocos cerâmicos é 
a NBR 8545 / 1984, onde constam várias recomendações que devem ser tomadas 
durante a execução da alvenaria. 
 
 
5.1.3.1 Marcação 
 
 
A marcação é uma sub-etapa muito importante para continuidade da alvenaria, pois é 
nesta etapa que se determina a locação das paredes de acordo com as medidas 
especificadas em projeto. 
 
O primeiro trabalho a ser executada na marcação é riscar o eixo de referência, pois é 
dele que são extraídas todas as medidas necessárias para locação das paredes. 
Inicialmente é adotado o eixo utilizado para locação dos pilares e vigas da estrutura que 
são no mínimo dois para que se possa manter o esquadro, e variam de acordo com a 
necessidade de cada obra. Para materializar o eixo existente da estrutura na laje é 
necessário um fio de nilon, que serve como referência, ele é esticado de uma 
extremidade à outra da laje no sentido transversal e no sentido longitudinal, depois de 
esticada as linhas é verificado o esquadro do eixo, estando correto materializa-se o eixo 
na laje através de risco feito com o auxilio de um riscador de fórmica. 
 
Tendo o eixo já sido verificado e materializado na laje é dada continuidade ao processo. 
Se inicia a locação das paredes, de acordo com as medidas de projeto, cota-se uma 
determinada medida do eixo e com o auxilio de um lápis se demarca o local onde estará 
localizada a parede, o processo é repetido quantas vezes se fizer necessário para 
locação de todas as paredes. 
 
 
 
13
Após a locação inicia-se o assentamento dos blocos cerâmicos ou de concreto na 
primeira fiada, esse assentamento servirá de referência para a execução de todo o 
restante da parede, amarrações, modulação e nivelamento. Locais onde a argamassa 
terá contato direto com a laje devem ser chapiscados com antecedência, para que a 
aderência da argamassa na estrutura seja mais eficaz. Nas obras usualmente temos 
blocos cerâmicos e de concreto que se adaptam à determinadas medidas sem que se 
faça necessário o desperdício de material na tentativa de adequação do bloco ao espaço 
real, com isso o assentamento dos blocos na marcação se tornou mais importante do 
que já era, pois tem que se garantir a amarração das peças que forem utilizadas nas 
fiadas superiores conforme Figura 5.2. 
 
Após o término da marcação a estrutura ( vigas e pilares ), que posteriormente terão 
contato com a alvenaria devem ser chapiscados , este processo deve ser utilizado em 
todo o pavimento, chapisco esse que terá seu traço pré determinado e nele será 
adicionado produtos que darão a aderência química necessária ao material. 
 
Figura 5-2 Marcação de 1º fiada para alvenaria de vedação ( Tecno Logys, 2005 ) 
 
 
14
5.1.3.2 Assentamento 
 
 
Com as paredes já locadas, niveladas e moduladas de acordo com o projeto da etapa 
anterior é iniciada a elevação da alvenaria de vedação “assentamento”.Na elevação as 
principais preocupações são, manter o nivelamento em todas as fiadas, garantir 
amarração mínima, garantir planicidade da parede, prumo e garantir a espessura para 
posterior encunhamento da alvenaria na estrutura. Ao iniciar o assentamento utiliza-se 
uma peça de bloco que garanta a amarração mínima recomendada de 10cm para blocos 
de 39cm que são os usualmente utilizados, pois sendo menor que 10 cm caracteriza-se 
juntas à prumo, o que deve ser evitado em alvenarias. 
 
Neste momento são verificados o prumo da peça e o nível, utilizando 10 mm de 
argamassa para assentamento entre blocos como mostra figura 5.3, que também é a 
espessura recomendada pela norma, na outra extremidade da parede se faz o mesmo, 
na seqüência se estica uma linha de um bloco ao outro das extremidades que servirá 
como referencial para execução do restante da fiada, isso gera uma maior produtividade. 
O processo é repetido quantas vezes forem necessárias para o término da parede. Em 
sua ultima fiada é deixado um espaço recomendado por Sabatini 1998 que é de 25 mm 
para ligação da alvenaria na estrutura através do encunhamento, já segundo a norma o 
espaço deve ser de 30 mm, a variação de 5 mm entre as recomendações não acarreta 
em erro de execução já que a norma também prevê tolerâncias para tal etapa, portanto 
antes da execução da ultima fiada deve-se ter a preocupação na garantia desse espaço. 
 
Durante o assentamento temos outras interferências que devemos levar em 
consideração, uma delas é a instalação elétrica, para que um sistema possa ser 
considerado racional, durante a execução os eletro dutos devem ser embutidos na 
alvenaria, para isso há furos na vertical dos blocos onde é realizado esse embutimento, 
as caixas elétricas devem ser previamente definidas para que durante a execução elas já 
sejam posicionadas corretamente. 
 
 
 
15
Para amarração de paredes perpendiculares umas as outras não é recomendado que 
seja executada juntas a prumo, mas em casos específicos utiliza-se juntas a prumo e 
ligação através de telas soldadas ou pequenas barras de aço de 6,3 mm que trabalham 
no meio da argamassa de assentamento transferindo cargas de uma parede à outra, 
com o intuito de evitar fissuras na junta a prumo provenientes da movimentação da 
estrutura. É importante também manter a uniformidade das juntas verticais durante o 
assentamento para melhor proporção blocox argamassa, todas as juntas verticais e 
horizontais devem ser preenchidas.O uso de bisnagas ou palhetas para posicionamento 
da argamassa no bloco é de grande valia para a economia no material e no tempo de 
execução da parede. 
 
 
 
Figura 5-3 Detalhe do bloco e cordão de argamassa para assentamento ( Tecno Logys, 2005 ) 
 
 
De acordo com a norma em locais onde a alvenaria terá vãos ( portas ou janelas ), deve-
se usar vergas e contra-vergas.A função da verga é sustentar o peso da alvenaria 
restante acima do vão limitando-se à 2,40 m de comprimento, vãos com medidas 
 
 
16
maiores que a acima citada deve-se calcular uma viga para o local.As contra-vergas são 
utilizadas em vãos de janelas nas extremidades inferiores do vão e servem para evitar 
fissuras decorrentes do momento causado pela alvenaria acima que não tem apoio 
lateral devido ao vão, essas fissuras aparecem à 45º das extremidades das janelas. 
Vergas e contra-vergas de acordo com a NBR 8545 / 1984 devem ter altura mínima de 
10 cm e ser 40 cm maiores que os vãos, para que 20 cm de cada lado sirva como apoio 
das peças na alvenaria. 
 
 
Figura 5-4 Alvenaria de vedação executada com contra vergas ( Tecno Logys, 2006 ) 
 
 
5.1.3.3 Encunhamento 
 
 
O encunhamento é uma etapa de grande importância para o bom funcionamento da 
vedação, pois é ela a responsável pela ligação direta da alvenaria com a estrutura, a 
argamassa utilizada nessa etapa tem que atender características especificas como 
elevada plasticidade e baixo modulo de elasticidade para absorver cargas provenientes 
da movimentação estrutural. 
 
 
17
 
De acordo com a norma o prazo mínimo para encunhamento após o assentamento é de 
sete dias, e o pavimento imediatamente superior deve estar com toda sua alvenaria 
pronta, esse prazo se faz necessário para que a estrutura tenha uma acomodação após 
seu carregamento. Como já citado anteriormente o vão entre a estrutura armada e a 
alvenaria deve ser de 30 mm. A Figura 5.5 demonstra o espaço e o encunhamento que 
foi executado para ligação da viga com a parede de bloco cerâmico. 
 
 
 
Figura 5-5 Detalhe do encunhamento recém executado 
 
 
Para execução do encunhamento utiliza-se bisnaga de tecido, brocha e argamassa 
apropriada.Inicialmente deve-se umedecer o local de aplicação com a utilização da 
brocha, posteriormente é aplicada a argamassa com o auxilio da bisnaga no vão entre a 
alvenaria e a estrutura (lajes ou vigas), é importante que o vão existente seja preenchido 
por completo uniformemente, pois caso isso não aconteça uma anomalia poderá ser 
 
 
18
gerada em função do mau encunhamento da parede.Paredes que compõem a parte 
interna de um pavimento devem ser encunhadas em suas duas faces e 100% do vão 
deve ser preenchido como dito anteriormente, já paredes externas são encunhadas em 
duas etapas, a primeira etapa é o encunhamento respeitando o prazo posterior ao 
assentamento onde a parede é encunhada em torno de 75% de seu vão já que a outra 
face não é acessível, este trecho mais difícil é encunhado na etapa da execução da 
fachada, pois através dos balancins é possível acessá-la e realizar o encunhamento. È 
importante frisar que se deve evitar realizar o encunhamento da etapa externa antes da 
interna, para garantir uniformidade de execução do pavimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19
5.2 Alvenaria estrutural 
 
 
A alvenaria a muito tempo vem sendo utilizada como principal meio de vedação na área 
da construção civil e a dezenas de anos atrás também utilizada estruturalmente, mas 
como ela era utilizada pura e simplesmente de forma empírica não se podia atribuir 
cargas.Ao longo do tempo com o desenvolvimento de novas técnicas e novos materiais e 
com controles rigorosos científicos existentes a alvenaria deixou de exercer um papel 
coadjuvante na engenharia passando a ser tratada com maior importância, e através de 
projetos elaborados com rigor pôde se atribuir carga à alvenaria tornando-a estrutural.A 
alvenaria estrutural é tratada da seguinte forma: 
 
“O principal conceito estrutural ligado à utilização da alvenaria 
estrutural é a transmissão de ações através de tensões de compressão” 
(RAMALHO; MARCIO, 2003) 
 
O mesmo autor também fala que as tensões devem preferencialmente se restringir a 
pontos específicos da estrutura, pois se as trações forem de forma generalizadas ou 
seus valores forem muito elevados à estrutura pode ser tecnicamente viável, mas 
economicamente inviável.Levando-se a afirmação anterior em consideração, a alvenaria 
estrutural tem como seu grande limitador a viabilidade econômica já que se a 
concentração de cargas for grande, ela pode tornar o projeto muito caro. 
 
A alvenaria estrutural pode ser dividida em quatro categorias, são elas: 
 
- Armada, alvenaria reforçada por uma armadura passiva de fios, barras ou telas de aço, 
dimensionadas para resistir à esforços atuantes. 
 
- Não armada, alvenaria simples composta por argamassa e blocos ou tijolos. 
 
 
 
20
- Parcialmente armada, alvenaria que em sua execução são incorporados armaduras 
mínimas em sua seção para evitar fissuras por movimentações internas e outras, mas 
que não são levadas em consideração no dimensionamento. 
 
- Protendida, alvenaria reforçada por uma armadura ativa ( pré – tensionada ) que 
submete a alvenaria á tensões de compressão. 
 
A alvenaria não armada é limitada pela norma ao número máximo de dez pavimentos, 
acima disso as edificações devem ser armadas, o que aumenta o custo com armação, e 
diminui a produtividade, influenciando na escolha ou não de um projeto com alvenaria 
estrutural. 
 
 
5.2.1 Materiais 
 
 
Alguns dos materiais utilizados na alvenaria de vedação também são aproveitados na 
alvenaria estrutural, por exemplo, o bloco de concreto, ou bloco cerâmico, que nesses 
casos têm diferença apenas na resistência que é maior, exigência da norma para blocos 
estruturais. Alguns materiais também são importantes para o bom desempenho da 
parede estrutural, pois eles são responsáveis por absorver parte das solicitações de 
tração e compressão geradas pelos carregamentos existentes, como o graute e a 
armadura de aço, os itens à seguir demonstram resumidamente quais materiais são 
necessários para compor uma alvenaria estrutural: 
 
• Argamassa de assentamento 
• Bloco de concreto, cerâmico ou sílico-calcário. 
• Graute 
• Armadura 
 
 
 
21
5.2.1.1 Argamassa de assentamento 
 
 
A argamassa de assentamento é de característica igual ao da alvenaria de vedação 
podendo ser mudado apenas o traço, sua finalidade também é ligar os blocos, transmitir 
e uniformizar tensões entre as unidades da alvenaria.Tratar dos outros itens que foram 
relacionados anteriormente se faz necessário para o entendimento do conjunto que 
chamamos de alvenaria estrutural. 
 
 
5.2.1.2 Blocos 
 
 
Segundo (Duarte, 1999) a importância do bloco na alvenaria estrutural é grandiosa, pois 
ele é responsável por conter 80% dos esforços de compressão que a parede sofre, os 
outros 20% são de responsabilidade da argamassa. 
 
O bloco utilizado comumente nas edificações que optam por um projeto estrutural é o 
bloco de concreto. Mesmo ele sendo o mais usado existem alguns problemas, por 
exemplo, por causa da sua grande porosidade seu poder de absorção é muito alto se 
comparado a uma alvenaria executada com o bloco cerâmico, além disso, ele está 
sempre em retração por se tratar de concreto e faz com que necessite de juntas de 
movimentação para evitar fissurasprovenientes desta ação. 
 
O bloco cerâmico também é utilizado para alvenarias estruturais com menor freqüência, 
sua produtividade e sua resistência são equivalentes ao bloco de concreto já que suas 
dimensões são iguais, a norma não os difere sendo válida tanto para um quanto para o 
outro. Tijolos cerâmicos também eram muito utilizados para essa função, mas seu 
pequeno tamanho e sua necessidade maior de juntas horizontais de argamassa o 
tornavam de baixa produtividade, e a resistência do conjunto menor já que a argamassa 
 
 
22
absorve muito pouco as ações de compressão, outro fator contra o tijolo maciço é a 
impossibilidade de se fazer uma alvenaria estrutural aramada já que eles não possuem 
furos na vertical. 
 
 
5.2.1.3 Graute 
 
 
O graute é um microconcreto de alta resistência e bastante fluido, essas características 
são necessárias já que sua aplicação é feita nos vazados dos blocos. 
 
O graute de preenchimento dos vazados tem as funções de permitir que a armadura 
trabalhe conjuntamente com a alvenaria, de aumentar localmente a resistência à 
compressão da parede e impedir a corrosão da armadura. A dosagem e especificação 
das características do graute são de responsabilidade do projeto estrutural. 
Normalmente, a ação mais importante na alvenaria armada ou parcialmente armada é a 
de conseguir um preenchimento uniforme dos vazados verticais. Segundo a NBR 8798 
 o graute deverá ser avaliado conjuntamente com a alvenaria através da moldagem de 
prismas cheios, e ensaiados segundo a NBR 8215. Deverão ser moldados 6 corpos-de-
prova (prismas cheios) por pavimento. No ensaio, será determinada a resistência 
característica estimada do prisma cheio, que deverá ser maior ou igual à resistência 
característica de projeto e sempre maior que 4,0 MPa. 
 
 
5.2.1.4 Armadura 
 
 
A armadura na alvenaria estrutural tem a função de dissipar esforços de tração 
provenientes dos carregamentos e peso próprio da alvenaria, o aço utilizado deve 
atender a NBR 7480 que trata das características do produto, seu manuseio e 
 
 
23
estocagem devem ser controlados para que não haja contato das barras de aço direto 
com o solo ou com resíduos que podem danificá-las.A armadura encarece o valor da 
alvenaria estrutural e por esse motivo é utilizada em pequena escala, e em pontos 
cruciais que são especificados em projeto. 
 
 
5.2.2 Execução 
 
 
Na alvenaria estrutural a execução é cuidadosa, obviamente por ser ela a principal 
responsável pela sustentação da edificação e qualquer descuido nesta etapa poderá 
acarretar em danos irreversíveis à obra. 
 
Poucas obras relatam a execução nos dias de hoje de alvenaria estrutural com blocos 
cerâmicos, por ser pouco freqüente sua utilização e com a utilização do bloco de 
concreto para este intuito em grande escala o balizamento do que será apresentado será 
de acordo com a norma NBR 8798 / 1985 que trata da execução e controle de obras em 
alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto. 
 
Boa parte do conceito utilizado hoje na execução da alvenaria de vedação foi trazido da 
alvenaria estrutural, a divisão por etapas de execução são parecidas nos dois segmentos 
com o acréscimo de um item no processo construtivo, marcação, assentamento e 
grauteamento. 
 
Apesar de todo cuidado na execução da alvenaria estrutural e de seu processo 
racionalizado, são comuns anomalias construtivas, e sua principal utilização no Brasil se 
da na construção de edifícios para a população de baixa renda. 
 
 
 
 
24
5.2.2.1 Marcação 
 
 
Para inicio desta etapa é necessário que se tenha um apoio que normalmente é uma 
fundação em forma de radier previamente executada e que servirá como base para a 
marcação de 1º fiada, esta base não poderá ter mais que cinco milímetros de desnível 
em dois metros de comprimento, pois isso acarretaria em um aumento do primeiro 
cordão de argamassa para nivelamento da primeira fiada fragilizando assim o local. 
 
Inicialmente a base é mapeada para analise do nivelamento com isso definição da 
espessura máxima e mínima do cordão de argamassa inicial. Após o mapeamento o eixo 
de referencia é riscado e seu esquadro verificado, para que sirva como ponto zero de 
todas as medidas que serão utilizadas para locação das paredes. 
 
Nesta etapa deve-se ter uma atenção redobrada com as amarrações que serão 
realizadas e onde ficarão localizadas as juntas de dilatação já definidas em projeto, é 
nesta etapa também que a armadura ou fios de aço são inseridos na base caso o projeto 
contemple uma alvenaria estrutural armada. 
 
 
5.2.2.2 Assentamento 
 
 
No assentamento a alvenaria estrutural tem processo parecido ao da alvenaria de 
vedação, onde se utiliza escantilhões nos cantos principais, estes equipamentos são 
aprumados, suas demarcações servem como referência para colocação da linha 
horizontal que será esticada em todo o perímetro da parede e servirá para o 
assentamento de toda a fiada. 
 
 
 
25
O conjunto bloco x argamassa é de grande importância, pois se a proporção de 
argamassa por m2 for maior que o recomendado poderá interferir na carga que a 
alvenaria suportará.Segundo a norma os cordões de argamassa horizontal devem ter 
duas juntas uma em cada lado do bloco com 10 mm de espessura e admitindo uma 
tolerância de mais ou menos 3 mm, já as fiadas não podem ter diferença de nível maior 
que 2 mm por metro.Juntas verticais devem seguir o mesmo padrão e regras das juntas 
horizontais. 
 
Os furos dos blocos devem casar seguindo as amarrações ou juntas especificadas em 
projeto para que não interfiram no grauteamento que será executado posteriormente.A 
argamassa que devido à execução do assentamento tiver contato com a base não pode 
ser reaproveitada, pois ao se misturar com algo que esteja no local perderá suas 
características iniciais. 
 
As alvenarias não devem ultrapassar três metros de altura, pois é a altura limite para o 
grauteamento. 
 
 
5.2.2.3 Grauteamento 
 
 
O grauteamento também é uma etapa de grande importância, para sua execução 
adequada devem ser seguidas algumas regras que garantirão uma boa qualidade final 
da obra. 
 
Antes de iniciar o grauteamento devem ser feitos furos ao pé da alvenaria com 
dimensões mínimas especificadas na NBR 8798 / 1985 que são 7,5 cm de largura por 10 
cm de altura, esses furos são chamados de furos de visita e servem para verificar se o 
graute está chegando no ponto mais baixo da parede.Outro cuidado que deve ser 
tomado antes do inicio do processo é a limpeza dos vazios internos da parede que 
 
 
26
devem estar livres de excesso de argamassa.A alvenaria não pode ter sido executada 
com menos de 24 horas ao lançamento do graute, e ela também deve estar saturada 
com água para que o bloco de concreto não absorva a água do graute que servirá para o 
processo de cura. 
 
No lançamento do graute a altura não deve ser maior que três metros, o grauteamento 
deve ser feito em camadas que não podem ultrapassar 40 cm para que possa ser 
realizado o adensamento, e cada camada não pode ter um intervalo maior que 30 
minutos de lançamento uma da outra. 
 
O adensamento deve ser feito com equipamentos mecânicos como o vibrador para 
concreto ou manualmente, no segundo caso a norma prevê o uso de haste de madeira 
com 10 mm de diâmetro e altura suficiente para alcançar o final da camada.Em alguns 
casos deve ser realizada a cura úmida após o grauteamento. 
 
Todo o processo de execução da alvenaria estrutural deve ter controles rigorosos e após 
a execução são realizados ensaios específicos que determinam a aceitaçãoou rejeição 
da alvenaria que é dividida por lotes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27
6 ESTUDO DE CASO 
 
 
As obras escolhidas para estudo de caso são um edifício residencial que utiliza alvenaria 
como vedação, e estruturada com concreto armado, e um conjunto de edifícios que 
utiliza alvenaria estrutural em sua concepção. 
 
 
6.1 Apresentação 
 
 
Para o estudo de caso número um foi escolhida uma obra de edifício residencial de 
padrão médio que utiliza-se da alvenaria como principal meio de vedação vertical.O 
material utilizado na obra é o bloco cerâmico que será detalhado mais adiante, na 
seqüência foto do empreendimento. 
 
 
Figura 6-1 Torre da obra escolhida para estudo de caso 
 
 
28
 
Para o estudo de caso número dois, uma obra de um conjunto habitacional de baixo 
padrão que utiliza a alvenaria estrutural como principal método executivo e que tem o 
bloco de concreto como principal material utilizado. 
 
 
6.1.1 Localização das obras 
 
 
A obra número um escolhida para o estudo de caso está localizada à rua Divino salvador 
número 12 bairro Moema.O nome do empreendimento é Vivai Moema,a obra é dotada 
de duas torres iguais com área privativa de 155 m2 , uma torre com 21 pavimentos torre 
denominada Lume e outra com 22 pavimentos denominada Acqua, todos apartamentos 
tipo e quatro apartamentos por andar.O local é de grande procura para moradia por 
dispor de boa infra-estrutura, as Figuras 6.2 e 6.3, mostram a localização do 
empreendimento. 
 
 
Figura 6-2 Localização exata do empreendimento para estudo de caso ( Cyrela, 2006 ) 
 
 
29
 
 
Figura 6-3 Mapa do local ( Cyrela, 2006 ) 
 
A obra de número dois escolhida, que tem como método executivo a alvenaria estrutural 
está localizada á rua Virginia Toresi Fonte, nº 40, altura do número 200 da avenida 
Guarapiranga. O empreendimento é dotado de 7 torres com quatro pavimentos tipo de 
oito apartamentos cada e mais o térreo, são no total 224 apartamentos, ¾ da obra foi 
financiada pela prefeitura de São Paulo e o restante pela CDHU, empresa do governo do 
estado de São Paulo.Esse empreendimento visa atender famílias que moram numa 
favela ao lado, numa área de mananciais da represa do Guarapiranga, área essa que a 
prefeitura quer desocupar para devolver á represa. 
 
 
6.2 Alvenaria de vedação 
 
 
A obra escolhida usa para vedação vertical a alvenaria de bloco cerâmico, todo processo 
que engloba a execução da mesma é controlado por uma empresa que foi contratada 
para execução de projeto de vedação, compra, controle, estocagem de material, 
 
 
30
execução e controle da mão de obra especializada. A seguir a metodologia empregada 
no empreendimento será tratada de forma mais ampla e completa. 
 
 
6.2.1 Projeto 
 
 
Na obra estudada existe projeto para as sub-etapas de execução da alvenaria de 
vedação que são divididos em projeto de marcação, locação e elevação. 
 
O projeto de marcação contempla todas as medidas das paredes de acordo com o eixo 
de referências, é com base nesse projeto que o marcador de primeira fiada inicia seu 
trabalho na obra, alem de todas as medidas das alvenarias, o projeto mostra os blocos 
que serão utilizados na mesma e as amarrações onde à encontro parede/parede, 
determinados locais tem sua amarração com telas soldadas já outros são amarrados 
com bloco. 
 
O projeto de locação é o que contém a numeração de todas as paredes do pavimento a 
ser executado e qual a vista utilizada para a confecção do projeto de elevação. 
 
No projeto de elevação a parede é contemplada por inteiro com todas as fiadas desde o 
piso até o teto, é como se fosse tirada uma foto da alvenaria de vedação, onde pode-se 
ver cada bloco que será utilizado, as medidas de amarração, as peças necessárias para 
diminuição da quebra e desperdício e as medidas das juntas verticais.As juntas 
horizontais são adaptadas de acordo com a variação de medida da estrutura.A execução 
do projeto de elevações só se torna viável em pavimentos tipo pois seu grande número 
de repetições dilui o valor do projeto por pavimento e aumenta a produtividade dos 
pedreiros justificando assim sua existência. 
 
 
 
31
6.2.2 Material Utilizado 
 
 
Dos principais materiais utilizados no estudo de caso escolhido temos o bloco e a 
argamassa que para a alvenaria de vedação são os itens de maior importância e que 
seguem detalhados na seqüência. 
 
 
6.2.2.1 Bloco 
 
 
O bloco utilizado é o bloco cerâmico com medidas de 39 x 19 cm e em três espessuras 
diferentes 9, 14, e 19 cm.Na obra estudada o bloco inteiro é acompanhado de um grande 
número de peças que são subdivisões da medida original do bloco, isso ajuda a diminuir 
a quebra e a geração de resíduos sólidos decorrentes da execução da alvenaria de 
vedação vertical. 
 
As peças são de medidas fracionadas do tamanho normal da peça inteira, há também 
outras peças com mesma medida do bloco inteiro mas com desenho diferente, como o 
bloco canaleta que tem a função de servir como fôrma para locais que terão 
concretagem futura, exemplo uma cinta no meio da alvenaria de vedação, e o bloco 
horizontal que segundo o fabricante pode ser usado com seus furos posicionados na 
vertical e na horizontal sem que seja afetada sua resistência. 
 
 
 
 
 
 
 
32
6.2.2.2 Argamassa 
 
 
A argamassa utilizada na obra é dosada in loco, o traço é pré-determinado e é de 
1:1,5:7,5 em volume. Para os itens que compõem a argamassa existe um sistema de 
dosagem que no caso da areia é utilizado um dosador com medidas 35 x 35 x 21,5 cm 
que resulta num volume de 26,33 litros de areia por saco, na obra dois funcionários são 
responsáveis por essa dosagem, a figura 6.4 mostra o equipamento para dosagem. 
 
 
Figura 6. 4 Dosador para areia ( Tecno Logys, 2005 ) 
 
Já o cimento é de responsabilidade de vários funcionários que se revezam na dosagem 
do material, o sistema é parecido com o da areia mudando apenas o volume do dosador 
utilizado, onde os sacos de CP II – F 32 que são vendidos comercialmente são abertos e 
aos poucos dosados em sacos plásticos preto com o volume final dosado de 7,05 litros. 
 
 
33
A cal ultima componente da mistura sem contar a água, é comprado numa embalagem 
especial de 5,5 kg resultado de uma parceria entre a empresa responsável pela 
execução da alvenaria de vedação e a indústria de cal, pois não haveria condições de 
manipulação para dosagem da cal no canteiro de obras. 
 
 
 
Figura 6.5 - Cal 5,5 kg 
 
O sistema de dosagem é utilizado também para outros serviços como o emboço e o 
contrapiso, para diferenciar os materiais dosados são armazenados em sacos de cores 
diferentes, no caso da alvenaria os sacos de areia são de cor amarela e os de cimento 
de cor preta, facilitando a identificação e controle sobre a argamassa utilizada. 
 
 
 
 
34
6.2.2.3 Vergas e contra-vergas 
 
 
A obra estudada é dotada de um local reservado para a execução das vergas e contra-
vergas que posteriormente são utilizadas na alvenaria de vedação. É de 
responsabilidade de um funcionário a execução das mesmas, que na obra são 
conhecidas como pré-moldados, pois são moldadas antes do local que serão utilizadas 
efetivamente. 
 
A central para confecção dos pré-moldados é montada antes de iniciar a alvenaria já que 
as peças só são usadas três dias depois de prontas para que possa ter tempo de cura.As 
fôrmas para as peças são projetadas com 1 cm à menor que espessura real da parede 
que o pré-moldado será utilizado, isso se faz necessáriopara que quando a fôrma seja 
retirada o concreto possa se acomodar sem prejudicar a espessura final da peça. 
 
As vergas e contra-vergas são executadas com concreto misturado em obra com auxilio 
de betoneira já que o volume diário utilizado é pequeno, no meio das peças são 
colocados dois fios de aço de 6,3 mm que apenas servem para ajudar a peça a resistir 
ao seu peso próprio. 
 
 
6.2.2.4 A execução 
 
 
Durante a análise do estudo de caso pôde-se observar que a execução segue algumas 
regras determinadas pela empresa responsável pela mão de obra executora da alvenaria 
de vedação. 
 
No caso da marcação de primeira fiada, os passos seguidos no processo executivo são 
basicamente os mesmos citados na revisão bibliográfica, onde dois pedreiros são 
 
 
35
responsáveis pela execução. O processo de marcação é iniciado a partir de uma 
referência fornecida chamada de eixo, essa referência é a mesma já utilizada para 
locação de toda estrutura ( pilares e vigas ), esse eixo é materializado pelos pedreiros na 
laje com auxilio de um riscador de fórmica e uma régua de alumínio de três metros.Na 
obra escolhida para estudo de caso são três os eixos de referência, um na transversal e 
dois longitudinais, no projeto que a Figura 6.6 apresenta pode-se visualizar os eixos.Para 
conferir se os eixos encontram-se no esquadro, os pedreiros puxam duas medidas à 
partir do ponto de cruzamento dos eixos, uma medida na transversal de três metros e 
uma medida na longitudinal de quatro metros, no fim de cada ponto uma nova medida é 
puxada formando um triângulo, e se essa nova medida for de cinco metros o eixo estará 
correto. 
 
 
Figura 6.6 – Projeto de marcação eixos ( Tecno Logys, 2006 ) 
 
 
36
Com os eixos materializados e conferidos, inicia-se o processo de demarcar os locais 
onde as paredes ficarão, isso é feito da seguinte forma, as medidas são puxadas à partir 
do eixo e no local indicado pelo projeto é feito um risco com auxilio de um lápis de 
carpinteiro demarcando a localização correta onde ficará a parede.Esse processo é 
repetido quantas vezes se fizer necessário, e as medidas nunca são referenciadas de 
outras paredes já riscadas pois se houver erro na parede de referência esse erro será 
acumulado prejudicando todo o serviço executado, na obra estudada a tolerância para 
medidas de marcação é de 3 mm para mais ou para menos, já em esquadro não há 
tolerâncias, todas as paredes devem estar no esquadro. 
 
Ainda quanto as locações de paredes, algumas delas são deslocadas da medida original 
( paredes externas ), para ficarem mais próximas da estrutura, está decisão é tomada 
pelo mestre de obras e o engenheiro responsável, e isso é feito para que possa diminuir 
as espessuras de argamassa utilizadas na execução da fachada, reduzindo o consumo 
de materiais e por conseqüência os custos da obra. 
 
Após a locação os pedreiros iniciam o assentamento dos blocos de primeira fiada, antes 
da aplicação da argamassa de assentamento um chapisco rolado é aplicado com auxilio 
de um rolo de textura, após a aplicação da argamassa o bloco é assentado. O bloco é 
assentado tomando-se o cuidado da utilização de peças de acordo com um projeto de 
modulação, isso é feito para que as amarrações obedeçam a medidas mínimas 
determinadas pela empresa de alvenaria de vedação. No ponto de encontro do bloco 
com pilares os blocos têm sua face preenchida completamente com argamassa, já no 
encontro bloco x bloco as juntas são preenchidas parcialmente, essas juntas são 
preenchidas no mesmo dia do assentamento, orientação da empresa responsável para 
que a argamassa que está em contato com a laje tenha sua cura juntamente com a 
argamassa de preenchimento do bloco. 
 
Os pedreiros levam em torno de quatro dias para completar todo o processo de 
marcação num pavimento que possui 360 m, isso leva a uma produtividade individual de 
 
 
37
40 m por dia. Mesmo com todas as recomendações feitas pela empresa de mão de obra, 
algumas vezes os oficias não seguem prejudicando a qualidade final do serviço. 
 
Após o processo de marcação uma equipe de ajudantes entra no pavimento para realizar 
o abastecimento dos materiais, trazem blocos paletizados, cal, areia e cimento. Após o 
abastecimento cinco oficiais de alvenaria entram no pavimento para iniciar a execução 
da alvenaria de vedação. 
 
Nesta obra os oficias trabalham sem o auxilio de ajudantes, há apenas um ajudante para 
reposição do material no pavimento, os oficias são responsáveis pela limpeza do 
pavimento e pela mistura da argamassa de assentamento. Algumas regras são exigidas 
pela empresa responsável pela execução e são passadas para os oficiais, por exemplo, 
obedecer a amarração mínima de 10 cm e quando da execução da parede preencher as 
juntas verticais assim que a parede estiver na sétima fiada. 
 
Na elevação os oficias utilizam escantilhões e prumo para iniciar a alvenaria, aprumam 
os escantilhões nas extremidades das paredes esticam uma linha e iniciam a execução. 
Cada fiada tem espessura final de 20 cm, composta por 19 cm do bloco e 1 cm em 
média da argamassa de assentamento, alguns oficiais usam um gabarito de madeira 
para não precisar galgar essa medida em todas as fiadas e ganhar em produtividade. 
Cada oficial produz em média vinte metros por dia, o pavimento completo é executado 
em cinco dias, esse ciclo é determinado pela estrutura, que libera um pavimento por 
semana. Na execução das fiadas os oficiais usam uma bisnaga de tecido para aplicação 
da argamassa tanto na horizontal quanto na vertical, nos encontros alvenaria x estrutura 
o bloco é preenchido em sua face por completo com argamassa e é utilizada uma tela 
galvanizada para auxiliar na amarração, mas não da forma adequada, já que a tela tem a 
função de transformar a argamassa comum em argamassa armada, portanto ele deve 
trabalhar no centro da argamassa e na obra estudada ela é dobrada na fiada e após isso 
é aplicada a argamassa isso deixa a tela separada da argamassa perdendo sua função. 
 
 
 
38
As elevações contam também com um projeto que mostra de que forma as paredes 
devem ser executadas, qual peça de bloco deve ser usada e que junta de argamassa 
deve ser seguida, é como se fosse uma foto da parede como mostra a Figura 6.7, a 
única alteração que é autorizada para ser feita pelo oficial é a alteração das duas ultimas 
fiadas que são adequadas a variação da estruturas para que seja garantido 2,5 á 3,5 cm 
para execução do encunhamento. 
 
 
Figura 6.7 – Projeto de elevação ( Tecno Logys, 2006 ) 
 
Na obra estudada o pavimento de alvenaria não pôde ser executado por completo, já que 
os shaft´s de água, esgoto e gás não estavam com prumadas colocadas e chumbadas 
 
 
39
conforme Figura 6.8, isso não é um privilégio desta obra, pois as grandes maiorias dos 
edifícios residenciais trabalham dessa forma, gerando um retrabalho de alvenaria no 
pavimento já executado anteriormente atrapalhando a seqüência de todos os outros 
serviços, as instalações hidráulicas são os principais causadores de problemas na 
alvenaria como exemplo na Figura 6.9. 
 
 
Figura 6.8 – Prumada de água / esgoto, não executada alvenaria de vedação 
 
 
Para finalizar o processo de execução da alvenaria de vedação no pavimento, a obra de 
estudo após carregar com alvenaria oito pavimento e cinco com contrapiso inicia-se a 
execução do encunhamento a partir do 4º para baixo até o 2º, o 1º pavimento só é 
encunhado após o término de toda a alvenaria da torre, pois ele é um pavimento de 
 
 
40
transição das estruturas.Para a execução do encunhamento um ½ oficial utiliza uma 
brocha e uma bisnagade tecido, a argamassa utilizada é a mesma argamassa da 
elevação areia, cal e cimento com mesmo traço. O encunhamento nada mais é que o 
preenchimento dos espaços entre a alvenaria e a estrutura ( lajes e vigas ), o 
encunhamento repassa os esforços de trabalho da estrutura para a alvenaria, por mais 
que a alvenaria seja de vedação e não está dimensionada para absorver esses esforços 
ela acaba sofrendo com eles, em alguns locais do encunhamento os espaços não são 
preenchidos por completo, isso poderá causar anomalias futuras. 
 
 
 
Figura 6.9 – Prumada de água executada pós alvenaria de vedação 
 
Após esse processo o pavimento está liberado para execução de outros serviços civis 
como aplicação de gesso, emboço e pintura, a alvenaria de vedação está finalizada. 
 
 
41
6.3 Alvenaria estrutural 
 
 
Na alvenaria estrutural a obra escolhida para o estudo de caso é uma obra pública, 
controlada anteriormente pela Prefeitura de São Paulo que com a mudança de gestão no 
período eleitoral não conseguiu dar continuidade ao empreendimento, sendo assumida 
posteriormente pela CDHU, empresa essa pertencente ao governo do Estado de São 
Paulo. Devido a problemas relacionados a contrato, a obra contou com tres empresas 
diferentes para execução da alvenaria estrutural.Os métodos executivos serão 
abordados na seqüência. 
 
 
6.3.1 Materiais 
 
 
Na alvenaria estrutural de acordo com Duarte 1999 o principal insumo é o bloco, na obra 
estudada o bloco utilizado é o de concreto que de acordo com as especificações do 
fornecedor atende as exigencias da norma.O bloco é entregue avulso e com descarga 
totalmente manual, isso demanda um certo tempo para descarga e armazenamento, 
além da dificuldade de logistica para deslocamento do mesmo no canteiro de obras, o 
estoque é precario e os blocos de concreto ficam totalmente expostos a intemperies 
como mostra a Figura 6.10, o que não é recomendado por Sabbatini 2002 , que 
recomenda o uso do bloco curado á vapor e que não esteja molhado para execução da 
alvenaria estrutural. 
 
Os demais componentes da alvenaria estrutural são de controle e estocagem parecidos 
ao do bloco, como o pedrisco para execução do graute que também é armazenado ao ar 
livre. 
 
 
 
42
A argamassa utilizada para a elevação da alvenaria tem um traço pré determinado, mas 
que diferente da obra de alvenaria de vedação não é dosado antes de chegar ao local da 
aplicação, sendo sua mistura realizada in loco com auxilio de uma betoneira, isso vale 
também para o graute, que é confeccionado na hora da aplicação e seu traço é 
controlado por um estagiário respónsavel pelo controle de qualidade da empresa que 
executa o serviço. 
 
 
Figura 6.10 – Armazenamento de blocos para alvenaria estrutural 
 
 
6.3.2 Execução da alvenaria estrutural 
 
 
Antes do inicio da alvenaria estrutural algumas etapas são necessárias para o bom 
desempenho da mesma. A primeira delas é a execução das fundações, que na maioria 
das obras de alvenaria estrutural o método de fundação utilizado é o radier, que serve 
como base para marcação de primeira fiada da alvenaria estrutural. 
 
 
43
Como na alvenaria de vedação o projeto de marcação é fundamental para que a 
execução seja com qualidade e sem erros, e na alvenaria estrutural é de importância 
vital, pois todos os esforços serão absorvidos por ela, e qualquer diferença de medidas 
influenciará no resultado final do prédio. Nesta etapa de marcação além da locação das 
paredes também são demarcados os pontos de grauteamento que no total são 360, 
esses pontos são visiveis pela barra de aço que fica no meio do bloco como um arranque 
conforme Figura 6.11. 
 
 
Figura 6.11 – Detalhe da marcação e pontos de grauteamento. 
 
 
Também no bloco da marcação são deixados pontos de conferência do grauteamento, 
são furos feitos na parte inferior do bloco onde o graute deverá aparecer após o 
 
 
44
enchimento dos pontos estruturais, isso é necessário para ter a certeza de que o graute 
preencheu todos os espaços vazios do bloco, dando uniformidade ao ponto. 
 
Após toda marcação executada e conferida, inicia-se o processo de elevação das 
paredes, na elevação os oficiais tem como ferramentas de auxilio um escantilhão 
diferente do da alvenaria de vedação já que não tem lajes ou vigas para apoiar sua parte 
superior, o escantilhão utilizado é chamado de escantilhão estrutural e conta com um 
tripé que é fixado no piso, após ter sido devidamente aprumado, também são usados 
bisnagas de tecido e colher de pedreiro. Na elevação a preocupação principal da obra é 
manter as amarrações a cada vinte centímetros, já que o bloco tem 39 cm de largura, 
também há um acompanhamento importante nas juntas de argamassa horizontais e 
verticais para que não ultrapassem as espessuras máximas exigidas, pois isso poderia 
deixar a parede mais frágil. 
 
 
Figura 6.12 – Detalhe da canaleta na última fiada 
 
A elevação é feita em duas etapas, a parede é elevada até a sexta fiada, nela a elevação 
tem uma pausa e é feito o grauteamento, após o grauteamento a elevação é continuada, 
e já na sétima fiada é novamente deixado um furo no bloco nos pontos de grauteamento 
para a segunda etapa. A elevação continua seguindo o mesmo critério anterior até atingir 
 
 
45
a última fiada quando é colocado um bloco especial chamado de canaleta ( Figura 6.12 ), 
essa canaleta funcionará como uma viga é amarrará todas as paredes, após isso todos 
os pontos são grauteados, contemplando também toda canaleta da última fiada. 
 
 
Nos vãos de janela também são usadas canaletas que ultrapassam a largura do vão em 
cerca de quarenta centímetros, essa canaleta funciona como uma contra verga conforme 
mostra Figura 6.13, e em cima de vão de portas funcionando como uma verga.Todas as 
paredes da obra que tem função estrutural tem a espessura de 14 cm, o emprendimento 
conta também com paredes de 9 cm, mas que servem apenas como vedação e não tem 
nenhuma função estrutural, essas paredes de 9 cm são ligadas a lage após o término de 
todo o processo através do encunhamento seguindo os mesmos métodos da alvenaria 
de vedação. 
 
 
Figura 6.13 – Detalhe de canaleta nos vãos de janelas 
 
 
 
46
Um problema que acontece numa obra de alvenaria estrutural é a impossibilidade de se 
trabalhar em dias chuvosos, quando isso acontece a alvenaria que já foi executada é 
protegida por lonas de plástico e a produção é paralisada.É importante frisar que todos 
os pontos de hidraúlica e eletrica são embutidos na alvenaria, e os cortes na parede 
chegam a quase zero, após o término da etapa de elevação a laje treliçada e inserida 
escorada e concretada, todo esse processo na obra leva em torno de oito dias 
trabalhados, cinco dias para alvenaria estrutural e três dias para laje, com total de dez 
pedreiros, isso demonstra uma produtividade muito alta, e um prazo de conclusão do 
emprendimento, que conta com apenas cinco pavimentos e o térreo, muito enxuto, essa 
é a principal vantagem da alvenaria estrutural diante dos outros métodos construtivos 
existentes na construção cívil.Em contrapartida o controle das etapas deve ser muito 
mais rigoroso porque disso depende toda a estabilidade do prédio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7 CONCLUSÕES 
 
 
Com a pesquisa realizada, nota-se que a importância da correta execução da alvenaria é 
de grande valia, seja ela estrutural ou de vedação. De acordo com as bibliografias 
pesquisadas, mesmo com o controle rigoroso do processo executivo a alvenaria 
estrutural ainda apresentaanomalias pós execução, isso se deve ao número grande de 
mão de obra não treinada, e na dificuldade da conscientização dos mesmos. Na 
alvenaria de vedação as normas existentes são pobres nas informações sobre a 
execução, dando maior importância na conferência do serviço pós execução, e essas 
informações de execução são de pequeno conhecimento da equipe de produção. 
 
Poucas empresas fazem um controle de qualidade no canteiro, e a maioria, dá pouca 
importância para a alvenaria de vedação. O que se pode notar é que mesmo com a 
evolução constante da engenharia, a mão de obra existente no mercado ainda é de baixa 
instrução, tem dificuldades para seguir orientações, e deixa á desejar na qualidade de 
seus serviços. Talvez por esse motivo no Brasil a alvenaria estrutural é vista como uma 
alvenaria de utilização em empreendimentos de baixo padrão destinado as classes c e d, 
utilizados principalmente por empresas governamentais como COHAB, CDHU e outros, 
que visam à diminuição do déficit habitacional do país. 
 
Com o maior domínio executivo da alvenaria estrutural e a compatibilização dos diversos 
projetos que compõem um empreendimento, a alvenaria estrutural poderá ser usada em 
todo seu potencial como é feito em países europeus que ousam na arquitetura e se 
beneficiam das qualidades da alvenaria. Notadamente a alvenaria de vedação teve um 
salto na qualidade nos últimos anos, mas está longe do ideal, e essa evolução maior 
necessária, só será consolidada quando a construção civil dispuser de mão de obra 
realmente técnica e ábil, e que tenham a consciência da importância na execução correta 
da alvenaria de vedação. 
 
 
 
48
No estudo de caso da alvenaria de vedação pôde-se notar que o processo executivo está 
muito bem consolidado com relação a prazos executivos, os projetos de alvenaria são 
bem didáticos, e a mão de obra empregada na execução é bem treinada, atendendo 
determinações que classificam a alvenaria de boa qualidade. 
 
Mesmo com essas boas características ainda à dificuldade na conscientização da 
importância que a alvenaria de vedação bem concebida tem. As determinações técnicas 
de execução normatizadas devem ser mais difundidas nas obras, para que todos tenham 
conhecimento das técnicas corretas de execução. 
 
A alvenaria estrutural apresenta um sério problema de controle e estoque de matérias, 
que estão totalmente fora da norma. O bloco é armazenado de forma precária e sem 
qualquer proteção, o que segundo a norma influência na sua qualidade e, por 
conseguinte na qualidade da alvenaria estrutural. Quanto à mão de obra utilizada, parece 
de boa capacidade prática e técnica, mas que ainda não dimensiona a importância da 
alvenaria para a qualidade total do processo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 
 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8545 / 1984. Alvenaria sem 
função estrutural de tijolos e blocos cerâmicos. Rio de Janeiro, 1984. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8798 / 1985. Execução e 
controle de obras em alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto. Rio de Janeiro, 
1985. 
 
DUARTE, R. B.Recomendações para o projeto e execução de edifícios de alvenaria 
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INSTITUTO DE PESQUISAS TÉCNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO 
S.A..Parede de vedação em blocos cerâmicos.São Paulo: IPT, 1988. 53p. 
 
MANZIONE, LEONARDO. Projeto e execução de alvenaria estrutural. São Paulo: O 
Nome da Rosa, 2004. 
 
RAMALHO, Marcio A.. Projeto de edifícios de alvenaria estrutural. São Paulo : PINI, 2003 
 
SABBATINI, Fernando Henrique. Alvenaria Estrutural, Materiais, execução da estrutura e 
controle tecnológico. Brasília: CAIXA ECÕNOMICA FEDERAL, 2002. 
 
 
 
ALVENARIA estrutural. Téchne, São Paulo, maio / junho 1998.Disponível em : 
<http://www.ecivilnet.com/artigos/alvenaria_estrutural.htm>. Acesso em : 15 julho 2006. 
 
 
 
50
CUSTODIO,Mara Luca.Alvenaria de vedação em edifícios residenciais.Ecivil, São 
Paulo,16 julho 2006.Disponível em: <http://www.arq.ufsc.br/labcon/arq5661/trabalhos 
_2001_1/equipe_3/obras.htm>.Acesso em : 16 julho 2006. 
 
SISTEMA de alvenaria de vedação.Tecno Logys, São Paulo, 05 agosto 2006. 
Disponível em : <http://www.tecnologys.com.br>.Acesso em : 05 agosto 2006.

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