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TRATAMENTO DE EFLUENTES DOMÉSTICOS

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RESIDENCIAIS 
POPULAÇÃO 
ATENDIDA 
% DA 
POPULAÇÃO 
ATENDIDA 
TAXA DE 
OCUPAÇÃO 
ESTIMADA 
2000 30.847 4.579 17.033,88 55,21 3,72 
2007 31.234 5.661 21.058,92 67,42 3,72 
Fonte: Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social- IPARDES (2008). 
 
TABELA 6- Rede Coletora de Esgoto- Palmeira - PR 
 
 
ANO 
 
POPULAÇÃO 
TOTAL DE 
HABITANTES 
ABASTECIDA DE 
ESGOTO-
UNIDADES 
ATENDIDAS 
RESIDENCIAIS 
 
POPULAÇÃO 
ATENTIDA 
 
% DA 
POPULAÇÃO 
ATENDIDA 
 
TAXA DE 
OCUPAÇÃO 
ESTIMADA 
2000 30.847 3.812 14.180 45,96 3,72 
2007 31.234 4.897 18.216 58,32 3,72 
Fonte: Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social- IPARDES (2008). 
 
 
2.2 PLANTAS MACRÓFITAS 
 
As plantas macrófitas - enraizadas em ambiente aquático - constituem, em 
sua grande maioria, vegetais superiores, com grande capacidade de adaptação a 
diferentes tipos de ambientes. São classificadas segundo o biótipo no ambiente 
aquático, nos seguintes grupos ecológicos (PROBIO, 2008): 
a) Macrófitas aquáticas emersas: enraizadas, porém com folhas fora 
d’água. Ex: Eleocharis sp, Typha domingensis. 
b) Macrófitas aquáticas com folhas flutuantes: enraizadas e com folhas 
na superfície da água. Ex: Nymphaea sp, Nymphoides sp. 
c) Macrófitas aquáticas submersas enraizadas: enraizadas, crescendo 
totalmente submersa na água. Ex: Egeria densa, Mayaca sp. 
d) Macrófitas aquáticas submersas livres: permanecem flutuando 
submergidas na água. Geralmente prendem-se a pecíolos e caules de 
outras macrófitas. Ex: Utricularia sp. 
e) Macrófitas aquáticas flutuantes: flutuam na superfície da água. Ex: 
Pistia stratiotes, Eichhornia sp. 
Essas espécies requerem altas concentrações de nutrientes, e podem ser 
utilizadas na despoluição de lagos e rios, através da remoção de macronutrientes 
como o nitrogênio e o fósforo, provenientes de despejo industrial e doméstico, 
utilizando-se do substrato e de biofilmes de bactérias. O conjunto forma um sistema 
físico-biológico com uma intensa vida microbiana na rizosfera (região ao redor das 
 
 
9
raízes) e nos rizomas da planta. As bactérias heterotróficas que se encontram na 
zona anóxica (pobre em oxigênio) são responsáveis pela transformação do nitrato 
em nitrito e posteriormente em nitrogênio gasoso, e na zona anaeróbica, ocorre à 
remoção da carga orgânica através da decomposição das bactérias anaeróbicas. O 
fósforo é removido pelas plantas macrófitas, com imobilização microbiana, fica retido 
no subsolo e precipita-se na coluna de água, não ocorrendo perdas pela forma 
gasosa. (NAIME; GARCIA, 2005). 
Uma das principais espécies de macrófitas utilizadas para o tratamento de 
resíduos líquidos domésticos é a Typha domingensis conhecida popularmente por 
“taboa”. (WIKIPÉDIA, 2008). A Taboa é uma macrófita aquática emersa, perene, 
apresenta caule rizomatoso rastejante, as folhas são longíneas inseridas próximas à 
base apresentando nervação paralelas. A multiplicação se dá por rizomas e 
sementes, sendo a inflorescência em espiga contínua ou interrompida, apresentando 
coloração escura. (CORDAZZO; SEELIGER, 1988). (Fig.1). 
 
Figura 1. Typha domingensis (Taboa) com folhas e flor. Foto: VIEIRA, Luciane. 
 
A planta floresce no início da primavera apresentando flores estaminadas e 
pistiladas (inflorescência cilíndrica) que são receptivas a polinização, ocorrendo a 
autofecundação com facilidade. (KUEHN; MINOR; WHITE, 1999). (Fig. 2). 
 
 
 
10
 
Figura 2. Inflorescência da Typha domingensis (Taboa). Foto: VIEIRA, Luciane. 
 
Possui o sistema radicular fasciculado (sem raiz principal), originando 
diretamente do caule (forma de cabeleira) denominadas adventícias, apresentando 
raízes finas com diâmetro constante ao longo de seu comprimento. (AMABIS; 
MARTHO, 2004). (Fig. 3). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 3. Raiz da Typha domingensis (Taboa) em forma de cabeleira. Foto: VIEIRA, Luciane. 
 
 
 
 
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 Segundo Naime e Garcia (2005, p. 18): 
(...) As enraizadas vêm sendo bastante utilizadas devido ao seu baixo custo 
e alta eficiência na remoção de Demanda Biológica de Oxigênio (DBO), 
nitrogênio, fósforo e coliformes fecais, que são utilizados como nutrientes, 
sendo absorvidos pelas raízes das macrófitas. São também utilizadas pelos 
fungos e bactérias do biofilme aderido ao substrato. 
 
Logo, em face às vantagens abordadas sobre a planta Typha domingensis 
na purificação das águas, sugere-se no aludido projeto a sua utilização como 
sistema de tratamento das águas residuais da zona rural do município de Palmeira, 
para que ocorram mudanças na paisagem e preservação dos recursos naturais. 
As medidas a serem adotadas para assegurar um futuro sustentável à 
comunidade local será a participação integrada da escola e da população na 
construção de uma miniestação de tratamento de água residual como projeto piloto. 
Como mencionado por Paulo Freire (1998, p. 46), “teorizar a prática e construir a 
teoria, procurando articular a teoria e a prática, o saber e o fazer, o ensino e a 
pesquisa”. 
 Este trabalho preserva os elementos de um piloto, cuja aplicabilidade de 
atuação interativa e participativa poderá ser estendida a outras comunidades da 
zona rural, apoiando-se nas Diretrizes Curriculares de Ciências para a Educação 
Básica que prevê a Educação Ambiental inserida no conteúdo estruturante 
Biodiversidade no currículo escolar. (Portal educacional dia-a-dia Educação, 2009). 
A medida adotada para assegurar um futuro sustentável à comunidade local 
foi a construção de uma miniestação de tratamento de água residual com plantas 
macrófitas, a Typha domingensis. A miniestação foi construída na propriedade do 
Senhor Hans Ulrich Kliewer, professor da Escola Estadual Fritz Kliewer e proprietário 
da confeitaria Kliewer Ltda localizada na Colônia Witmarsum, situada na área rural 
do município de Palmeira, estado do Paraná, a 59 Km da capital, Curitiba, com o 
interesse e aceite do professor. A comunidade da Colônia Witmarsum é constituída 
por pessoas que vieram da Europa, Menonitas que pertencem ao grupo de alemães 
russos que tiveram origem na Frísia, no norte da Holanda e Alemanha. 
 
 
 
 
12
O projeto piloto consistiu das seguintes etapas: 
· Avaliação do terreno para a construção da miniestação de tratamento dos 
efluentes domésticos pelo Engenheiro Agrônomo Gernold Schartner. 
· Projeto da miniestação elaborado pelo Engenheiro Civil Arnhold Thiessen. 
· Parceria com a Escola Estadual Fritz Kliewer - Ensino Fundamental, 
SANEPAR e UEPG. 
· Construção da miniestação de tratamento dos efluentes líquidos domésticos. 
· Documentação fotográfica das etapas simplificadas da construção da 
miniestação de tratamento de esgoto líquido doméstico, registrada pela 
professora PDE, da área de Ciências, Luciane Maria Martini Vieira. 
· Elaboração de CD-ROM (software educacional) pela professora PDE Luciane 
Maria Martini Vieira das etapas registradas da construção da miniestação de 
tratamento dos efluentes líquidos domésticos, para apoio didático na Escola 
Estadual Fritz Kliewer, com orientação das professoras MSc. Rosilda 
Kovaliczn (UEPG) e MSc. Margarete Munhoz (PDE 2008). 
· Análise química da água para averiguação da eficiência do sistema nos 
laboratórios da SANEPAR (parceria UEPG) e análise de Nitrogênio, Fósforo, 
pH e Demanda Química de Oxigênio (DQO) no Setor de Ciências Agrárias e 
Tecnologia-Departamento de Engenharia de Alimentos, também da UEPG. 
 
 
3 IMPLEMENTAÇÃO DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NA ESCOLA 
 
A Escola Estadual Fritz Kliewer está situada à BR 277 no Km 146 no 
Município de Palmeira,
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