conseguir salvar a saúde e o bem estar de todos e com isso fazer a nossa natureza agradecer e sorrir novamente. (Raquel S. Heinrichs - moradora da Colônia Witmarsum) Os alunos se expressaram de várias maneiras: oralmente, na escrita, através de desenhos, pinturas e entrevistas com pessoas da comunidade, favorecendo as práticas cotidianas sobre a Educação Ambiental, uma vez que fez sentido para o aluno, foi significativo, porque normalmente o tema é abordado de forma descontextualizada e não envolve o educando com as causas relacionadas com a preservação do seu entorno. Os professores de Matemática Henrique Mehl Hellmann Junior, Marta Lena Janh e a professora de Português Rosane Mayer Temp, realizaram as atividades 25 propostas pelo professor PDE com responsabilidade e satisfação, envolvendo-se com os alunos e propondo estratégias comuns a suas disciplinas. Alguns trabalhos realizados pelos alunos expressam as idéias de acordo com o tema proposto com as orientações do professor PDE (Figs.13,14,15,16,17,18 e 19). Figura 13. O aluno articula o conhecimento científico adquirido com material didático pedagógico (CD- ROM) de forma lúdica. A escola ao aceitar o novo e estando aberta a todas as culturas, gera novas metodologias para trabalhar com seus alunos. O professor pode ajudar o aluno a ter autonomia, sem se esquecer de seus direitos e deveres perante a sociedade, incentivando-o a atuar como multiplicador de ações de cidadania. Alguns alunos optaram por reproduzir histórias em quadrinhos sobre o tema. (Fig. 14). 26 Figura 14. Produção de história em quadrinhos pelo aluno da 7ª série A. O aluno autor da história em quadrinhos (Fig. 14) se valeu da linguagem visual para produzir o efeito almejado. A contundência da imagem contribui para uma conscientização sobre a importância da preservação da natureza verificando a existência de doenças veiculadas pela água, sugerindo ações de prevenção dessas doenças, desenvolvendo sua capacidade de observação, criatividade e despertando uma percepção crítica da interferência do homem sobre o meio ambiente. No decorrer da aplicação do projeto na escola, o aluno também foi incentivado a calcular gastos com a construção da miniestação de tratamento com plantas macrófitas. (Fig. 15). 27 Figura 15. Aluno da 6ª série B envolve-se com a comunidade para realizar sua pesquisa sobre os custos da miniestação. Através das pesquisas para a construção da miniestação, os alunos colocaram em prática diversos conhecimentos matemáticos, dentre eles: volume (em diversas situações); perímetro (medidas lineares de canos de PVC); área lateral de figuras geométricas (para cálculo de materiais utilizados). Foi possível, também, vivenciar a matemática no dia a dia, sua importância e, verificar que a mesma é uma ferramenta indispensável em muitas atividades laborais formais ou não. 28 Partindo dos aspectos teóricos e da observação do meio ambiente, o educando, de forma consciente concretiza seus conhecimentos elaborando um poema. (Fig. 16). Figura 16. Alunas da 6ª série e o poema “Água”, no tema meio ambiente. Houve incentivo também para a produção de redação sobre o tema. (Fig. 17). 29 Figura 17. Aluno da 6ª série B interagindo com o projeto através da redação. De acordo com o texto acima, o aluno interage com o conhecimento prévio sobre os elementos linguísticos, sua capacidade de compreensão para produção de diferentes tipos de gêneros de texto, interagindo com o tema em questão, posicionando-se de maneira crítica em relação à preservação do meio ambiente. Na figura 18 observa-se que a aluna procurou novas fontes de informações, consultando sites na internet e acrescentou novos conhecimentos relacionados ao conteúdo proposto, ressaltando sua habilidade em outras fontes de pesquisa. (Fig. 18). 30 Figura 18. Aluna da 6ª série pesquisa na internet sobre a “taboa” – planta macrófita Em outra etapa do desenvolvimento do projeto, alunos do ensino fundamental atuaram como mediadores da Educação Ambiental, dando assistência aos professores do Colégio Municipal Fritz Kliewer e aos alunos da 4ª série na visita técnica à miniestação de tratamento de efluentes domésticos com plantas macrófitas, utilizando conhecimentos científicos adquiridos previamente, durante a participação no projeto e exercendo a sua cidadania. (Fig. 19). Figura 19. Na socialização de conhecimentos, alunos da 4ª série recebem informações dos alunos da Escola Estadual Fritz Kliewer sobre o funcionamento da miniestação. Foto: VIEIRA, Luciane. 31 4 RESULTADOS DAS ANÁLISES LABORATORIAIS No período de novembro de 2008 a junho de 2009 coletou-se amostra (em frascos estéreis) da água residual e após passar pelo sistema de tratamento com plantas macrófitas para averiguar a purificação do sistema. (QUADROS 1 e 2). QUADRO 1- Resultado do exame bacteriológico da água de efluente doméstico in natura e após passar pelo sistema de tratamento com plantas macrófitas. ORIGEM DA AMOSTRA DATA DA COLETA TOTAL DE BACTÉRIA (UFC) COLIFORMES TOTAIS (NMP) COLIFORMES FECAIS (NMP) Água de efluente doméstico in natura 18/11/08 >10.000/mL >240/100mL >240/100mL Água de efluente doméstico após tratamento com plantas macrófitas. 18/11/08 >5.000/mL >240/100mL >240/100mL Nota: Análises efetuadas pelo Prof. Dr. Alberto E. G. Kloth da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG. Os resultados referem-se exclusivamente a amostras encaminhadas ao laboratório. QUADRO 2- Resultados da dosagem do pH, Fósforo total, Nitrogênio total e Demanda Química de oxigênio (DQO) da água de efluente doméstico in natura e após passar pelo sistema de tratamento com plantas macrófitas. ORIGEM DA AMOSTRA DATA DA COLETA pH FÓSFORO TOTAL NITROGÊNIO TOTAL DQO Água de efluente doméstico in natura 29/04/09 6,56 6,89 1,52 1047,51 Água de efluente doméstico após tratamento com plantas macrófitas 29/04/09 7,42 3,47 0,52 50,92 Água de efluente doméstico in natura 18/06/09 5,21 n.d. 0,102 1.108,84 Água de efluente doméstico após tratamento com plantas macrófitas 18/06/09 7,15 n.d 0,036 176,62 Nota: Análises efetuadas nos laboratórios do Departamento de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG. Comparando os resultados dos quadros acima os alunos mostraram-se surpresos com a redução da intensidade de contaminação dos corpos receptores do efluente devido à ação da planta macrófita “taboa” que é considerada por muitas pessoas da comunidade uma planta invasora. Hoje, o educando reconhece sua importância na natureza, uma vez que, de forma controlada pode auxiliar no combate à poluição e a contaminação da água por meio de esgotos domésticos. 32 Muito mais dos que as análises e comprovações técnicas, os alunos puderam perceber as mudanças a olho nu quanto ao processo da melhoria da qualidade da água residuária. Na figura 20 destaca-se o relato da aluna da 6ª série: Figura 20. Relato da aluna Lidiane da 6ª série B sobre a miniestação de tratamento com plantas macrófitas (Taboa), demonstrando sua sensibilização para a questão ambiental. Mesmo que o professor não possua uma formação sistemática e continuada em Educação Ambiental (EA), com esforço ele poderá atuar nesse tema para atender as necessidades