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Apostila Saneamento Ambiental

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Apresentação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
Apresentação 
 
 
 
 
Neste início de século, em que o mundo vem passando 
por um importante processo de reorganização, a 
questão ambiental tenta resgatar sua essência frente 
às relações sociedade/natureza. 
 
A compreensão tradicional das relações entre a 
sociedade e a natureza desenvolvidas até o século XIX, 
vinculadas ao processo de produção capitalista, 
considerava o homem e a natureza como pólos 
excludentes, tendo subjacente a concepção de uma 
natureza objeto, fonte ilimitada de recursos à 
disposição do homem. 
 
Até então se acreditava que o crescimento econômico 
não tinha limites e que o desenvolvimento significava 
dominar a natureza e os homens. Entretanto, nos anos 
60/70 percebeu-se que os recursos naturais são 
esgotáveis e que o crescimento sem limites começava 
a se revelar insustentável. Nesse contexto, emerge a 
necessidade de se elegerem novos valores e 
paradigmas capazes de romper com a dicotomia 
sociedade/natureza. 
 
Este documento é composto de notas de aulas da 
disciplina “Introdução à Engenharia Ambiental” do 
Curso de Engenharia Civil do Centro de Tecnologia da 
Universidade Federal do Ceará. 
 
O documento apresenta os avanços ocorridos nos 
últimos anos que se seguiram desde a implantação de 
uma política de gestão ambiental no Brasil e no Ceará, 
no contexto da evolução legal e institucional da Política 
Nacional de Meio Ambiente, bem como as ações 
realizadas nos principais setores envolvidos com a 
questão ambiental. 
 
Pretendemos com esta publicação contribuir para a 
formação da consciência dos nossos alunos, de que os 
recursos ambientais são limitados, dotado de valor 
econômico e, assim, para sua utilização, devem ser 
observados os princípios de ética e eficiência, 
procurando-se eliminar o desperdício e a poluição. 
 
 
 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
Sumário 
 
 
1. FUNDAMENTOS DE MEIO AMBIENTE ......................................................... 011 
 1.1. DEFINIÇÕES IMPORTANTES EM MEIO AMBIENTE .................................... 011 
 1.2. DATAS IMPORTANTES PARA O MEIO AMBIENT ....................................... 015 
 
2. A CRISE AMBIENTAL ................................................................................. 020 
 2.1. CAUSAS ........................................................................................... 020 
 2.2. POLUIÇÃO ......................................................................................... 021 
 2.2.1. Conceito ................................................................................... 021 
 2.3. POLUIÇÃO AMBIENTAL ....................................................................... 021 
 2.4. O HOMEM CAUSA POLUIÇÃO AMBIENTAL ............................................... 022 
 2.5. CONSEQÜÊNCIA DA POLUIÇÃO AMBIENTAL ........................................... 023 
 2.6. MODALIDADES DA POLUIÇÃO AMBIENTAL ............................................. 023 
 2.7. MODALIDADES CITADAS EM BIBLIOGRAFIA ESPECIALIZADA ................... 023 
 
3. SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ............................................................. 025 
 3.1. INTRODUÇÃO ..................................................................................... 025 
 3.2. GESTÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL ................................................... 025 
 3.3. RELAÇÕES COM O MEIO EXTERNO ........................................................ 032 
 3.4. INTRODUÇÃO SOBRE SGA ................................................................... 038 
 3.5. O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL COMO PARTE 
 INTEGRANTE DA GESTÃO GLOBAL DA EMPRESA ..................................... 038 
 3.5.1. Objetivo ................................................................................... 038 
 3.6. ASPECTOS AMBIENTAIS IMPORTANTES PARA UM SGA ............................ 039 
 3.7. PRINCÍPIOS IMPORTANTES PARA UM SGA ............................................ 040 
 
4. RECURSO ÁGUA ........................................................................................ 043 
 4.1. DISPONIBILIDADE E USOS DA ÁGUA .................................................... 043 
 4.2. PROPRIEDADE DA ÁGUA ...................................................................... 046 
 4.3. INDICADORES DE QUALIDADE DA ÁGUA ............................................... 049 
 4.3.1. Indicadores de Qualidade Física ................................................... 049 
 4.3.2. Indicadores de Qualidade Biológica .............................................. 053 
 4.4. PADRÕES DA QUALIDADE DA ÁGUA ...................................................... 054 
 4.4.1. Classificação das Águas .............................................................. 054 
 4.4.2. Padrões de Potabilidade .............................................................. 057 
 4.4.3. Padrões de Balneabilidade .......................................................... 060 
 4.4.4. Água para Irrigação ................................................................... 062 
 6 
 4.5. POLUIÇÃO DA ÁGUA ........................................................................... 065 
 4.5.1. Fontes de Poluição da Água ......................................................... 065 
 4.5.2. Conseqüências da Poluição da Água ............................................. 067 
 4.5.3. Principais Impactos dos Lançamentos de Esgotos nos Corpos D'Água 071 
 4.5.3.1. Consumo de Oxigênio .................................................... 072 
 4.5.3.2. Demanda de Oxigênio .................................................... 079 
 4.5.3.3. Eutrofização .................................................................. 082 
 4.5.3.4. Contaminação por Microrganismos................................... 084 
 4.5.4. Controle da Poluição da Água ...................................................... 085 
 4.5.5. Diagnóstico da Situação Existente ................................................ 086 
 4.5.5.1. Definição da Situação Desejável ...................................... 091 
 4.5.5.2. Medidas de Controle ...................................................... 093 
 4.5.5.3. Programas de Acompanhamento ..................................... 099 
 4.5.5.4. Suporte Institucional e Legal ........................................... 100 
 
5. RECURSO SOLO ......................................................................................... 103 
 5.1. CARACTERÍSTICAS ............................................................................. 103
 5.2. DEGRADAÇÃO DO SOLO ...................................................................... 105 
 5.2.1. Salinização do Solo .................................................................... 107 
 5.2.2. Erosão do solo ........................................................................... 108 
 5.2.3. Controle da Erosão do Solo ......................................................... 113 
 5.3. POLUIÇÃO DO SOLO ...........................................................................117 
 5.3.1. Poluição por Fertilizantes ............................................................ 117 
 5.3.2. Poluição por Pesticidas ............................................................... 118 
 5.3.3. Poluição por Resíduos Sólidos e Esgotos ....................................... 121 
 5.3.4. Controle da Poluição do Solo ...................................................... 123 
 
6. O ECOSSISTEMA DO AR – A ATMOSFERA .................................................. 127 
 6.1. INTRODUÇÃO .................................................................................... 127 
 6.2. COMPONENTES DO AR ....................................................................... 127 
 6.3. PRINCIPAIS COMPONENTES A TMOSFÉRICOS ....................................... 128 
 6.3.1. O Oxigênio (O2) ........................................................................ 128 
 6.3.2. O Gás Carbônico (CO2) ............................................................... 129 
 6.4. OS ESTRATOS ATMOSFÉRICOS............................................................. 130 
 6.5. DESLOCAMENTO DO AR ATMOSFÉRICO ................................................. 131 
 6.6. QUESTIONARIO .................................................................................. 133 
 6.7. AGENTES POLUIDORES A TMOSFERICOS ............................................... 133 
 6.7.1. Compostos Nitrogendos, Óxidos de Nitrogênio (NOx) ...................... 134 
 6.7.2. Óxidos de Carbono (CO3, CO2) ..................................................... 134 
 6.7.3. Compostos Sulfurosos (SO2, H2S) ................................................ 136 
 7 
 6.8. OUTROS POLUENTES .......................................................................... 137 
 6.8.1. Flúor (F) ................................................................................... 137 
 6.8.2. Hidrocarbonetos ........................................................................ 137 
 6.8.3. Ozônio (O3) ............................................................................... 138 
 6.8.4. Chumbo (Pb) ............................................................................. 138 
 6.8.5. Material Particulado ................................................................... 138 
 6.9. FENÔMENOS AMBIENTAIS DECORRENTES DE POLUENTES ATMOSFÉRICOS 139
 6.9.1. Os Clorofluorcarbonos e a Camada de Ozônio ................................ 139 
 6.9.2. Chuva Ácida .............................................................................. 140 
 6.9.3. Smog Fotoquímico ..................................................................... 140 
 6.10. CONDICIONANTES ATMOSFÉRICOS INTERVENIENTES NA 
 POLUIÇÃO DO AR ............................................................................. 141 
 6.10.1. Inversão Térmica................................................................... 141 
 6.10.2. Ventos ................................................................................. 142 
 6.10.3. Chuvas ................................................................................. 142 
 6.10.4. Temperatura ......................................................................... 142 
 6.11. CONTROLE DAS EMISSÕES POLUIDORAS............................................. 142 
 6.11.1. Processos usados para a Retenção de Poluentes ........................ 142 
 6.11.1.1. Retenção de Material Particulado ............................... 142 
 6.11.1.2. Retenção de Resíduos Gasosos .................................. 143 
 
7. RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................................................. 145 
 7.1. INTRODUÇÃO ..................................................................................... 145 
 7.2. DEFINIÇÃO ........................................................................................ 148 
 7.3. CLASSIFICAÇÃO DO LIXO .................................................................... 149 
 7.3.1. Fatores que influenciam na origem e formação do lixo .................... 149 
 7.4. TÉCNICAS DE DESTINAÇÃO DO LIXO .................................................... 150 
 7.4.1. Aterro Sanitário ......................................................................... 150 
 7.4.1.1. Vantagens dos Aterros Sanitários .................................... 150 
 7.4.1.2. Desvantagens dos Aterros Sanitários ............................... 151 
 7.4.2. Incineração ............................................................................... 151 
 7.4.2.1. Vantagens da Incineração .............................................. 152 
 7.4.2.2. Desvantagens da Incineração.......................................... 152 
 7.5. COMPOSTAGEM .................................................................................. 153
 7.5.1. Classificação da Compostagem .................................................... 153 
 
8. CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL – ISO 9000 ................................................... 156 
 8.1. PASSOS DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE 
 ISO SÉRIE 9000 .................................................................................. 156 
 8 
 8.2. CONVENCIMENTO DA DIREÇÃO ............................................................ 156 
 8.2.1. Escolha do Coordenador de Implementação 
 (Gerente ou Coordenador do Projeto)........................................... 157 
 8.2.2. Avaliação da Situação Atual ........................................................ 160 
 8.2.3. Elaboração do Cronograma de Trabalho ........................................ 161 
 8.2.4. Planejamento Estratégico ........................................................... 164 
 8.2.5. Unificação Conceitual nos Vários Níveis......................................... 165 
 8.2.6. Definição e Mapeamento de Processos .......................................... 166 
 8.2.7. Formação e Implementação dos Grupos de Trabalho ...................... 167 
 8.2.8. A Primeira "Vassourada" (Housekeeping) ...................................... 168 
 8.3. ELABORAÇÃO DO MANUAL DA QUALIDADE ............................................ 169 
 8.3.1. Uma Nota de Alerta.................................................................... 169 
 8.3.2. Algumas Notas sobre Projeto da Documentação ............................ 170 
 8.3.3. O Manual da Qualidade ............................................................... 171 
 8.4. ELABORAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DOS DEMAIS DOCUMENTOS ................ 173 
 8.4.1. Implementação ......................................................................... 174 
 8.5. FINALIDADE, ORGANIZAÇÃO E CONTROLES DOS 
 REGISTROS (DA QUALIDADE) .............................................................. 178 
 8.5.1. Implementação do Manual da Qualidade ....................................... 179 
 8.6. AUDITORIAS INTERNAS DA QUALIDADE ................................................ 180 
 8.6.1. Informação Básica sobre Auditorias da Qualidade .......................... 181 
 8.6.2. Auditor ..................................................................................... 184 
 8.6.3. Treinamento de Auditores Internos .............................................. 185 
 8.6.4. Condução das Auditorias Internas da Qualidade ............................. 186 
 8.7. TREINAMENTO DE SUPORTE ................................................................ 188 
 8.8. IMPLEMENT ANDO O PROCESSO DE ANALISE E MELHORIA ...................... 188 
 8.9. PRÉ- AUDITORIA (PRE- ASSESSMENT) .................................................. 1918.10. ASPECTOS DE PREPARAÇÃO DO CONTRATO E 
 AVALIAÇÃO PRÉ-CONTRATUAL ............................................................ 192 
 8.10.1. Preparação do Contrato .......................................................... 193 
 8.10.2. Auditoria de Certificação ......................................................... 193 
 8.10.2.1. Certificação da Qualidade .................................................... 193 
 8.10.2.2. Esquemas de Auditoria e Certificação da Qualidade no Mundo .. 198 
 8.10.2.3. Realização da Auditoria de Certificação .................................. 199 
 8.11. MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE ....................... 202 
 
9. CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL – ISO 14000 ................................................. 208 
 9.1. PANORAMA DA DEGRADAÇÃO DO MEIO AMBIENTE ................................. 208 
 9.2. EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS E PRÁTICAS DE GERENCIAMENTO AMBIENTAL 208 
 9 
 9.3. DEFINIÇÃO ........................................................................................ 209 
 9.4. ESTRUTURA DA NORMA NBR ISO 14001 ................................................ 210 
 9.5. DETALAHAMENTO IMPLANTAÇÃO SGA ................................................... 210 
 9.6. PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO .............................................................. 214 
 
10. LICENCIAMENTO AMBIENTAL ................................................................. 216 
 10.1. LICENÇA AMBIENTAL ......................................................................... 216 
 10.2. TIPOS DE LICENÇA ........................................................................... 216 
 10.2.1. Licença Prévia ....................................................................... 216 
 10.2.2. Licença de Instalação ............................................................. 217 
 10.2.3. Licença de Operação .............................................................. 217 
 10.3. ESTUDOS AMBIENTAIS ...................................................................... 217 
 10.3.1. Estudo de Impacto Ambiental - EIA e respectivo 
 Relatório de Impacto Ambiental - RIMA ................................... 218 
 
11. IMPACTO AMBIENTAL ............................................................................. 221 
 11.1. CONCEITOS ..................................................................................... 221 
 11.2. EMPREENDIMENTOS SUJEITOS A ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL ....... 223 
 11.3. COMPONENTES DE UM ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL ...................... 226 
11.3.1. Informações Gerais ................................................................ 228 
11.3.2. Caracterização do Empreendimento ......................................... 228 
11.3.3. Áreas de Influência ................................................................ 228 
 11.3.4. Diagnóstico Ambiental ............................................................ 228 
 11.3.4.1. Qualidade Ambiental ................................................ 228 
 11.3.4.2. Fatores Ambientais .................................................. 229 
 11.3.5. Análise dos Impactos Ambientais ............................................. 229 
 11.3.6. Proposição de Medidas Mitigadoras .......................................... 230 
 11.3.7. Programa de Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos .. 230 
 11.4. O RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) .................................... 230 
 11.5. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS .......................... 232 
 11.6. EXEMPLOS DE IMPACTOS AMBIENTAIS DE 
 ALGUNS EMPREENDIMENTOS .............................................................. 235 
 11.6.1. Impactos Ambientais de Obras Hidráulicas ................................ 235 
 11.6.2. Impactos Ambientais de Projetos de Irrigação ........................... 238 
 11.6.3. Impactos Ambientais da Geração de Energia ............................. 239 
 11.6.4. Impactos Ambientais da Execução de Aterros Sanitários ............. 245 
 11.6.5. Impactos Ambientais de Obras Rodoviárias ............................... 245 
 11.6.6. Impactos Ambientais da Mineração .......................................... 249 
 
 10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo I 
 
Fundamentos de 
Meio Ambiente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11 
Capítulo I – Fundamentos de Meio Ambiente 
 
 
1. FUNDAMENTOS DE MEIO AMBIENTE 
 
1.1. DEFINIÇÕES IMPORTANTES EM MEIO AMBIENTE 
 
 Ação Corretiva - Ação realizada para corrigir e eliminar, as causas 
de não conformidades associadas aos impactos ambientais 
verificados. 
 
 Ação Preventiva - Ação realizada para corrigir e eliminar, potenciais 
causas de não conformidades associadas aos impactos ambientais 
verificados. 
 
 Ambiente - Envolvente na qual uma organização opera incluindo ar, 
água, o solo, os recursos naturais, a fauna, a flora, os seres humanos 
e as suas inter-relações. 
 
 Aspecto Ambiental - Elemento das atividades, produtos ou serviços 
de uma organização que possa interagir com o meio ambiente. 
 
 Auditoria do Sistema de Gestão Ambiental - Processo de 
verificação, sistemático e documentado executado para obter e 
avaliar, de forma objetiva, evidências que determinem se o sistema 
de gestão de uma organização está em conformidade com os critérios 
de auditoria do sistema de gestão ambiental estabelecidos pela 
organização, e para comunicação dos resultados deste processo à 
Direção. 
 
 Auditado - Organização a ser auditada. 
 
 Auditor Ambiental - Pessoa que possui qualificação para realizar 
auditorias ambientais. 
 12 
 Auditor Ambiental Coordenador - Pessoa qualificada para 
coordenar e realizar auditorias ambientais. 
 
 Comportamento Ambiental - O resultado da gestão dos aspectos 
ambientais de uma organização. 
 
 Critério de Auditoria - Política, práticas ou procedimentos com os 
quais o auditor compara as evidências de auditoria recolhidas sobre 
uma determinada matéria. 
 
 Desempenho Ambiental - Resultados mensuráveis do sistema de 
gestão ambiental, relacionados com o controlo de uma organização 
sobre os seus aspectos ambientais, baseados na sua política, 
objetivos e metas ambientais. 
 
 Equipa Auditora - Auditor ou grupo de auditores designado(s) para 
efetuar uma determinada auditoria, podendo igualmente incluir 
peritos técnicos e auditores em formação. Um dos auditores da 
equipa auditora assume a função de auditor coordenador. 
 
 Evidência - Informação, registro ou documentação verificável de um 
fato. Pode ser qualitativa ou quantitativa e usada pelo auditor para 
determinar a conformidade. As evidências são baseadas em 
entrevistas, avaliação de documentos, observação de atividades e 
condições, resultados de medições e testes ou outros meios dentro 
do âmbito da auditoria. 
 
 Impacto Ambiental - Qualquer alteração no meio ambiente, 
adversa ou benéfica, resultante, total ou parcialmente, das 
atividades, produtos ou serviços de uma organização. 
 
 Levantamento Ambiental - Análise inicial exaustiva das questões, 
aspectos, impactos e comportamentos ambientais relacionados com 
as atividades de uma organização. 
 13 
 Licenciar – Licenciar uma atividade ou empreendimento, significa fazer 
uma avaliação dos processos tecnológicos, parâmetros ambientais e 
sócios econômicos, para estabelecimento de condições, restrições e 
medidas de controle que deverão ser adotadas pelo empreendedor, com 
vistas à conservação,defesa e melhoria da qualidade ambiental e o 
ordenamento territorial do Estado. 
 
 Licenciamento Ambiental – procedimento administrativo pelo qual o 
órgão ambiental licencia a localização, instalação e a operação de 
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, 
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob 
qualquer forma, possam causar degradação ambiental. 
 
 Medidas Mitigadoras – ações ou programas utilizados para minimizar 
os impactos de um projeto ou de um empreendimento. 
 
 Melhoria Contínua - Processo de aperfeiçoamento do sistema de 
gestão ambiental, por forma a atingir melhorias no desempenho 
ambiental global, de acordo com a política ambiental da organização. 
 
 Meta Ambiental - Requisito de desempenho pormenorizado, 
quantificado quando possível, aplicável à organização ou a partes 
desta, que decorre dos objetivos ambientais e que deve ser 
estabelecido e concretizado de modo a que sejam atingidos esses 
objetivos. 
 
 Monitoramento - Medida, de controle e avaliação de diversos 
parâmetros e fatores. 
 
 Não Conformidade - O não cumprimento dos requisitos 
especificados para o referencial tido em conta na realização da 
auditoria ambiental. 
 
 14 
 Objetivo Ambiental - Finalidade ambiental geral, decorrente da 
política ambiental, que uma organização se propõe atingir e que é 
quantificada, sempre que possível. 
 
 Organização - Companhia, sociedade, firma, empresa, autoridade 
ou instituição, parte ou combinação destas, de responsabilidade 
limitada ou com outro estatuto, públicas ou privadas, que tenha a 
sua própria estrutura funcional e administrativa. 
 
 Parte Interessada - Indivíduo ou grupo interessado ou afetado pelo 
desempenho ambiental de uma organização. 
 
 Perito Técnico - Pessoa que fornece à equipa auditora os seus 
conhecimentos técnicos ou experiência, mas que não participa nessa 
equipa como auditor. 
 
 Política Ambiental - Declaração da organização relativa ás suas 
intenções e seus princípios relacionados com o seu desempenho 
ambiental geral, que proporciona um enquadramento para a atuação 
e para a definição dos seus objetivos e metas ambientais. 
 
 Prevenção da Poluição - Utilização de processos, práticas, 
materiais ou produtos que evitem, reduzam ou controlem a poluição; 
que podem incluir reciclagem, tratamento, alterações de processo, 
mecanismos de controlo, utilização eficiente de recursos e 
substituição de materiais. 
 
Obs.: Os benefícios da prevenção da poluição incluem a 
redução de impactos ambientais adversos, eficiência e a 
redução de custos. 
 
 Probabilidade - A incidência de ocorrência de um impacto ambiental 
originado pelas atividades, produtos ou serviços de uma organização. 
 15 
 Risco Ambiental – O efeito combinado da probabilidade da 
ocorrência de um acontecimento não desejado e a gravidade ou 
severidade das suas conseqüências em termos ambientais. 
 
 Sistema Ambiental – À parte de um sistema global de gestão, que 
inclui estrutura organizacional, atividades de planejamento, 
responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos 
para desenvolver, implementar, alcançar, rever e manter a política 
ambiental. 
 
1.2. DATAS IMPORTANTES PARA O MEIO AMBIENTE 
 
 Anos 1500 – Chegada dos portugueses no litoral brasileiro. 
 
 1505 – Inicia a comercialização de pau-brasil, no início um 
monopólio da coroa portuguesa. Em seguida participa a Inglaterra, 
a França, a Espanha e a Holanda. 
 
 1542 – A primeira Carta Régia do Brasil estabelece normas 
disciplinares para o corte de madeira e determina punições para os 
abusos que vinham sendo cometidos. 
 
 1557 – Publicado na Alemanha, o livro de Hans Stadem, que 
descreve sua viagem pelo Brasil e responsabiliza os índios 
brasileiros pela devastação da natureza, citando os manejos 
adotados – derrubada da mata, uso do fogo, práticas agrícolas, de 
caça, da pesca etc. 
 
 1827 – Carta de Lei de Outubro, do império, delega poderes aos 
juízes de paz das províncias para a fiscalização das matas. 
 
 1849 – Henry Wallce Batea, Inglês, percorre a Amazônia e recolhe 8 
mil espécies de plantas e animais. A sua coleção, levada, a 
Inglaterra, subsidia Charles Darwin nos seus estudo. 
 
 16 
 1850 – D. Pedro edita a lei 601, proibindo a exploração florestal em 
terras descobertas e dando poderes às províncias, para sua 
aplicação. Na época a lei é ignorada e verifica-se uma grande 
devastação de florestas (desmatamentos pelo fogo) para a 
instalação de monocultura – café – para alimentar as exportações 
brasileiras. 
 
 1859 – Lançado o livro A origem das Espécies de Charles Darwin. 
 
 1869 – O biólogo alemão Ernt Heckel (1834-1919) propõe o 
vocábulo <<ecologia>> para os estudos das relações entre as 
espécies e o seu meio ambiente. Já em 1866 este biólogo sugere, 
em sua obra Morfologia Geral dos Organismos, a criação de uma 
nova disciplina para estudar tais relações. 
 
 1864 – A princesa Izabel autoriza a operação da primeira empresa 
privada especializada em corte de madeira. O ciclo econômico do 
pau-brasil encerra-se em 1875 com o abandono das matas 
exauridas. 
 
 1891 – A constituição brasileira promulgada não trata, nem mesmo 
superficialmente, de qualquer questão ligada à preservação das 
nossas matas – então sob forte pressão extrativista pelos europeus 
– e da nossa fauna. 
 
 1896 – É criado o primeiro parque no Brasil: Parque estadual da 
cidade de São Paulo. 
 
 1908 – Conservação passa a ser tema na política americana e é 
introduzida nas escolas daquele país. 
 
 1934 – criação do Código florestal de 1931. Em decorrência, é 
criada a primeira unidade de conservação do Brasil, o parque 
Nacional de Itatiaia. 
 
 17 
 1947 – É criada na Suíça a “União Internacional para a Conservação 
da natureza” (IUNCN). É considerada a organização 
conservacionista mais importante até a criação do Programa das 
Nações Unidas para o meio Ambiente (PNUMA), em 1972. 
 
 Anos 50 – A População do Planeta – 2,5 bilhões habitantes. 
 
 1958 – Criação da Fundação Brasileira para a Conservação da 
Natureza – FBCN. 
 
 Anos 60 – Preocupações com a poluição da água e do ar e com o 
desmatamento – surgem os primeiros movimentos ambientalistas. 
 
 Clube de Roma – reunião de cientistas que fizeram modelos 
matemáticos sobre os riscos de crescimento contínuo. 
 
 Anos 70 – Regulamentação e Controle Ambiental 
 Poluir passa a ser crime em diversos países. 
 
 1972 – 1ª Conferência Mundial Sobre Meio Ambiente (Estocolmo). 
 
 Denunciada a relação entre deterioração ambiental e pobreza. 
 
 1974 – Realiza-se em Haia, Holanda, o primeiro Congresso 
Internacional de Ecologia. 
 
 1977 – Criação de cursos voltados à área ambiental em várias 
universidades brasileiras. 
 
 14 a 26 de outubro, “Conferência Intergovernamental sobre 
Educação Ambiental”, Conferência de Tibilisi, organizada pela 
UNESCO. Considerada em nossos dias, como o evento mais decisivo 
para os rumos da EA em todo o mundo. 
 
 18 
 Anos 80 – Constatação da destruição da camada de ozônio e efeito 
estufa. 
 
 1981 – Criação da “Política Nacional de Meio Ambiente” – Lei 
n
o
 6.938, de 31 de agosto de 1981. 
 
 1986 - 26 de abril de 1986 - explosão no reator no 4 da usina de 
Chernobyl na ex-União Soviética. 
 
 Em 5 de outubro de 1988 - promulgada a Constituição da República 
Federativa do Brasil – contendo um capítulo sobre o meio ambiente. 
 
 Anos90 – Conferência Mundial Sobre Meio Ambiente (Rio 92) – 
Agenda 21. 
 Discussão sobre escassez de matérias-primas não renováveis. 
 Racionalização da energia, água, reciclagem e combate ao 
desperdício. 
 1977 – Protocolo de Quioto – metas para redução de emissões 
gasosas. 
 Normas Verdes – BS 7750 e ISO 14000. 
 
 Ano 2003 – Ano Internacional da Água doce. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo II 
 
A Crise Ambiental 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 20 
Capítulo II – A Crise Ambiental 
 
 
2. A CRISE AMBIENTAL 
 
Até a década de 1960 os problemas ambientais eram um tema restrito a um 
pequeno grupo de ecologistas, pois eram preocupações consideradas próprias de 
visionários idealistas, que não faziam parte dos problemas concretos da 
sociedade. No início tínhamos apenas uma percepção dos efeitos ambientais 
localizados de determinadas atividades, mas hoje praticamente toda a 
humanidade reconhece a gravidade da crise ambiental, que alcançou uma escala 
planetária, decorrente não de ações irresponsáveis de alguns, mas reflexo do 
modelo de desenvolvimento. 
 
Diferentes causas foram apontadas para explicar essa dinâmica de 
degradação, tais como: o incremento populacional, a moderna indústria e o 
consumismo supérfluo, os sistemas de dominação hierárquicos próprios da 
sociedade industrial, o sistema capitalista, a distribuição de riquezas entre países 
e de populações. Praticamente todas as correntes da economia ecológica são 
consensuais em dois pontos: a contradição entre as limitações dos recursos 
naturais, em contraposição a uma sociedade de consumo de expectativas 
ilimitadas, e a compreensão de que os reflexos ambientais das atividades 
econômicas se caracterizam como externalidades negativas, no sentido 
econômico do termo. 
 
Nessa perspectiva os recursos naturais foram ficando escassos devido à 
poluição em alguns setores. 
 
2.1. CAUSAS 
 
 Crescimento Populacional 
 
A população mundial cresceu de 2,5 bilhões em 1950 para 6 bilhões no 
ano de 2000 e, atualmente, a taxa de crescimento está em 
aproximadamente 1,3 por cento ao ano. 
 21 
 Anos 50 – População do Planeta – 2,5 bilhões habitantes 
 
Em 2000 – 6 bilhões. 
 
Taxa de crescimento – 1,3 por cento ao ano. 
230 nações nos 5 continentes. 
 
20% da população total  países desenvolvidos. 
80% da população total  países em desenvolvimento ou 
subdesenvolvidos. 
 
Em 1950  países desenvolvidos – 32% da população mundial. 
 1998  países desenvolvidos – 20% da população mundial. 
 2050  países desenvolvidos – 13% da população mundial. 
 
A partir da revolução industrial, a tecnologia proporcionou uma redução da taxa. 
 
2.2. POLUIÇÃO 
 
2.2.1. Conceito 
 
Qualquer alteração indesejável nas características físicas, químicas ou 
biológicas da atmosfera, litosfera ou hidrosfera que cause ou possa causar 
prejuízo á saúde, à sobrevivência ou às atividades dos seres humanos e outras 
espécies ou ainda deteriorar materiais. 
 
Lei no 6.938 de 31 de agosto de 1981 – Política Nacional de Meio Ambiente. 
 
2.3. POLUIÇÃO AMBIENTAL 
 
 “Degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou 
indiretamente: 
 
1. Prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
2. Criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
 22 
3. Afetem desfavoravelmente a biota; 
4. Afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; 
5. Lancem matéria ou energia em desacordo com os padrões ambientais 
estabelecidos. 
 
Resulta do lançamento ou liberação, em um ambiente, de matéria ou 
energia, em quantidade ou intensidade tais que o tornem impróprio às formas de 
vida que ele normalmente abriga, ou prejudiquem os seus usos. 
 
Poluição  qualquer alteração de um ambiente (ar, água ou 
solo), que resultem em prejuízos aos organismos 
vivos ou prejudiquem um uso previamente definido 
para ele. 
 
Contaminação  um ambiente está contaminado quando o seu 
estado de poluição pode provocar doenças no 
homem. 
 
Está associada às doenças que o ambiente pode ocasionar. 
 
 
2.4. O HOMEM CAUSA POLUIÇÃO AMBIENTAL 
 
 Lançamento de resíduos de seu próprio processo biológico. 
 
(dejetos) 
 
 Resultante de suas atividades nas formas sólidas. 
 
 (lixo) 
 Forma líquida. 
 
 (esgotos) 
 
 Forma gasosa ou de energia. 
 
(calor, som, radioativo) 
 23 
2.5. CONSEQÜÊNCIA DA POLUIÇÃO AMBIENTAL 
 
 Prejuízo à saúde humana (transmissão de doenças). 
 Danos à fauna e flora. 
 Prejuízos materiais. 
 Prejuízos às atividades sociais, econômicas e culturais. 
 Desfiguração da paisagem. 
 Desvalorização de áreas. 
 
2.6. MODALIDADES DA POLUIÇÃO AMBIENTAL 
 
 Poluição do solo. 
 Poluição da água. 
 Poluição do ar. 
 Poluição sonora. 
 
2.7. MODALIDADES CITADAS EM BIBLIOGRAFIA ESPECIALIZADA 
 
 Poluição térmica. 
 Poluição visual. 
 Poluição radioativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo III 
 
Sistema de 
Gestão Ambiental 
 
 
"A gestão do meio ambiente em uma empresa 
deve estar bem integrada com os demais 
setores que regem seus negócios". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 25 
Capítulo III – Sistema de Gestão Ambiental 
 
 
3. SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL 
 
3.1. INTRODUÇÃO 
 
A gestão das questões ambientais em uma empresa já é reconhecida como 
uma função organizacional independente e necessária, com características 
próprias que a distinguem das funções segurança, relações industriais, relações 
públicas e outras mais com as quais interage. 
 
Com a disseminação dos conceitos de garantia de qualidade e qualidade 
total, a Gestão Ambiental passou a ocupar uma posição de destaque entre essas 
funções organizacionais, não somente pela contribuição positiva que agrega à 
imagem de qualidade da empresa, como também pelos efeitos danosos que um 
mau desempenho ambiental pode causar a essa imagem. A qualidade ambiental 
tornou-se, assim, parte da qualidade totall almejada pela empresa e 
desempenha, portanto, papel importante na estruturação de sua imagem. 
 
3.2. GESTÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL 
 
A Gestão Ambiental consiste de um conjunto de medidas e procedimentos 
bem definidos e adequadamente aplicados que visam a reduzir e controlar os 
impactos introduzidos por um empreendimento sobre o meio ambiente. 
 
O ciclo de atuação da Gestão Ambiental, para que essa seja eficaz, deve 
cobrir, portanto, desde a fase de concepção do projeto até a eliminação efetiva 
dos resíduos gerados pelo empreendimento depois de implantado, durante toda 
sua vida útil. 
 
Deve também assegurar a melhoria contínua das condições de segurança, 
higiene e saúde ocupacional de todos os seus empregados e um relacionamento 
sadio com os segmentos da sociedade que interagem com esse empreendimento 
e a empresa. A Figura 3.1 mostra, esquematicamente, o ciclo de aplicação da 
Gestão Ambiental na busca da melhoria contínua das condições ambientais em 
uma empresa. 
 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  IDENTIFICAR RISCOS 
 DEFINIR OBJETIVOS 
 ESTABELECER METAS REVER 
 
 CORRIGIR 
 APERFEIÇOAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 TREINAR 
 PREVINIR 
 CONTROLAR 
 
  MONITORAR 
 AUDITAR 
 AVALIAR 
 
 
 27 
Figura 3.1 – Modelo de gestão ambiental objetivando a melhoria contínua. 
A Gestão Ambiental requer como premissa, um comprometimento da alta 
direção da empresa e de seus acionistas com o estabelecimento de uma Política 
Ambiental clara e definida que irá nortear as atividades da organização com 
relação ao meio ambiente. 
 
A Política Ambiental da empresa deve expressar, por conseguinte, seu 
compromisso ambiental formal, assumido perante a sociedade, definindo suas 
intenções e princípios com relação a seu desempenho ambiental. 
 
A definição de uma Política Ambiental própria é uma forma da empresa 
explicitar seus princípios de respeito ao meio ambiente e sua contribuição para a 
solução racional dos problemas ambientais. Ela deve fazer parte do planejamento 
estratégico da empresa e ser considerada sempre como um fator positivo na 
elaboração de seus planos de marketing. 
 
A Política Ambiental não deve ser encarada como um ônus, mas sim como 
uma ferramenta importante para o sucesso daquela empresa que, além de 
cumprir a lei, deseja firmar sua boa imagem. 
 
A empresa que decide implantar uma Política Ambiental deve estar 
preparada para rever suas normas de atuação e eliminar tradições muitas vezes 
arraigadas, submetendo-se a uma corajosa autocrítica. A Política Ambiental deve 
estabelecer os objetivos ambientais estratégicos da organização, a partir de um 
processo de discussão interna no qual participem seus dirigentes e funcionários. 
 
A partir de sua Política Ambiental, expressa por diretrizes e normas internas 
que deverão ser de conhecimento de todos os seus empregados diretos, 
prestadores de serviço e colaboradores em geral, a empresa deve estabelecer 
seu planejamento ambiental comprometendo-se a: 
 
a) Manter um sistema de gestão ambiental que assegure que suas 
atividades atendam à legislação vigente e aos padrões estabelecidos 
pela empresa. Na falta de uma legislação específica, a empresa 
 28 
deverá pautar-se pelas melhores práticas de proteção ambiental 
disponíveis. 
b) Estabelecer e manter um diálogo permanente com seus 
empregados e a comunidade, visando ao aperfeiçoamento de ações 
ambientais conjuntas. 
 
c) Educar e treinar seus funcionários para que atuem sempre de forma 
ambientalmente correta. 
 
d) Exigir de seus fornecedores produtos e componentes com qualidade 
ambiental compatível com a de seus próprios produtos. 
 
e) Desenvolver pesquisas e patrocinar a adoção de novas tecnologias 
que reduzam os impactos ambientais e contribuam para a redução 
do consumo de matérias-primas, água e energia. 
 
f) Assegurar-se de que seus resíduos são transportados corretamente 
e em segurança até o destino estabelecido, de acordo com as boas 
práticas ambientais. 
 
Tomando como ponto de partida princípios como esses, definidos pela 
Política Ambiental, serão estruturados, a seguir, o Sistema de Gestão Ambienta 
(SGA) da empresa que compreende as responsabilidades, práticas, 
procedimentos, processos e recursos para implementar e manter a Política 
Ambiental da empresa e seus objetivos. 
 
O SGA deve ter como objetivo o aprimoramento contínuo das atividades da 
empresa, através de técnicas que conduzam aos melhores resultados, em 
harmonia com o meio ambiente. O SGA constitui um primeiro passo obrigat6rio 
para a certificação da empresa nas normas da série ISO 14000 que possibilitarão 
incorporar a Gestão Ambiental na Gestão pela Qualidade Total. 
 
Nesse Sistema de Gestão Ambiental deve estar também incluída a gestão 
dos recursos hídricos e energéticos utilizados pela empresa, por serem, água e 
energia, dois insumos intimamente relacionados com a qualidade ambiental e 
 29 
que tendem a se tornar cada vez mais escassos e, por conseqüência, mais 
onerosos em sua utilização futura. Também a segurança e a higiene do trabalho 
podem estar integradas no sistema, por constituírem temas que afetam o 
desempenho de seus operadores e a qualidade do ambiente de trabalho. Não se 
deve perder de vista que a implantação de um SGA pode também trazer como 
resultados, a curto prazo, a redução nos prêmios de ap6lices de seguros e o 
acesso a alguns financiamentos a taxas de juros preferenciais. 
 
Três devem ser os módulos a compor o Sistema de Gestão Ambiental da 
empresa: Planejamento, Gerenciamento dos Resíduos e Monitoramento. 
 
O planejamento deve estabelecer as prioridades e metas a serem atingidas 
e definir os montantes de recursos que deverão ser alocados a cada uma das 
atividades. 
 
O gerenciamento dos resíduos deve incluir o cadastramento e a 
classificação, quantitativa e qualitativa, de todos os resíduos gerados e estocados 
pela empresa, a fim de possibilitar escolha das melhores soluções técnicas e 
alternativas econômicas para a destinação de cada resíduo. Devem ser 
levantadas, para cada tipo de resíduo, a quantidade estocada, quantidade gerada 
mensalmente, composição, forma de acondicionamento e destinação atual. Uma 
análise química do resíduo permitirá estabelecer sua classificação e grau de 
periculosidade, de acordo com as normas vigentes. 
 
O monitoramento, terceiro módulo do sistema, visa a aferir os 
resultados obtidos com as diversas tecnologias escolhidas para o tratamento e 
disposição dos resíduos e otimizar as futuras ações a serem tomadas. Através da 
coleta de amostras e realização de análises, poderão ser controlados os padrões 
de qualidade alcançados, atendendo-se assim, ao mesmo tempo, as exigências 
dos órgãos de controle ambiental. 
 
O SGA é operacionalizado através de um Programa de Gestão Ambiental 
(PGA) que é um instrumento gerencial dinâmico e sistemático, com metas 
ambientais e objetivos a serem alcançados em intervalos de tempo definidos. 
Programas plurianuais são freqüentemente estabelecidos pelas grandes 
 30 
empresas que os reavaliam e revisam a intervalos regulares de tempo. Para 
elaboração do PGA requer-se a identificação precisa dos processos, matérias-
primas e insumos energéticos utilizados na instalação e dos resíduos sólidos, 
efluentes e emissões gerados. A Figura 3.2 mostra como interagem esses 
elementos na elaboração do PGA. 
 
Através do PGA se estabelecem as ações preventivas e corretivas 
identificadas pelas inspeções e auditorias, e se elabora o replanejamento de 
ações que assegurem padrões de Qualidade Ambiental compatíveis com a Política 
Ambiental da empresa. 
 
Para implementar o PGA deve ser designado um Gerente Ambiental, 
profissional que coordenará o tema meio ambiente no âmbito da empresa e em 
suas relações externas. Cabe esclarecer, todavia, que o Gerente Ambiental, por 
não ter poder sobre a produção e a geração de resíduos, não pode ser o 
responsável único pelo desempenho ambiental da empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.2 – Informações básicas para elaboração do Programa de Gestão Ambiental – PGA. 3
1
 
 32 
Sua função de coordenar e articular providências deverá ser exercida em 
estreita colaboração com os responsáveis pela produção, aos quais compete, em 
última instância, assegurar a observância dos principais aspectos da Política 
Ambiental. 
 
O Gerente Ambiental deve ter familiaridade com as tecnologias utilizadas na 
empresa, com a legislação ambiental e com as técnicas de análisee 
gerenciamento de riscos. Seu relacionamento com o órgão local de controle 
ambiental deve ser profissional e positivo, objetivando manter atualizado o 
licenciamento ambiental da empresa. 
 
É também muito importante que o Gerente Ambiental tenha acesso às 
decisões da empresa que possam afetar o cumprimento das metas e objetivos 
estabelecidos pelo PGA e que participe de suas revisões periódicas. Sua 
participação é também importante nas eventuais revisões que possam ser 
introduzidas na Política Ambiental e no Sistema de Gestão Ambiental, além de 
participar também dos programas de educação e conscientização ambienta I 
instituídos pela empresa. 
 
3.3. RELAÇÕES COM O MEIO EXTERNO 
 
A Gestão Ambiental da empresa não pode resumir-se apenas a providências 
técnicas e atividades internas de relacionamento com seus empregados. É 
também importante que a empresa estabeleça e mantenha contatos externos 
com as comunidades vizinhas, órgãos de comunicação, autoridades e órgãos do 
poder público, entidades ambientalistas, sindicatos de classe, órgãos de 
segurança e da defesa civil, fornecedores, subcontratantes, consumidores, 
clientes, acionistas e o público em geral. 
 
O relacionamento da empresa com o meio externo que a cerca e com o qual 
deve interagir continuamente constitui uma parte fundamental de sua Política 
Ambiental. A síntese desse relacionamento está exposta na Figura 3.3 que 
mostra as interfaces da empresa com quatro setores do meio externo dos quais 
depende para atingir seus objetivos comerciais e sociais: 
 
 33 
 Mercado 
 Sociedade 
 Fontes de Tecnologia 
 Organismos de Controle Ambiental 
 
Não foram incluídas, para facilitar a visualização gráfica, as vinculações da 
empresa com fornecedores, subcontratantes e empresas associadas, entidades 
com as quais a empresa interage e transfere, no seu dia-a-dia, as ações e 
pressões que recebe dos setores externos. 
 
As forças de mercado, atuando através da decisão do consumidor de 
comprar ou não um produto, exercem influência considerável sobre as decisões 
estratégicas de uma empresa. A Figura 3.4 mostra as inter-relações da imagem 
da empresa e de seus produtos com as ações necessárias para assegurar a 
Qualidade Ambiental e, através desta, seu bom posicionamento no mercado. 
 
As ações exercidas sobre a empresa pelos organismos de controle 
ambiental e as interações da empresa com o mercado, a sociedade e as fontes 
de tecnologia fazem parte de um sistema de forças cujo equilíbrio tem que ser 
metodicamente articulado e cuidadosamente mantido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.3 – Relacionamento Externo da Empresa. 3
4
 
 
 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.4 – Influência do consumidor sobre a estratégia ambiental da empresa. 
 
 36 
Para manter o sistema em equilíbrio, face ao papel desempenhado hoje em 
dia pelos movimentos comunitários e pela legislação ambiental, algumas 
condições são indispensáveis: 
 
a) A empresa deve expressar claramente seu compromisso com a 
Qualidade Ambiental, tornando públicos os princípios estabelecidos 
em sua Política Ambiental. 
 
b) Os objetivos a atingir e os resultados alcançados pela empresa 
através de seu PGA devem ser postos à disposição dos interessados. 
A empresa deve posicionar-se sempre de maneira receptiva a 
crítricas e sugestões. 
 
c) A empresa deve demonstrar comprometimento e competência na 
solução de seus problemas com resíduos e no controle de suas 
fontes de poluição, recorrendo, quando necessário, a fontes 
acreditadas de tecnologia e a organismos de pesquisa e 
desenvolvimento para dotarse das melhores soluções disponíveis. 
 
d) As autoridades responsáveis pela qualidade do meio ambiente na 
região devem receber toda colaboração da empresa, durante 
eventuais inspeções e visitas para coleta de amostras e 
informações. 
 
e) A empresa deve contribuir para a solução dos problemas ambientais 
da região, cooperando com as autoridades, órgãos da defesa civil e 
associações comunitárias, no controle de ocorrências e acidentes 
em que sua experiência no trato de problemas ambientais possa ser 
requerida e utilizada. 
 
f) Consumidores e processadores dos produtos da empresa devem 
receber informações adequadas sobre riscos potenciais no uso e na 
disposição do produto adquirido e sua respectiva embalagem. 
 
 37 
g) O relacionamento com as comunidades vizinhas deve ser direto, 
franco e objetivo, orientado por um espírito de mútua aceitação e 
colaboração permanente. Deve-se implantar um programa "Fábrica 
Aberta", possibilitando a visita de interessados em conhecer suas 
instalações. A empresa deve informar sobre a localização e as 
principais características das instalações perigosas que poderiam 
causar acidentes capazes de afetar as propriedades e os 
ecossistemas locais. 
 
h) A empresa deve elaborar e divulgar planos de contingência para os 
casos de ocorrência de eventuais acidentes e dar alarme imediato, 
informações completas e assistência no caso de acidentes que 
ocorram. 
 
Por mais capaz e correta que seja no trato do meio ambiente, uma empresa 
não pode manter-se isolada do meio externo. Sua imagem perante a sociedade e 
sua credibilidade junto aos órgãos ambientais são fatores fundamentais para 
assegurar sua posição competitiva no mercado, do qual depende, em última 
instância, para sustentar suas operações e assegurar sua sobrevivência. E a 
maneira mais eficaz de externar essa postura de empresa comprometida com a 
qualidade de vida da comunidade e com o meio ambiente é promover a 
certificação de suas instalações e de seus produtos em conformidade com as 
normas ISO 14000. 
 
A implementação de um sistema de gestão ambiental (SGA) em uma 
empresa permite incluir os aspectos ambientais na estratégia da empresa, de 
uma forma organizada, sistemática e contínua. 
 
O SGA é parte do sistema global de gestão que inclui a estrutura funcional, 
responsabilidades, práticas, processos, procedimentos e recursos para a 
definição e realização da política de ambiente. 
 
 
 
 
 38 
3.4. INTRODUÇÃO SOBRE SGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.5. O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL COMO PARTE 
 INTEGRANTE DA GESTÃO GLOBAL DA EMPRESA 
 
3.5.1. Objetivo 
 
O SGA tem por objetivo promover a melhoria contínua do desempenho 
ambiental das empresas, através de uma avaliação periódica, sistemática e 
objetiva dos resultados obtidos e a disponibilização de informação ao público. 
 
Trata-se, portanto de atuar de uma forma mais organizada, mais pró-ativa 
e mais transparente, obtendo benefícios a nível econômico (redução dos 
consumos, dos custos relacionados com a poluição, dos riscos de 
responsabilidade ambiental, entre outros), à nível da imagem da empresa (com 
conseqüentes benefícios econômicos e de relacionamento com os consumidores e 
clientes, autoridades, etc.) e, evidentemente, a nível ambiental. 
 
As fases de implementação do SGA em uma empresa são: 
 
 39 
• Compromisso da empresa e definição da política ambiental; 
• Realização do levantamento ambiental da empresa; 
• Estabelecimento de objetivos ambientais; 
• Definição e implementação do programa ambiental;• Elaboração de procedimentos, instruções de trabalho 
• Elaboração do manual de gestão ambiental; 
• Realização de auditoria ambiental interna; 
• Elaboração da declaração ambiental e pedido de verificação para 
registro no Sistema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.6. ASPECTOS AMBIENTAIS IMPORTANTES PARA UM SGA 
 
1. Consumo de água 
2. Consumo de energia 
3. Consumo de matérias-primas 
4. Utilização de substâncias perigosas 
5. Produção de resíduos não perigosos 
 40 
6. Produção de resíduos perigosos 
7. Descarga de águas residuais 
8. Emissões para a atmosfera externa 
9. Emissões para a atmosfera interna 
10. Emissão de calor para o ambiente interno 
11. Emissão de ruído para o ambiente externo 
12. Emissão de ruído para o ambiente interno 
13. Contaminação do solo e águas subterrâneas 
14. Desempenho de sub contratados e fornecedores 
15. Concepção do Produto. 
 
 
3.7. PRINCÍPIOS IMPORTANTES PARA UM SGA 
 
Princípio 1 Comprometimento e política 
Recomenda-se que uma organização defina sua política 
ambiental e assegure o comprometimento com o seu SGA. 
 
Princípio 2 Planejamento 
Recomenda-se que uma organização formule um plano 
para cumprir sua política ambiental. 
 
Princípio 3 Implementação 
Para uma efetiva implementação, recomenda-se que uma 
organização desenvolva a capacitação e os mecanismos de 
apoio necessários para atender sua política, seus objetivos 
e metas ambientais. 
 
Princípio 4 Medição e avaliação 
Recomenda-se que uma organização mensure, monitore e 
avalie seu desempenho ambiental. 
 
Princípio 5 Análise crítica e melhoria 
Recomenda-se que uma organização analise criticamente 
e aperfeiçoe continuamente seu sistema global. 
 41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo IV 
 
“Recurso Água” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 43 
Capítulo IV – “Recurso Água” 
 
 
4. RECURSO ÁGUA 
 
4.1. DISPONIBILIDADE E USOS DA ÁGUA 
 
Embora a maior parte do nosso planeta esteja coberta por água, somente 
uma pequena parcela da mesma é utilizável na grande maioria das atividades 
humanas, Os oceanos e mares constituem 97,2% da água existente na Terra, 
cobrindo 71% de superfície. Além disso, existem as água presentes na neve, nas 
geleiras, no vapor atmosférico, em profundidades não acessíveis, entre outras, 
que não são aproveitáveis. 
 
A quantidade de água livre sobre a Terra atinge 1.370 milhões de Km3. 
Dessa quantidade, apenas 0,6% de água doce líquida se torna disponível, 
naturalmente, correspondendo a 8,2 milhões de Km3. Desse vapor, somente 
1,2% se apresentam sob forma de rios e lagos, sendo o restante (98,8%) 
constituído de água subterrânea, da qual somente situada abaixo de uma 
profundidade de 800 m, inviável para captação pelo homem. Assim, restam 
aproveitáveis 98.400 Km3 nos rios e lagos e 4.050.800 Km3 nos mananciais 
subterrâneos, o que corresponde a cerca de 0,3% do total de água livre do 
Planeta (SETTI, 1994). 
 
Em termos globais, a água disponível é muito superior ao total consumido 
pela população. No entanto, a distribuição é extremamente desigual e não está 
de acordo, na maioria dos casos, com a população e as necessidades para a 
indústria e a agricultura. A maior parte da Terra tem déficit de recursos hídricos, 
porque predomina a evaporação potencial sobre a precipitação (ARAÚJO, 1988). 
 
Além da má distribuição e das perdas, deve ser consultado da ação 
antrópica, tornando parte da água imprópria para diversos usos. 
 
Assim muitas regiões do mundo apresentam problemas relacionados com a 
água, seja pela escassez, ou seja, pela quantidade inadequada da mesma. 
 
 44 
O homem utiliza a água para diversos fins, dela dependendo para 
sobreviver. Os usos da água podem sem consuntivos, quando há perdas entre 
o que é retirado e o que retorna ao sistema natural, e não consuntivos. 
 
São os seguintes os principais usos da água: 
 
Consuntivos: 
 Abastecimento humano 
 Abastecimento industrial 
 Irrigação 
 Dessedentação de animais 
 
Não Consuntivos: 
 Recreação 
 Harmonia paisagística 
 Geração de energia elétrica 
 Conservação da flora e fauna 
 Navegação 
 Pesca 
 Diluição, assimilação e afastamento de despejos 
 
O consumo de água tende a crescer, com o aumento da população, o 
desenvolvimento industrial e outras atividades humanas. Cada vez mais se retira 
água dos mananciais e se produzem resíduos líquidos, os quais voltam para os 
recursos hídricos, alterando a sua qualidade. 
 
Para cada uso de água, há necessidade de que a mesma tenha determinada 
qualidade. A água para beber, por exemplo, deve obedecer a critérios mais 
rígidos do que a utilizada na reação ou para fins paisagísticos. A qualidade 
desejável para a água usada na irrigação varia em função dos tipos de culturas 
onde será aplicada, se alimentícia ou não. O mesmo acontece com a água 
destinada às indústrias, cujas características dependem dos tipos de 
processamentos e produtos das fábricas. 
 
 45 
Alguns usos provocam alterações nas características da água, tornando-a 
imprópria para outras finalidades. A recreação pode modificar a qualidade da 
água, prejudicando o abastecimento humano. A irrigação, com o uso de 
fertilizantes e pesticidas, pode provocar a poluição de mananciais, causando 
prejuízos a outros usos. A água utilizada para diluir despejos, mesmo tratados, 
torna-se imprópria para consumo humano e para outros fins. 
 
Observa-seque há necessidade do manejo adequado dos recursos hídricos, 
compatibilizando-se os seus diversos usos, de forma a garantir a água na 
qualidade e na quantidade desejáveis aos diversos fins. Este é um dos grandes 
desafios da humanidade: saber aproveitar seus recursos hídricos, de forma a 
garantir os seus múltiplos usos, hoje e sempre. 
 
Em algumas regiões, há água em abundância, suficiente para suprir as 
necessidades da população e para diluir os resíduos líquidos resultantes dos 
diversos usos. Em outras, com características áridas ou semi-áridas, há escassez 
de água, muitas vezes até para fins mais nobres, como o abastecimento 
humano. 
 
No Brasil, por exemplo, na região semi-árida do Nordeste, em períodos 
longos de estiagem, a população de algumas áreas é obrigada a apanhar água, 
muitas vezes, a grandes distâncias, e de qualidade péssima. 
 
Em outras regiões do país, onde há relativa abundância de água, os 
problemas de poluição são graves, resultantes da urbanização, industrialização, 
mineração, irrigação, e outras atividades, havendo, muitas vezes, dificuldade de 
se obter água na qualidade adequada para determinados usos. Com isso, torna-
se necessária a implantação de processos de tratamento mais rigorosos, o que 
se reflete no custo da água fornecida. 
 
Constata-se, assim, que no manejo dos recursos hídricos é importante 
considerar-se os aspectos de qualidade e quantidade da água. Os múltiplos usos 
desse líquido devem ocorrer de forma equilibrada, considerando as suas 
disponibilidades e a capacidade dos mananciais de diluir e depurar resíduos 
líquidos. 
 46 
4.2. PROPRIEDADE DA ÁGUA 
 
A água possui propriedades que a caracterizam, diferenciando-a dos 
ambientes terrestre e aéreo, e que são responsáveis pela sobrevivência de 
grande variedade de animaise vegetais. 
 
Peso específico – o elevado peso específico da água, em relação ao 
do ar (cerca de 800 vezes maior), possibilita a existência, nesse 
ambiente, de uma fauna e flora próprias, que vivem em suspensão, 
compreendendo o plâncton. Os seres aquáticos têm estruturas não muito 
rígidas, não conseguindo sobreviver, se retirados do ambiente hídrico. 
 
Viscosidade – a resistência que a água oferece ao 
deslocamento ou atrito dos corpos em suspensão (viscosidade) é, 
também, bem mais elevada na água do que no ar, permitindo a 
existência de grande número de espécies animais e vegetais, 
microscópicas e macroscópicas. Esses organismos, integrantes do 
plâncton, conseguem sobreviver em suspensão no meio líquido, devido à 
sua viscosidade. 
 
Tensão superficial – a película de tensão superficial, existente no 
limite4 entre a água e o ar, tem grande importância, por várias razões: 
alguns organismos conseguem manter-se sobre a superfície da água 
devido à mesma (ex.: aves aquáticas); outros animais, de pequeno 
peso, conseguem sustentar-se sobre a película; outros organismos, 
como os insetos, reproduzem-se dependurados nessa película. 
 
A introdução de substâncias tenso-ativas na água (sabões e detergentes) 
causa a redução ou o rompimento da rigidez da película de tensão 
superficial, provocando alguns problemas, tais como o afundamento de 
aves e de outros organismos aquáticos e dificuldades à reprodução de 
alguns animais. 
 
Calor específico e Temperatura – o calor específico da água 
(quantidade de calor necessário para elevar de 1ºC a sua temperatura) é 
 47 
muito alto. Assim, a água tem capacidade de absorver grandes 
quantidades de calor, sem que ocorram elevações bruscas de 
temperatura. Este é um fenômeno importante, pois proporciona que os 
imensos volumes de água dos oceanos absorvam grandes quantidades 
de calor durante o dia, devolvendo-as à noite, de forma que não ocorram 
elevadas variações de temperatura do ar atmosférico. 
 
A temperatura da água também varia pouco, e de forma lenta, durante o 
dia, garantindo a sobrevivência dos seres aquáticos. 
 
Mudanças na temperatura podem resultar em modificações em outras 
propriedades da água: 
 
 A viscosidade da água reduz-se com a elevação da temperatura, 
podendo ocorrer o afundamento de muitos microorganismos 
aquáticos, principalmente do fitoplâncton. 
 
 Reduções na temperatura da água causam o aumento da sua 
densidade. Esse fenômeno ocorre até a temperatura de 4º C, 
abaixo da qual a densidade diminui. A água possui densidade 
máxima a 4º C. 
 
 Quanto maior a temperatura, menor o teor de oxigênio 
dissolvido na água. 
 
Oxigênio dissolvido – a sobrevivência dos organismos aeróbios, como 
os peixes, na água, depende da presença de oxigênio dissolvido, o qual 
provém do ar e da atividade de oxigênio fotossintética das algas e de 
outros vegetais aquáticos. Quanto maior for a agitação da água 
(velocidade, quedas d’água), maior quantidade de oxigênio será 
absorvida. Em águas paradas, é importante a transparência do líquido, 
pois, quanto mais elevada for a mesma, maior será a penetração da luz 
solar e, conseqüentemente, maior será produção fotossintética de 
oxigênio. 
 
 48 
O teor de oxigênio da água depende da altitude e da temperatura. O 
QUADRO 5.1 contém valores de oxigênio dissolvido de saturação, na 
água, para diferentes temperaturas e altitudes. 
 
 
QUADRO 4.1. 
TEOR DE SATURAÇÃO DE OXIGÊNIO DISSOLVIDO NA ÁGUA DOCE, 
AO NÍVEL DO MAR, PARA DIFERENTES TEMPERATURAS (em mg/l) 
TEMPERATURA 
(º C) 
ALTITUDE (m) 
0 250 500 750 1000 
0 
2 
4 
6 
8 
10 
15 
20 
25 
30 
14,6 
13,8 
13,1 
12,5 
11,9 
11,3 
10,2 
9,2 
8,4 
7,6 
14,2 
13,4 
12,7 
12,1 
11,5 
11,0 
9,9 
8,9 
8,1 
7,4 
13,8 
13,0 
12,3 
11,7 
11,2 
10,7 
9,5 
8,6 
7,9 
7,2 
13,3 
12,6 
12,0 
11,4 
10,8 
10,3 
9,3 
8,4 
7,6 
7,0 
12,9 
12,2 
11,6 
11,0 
10,5 
10,0 
9,0 
8,1 
7,4 
6,7 
 
 
A saturação de oxigênio da água do mar é, em média, 20% inferior à da 
água doce, devido ao seu elevado de sais dissolvidos (DACACH, 1989). 
 
Transparência – Como já foi dito no item anterior, a transparência da 
água tem grande importância ecológica, pois, em função da mesma, os 
raios solares podem penetrar a maior ou menor profundidade, e, em 
função disso, pode ocorrer maior ou menor atividade fotossintética. 
 
A elevação da cor ou da turbidez da água causa a diminuição da sua 
transparência, reduzindo a fotossíntese e, em conseqüência, o teor de 
oxigênio dissolvido, causando impactos sobre os organismos aquátricos 
aeróbios. 
 
Gás carbônico – este gás desempenha, também, importante papel no 
meio ambiente, pois é indispensável à realização da fotossíntese. É 
introduzido na água a partir do meio aquático, ou da decomposição da 
matéria orgânica. 
 49 
Sais minerais – os sais minerais são indispensáveis à atividade 
fotossintética das algas e de outros vegetais aquáticos. Esse s elementos 
(nitrogênio, fósforo, potássio) existem, geralmente, na água. Algumas 
atividades humanas resultam no lançamento de grandes quantidades 
desses sais, ocasionando o problema de eutrofização da água. 
 
Matéria orgânica – a matéria orgânica é utilizada na alimentação dos 
seres heterótrofos e como fonte de sais nutrientes e gás carbônico, para 
os autótrofos, após a decomposição bacteriana. A matéria orgânica n 
água origina-se, normalmente, da atividade fotossintetizante dos 
organismos autótrofos (ou produtores) ou da presença de folhas, solo 
carreado das margens, restos de animais, etc. O lançamento de resíduos 
na água pode aumentar bastante a quantidade de matéria orgânica, 
provocando desequilíbrios ecológicos, pois a sua elevação significa mais 
atividade de decomposição pelas bactérias aeróbias, com elevado 
consumo e conseqüente redução do oxigênio dom meio. 
 
4.3. INDICADORES DE QUALIDADE DA ÁGUA 
 
A água contém, geralmente, diversos componentes, os quais provêm do 
próprio ambiente natural ou foram introduzidos a partir de atividades humanas. 
 
Para caracterizar uma água, são determinados diversos parâmetros, os 
quais representam as suas características físicas, químicas e biológicas. Esses 
parâmetros são indicadores da qualidade da água e constituem impurezas 
quando alcançam valores superiores aos estabelecidos para determinado uso. 
 
Os principais indicadores de qualidade da água são discutidos a seguir, 
separados sob os aspectos físicos, químicos e biológicos. 
 
4.3.1. Indicadores de Qualidade Física 
 
Cor: Resulta da existência, na água, de substâncias em solução; pode 
ser causada pelo ferro ou manganês, pela decomposição da matéria 
 50 
orgânica da água (principalmente vegetais), pelas algas ou pela 
introdução de esgotos industriais e domésticos. 
 
Turbidez: presença de matéria em suspensão na água, como argila, 
silte, substâncias finamente divididas, organismos microscópicos e outras 
partículas. 
 
Temperatura: medida da intensidade de calor; é um parâmetro 
importante, pois, como já comentado, influi em algumas propriedades da 
água (densidade, viscosidade, oxigênio dissolvido), com reflexos sobre a 
vida aquática. 
 
Sabor e odor: resultam de causas naturais (algas; vegetação em 
decomposição; bactérias; fungos; compostos orgânicos, tais como 
sulfídrico, sulfatos e cloretos) e artificiais (esgotos domésticos e 
industriais). 
 
pH (potencial hidrogeniônico): representa o equilíbrio entre íons H+ e 
íons OH-; varia de 7 a 14; indica se uma água é ácida (pH inferiora 7), 
neutra (pH igual a 7) ou alcalina (pH maior do que 7); o pH da água 
depende de sua origem e características naturais, mas pode ser alterado 
pela introdução de resíduos; pH baixo torna a água corrosiva; água com 
pH elevado tendem a formar incrustações nas tubulações; a vida 
aquática depende do pH, sendo recomendável a faixa de 6 a 9. 
 
Alcalinidade: causada por sais alcalinos, principalmente de sódio e 
cálcio; mede a capacidade da água de neutralizar os ácidos; em teores 
elevados, pode proporcionar sabor desagradável a água; tem influência 
nos processos de tratamento da água. 
 
Dureza: resulta da presença, principalmente, de sais alcalinos terrosos 
(cálcio e magnésio) ou de outros metais bivalentes, em maior 
intensidade; em teores elevados, causa sabor desagradável e efeitos 
laxativos; reduz a formação da espuma do sabão, aumentando o seu 
 51 
consumo; provoca incrustações nas tubulações e caldeiras. Classificação 
das águas, em termos de dureza (em CaCO3): 
 
 < 50 mg/l CaCO3 – água mole 
 entre 50 e 150 mg/l CaCO3 – água com dureza moderada 
 entre 150 e 300 mg/l CaCO3 – água dura 
 > 300 mg/l CaCO3 – água muito dura 
 
Cloretos: Os cloretos, geralmente, provêm da dissolução de minerais ou 
da intrusão de águas do mar; podem, também, advir dos esgotos 
domésticos ou industriais; em altas concentrações, conferem sabor 
salgado à água ou propriedades laxativas. 
 
Ferri e manganês: podem originar-se da dissolução de compostos do 
solos ou de despejos industriais; causam coloração avermelhada à água, 
no caso do ferro, ou marrom, no caso do manganês, manchando roupas 
e outros produtos industrializados; conferem sabor metálico à água; as 
águas ferruginosas favorecem o desenvolvimento das ferrobactérias, que 
causam mais odores e coloração à água e obstruem as canalizações. 
 
Nitrogênio: o nitrogênio pode estar presente na água sob várias 
formas: molecular, amônia, nitrito, nitrato,; é um elemento 
indispensável ao crescimento de algas, mas em excesso, pode ocasionar 
um exagerado desenvolvimento desses organismos, fenômeno chamado 
de eutrofização; o nitrato, na água, pode causar a metemoglobinemia; a 
amônia é tóxica aos peixes; são causas do aumento do nitrogênio na 
água: esgotos domésticos e industriais, fertilizantes, excrementos de 
animais. 
 
Fósforo: encontra-se na água nas formas de ortofosfato, polifosfato e 
fósforo orgânico; é essencial para o crescimento de algas, mas, em 
excesso, causa a autrofização; suas principais fontes são: dissolução de 
compostos do solo; decomposição da matéria orgânica; esgotos 
domésticos e industriais; fertilizantes; detergentes; excrementos de 
animais. 
 52 
Fluoretos: os fluorestos têm ação benéfica de prevenção da cárie 
dentária; em concentrações mais elevadas, podem provocar alterações 
da estrutura óssea ou a fluorose dentária (manchas escuras nos dentes). 
 
Oxigênio Dissolvido (OD): é indispensável aos organismos aeróbios; a 
água, em condições normais, contém oxigênio dissolvido, cujo teor de 
saturação depende da altitude e da temperatura; águas com baixos 
teores de oxigênio dissolvido indicam que receberam matéria orgânica; a 
decomposição da matéria orgânica por bactérias aeróbias é, geralmente, 
acompanhada pelo consumo e redução do oxigênio dissolvido da água; 
dependendo da capacidade de autodepuração do manancial, o teor de 
oxigênio dissolvido pode alcançar valores muito baixos, ou zero, 
extinguindo-se os organismos aquáticos aeróbios. 
 
Matéria Orgânica: a matéria orgânica da água é necessária aos seres 
heterótrofos, na sua nutrição, e aos autótrofos, como fonte de sais 
nutrientes e gás carbônico; em grandes quantidades, no entanto, podem 
causar alguns problemas, como: cor, odor, turbidez, consumo do 
oxigênio dissolvido, pelos organismos decompositores. 
 
O consumo de oxigênio é um dos problemas mais sérios do aumento do 
teor de matéria orgânica, pois provoca desequilíbrios ecológicos, podendo 
causar a extinção dos organismos aeróbios. Geralmente são utilizados 
dois indicadores do teor de matéria orgânica na água: Demanda 
Bioquímica de Oxigênio (DBO) e Demanda Química de Oxigênio (DQO). 
 
A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO): é a quantidade de 
oxigênio necessária à oxigenação da matéria orgânica, por ação de 
bactérias aeróbias. Representa, portanto, a quantidade de oxigênio que 
seria necessário fornecer às bactérias aeróbias, para consumirem a 
matéria orgânica presente em um líquido (água ou esgoto). A DBO é 
determinada em laboratório, observando-se o oxigênio consumido em 
amostras do líquido, durante 5 dias, à temperatura de 20º C. 
 
 53 
A Demanda Química de Oxigênio (DQO): é a quantidade de oxigênio 
necessária à oxidação da matéria organiza, através de um agente 
químico. A DQO também é determinada em laboratório, em prazo muito 
menor do que o teste da DBO. Para o mesmo líquido, a DQO é sempre 
maior que a DBO. 
 
Componentes Inorgânicos: alguns componentes inorgânicos da água, 
entre eles os metais pesados, são tóxicos ao homem: arsênio, cádmio, 
cromo, chumbo, mercúrio, prata, cobre e zinco; além dos metais, 
podem-se citar os cianetos; esses componentes, geralmente, são 
incorporados à água através de despejos industriais ou a partir das 
atividades agrícolas, de garimpo e de mineração. 
 
Componentes Orgânicos: alguns componentes orgânicos da água são 
resistentes à degradação biológica, acumulando-se na cadeia alimentar; 
entre esses, citam-se os pesticidas, alguns tipos de detergentes e outros 
produtos químicos, os quais são tóxicos. 
 
4.3.2. Indicadores de Qualidade Biológica 
 
Coliformes: são indicadores da presença de microorganismos 
patogênicos na água; os coliformes fecais existentes em grande 
quantidade nas fezes humanas e, quando encontrados na água, significa 
que a mesma recebeu esgotos domésticos, podendo conter 
microorganismos causadores de doenças (Ver Capítulo II). 
 
Algas: as algas desempenham um importante papel no ambiente 
aquático, sendo responsáveis pela produção de grande parte do oxigênio 
dissolvido do meio; em grandes quantidades, como resultado do excesso 
de nutrientes (eutrofização), trazem alguns inconvenientes: sabor e 
odor; toxidez; turbidez e cor; formação de massas de matéria orgânica 
que, ao serem decompostas, provocam a redução do oxigênio dissolvido; 
corrosão; interferência nos processos de tratamento da água; aspecto 
estético desagradável. 
 
 54 
4.4. PADRÕES DA QUALIDADE DA ÁGUA 
 
Os teores máximos de impurezas permitidos na água são estabelecidos em 
função dos seus usos. Esses teores constituem os padrões de qualidade, os quais 
são fixados por entidades públicas, com o objetivo de garantir que a água a ser 
utilizada para um determinado fim não contenha impurezas que venham a 
prejudicá-lo. 
 
Os padrões de qualidade da água variam para cada tipo de uso. Assim, os 
padrões de potabilidade (água destinada ao abastecimento humano) são 
diferentes dos de balneabilidade (água para fins de recreação de contato 
primário), os quais, por sua vez, não são iguais aos estabelecidos para a água de 
irrigação ou destinada ao uso industrial. Mesmo entre as indústrias, existem 
requisitos variáveis de qualidade, dependendo do tipo de processamento e dos 
produtos das mesmas. 
 
Uma forma de definir a qualidade das águas dos mananciais, é enquadrá-los 
em classes, em função dos usos propostos para os mesmos, estabelecendo-se 
critérios ou condições a serem atendidos. 
 
4.4.1. Classificação das Águas 
 
Um modo de definir critérios ou condições a serem atendidos pelos 
mananciais é estabelecer

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