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Direito Civil II - Teoria do pagamento e adimplemento especial das obrigações

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TEORIA DO PAGAMENTO
O pagamento nada mais é do que a satisfação do prometido ou devido em qualquer variedade de obrigação, é a forma pela qual a obrigação se extingue.
São três os elementos fundamentais do pagamento:
Vinculo obrigacional – trata-se da causa, fundamento pela qual o devedor está obrigado a cumprir com o pagamento para com o credor;
Sujeito ativo do pagamento – é o DEVEDOR, pois é ele quem realiza o ato, entrega o dinheiro, etc. É aquele que cumpre com a obrigação pactuada; SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO
Sujeito passivo do pagamento – é o CREDOR, aquele que recebe. SUJEITO ATIVO DA OBRIGAÇÃO
NOTE-SE QUE HÁ INVERSÃO DOS POLOS DA OBRIGAÇÃO QUANDO DO PAGAMENTO.
De quem deve pagar
A priori, quem deve pagar (cumprir com a obrigação) é o devedor (solvens), que seja, aquele que assumiu primariamente com a obrigação, mas há casos em que pessoa diversa do devedor pode cumprir com a obrigação – o terceiro – estando ou não juridicamente interessado nesta.
Por terceiro interessado entenda-se aquele que, mesmo não figurando como polo passivo na obrigação base, está adstrito juridicamente ao pagamento da obrigação em caso do devedor principal não o fazer. É o caso do fiador.
O terceiro interessado pode utilizar-se dos meio necessários para saldar a obrigação em caso do credor se recusar à recebê-la, como por exemplo uma ação de consignação em pagamento, exonerando assim tanto a si, quanto o devedor principal.
Já o terceiro não interessado trata-se de pessoa que não guarda condão jurídico com a obrigação base, mas sim aquele que realiza o pagamento por interesse moral. É o caso de pai, irmão, amigo, que salda a dívida para honrar o nome daquele que a contraiu. São casos de solidariedade moral.
Terceiro não interessado que paga dívida em nome e à conta do devedor (art 304, § único, cc) não tem , a priori, o direito de cobrar o valor que desembolsou para solver a dívida, haja vista ter realizado por solidariedade ao devedor principal. Entretanto, deve demonstrar sua legitimidade para fazê-lo, tendo em vista que invoca direito alheio e não próprio.
Terceiro não interessado paga a dívida em seu próprio nome (art. 305, cc) neste caso tem direito de reaver o que pagou, embora não se sub-rogue nos direitos do credor. Importa em dizer também, que caso a obrigação base tivesse garantia REAL, está não pode ser oponível contra o devedor primário em eventual cobrança. Ainda, se pagar antes do vencimento, só terá o direito de reembolso no vencimento daquela.
Ainda preleciona o art. 306, cc, em caso de desconhecimento ou oposição do devedor, este não se obriga a reembolsa o terceiro desinteressado caso tivesse meios de ilidir a obrigação.
A oposição de pagamento do devedor àquele que saldou sua dívida pode ter tanto fundo moral, quando jurídico (dívida não mais exigível paga por terceiro desinteressado).
Ainda, o art. 307, cc, dita que só terá eficácia o pagamento, que importar em transmissão de propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto. Assim a legislação visa evitar que terceiro não interessado pague dívida e tome posse de bem que não o pertence.
Daqueles a quem se deve pagar
O art. 308 diz que só terá efeito o pagamento realizado ao credor, ou a quem tenha direito de representa-lo, sob pena de só valer se por ele ratificado posteriormente, ou tanto quanto se reverter em seu proveito.
A primeira vista, o credor (accipiens) é quem deve receber a obrigação, pois é este o sujeito ativo titular da obrigação. Porém, pode ocorrer a transmissão de crédito (inter vivos) ou ainda em caso de morte do credor original (post mortem), de maneira que o cessionário no primeiro caso, e o legatário ou herdeiro no segundo, passarão a ser legítimos credores.
Ainda pode o credor outorgar poderes para que representante legal ou voluntário receba o pagamento e dê quitação.
Se pessoa diversa – não autorizada pelo credor, receba o pagamento e ofereça quitação, é o devedor quem deve tomar as cautelas necessárias para assegurar que o pagamento foi realizado de forma correta, sob pena de cair no velho ditado “quem paga mal paga duas vezes”. Dormientibus ne securrit jus.
O art. 311, cc, no qual considera-se autorizado a receber aquele que possuir em mãos a quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante. (caso de furto da promissória por exemplo). Caso que ressalva a lei a ratificação do credor (art. 310, cc).
TEORIA DA APARÊNCIA
Se o pagamento é realizado ao credor putativo, ou aquele que aparenta ser o real credor da obrigação (funcionário que não estava mais no quadro da empresa por exemplo). Em não havendo razão plausível para que o devedor suspeite que aquele não era o credor legítimo, e existindo a boa-fé, não há porque não se admitir o pagamento como válido. (art. 309, cc)
Regra importante está no art. 312, cc, da qual se extrai que se o devedor for intimado de penhora do valor que deve ao credor, e mesmo assim realizar o pagamento àquele (credor original) o pagamento não terá validade, pois “quem paga mal, paga duas vezes”. Aqui, o devedor já ciente da penhora do crédito por terceiros, efetua o pagamento ao credor (ressalte-se que ele já sabia que aquele valor estava penhorado por credores do seu credor), o pagamento não terá validade.
Do objeto do pagamento e sua prova
Art. 313 e 314 do cc, contém os princípios da correspondência e indivisibilidade, ditando que o credor não está obrigado a receber objeto diverso do convencionado, mesmo que mais valioso, nem a recebe-lo em partes, o mesmo serve para o devedor.
Ainda têm-se que as dívidas de dinheiro deverão ser pagas em moeda nacional corrente e na data do vencimento, pelo seu valor nominal (art. 315, cc). Porém, nada impede que sejam estipuladas cláusulas de atualização monetária com critérios escolhidos pelas partes.
Assim, se o devedor deve pagar (cumprir) com sua obrigação, forçoso é convir que terá o direito de exigir uma prova de que adimpliu com a obrigação. A quitação é este meio de prova, a qual consiste em um instrumento público ou particular, datado e assinado pelo próprio credor ou por representante seu.
O devedor tem direito subjetivo à quitação, caso seja recusada poderá reter a coisa, facultando-lhe depositá-la em juízo, via consignação em pagamento (art. 319, cc). Não poderá abandonar a coisa à própria sorte, contudo, terá direito ao ressarcimento das despesas que teve para conservar a coisa.
REQUISITOS LEGAIS DA QUITAÇÃO:
Valor em espécie da dívida quitada;
Nome do devedor ou de quem por este pagou;
Tempo do pagamento;
Lugar do pagamento;
Assinatura do credor ou de seu representante.
Nada obstante, pode o devedor, por inexperiência, deixar de exigir tais requisitos, é o que o art. 320, cc, resguarda, aludindo o diploma que se dos termos ou das circunstancia resultar haver sifo paga a dívida há possibilidade de se admití-la.
Presunção de pagamento reconhecidas pela lei:
Pagamento realizado em quotas mensais, presume-se com o pagamento da última, até que prove o contrário, que as anteriores foram saldadas. (art. 322, cc);
Havendo quitação do capital, presumem-se pagos os juros (art. 323, cc);
A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento.
Todas estas hipóteses, por sua vez, são relativas, cabendo ao credo o ônus de provar o não pagamento.
Na terceira hipótese, a lei prevê o prazo de sessenta dias para que o credor prove a inocorrência do pagamento (art. 324, cc). Por fim, o artigo 326, cc, traz que, quando o pagamento deva ser efetuado por medidas ou peso, no silêncio das partes, que aceitaram o do lugar da execução.
Do lugar do pagamento
Efetuar-se-á no domicílio do devedor, salvo as partes convencionaram diversamente, ou se o contrário resultar da lei ou da natureza da obrigação.
No caso de não haver convenção (ou a mesma ser no domicílio do devedor) teremos uma obrigação quesível, ou seja, o credor deverá buscar o pagamento. Já, se a convenção for no domicílio do credor, estaremos diante de uma obrigação portável, neste caso é o devedor quemdeve buscar o credor para efetuar o pagamento.
Ainda aduz o art. 327, que se forem convencionados dois ou mais lugares para o pagamento, a escolha caberá ao CREDOR. Ademais, caso consista em tradição de imóvel, ou prestação relativa a imóvel, o pagamento deverá ser efetuado no lugar onde se situa o mesmo (art. 328), uma vez que é ali o lugar onde se procederá o registro público de transferência.
O art. 329 ainda preleciona que, por motivo grave, poderá o devedor, sem prejuízo ao credor, efetuar pagamento em local diverso do estipulado. Ex. estado de calamidade pública. Da mesma forma, o art. 330, diz que o pagamento efetuado reiteradamente em outro local faz presumir a renúncia do credor ao lugar previsto no contrato.
Do tempo do pagamento
Em princípio, todo pagamento deverá ser efetuado no dia do vencimento.
O art. 331 traz que, salvo em disposição contrária, não tendo sido ajustado tempo do pagamento, este poderá ser requisitado imediatamente. Já o art. 332 aduz que se a obrigação for condicional, o pagamento ficará na dependência do implemento da condição.
Finalmente, é possível ao credor exigir o pagamento antecipadamente nos casos previstos em lei (numerus clausus) Art. 333:
No caso de falência do devedor ou de concurso de credores;
Se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução de outro credor;
Se cessarem, ou tornarem-se insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, negar-se a reforça-las.
FORMAS ESPECIAIS DE PAGAMENTO
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO (ARTS. 334 E 335, CC)
Se o credor se nega a receber a prestação devida, no prazo estipulado, por qualquer que seja a razão, pode o devedor depositá-la em juízo ou em instituição bancária, extinguindo-se assim a obrigação e não constituindo mora.
Assim, trata-se a consignação em pagamento de instituto jurídico pelo qual o devedor, ao ver-se diante de um obstáculo ao pagamento criado pelo credor, ou quaisquer outras circunstâncias impeditivas do pagamento, exerça, por depósito da coisa devida, o direito de adimplir com sua obrigação, liberando-se do liame obrigacional.
Consignante – devedor		consignatário – credor		consignado – a coisa
Requisitos de validade:
Deve ser realizado pelo devedor ou quem o represente, salvo se ratificado pelo credor ou se reverter em seu proveito;
O pagamento deve ser realizado na integralidade, uma vez que o credor não está obrigado a recebe-lo parcialmente;
Deve o pagamento ser realizado dentro do convencionado, nem menos nem mais, já que o credor não precisa aceitar receber coisa diversa; vale lembrar que, se a obrigação é quesível, o depósito é feito no domicílio do devedor, já se é portável, deve ser realizado no domicílio do credor;
Deve ser realizado ao tempo certo, sendo vedado efetuar-se antes de vencida a dívida.
Quanto ao levantamento do depósito:
Antes da aceitação ou impugnação do credor: o devedor tem total liberdade de levantar o depósito, haja vista que ainda encontra-se no seu patrimônio jurídico, porém deverá arcar com as despesas;
Depois da aceitação ou impugnação do credor: aqui, pelo credor ter aceito ou impugnado (para que complemente ou qualquer outra hipótese), para que o devedor levante deverá ocorrer a anuência do credor, o qual perderá a preferência e a garantia que lhe competia sobre o consignado, liberados os fiadores e codevedores que não tenham anuído;
Julgado procedente o depósito: aqui não há mais como o devedor levantar o depósito, haja vista o pagamento ter sido concretizado, extinguindo-se judicialmente a obrigação.
Coisa certa e incerta
O artigo 342 dita que, em caso de coisa imóvel ou corpo certo, o credor deverá ser citado para vir ou mandar retirá-la, sob pena de depósito.
Todavia, se a coisa for indeterminada, na expressão do art. 342, é necessário proceder sua certificação, pela operação denominada “concentração do débito”. Quando a escolha cabe ao devedor, nenhum problema têm-se, caso a escolha caiba ao credor, deve ele ser citado para tal fim, sob cominação de perder o direto de escolha e de ser depositada a coisa. (art. 894, cpc)
Quando procedente, as despesas correm pelo credor, do contrário pelo devedor. (art. 343)
Ainda no caso de prestações periódicas, o devedor poderá consigná-las na medida em que forem vencendo (alimentícias, alugueis).
PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO (ARTS. 346 A 351, CC)
Fato pelo qual alguém, que não o devedor, paga com o consentimento deste expressamente manifestado ou por fatos donde claramente se deduza, ficando investido nos direitos do credor.
Sub-rogação real ou objetiva: a qual se substitui o objeto da prestação, sendo que o novo objeto toma as características do antigo na obrigação;
Sub-rogação pessoal ou subjetiva: é aquela que se substituem os sujeitos da relação jurídica. 
Quando terceiro paga ou empresta para que seja solvida a obrigação, operar-se-á, por convenção ou força de lei, a transferência dos direitos e garantias do credor que foi satisfeito para o terceiro que quitou a obrigação.
Há, portanto, dois efeitos provenientes da sub-rogação, quais sejam: a liberação (pela extinção do débito em virtude do credor principal) e o translativo (pela transferência da relação obrigacional para o novo credor).
Pagamento com sub-rogação legal: art. 346, cc
Em favor de credor que paga dívida do devedor comum;
Em favor de adquirente do imóvel hipotecado, que paga ao credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado do direito sobre o imóvel;
Em favor do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.
Pagamento com sub-rogação convencional: art. 347, cc
Decorre da vontade das partes.
Quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transmite todos seus direitos;
Quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.
Na forma legal da sub-rogação, o sub-rogado pode ser cobrar a medida que desembolsou para o credor originário, a exemplo, se A deve 1000 para B, e C para B a quantia de 800 que emite quitação total, C somente poderá opor para A a quantia paga (800).
IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO (ART. 352 A355, CC)
É a determinação feita pelo devedor, dentre dois ou mais débitos da mesma natureza, positivos e vencidos, devidos a um só credor, indicativa de qual das dívidas quer solver.
Requisitos legais indispensáveis: (cumulativos)
Igualdade de sujeitos (credor e devedor);
Liquidez e vencimento de dívidas da mesma natureza.
Porém, o credor anuindo imputar dívida ilíquida e ainda não vencida é possível realizar, pois o credor assentiu, e o único prejudicado com a atitude poderia ser ele mesmo.
Ainda preleciona o art. 534, cc, que a pretensão deve ser feita primeiro aos juros vencidos e depois ao capital.
Imputação ao credor
Caso o devedor não indique qual o débito que deseja pagar, se aceitar a quitação de qualquer um deles não poderá mais reclamar, salvo se prova dolo ou violência. (art. 353, cc)
Imputação legal
Quando a quitação é omissa a qual dívida foi paga, cujas regras se encontram nos artigos 354 3 355 do cc:
Prioridade para os juros vencidos em detrimento ao capital;
Prioridade das liquidas e vencidas primeiro.
Prioridade das maior onerosas, se vencidas e liquidas ao mesmo tempo.
DAÇÃO EM PAGAMENTO (arts. 356 a 359, cc)
Consiste na entrega de uma prestação diversa daquela pactuada com a finalidade de extinguir imediatamente a obrigação anterior, deve haver consentimento do credor quanto ao novo objeto.
Vale ressaltar que a obrigação base não necessita ser pecuniária, pode ser uma obrigação de DAR, FAZER ou NÂO FAZER, o que realmente interessa é a natureza diversa da nova obrigação.
Não se confunde com as obrigações alternativas ou sucessivas, pois estas estão previstas no contrato, já a dação em pagamento é pactuada posteriormente, ou seja, é nova obrigação que extingue a anterior, não estavaconvencionada.
Requisitos:
Existência de uma dívida vencida;
Consentimento do credor (haja vista não estar obrigado a receber coisa diversa art 313);
A entrega de coisa diversa devida (deve ser entrega coisa diferente da res debita);
Ânimo de solver (animus solvendi) sem a intenção de saldar a obrigação principal não subsiste a dação;
Ainda, não existe dação em pagamento de título de crédito, o que acontece na hipótese é a cessão de crédito (regulada pelos arts. 286 a 298), ocorrendo somente o pagamento.
Evicção da coisa dada em pagamento
Ocorre a evicção quando o adquirente de um bem vem a perder a sua propriedade ou posse em virtude de decisão judicial que reconhece o direito anterior de terceiro sobre o mesmo, ou seja, o objeto dado em pagamento vem a ser perdido em decisão judicial que julga que ele deve pertencer a outrem.
Aqui existem três sujeitos: 
Alienante – responderá pelos riscos da evicção, será responsável pelos prejuízos causado ao adquirente;
Evicto – o adquirente, que sucumbe a pretensão reivindicatória do terceiro;
Evictor – o terceiro que prova seu direito anterior sobre a coisa.
Caso ocorra a evicção, a obrigação anterior será restabelecida, ficando sem efeito a quitação dada pelo credor da obrigação base.
Dação pró solvendo
Ocorre quando a obrigação não se extingue imediatamente com o novo objeto, mas quando o devedor entrega algo que facilite a cobrança para o credor (um crédito para com terceiro por exemplo), assim restando ainda a obrigação base, até que seja totalmente satisfeita.
NOVAÇÃO (arts. 360 e ss)
Dá-se a novação quando as partes criam uma nova obrigação com o intuito de substituir e extinguir a anterior, porém não necessariamente há de ser imediato o cumprimento nesta nova obrigação. Extingue-se um crédito, com a criação de um novo.
Há de se frisar entretanto, que a novação é sempre negocial, nunca ocorrerá por força de lei, haja vista que as partes não são obrigadas a receber coisa diversa da pactuada, muito menos substituir a res da obrigação.
Requisitos:
Existência de uma obrigação anterior – deve existir obrigação primitiva para ser substituída. Se a obrigação primitiva era ANULÁVEL, tem-se que a novação é possível, uma vez que obrigação anulável pode ser confirmada pelas partes. Porém, se era NULA, não há como ocorrer a novação, mas sim deverá a obrigação ser novamente pactuada;
Criação de uma nova obrigação, substancialmente diversa da anterior – não há novação quando, por exemplo, o banco refinancia, aumenta juros ou altera os prazos, pois o objeto do pagamento continua sendo o mesmo;
Animus novandi – é indispensável que as partes tenha a vontade de novar, o qual deve ser realizado de modo inequívoco. 
Espécies de novação:
Novação objetiva: é a mais simples, ocorre quando as partes convencionam a criação de uma nova obrigação para substituir e extinguir a antiga, vem disposta no inciso I do art 360;
Novação subjetiva: aqui a alteração versa no sentido dos sujeitos da obrigação, podendo ser PASSIVA (quando há alteração de devedor), ATIVA (quando há alteração do credor) e MISTA (quando se altera tanto o sujeito quanto o objeto).
Ocorre a primeira quando um novo devedor sucede o antigo, ficando este, quite com o credor. Podendo ser por meio da EXPROMISSÃO, caso em que o devedor originário é substituído por novo devedor, sem seu consentimento, mas com anuência do credor). Ainda a DELEGAÇÃO, ato em que o devedor primário indica novo devedor que assumirá o débito com a aquiescência do credor.
Vale destacar que, em caso do novo devedor tornar-se insolvente, não cabe ao credo ação regressiva contra o devedor primitivo da primeira obrigação, haja vista estar extinta.
O que acontece na hipótese da ATIVA é a substituição de credores, consoante com o inciso III do 360. Exemplo disso é o caso em que A tem um devedor B, e um credor C, então por meio da novação ativa, A acerta com B para que este pague a C. Sai então o credor A, sendo substituído por B (que era credor de A), que passa a ser credor de C.
Novação mista: aqui ocorre tanto a alteração do sujeito quanto do objeto, é exemplo o caso de um pai assumir a dívida pecuniária de um filho e pagá-la com um serviço.
Efeitos:
O principal efeito é o liberatório, ou seja, a extinção da primitiva obrigação, por meio de outra, criada para substituí-la.
Ocorre nos casos de fiador, hipotecário de bem real dado em garantia, que devem anuir com a novação para que continuem na relação obrigacional, caso contrário, deverão ser liberados.
É o caso também de devedores solidários, que caso não prestem aquiescência com a nova obrigação, restarão liberados da dívida anterior, haja vista estar extinta com a novação.
Em caso de credores solidários, aquele que novou a dívida sem o consentimento dos demais, responde para estes pelas cotas de cada um.
COMPENSAÇÃO Arts 368 a 380, cc
A compensação é uma forma de extinção de obrigações, em que seus titulares são, reciprocamente, credores e devedores. A qual se dará nos limites da existência do crédito reciproco, remanescendo, se houver, o saldo em favor do maior credor. (art. 368)
Compensação LEGAL, é a regra geral, na qual preenchidos os requisitos autorizadores, o juiz somente a declara, pois já aconteceu no plano ideal.
A compensação CONVENCIONAL decorre da direta autonomia de vontade, não se exigindo os mesmo requisitos da legal, podendo, inclusive, ser convencionada em obrigações de natureza diversa (obrigação de dar x obrigação de fazer).
Por sua vez, existe ainda a compensação JUDICIAL, que é realizada perante o judiciário, por autorização expressa de norma processual, independente de provocação (compensação de honorários e despesas processuais, em hipótese de ambos os litigantes serem vencedor e vencido).
REQUISITOS DA C. LEGAL:
Reciprocidade das obrigações: somente pode-se falar em compensação legal quando há simultaneidade de obrigações, com inversão de sujeitos em seus polos.
Liquidez das dívidas: as duas obrigações devem já possuir valor econômico certo, em expressão numérica.
Exigibilidade atual das prestações: é imprescindível que as obrigações estejam vencidas, entendido isso como a imediata exigibilidade da dívida. Assim, salvo por via convencional, não se fala em compensação de dívida por vencer. Aqui vale ressaltar que, se A que possui credito com B, e concede-lhe prazo a mais para o cumprimento, nada impede que A compense sua dívida com outra já vencida para com B.
Fungibilidade dos débitos: exige-se que as dívidas, além de vencidas, sejam da mesma natureza, ou seja, fungíveis entre si. A ressalva encontra-se na qualidade, desta forma, se A possui dívida de 5 sacas de soja com B, e B possua dívida de 3 sacas de soja com A, somente se operará a compensação legal caso sejam da mesma qualidade e especificação.
IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO:
Dívidas provenientes de esbulho, furto ou roubo: a ilicitude da origem da coisa impede até mesmo a cobrança, quiçá a compensação.
Se uma das dívidas se originar de comodato, depósito ou alimentos: o comodato e o depósito possuem objeto certo e determinado, o que impede que sejam compensados legalmente, haja vista serem infungíveis; por sua vez, os alimentos tem caráter pessoal, os quais são necessários para a sobrevivência do indivíduo, a compensação negaria sua natureza.
Se uma das dívidas for de coisa não suscetível de penhora: bens impenhoráveis assim o são por sua extrema necessidade e importância (vide o salário), nem mesmo o Estado pode se apoderar deles, assim não sendo lógico que se operasse a compensação legal. Ainda, não se pode haver compensação em prejuízo de terceiros, desta forma, devedor que se torne credor de seu credor, depois de penhorado o bem, não pode opor contra o próprio credor a compensação, pois dessa o mesmo disporia.
Note-se, que tais impossibilidades são absolutas em sua operação de plano (direta), porém, na medida que for convencionado, pode-se operar.
Dívidas fiscais: ??????
Ainda, quanto às regras de compensação, entende-se que podeser utilizada, suplementarmente, as da imputação ao pagamento, quais sejam:
O devedor pode apontar qual pretende compensar;
No silencio deste, o credor deve fazer a imputação;
No silencio de ambas, segue a imputação legal (juros antes do capital, liquidas e vencidas anteriormente em detrimento das mais recentes, mais onerosas em detrimento as mais vultosas, ou ainda proporcionalmente).
CONFUSÃO (arts 381 a 384, cc)
Trata-se de situação onde as qualidades de credor e devedor reúnem-se em uma mesma pessoa, extinguindo-se a obrigação. Ex: quando um sujeito é devedor de seu tio, e, por força do falecimento deste, adquire, por sucessão, a sua herança. Ou ainda, quando indivíduo passa título de crédito como forma de pagamento, o qual circula e chega novamente, por endosso, a sua pessoa.
Poderá ainda determinar a extinção TOTAL ou PARCIAL da dívida (art. 382); 
Há ainda a CONFUSÃO IMPRÓPRIA, caso em que se reúnem na mesma pessoa o GARANTE e o SUJEITO (passivo ou ativo), por exemplo, quando devedor e fiador se encontram na mesma pessoa, não se extingue a dívida, mas somente a obrigação acessória.
Ainda, desaparecendo a confusão, restabelecer-se-á a obrigação original.
REMISSÃO (arts. 385 a 388, cc)
A obrigação sempre tem como intuito final seu cumprimento, entretanto, pode ocorrer, por quaisquer motivos, que o credor não mais queira isso, perdoando de forma inequívoca a dívida. O que pode ocorrer em declaração expressa ou tácita, ou ainda na pratica de atos incompatíveis com tal possibilidade. Porém, é necessário que seja juridicamente possível.
Pode-se operar somente inter partes, e nunca em prejuízo à terceiro, na forma do art. 385, cc.
REMISSÃO – PERDÃO, extinção da obrigação
REMIÇÃO – PAGAMENTO, RESGATE
Requisitos da remissão:
Animo de perdoar: perdoar é uma manifestação volitiva, assim, em regra deve ser expressa, sendo admitida tacitamente naqueles casos em que houver presunção legal.
Aceitação do perdão: o devedor deve aceitar o perdão, pois, pode ter seus motivos para não o fazer (não dever favores, honra social), ao tempo que deverá consignar o valor, colocando-o ao dispor do credor.
Pode operar de forma TOTAL ou PARCIAL, ainda EXPRESSA ou TÁCITA.
A forma expressa ocorre tanto de forma escrita quanto verbal, já a remissão tácita está prevista nos art. 386 e 387 do CC:
Art. 386 – a devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova desoneração do devedor e seus coobrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir.
Art. 387 – A restituição voluntária do objeto empenhado proa a renúncia do credor à garantia real, não a extinção da dívida.
Assim, na primeira hipótese, se o credor destrói o título na frente do devedor, mesmo que nada fale, está presumida a remissão; ainda, no segundo caso, há remissão da relação jurídica obrigacional acessória, com a devolução do objeto do penhor, e não da dívida principal.
Remissão a codevedor
No caso de devedores solidários, a remissão da dívida quanto a um deles, importa que o credor não poderá cobrar esta cota dos demais, assim temos que, se A, B e C são devedores de D de uma quantia de 300 reais, se D perdoar a dívida para A (100 reais) poderá cobrar de B e C somente 200 reais, e não mais 300.

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