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Artigo Tela 3

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OS NOVOS PRECEITOS DA ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA APLICADAS NA VERTENTE BRASILEIRA SEGUNDO ALVARO PUNTONI
Felipe da Silva Paulino¹, Gabrielly Luiza Favaretto Moraes1, Luana Sinozuke Perenha¹, Korina Aparecida Teixeira Ferreira da Costa2
1 - Discente na Universidade do Oeste Paulista - UNOESTE, Curso de Arquitetura e Urbanismo, disciplina de Arquitetura Contemporânea, Presidente Prudente, SP.
2 – Arquiteta e Urbanista, Mestre e Docente na Universidade do Oeste Paulista - UNOESTE, Curso de Arquitetura e Urbanismo, disciplina de Arquitetura Contemporânea, Presidente Prudente, SP. 
RESUMO 
A arquitetura brasileira contemporânea ainda carrega em si alguns preceitos e moldes da arquitetura moderna graças ao cenário político e social que o pais foi submetido na segunda metade do século XX. Por este motivo, estudar quais as diretrizes ela tomou se torna tão importante, traçando paralelos com a arquitetura internacional e também com conceitos que estão presentes na vida da sociedade e também na própria pratica em arquitetura. Por isso, está pesquisa pretende analisar por meio de um dos grandes nomes da arquitetura nacional (Alvaro Puntoni) como se faz a arquitetura no brasil e como ele segue os conceitos que rege a vida contemporânea, em especial com o conceito de “tela”. Junto a isso, um paralelo com a arquitetura internacional será necessário para comparar e demonstrar a evolução da arquitetura brasileira. 
Palavras-chave: Pós-ditadura, Arquitetura contemporânea, High-Tech, Tectônica.
Introdução:
A sociedade vive em um ritmo de constante aceleração e dualidade, onde somos nômades e sedentários ao mesmo tempo, além de sermos constantemente bombardeados por informações das mais variadas. Neste mesmo cenário, somos rodeados por objetos e sinais que cobrem nossos horizontes, fechando nosso campo de visão, dando a sensação de proteção.
Neste mundo cada vez mais dinâmico e acelerado, quatro conceitos o regem secretamente: O Objeto, a tela, o meio e o acontecimento. Esses conceitos influenciam nossas vidas e estão empregadas na arquitetura sem mesmo terem sido teorizada por arquitetos e especialistas na área. 
O objeto é definido pela resistência à instrumentalização e pela possibilidade de troca, se recusando a ser totalmente subordinado. Ao mesmo tempo que se apresenta como luto, também é a ressureição da sua continuidade original, já que é assombrado pelo estado antes do seu surgimento. “Mesmo se ele for produzido em série, mesmo se for comum, ele se afirma em sua singularidade, em sua unicidade”. E para isso, o objeto demonstra sua impermeabilidade e resistência a troca. 
“O lugar está morto”. Assim descritos, assistimos incrédulos este processo onde os espaços perdem suas características tradicionais como sua história particular. Existe também o caso do meio-lugar, uma tela em branco, inacabado e neutro, se recusa a ser chamado de lugar, já que não conta com as qualidades de um espaço formado, monumental e testamental. 
O autor relata que o edifício é como um objeto onde seu interior não é revelado pelo seu exterior, deixando para trás a ideia de coreografia existente anteriormente, que condicionava as ações por meio de meios físicos e sociais. O acontecimento vem na contramão deste pensamento e conceito, já que se faz pela quebra de continuidade. 
A tela, tema central que será relacionado às obras estudadas, diz respeito a perca de profundidade dos edifícios. Para entender melhor os novos conceitos de fachada dos edifícios, é necessário voltar no tempo e considerar as antigas funções das fachadas, onde a principal finalidade era a de revelar a função do edifício por meio da transparência e em segundo plano, demonstrar como os edifícios eram erigidos. As fachadas clássicas seguiam estes preceitos à risca, mas foram logo superadas pelos modernos, que transformaram eles em relatos, perdendo a ideia de profundidade mesmo quando mantinham em voga a transparência das suas janelas em fita. 
Neste processo, “a arquitetura contemporânea substitui definitivamente a lógica de profundidade pela tela que esconde” (fonte citação) . A fachada passa a se portar como uma tela que mente, que desinforma e engana os usuários, mantendo o espectador ignorante ao processo de fabricação do edifício. Desempenha também um papel de autonomia e sem envolvimento com o interior da edificação. 
Para melhor entendimento, este conceito é dividido em dois pontos (qual o segundo ponto? Intro sobre o reflexo. O signo representa distância entre o sentimento, significante do significado. Neste contexto, Robert Venture foi o primeiro arquiteto a estudar este processo baseado na arquitetura comercial da cidade Estadunidense de Las Vegas. 
O arquiteto separa os edifícios da cidade em dois tipos; o primeiro é referente as construções que ele chama de “ducks” onde eles acusam e apresentam na sua forma o seu uso. A segunda tipologia é denominada de “decorated Shads” e são galpões inexpressíveis em sua forma e são comparadas as caixas funcionais decoradas, estando esta categoria subdividida em outras duas categorias referente a posição dos seus letreiros; a primeira é o caso das caixas que tem os letreiros sobrepostos aos edifícios e a segunda são as que os letreiros estão separados dos prédios
Neste processo de criação de objetos arquitetônicos inexpressivos, perde-se também a ideia de profundidade da arquitetura clássica, dando preferencias a letreiros que se portam quase que cinematograficamente. Venture também teoriza a respeito de três conceitos essenciais da arquitetura de Vitrúvius (solitas, comuditas e venustas), no entanto, através de uma nova concepção, com o uso e a construção definindo uma caixa funcional e a beleza no aspecto da tela simbólica, que dá significância para a caixa que não conta com qualidades. Assim, a conclusão que se chega é que esses objetos tidos como esquizofrênicos são criados para serem lidos por fora e vivenciados por dentro.
(poderia explanar um pouco sobre o reflexo no trecho em que aponta os dois conceitos) O segundo conceito dentro da tela é referente ao reflexo, onde os edifícios nos anos 1970 superam a transparência moderna e começam a aplicar fachadas espelhadas nas construções. O uso é interessante, já que os prédios agora passaram a refletir fielmente a paisagem que os rodeiam, quase que sumindo na paisagem urbana. Além disso, existem os casos que mantinham a ideia de refletir e ao mesmo tempo de transparência, como é o caso da Galeria Lafayette de Berlim que confunde os pedestres com sua reflexão, transparência e letreiros, apresentando uma dinâmica única e difícil de ser acompanhada. 
Dentro deste conceito, o autor considera a importância da tipografia que se apresentam em um plano opaco como elemento que se sobrepõe produzindo um relevo tátil, porém suas sombras não são capazes de instaurar um espaço ilusório quanto a profundidade no plano da caixa construída. A tipografia vem junto com diversos outros elementos que buscam direcionar o olhar ao engano, que não consegue perceber e distinguir os componentes da fachada. 
Neste sentido, o arquiteto usa o exemplo da Palais des Beaux-Arts de Lille dos arquitetos Jean-Marc Ibos & Myrto Vitart que ao tratarem de uma restauração decidem manter o edifício antigo intacto e propõe a construção de uma película de vidro ao seu entorno que reflete a paisagem durante o dia, mas que durante a noite com as luzes internas ligadas demonstram de modo suave a silhueta da antiga construção. Podemos notar com esta consideração que a arquitetura aborta o tema da perda de profundidade onde outras áreas não conseguem, com a arquitetura sendo feita atualmente através da luz-energia das telas de nossos celulares e TVs. 
 2. Objetivo:
Esta pesquisa tem como objetivo apresentar as relações entre a arquitetura contemporânea nacional e internacional através da perspectiva teórica fundamentada no conceito de Tela, por Alvaro Puntoni, considerando também, suas concepções sobre Objeto, Acontecimento e Meio. Será traçado um paralelo entre as duas obras escolhidas• analisar e pesquisar quais as peculiaridades que a arquitetura brasileira contemporânea e internacional em relação aos conceitos abordados.
Metodologia:
Usando de métodos qualitativos com o objetivo de entender todas as dinâmicas com relação a arquitetura contemporânea brasileira em paralelo com a internacional, como ela é direcionada pelos conceitos de objeto, acontecimento, meio e tela, que é abordado com maior profundidade pelos alunos. A análise da obra vem por meio de aporte teórico encontrados em livros, trechos de sites e revistas eletrônicas e artigos acadêmicos, procurando relacionar esta nova arquitetura com os conceitos que regem o dia a dia da sociedade. 
Resultado:
 4.1 GRUPOSP Aquitetos, Alvaro Puntoni:
 O escritório é fruto da associação de arquitetos que se reuniram para o desenvolvimento de concursos e projetos em 2004. O grupo não funciona como um escritório tradicional, núcleo rígido e fechado, mas sim como uma organização flexível que admite colaboradores e parcerias conforme o trabalho a ser desenvolvido, funcionando como um local aberto para discussão e participação. O grupo atualmente é formado por quatro arquitetos, incluindo Alvaro Puntoni. (GRUPOSP)
	Alvaro nasceu em 1965 e é um dos mais brilhantes arquitetos formados no período da redemocratização do País. Vem se destacando, desde o início da sua carreira, por uma produção projetual rigorosa, criativa e austera, conciliada a uma intensa atividade didática. Arquiteto, mestre e doutor pela FAUUSP, seus projetos refletem o profundo respeito à arquitetura moderna brasileira, do mestre Artigas aos cariocas Reidy, Lelé e Niemeyer, que embasam seu trabalho até hoje. (MOURA, 2009)
Discussão: Escola de Música Louviers – OPUS 5 Arquitetos
 A Escola de Música Louviers, é na verdade, a reabilitação de uma pré-existência localizada na comuna Louviers, região de Normandia, na França. O patrimônio de Louviers sofreu grandes estragos devido à Segunda Guerra Mundial. No entanto, muitas construções permaneceram, entre elas, o Claustro dos Penitentes, antigo monastério franciscano, inscrito no Inventário Suplementar dos Monumentos Históricos em 1994, obra em que foi feito o projeto de ampliação para implantação da Escola de Música, realizado pelo grupo OPUS 5 Arquitetos.
 Construído entre 1646 e 1959, inicialmente comportava em suas instalações uma igreja e duas alas conventuais que cercavam o edifício central. Ao longo do tempo, o conjunto passa por diversas modificações. O claustro é vendido como fortuna nacional, as características conventuais são adaptadas para se adequarem à nova prisão e a igreja se torna o tribunal. Nota-se que as características que revelam a essência da edificação permanecem intactas, as marcas impressas pelo tempo são evidentes, é nítido também a falta de preservação do prédio, anterior à intervenção.
 Em 1827 o antigo Claustro dos Penitentes de Louviers sofre mais transformações, a igreja é demolida e, em 1934, a prisão é fechada. A falta de conservação do monumento faz com que a antiga ala sul seja alvo da degradação natural causada pelo tempo, permanencendo intactas apenas as estruturas dos arcos plenos, elementos marcantes da arquitetura renascentista, estilo vigente no período em que o monumento começou a ser construído. “Os restos do claustro acima do rio L'Epervier são como imagens  'impressionistas', com a combinação de pedra, vegetação e água em uma bela harmonia. Este valor paisagístico foi destacado e interpretado no projeto de reabilitação.”
5.1 Relação obra e lugar:
 Localizada na região noroeste da França, Louviers é predominada por características da arquitetura reproduzida do século XVll ao século XVlll. A tipologia do bairro segue um viés quase medieval, equipado de casas, comércios, e pequenos prédios que compõem um conjunto de gabarito baixo, com uma verticalização controlada de aproximadamente três pavimentos. São circundados por ruas estreitas e arborizadas. 
Figuras 1, 2 e 3 – Relação com o entorno (Fonte: Google Maps)
A Igreja Notre Dame de Louviers começou a ser construída no século XII e passou por diversas mudanças ao longo do tempo.
A fachada reflete o entorno, 
estabelecendo uma relação
 ha
r
m
ônica
 entre o antigo e o contemporâneo
. 
 
 
Ao fim da rua de acesso à Escola de Musica de Louviers, a Igreja Notre Dame de Louviers paira imponente com sua arquitetura gótica, no estilo flamboyant, sendo classificada como monumento histórico desde 1846. Ao lado oposto, o Palácio da Justiça chama atenção pela sua fachada neoclássica que avança do corpo principal do edifício, com colunas dóricas e seu frontão protuberante. É entre essa arquitetura tão representativa e neste contexto repleto de bagagem histórica que a obra se emerge.
Figuras 5,6 – Implantação (Fonte: Archdaily)
A implantação do projeto se deu a partir da ala que estava em ruínas. Para manter a historicidade do conjunto, o volume prismático se adapta à antiga construção e preserva suas características originais. Conceito e partido: 
 
	 Atendendo às necessidades da cidade, o projeto propôs uma nova escola que se destoasse da expressiva arquitetura de caráter histórico da comuna, no entanto, respeita e realça a construção pré-existente: “O plano também foi destacar o patrimônio arqueológico e sua localização excepcional no coração da cidade. Finalmente, o projeto teve como objetivo mostrar uma nova imagem do lugar e verter suas características de prisão”, afirma o site oficial do grupo OPUS 5 Arquitetos. 
5.3 Soluções tecnológicas:
 Com um programa de necessidades previsto por vinte e quatro salas de aula, uma biblioteca e dois grandes espaços de orquesta, surge uma problemática em termos de reabilitação, visto que uma intervenção mais radical resultaria em mudanças consideralvemente impactantes, contrariando o conceito de destacar a pré-existência. 
 Desta forma, a solução encontrada levou os arquitetos a explorarem os espaços disponíveis da melhor forma possível, evitando apropriar-se de áreas que comprometessem a essência do antigo convento. De acordo com o site oficial do grupo OPUS 5 Arquitetos: “O resultado é um projeto compacto, onde as novas peças dominam os elementos antigos, no entanto, a construção histórica ainda está hierarquizada.”
Figuras 7,8 – Soluções Tecnológicas (Fonte: Archdaily)
Ao mesmo tempo que se destoa do entorno e da pré-existência com sua arquitetura contemporânea, respeita o conjunto e reflete sua historicidade através da fachada. A volumetria se encaixa nas ruínas e cria um paralelo entre o histórico e o contemporâneo. 
Relação estético-formal: 
Figuras
 8
 – 
Análise CHING 
(Fonte: Archdaily)
O volume prismático possui uma composição simétrica, regular e proporcional, relaciona-se com a arquitetura do antigo claustro que apresenta um caráter renascentista, onde a racionalidade é uma característica muito forte. 
“[...] refletindo o ambiente circundante e desaparecendo no céu. Aparece como um eco à música e como uma imagem poética do som. Possui duas características – doçura e criatividade durante o da, calor e brilho à noite.” ( OPUS 5 Arquitetos, 2013)
Relação com a Tela:
 A Escola de Música Louvier é categórica ao conceber nítidamente um dos conceitos da arquitetura contemporânea abordados por Scoiffer, a Tela. A reflexão na Tela deixa subentendido o sentimento misterioso sobre o interior do edifício, ao mesmo tempo que dá continuidade à paisagem e ao volume antigo. O conjunto apresenta um contraste simbólico e conceitual entre a arquitetura contemporêa da escola e a arquitetura renascentista do antigo Convento. Enquanto o estilo renascentista propunha a profundidade, oriunda da arquitetura clássica, a arquitetura contemporânea, de acordo com o conceito de Tela, propõe a planeza da superfície lisa, sem protuberâncias. “Mais interessantes são os edifícios que refletem ao mesmo tempo em que conservam certa transparência e provocam assim, múltiplasinterferências, de ambiguidades desestabilizantes, como os que são projetados por Jean Nouvel.” (Richard
Obra de estudo 2: Sede do Sebrae
Fonte: Google Map
sA sede do SEBRAE, referência nacional para as micro e pequenas empresas, foi projetada pela equipe Gruposp em 2008 e concluída no ano de 2010. O terreno possui 10 mil m² de área total e 25 mil m² de área construída, sendo que o projeto visou privilegiar aspectos como sustentabilidade e acessibilidade. (BITTENCOURT, 2010)
Relação Obra e Lugar:
Se localiza na Via L2 Sul, na cidade de Brasília – DF. A delicada curva na face norte, além de ceder parte do terreno para a cidade, marca a singularidade dessa construção. Em linhas gerais o edifício contrastará a cor natural dos materiais utilizados, o branco da estrutura metálica, o azul do céu e o verde da paisagem envoltória. (SAMBIASI, 2011). A sede nasceu integrada à paisagem de Brasília e, certamente, pulsará no mesmo ritmo do coração da cidade, que funciona com olhos no Brasil, que muda para a melhor a cada dia. (BITTENCOURT, 2010)
Conceito e Partido:
 O conceito do projeto foi solucionar as condicionantes urbanísticas de Brasília, incorporando as características do terreno, e mais especificamente sobre o edifício. A ideia era fazer não apenas um edifício, mas um conjunto arquitetônico visando a integração dos usuários, assim como a paisagem construída e natural, gerando um ótimo desempenho ambiental e econômico. Para isso o partido teve ênfase na espacialidade interna, respondendo as necessidades exigidas e tendo maior flexibilidade para a organização dos escritórios. (SAMBIASI, 2011).
Soluções tecnológicas:
O arranjo do programa está diretamente ligado com a disposição das peças edificadas no terreno. Na base (os dois térreos) encontram-se as funções coletivas, que podem receber colaboradores e público externo, fazendo uma interação do público e privado. Já nos pavimentos superiores estão localizados as funções administrativas e o corpo diretor. E, por fim, nos pavimentos inferiores se localizam a garagem e a administração relacionada à serviços e manutenção predial. Todo o conjunto se desenvolve numa espacialidade interior, com um pátio/praça interno que realiza as atividades mais públicas. São dois térreos, eles foram multiplicados para integrar verticalmente o nível dos acessos. (SAMBIASI, 2011).
 
Fonte: www.archdaily.com.br/br/01-402/sede-do-sebrae-gruposp
O piso foi elevado e a estrutura possui ausência de pilares no meio dos pavimentos, quase que uma planta “livre”, para assim a área dos escritórios possuir uma modularidade e flexibilidade permitindo a alteração dos arranjos. Para conectar todos os setores, criou-se uma estrutura periférica dupla – dois castelos de circulação vertical – com múltiplas possibilidades de ligação: escadas, varandas e elevadores coletivos ou privativos promovam a comunicação entre os diversos espaços. A circulação incorpora no desenho do percurso cotidiano o vazio central, acentuando sua presença. (SAMBIASI, 2011).
As estruturas são aparentes, evidenciando-se a plasticidade do aço e concreto. Os painéis metálicos quebra-sóis garantem a integridade do conjunto. O primeiro elemento de organização da estrutura é através de duas empenas estruturais que conformam os “castelos de serviços”, sendo em concreto moldado in loco. A interligação entre os dois blocos se faz através de passarelas de concreto. A estrutura da nuvem é resolvida com duas vigas vagão e vigamento secundário em aço. (SAMBIASI, 2011).
 A iluminação e ventilação natural através do pátio, os espelhos d’água e as grandes áreas de circulação garantem o conforto ambiental, assim como os ambientes planejados de modo inteligente asseguram a utilização racional dos recursos. Além disso utilizou-se quebra-sóis nas fachadas para controlar melhor o clima. (SAMBIASI, 2011). O paisagismo, a proximidade do Lago Paranoá e os elementos internos com cobertura vegetal contribuem para tornar a nova sede ainda mais bonita e agradável. Isso teve como o objetivo de oferecer melhores condições de trabalho, estimular a produtividade dos colaboradores e modernizar o atendimento aos clientes e parceiros. (BITTENCOURT, 2010).
Relação estético formal:
A análise formal da fachada é muito evidente. Trata-se de uma forma pura, o retângulo, sendo simétrica, elevada por pilotis e com vários outros retângulos menores compondo o retângulo principal, que tem a função de quebra-sóis. Já as plantas baixas são todas assimétricas, dois blocos, um retângulo e outro com transformações, interligados. Vários quadrados e retângulos são adicionados nas plantas baixa, fazendo o papel das salas. (CHING, 1998)
Relação com a Tela:
Pode-se notar, então, que as fachadas do Sebrae funcionam exatamente como uma tela, como proposto por Scoffier. As fachadas laterais possuem a perda da profundidade, tendo planeza a partir do enorme retângulo de concreto, sem relação da forma com a função, e substituindo a profundidade pelo valor do signo. Tanto as fachadas laterais como a frontal, funcionam como objetos esquizofrênicos, para serem lidos por fora, visto como uma caixa elevada, e vivenciados por dentro com o pátio interno e o espelho da agua que reflete o edifício, que oferecem experiências incríveis. (SCOFFIER)
A fachada principal funciona quase que como a das Galerias Lafayette, sendo que a do SEBRAE é composta por vidros e uma estrutura metálica vazada, que permitem uma certa, e não total, transparência no interior do edifício e mesmo assim conseguem refletir o que possui a frente dele, inclusive o céu de Brasília. Isso ocorre devido a essa estrutura que pode ser aberta, restando somente o vidro que reflete, ou fechada, gerando essa ilusão de profundidade e permitindo uma certa transparência interior. A noite a fachada principal fica totalmente iluminada, conseguindo enxergar as silhuetas das pessoas no interior. Torna-se assim uma planeza figurada, com ilusão de profundidade e múltiplas interferências. (SCOFFIER)
REFERÊNCIAS
BITTENCOURT, Cândida. Nova sede Sebrae Nacional. 2010. Sebrae. Disponível em: < https://m.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/livro_nova_sede_sebrae_nacional.pdf >. Acesso em 30 Out. 2018.
MOURA, Éride. Alvaro Puntoni fala sobre sua trajetória profissional. 2009. Revista Eletrônica AU. Disponível em: <http://au17.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/183/alvaro-puntoni-fala-sobre-sua-trajetoria-profissional-141174-1.aspx>. Acesso em: 29 Out. 2018.
Sede do Sebrae Nacional em Brasília. 2008. GrupoSP. Disponível em: < www.gruposp.arq.br/?p=33 >. Acesso em: 24 Out. 2018.
SAMBIASI, Soledade. Sede do SEBRAE/ Gruposp + Luciano Margotto. 2011. Archdaily. Disponível em: < www.archdaily.com.br/br/01-402/sede-do-sebrae-gruposp >. Acesso em: 25 Out. 2018.
SCOFFIER, Richard. Os quatro conceitos fundamentais da arquitetura contemporânea.

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