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Aula 4- Fibro edema gelóide: Celulite, palavra de origem latina, cellulite que significa inflamação do tecido celular O termo “celulite” está associado à uma infecção bacteriana, tratada pelo médico Foi inicialmente utilizado na década de 20 havendo controvérsia quanto à utilização do termo, em virtude de não se encontrar infiltrado inflamatório nas observações histopatológicas Celulite Bacteriana: Causada pela entrada de bactérias no organismo, como Streptococcus pyogenes ou Staphylococcus aureus, através de uma ferida como queimadura, corte, frieira, acne ou picada de inseto, por exemplo. Apesar de ser mais frequente nas pernas, ela também pode ocorrer na face. Alguns termos utilizados para designar a celulite: lipodistrofia localizada, hidrolipodistrofia ginóide, paniculopatia edemato-fibroesclerótica, lipoesclerose nodular, lipodistrofia ginóide O termo fibro edema gelóide( FEG) tem-se demonstrado como conceito mais adequado para descrever o quadro Diversos autores observaram que o tecido cutâneo e adiposo são afetados em diversos graus, ocorrendo uma série de alterações estruturais na derme, na microcirculação e nos adipócitos Podem acarretar quadro álgico nas áreas acometidas e diminuição das atividades funcionais e até mesmo problemas emocionais Diferenças entre homens e mulheres: Nas mulheres, a camada subcutânea de gordura está organizada em câmaras verticais, permitindo acumular mais gordura Nos homens, as câmaras estão organizadas diagonalmente em pequenas unidades, permitindo menor acúmulo de gordura e não resultam em celulite. Três definições importantes da FEG: Histologicamente: É uma infiltração edematosa do tecido conjuntivo, não inflamatória, infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica consecutiva. Etiopatologicamente: Ocorre uma alteração dos fibroblastos causada por diversos fatores. Há uma retenção hídrica com consequente aumento da viscosidade, dificultando os intercâmbios celulares. Clinicamente: É um espessamento não inflamatório das células subepidérmicas, às vezes dolorosa. Se manifesta em forma de nódulo ou placas de variada extensão e localização. Por essa razão denomina-se esse processo de fibro edema gelóide. Fibro edema gelóide (Grau I): Caracteriza-se por hipertrofia das células adiposas, diminuição na facilidade de drenagem do líquido intercelular. O tecido fica inundado. É a fase congestiva simples, puramente circulatória, que pode ser temporária e transitória Não é percebida pelos pacientes É aquele percebido somente pela compressão do dedo sobre o tecido ou da contração muscular voluntária. Nesta fase, o FEG não é ainda visível somente à inspeção, e não há alteração da sensibilidade à dor. O esfíncter capilar permite a passagem de sangue lentamente e esta lentidão permite excelentes condições de oxigenação dos tecidos e também uma boa eficácia na retirada dos dejetos teciduais. Este desequilíbrio poderá ser perturbado por várias circunstâncias, como: Estresse Distúrbios hormonais ou terapias à base de hormônios Gravidez Alterações circulatórias Fibro edema gelóide grau II: O líquido lançado no tecido conjuntivo, contém todos os resíduos das diferentes células das regiões vizinhas. Os produtos residuais não utilizados pelas células desempenham um papel de corpo estranho no tecido conjuntivo. Provocando reações químicas, tentativas de defesa contra esses elementos anormais, adquirindo uma consistência gelatinosa, cada vez mais densas à medida que o tempo passa. O exsudato ( líquido com alto teor de proteínas e leucócitos, produzido como reação a danos nos tecidos e vasos sanguíneos) dissocia as fibras conjuntivas e altera as terminações nervosas da região. A análise do líquido tissular demonstra que sua concentração em proteínas é inferior à do sangue, comprovando assim a natureza estática do fibro edema gelóide, e não inflamatória. As depressões são visíveis sem a compressão dos tecidos, sujeitas, portanto, a ficarem ainda mais aparentes mediante a compressão dos mesmos. Fibro edema Gelóide (Grau III): Aparecem os fibroblastos, formando um arcabouço fibroso, que progressivamente vai se transformando em colágeno, é a fase dos nódulos. Este aumento de densidade do tecido conjuntivo promove irritação das fibras teciduais, dissociando-as em fibrilas, promovendo uma lesão acelerada Origina-se um verdadeiro tecido fibroso, muito denso, envolvendo e comprimindo todos os elementos do tecido conjuntivo(artéria, veias e nervos), formando uma verdadeira barreira a todas as trocas vitais. Fibro edema Gelóide (Grau III): Alguns autores consideram essa fase como irreversível O acometimento tecidual pode ser observado quando o indivíduo estiver em qualquer posição, ortostática ou decúbito. A pele fica enrugada e flácida, pode apresentar-se cheia de relevos, assemelha-se a um “saco de nozes” A sensibilidade à dor está aumentada e as fibras do tecido conjuntivo estão quase totalmente danificadas. Fibro edema Gelóide (Grau IV): O tecido fibroso torna-se constantemente mais cerrado, endurecido continuamente e, com o tempo, torna-se esclerosado, isto é, um tecido muito duro, firme, sem qualquer possibilidade de libertação dos produtos nutritivos, residuais, água e os lipídeos Com o endurecimento tecidual muito denso é produzido uma irritação contínua nas terminações nervosas, resultando em dores à palpação, desproporcionais à pressão exercida, ou mesmo sem motivo exterior. Com a fibrose cicatricial, atrófica e irreversível, a última fase fica estabelecida. As arteríolas são atingidas, sendo os nervos e vasos inclusos na parede conjuntiva são portanto comprimidos pelo conjunto de fibroses Os estágios do FEG não são totalmente delimitados, podendo ocorrer uma sobreposição de graus em uma mesma área de uma mesma paciente. Graus do Fibro edema Gelóide: Identificação do Fibro Edema Gelóide: O tecido conjuntivo é a ligação entre os planos musculares e o revestimento cutâneo As transformações deste tecido, em vez de permitir a mobilidade da pele fixam-se nos planos mais profundos Tais alterações nem sempre se fazem por igual, de maneira que a pele apresentará um aspecto acolchoado Quanto à predisposição genética, a incidência maior ocorre na raça branca, quando comparada às raças negras e amarelas Evidências encontradas na palpação da FEG: Aumento da espessura do tecido celular subcutâneo Maior consistência tecidual Maior sensibilidade à dor Diminuição da mobilidade por aderência aos planos mais profundos Localizações preferenciais da FEG: Joelhos Culote Abdômem Braço (face interna) Lombar Glúteo
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