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Teoria Centrada na Pessoa - Carl Rogers

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TEORIA CENTRADA NA PESSOA - CARL ROGERS 
- “Se o terapeuta é congruente e comunica uma consideração positiva incondicional e uma empatia direta 
em relação ao cliente, então a mudança terapêutica ocorrerá. Se a mudança terapêutica ocorrer, então o 
cliente experimentará um nível maior de auto aceitação, de confiança em si etc.” 
 
PRESSUPOSTOS BÁSICOS 
1) TENDÊNCIA FORMATIVA 
- Evoluímos das formas mais simples para as mais complexas. 
- A partir de um inconsciente primitivo, desenvolvemos uma consciência altamente organizada. 
 
2) TENDÊNCIA ATUALIZANTE 
- Tendência de todos os seres humanos para evoluir rumo a conclusão ou à realização dos potenciais. 
- As propensões a manter e a melhorar o organismo estão incluídas na tendência atualizante. 
- Ainda que as pessoas tenham um forte desejo de manter o status quo, elas estão dispostas a aprender e a 
mudar. Essa necessidade de se tomar mais, desenvolver-se e atingir o crescimento é chamada de 
aperfeiçoamento. A necessidade de aperfeiçoamento do self é vista na disposição para aprender coisas que 
não são imediatamente gratificantes. 
- A tendência a atualização não está limitada aos humanos. Os animais e até plantas têm urna tendência 
inerente a crescer para atingir seu potencial genético, porém, somente os humanos têm um conceito de self 
e, portanto, um potencial para a auto atualização. 
 
O SELF E A AUTO REALIZAÇÃO 
- Avaliamos as experiências de forma positiva e negativas, utilizando como critério a tendência atualizante. 
- A auto atualização é um subgrupo da tendência a atualização e, portanto, não é sinónimo dela. A tendência 
a atualização se refere a experiências do organismo do indivíduo, ou seja, a pessoa como um todo – 
consciente e inconsciente, fisiológica e cognitiva. Todavia, auto-atualização é a tendência a atualizar o self 
como percebido na consciência (awareness). 
 
AUTOCONCEITO 
- Envolve todos os aspectos do ser de alguém e as experiências percebidas de modo consciente. 
- Um autoconceito estabelecido não impossibilita as mudanças, apenas as dificultas. A mudança pode 
ocorrer rapidamente em um clima de aceitação pelos outros, que permitirá uma pessoa a reduzir a 
ansiedade e o sentimento de ameaça e apropriar-se de experiências anteriormente rejeitadas. 
- O autoconceito não é idêntico ao self do organismo. Partes do self do organismo podem ir além da 
consciência (awareness) da pessoa ou simplesmente não ser daquela pessoa 
 
O SELF IDEAL 
- Visão que um indivíduo tem de si como gostaria de ser e contém atributos normalmente positivos, aos 
quais as pessoas aspiram em suas vidas. 
- A diferença entre o self e o self ideal é a incongruência e uma pessoa infeliz. 
- Indivíduos mais saudáveis, percebem pouca discrepância entre seu autoconceito e o que gostaria de ser. 
 
CONSCIÊNCIA (AWARENESS) 
- Sem consciência (awareness), o autoconceito e o self ideal não existiriam. 
- Rogers (1959) definiu consciência (awareness) como "a representação simbólica (não necessariamente em 
símbolos verbais) de parte de nossa experiência". Ele usou o termo como sinônimo de consciência e 
simbolização. 
 
NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA (AWARENESS) 
- Rogers (1959) reconheceu três níveis de consciência (awareness). Alguns eventos são experimentados 
abaixo do limiar da consciência (awareness) e são ignorados ou negados. 
Exemplo de EXPERIÊNCIA IGNORADA: no caso de uma mulher que caminha por uma rua movimentada, 
atividade que apresenta muitos estímulos visuais e sonoros, como ela não pode prestar atenção a todos eles, 
muitos permanecem ignorados. 
Exemplo de EXPERIÊNCIA NEGADA: uma mãe que nunca quis ter filhos, mas, a partir da culpa, ela se toma 
excessivamente solícita com eles. 
 
NEGAÇÃO DAS EXPERIÊNCIAS POSITIVAS 
- Elogios em raras ocasiões causam influência positiva no autoconceito do destinatário. Eles podem ser 
distorcidos porque a pessoa não confia em quem os fez ou podem ser negados porque o destinatário não se 
sente merecedor deles. Em todos os casos, um elogio do outro também implica o direito daquela pessoa de 
criticar ou condenar, e, assim, o elogio traz consigo urna ameaça implícita. 
 
TORNAR-SE PESSOA 
- Nesse processo, primeiro um indivíduo precisa fazer contato - positivo ou negativo - com outra pessoa, que 
é experiência mínima necessária para tornar-se uma pessoa. 
- O indivíduo desenvolve uma necessidade de ser amado e aceito por outra pessoa, uma necessidade 
chamada de consideração positiva. Se percebemos que os outros, especialmente os significativos, importam-
se conosco, nossa necessidade de receber consideração positiva é, pelo menos em parte, satisfeita. 
- A consideração positiva é um pré-requisito para a autoconsideração positiva, definida como a experiência 
de prezar ou valorizar a si mesmo. Rogers acreditava que receber consideração positiva dos outros é 
necessário para a autoconsideração positiva; porém, depois que a autoconsideração positiva está 
estabelecida, ela se toma independente da necessidade continua de ser amado. 
 
OBSTÁCULOS PARA A SAÚDE PSICOLÓGICA 
- Nem todos se tornam psicologicamente saudáveis, a maioria das pessoas experimentam condições de 
valor, incongruência, defesa e desorganização. 
 
1 - CONDIÇÕES DE VALOR 
- “Uma condição de valor surge quando a consideração positiva do outro significativo é condicional, quando 
o indivíduo sente que, em alguns aspectos, ele é valorizado e em outros não”. 
- A maior parte de nós aprender a desconsiderar nossas próprias avaliações e a buscar, fora de nós, 
orientação e sentido. 
- Introjetamos os valores dos outros e aceitamos suas condições de valor, assim, tendemos a ser 
incongruentes e desequilibrados. 
 
2 - INCONGRUÊNCIA 
- A incongruência entre o autoconceito e nossas experiências orgânicas é a origem de alguns problemas 
psicológicos. 
- Conflito leva a comportamentos discrepantes e aparentemente incoerentes. 
- Experimentamos a ansiedade à medida que adquirimos consciência das nossas incongruências. 
- O desequilíbrio psicológico começa quando não reconhecemos nossas experiências organísmicas como 
experiências próprias. Essa incongruência entre nosso autoconceito e nossa experiência organísmica é a 
fonte dos transtornos psicológicos. As condições de valor que recebemos durante o início da infância 
conduzem a um autoconceito um tanto falso, fundamentado em distorções e negações. O autoconceito que 
emerge incluí percepções vagas que não estão em harmonia com nossas experiências organísmicas, e essa 
incongruência entre o self e a experiência leva a comportamentos discrepantes e aparentemente 
incoerentes. 
Vulnerabilidade 
- Quanto maior a incongruência entre self percebido – autoconceito - e a experiência organísmica, mais 
vulnerável a pessoa está. 
- As pessoas são vulneráveis quando não estão conscientes da discrepância entre o self do organismo e a 
experiência significativa. Não tendo essa consciência, as pessoas vulneráveis com frequência se 
comportam de formas que são incompreensíveis não apenas para os outros, mas também para elas 
mesmas. 
Ansiedade e ameaça 
- Ansiedade e ameaça são experimentadas quando tomamos consciência (awareness) de que a 
discrepância entre nossa experiência organísmica e nosso autoconceito pode se tornar consciente, 
sentimos ansiedade. 
-Ansiedade: "um estado de inquietação ou tensão cuja causa é desconhecida". 
- Quando nos tornamos mais conscientes dessa, a ansiedade começa a se desenvolver e a se transformar 
em uma ameaça: ou seja, uma consciência (awareness) de que nosso self já não é mais uma totalidade 
ou que não é congruente. 
- Ansiedade e ameaça podem representar os passos em direção a saúde psicológica, porque sinalizam 
que nossa experiência organísmica é incoerente com nosso autoconceito. No entanto, esses não sãosentimentos agradáveis ou confortáveis. 
 
3 - DEFESAS 
- São proteções do autoconceito contra a ansiedade, negando ou distorcendo as experiências incongruentes 
em relação a ele. As duas principais defesas são a distorção e a negação. 
- Distorção: interpretamos equivocadamente a experiência para adequá-la a algum aspecto do nosso 
autoconceito. 
- Negação: nos recusamos a perceber a experiência na consciência. A negação não é tão comum quanto a 
distorção, porque a maioria das experiências pode ser alterada ou remodelada para se adequar ao 
autoconceito atual. 
 
4 - DESORGANIZAÇÃO 
- As pessoas adotam um comportamento defensivo, mas algumas vezes falham e o comportamento fica 
desorganizado ou caótico e isso pode ocorrer de forma súbita ou gradual ao longo de um período de tempo. 
- O irónico é que as pessoas são particularmente vulneráveis a desorganização durante a terapia, em especial 
se o terapeuta interpreta seus acessos com precisão e também insiste para que enfrentem precocemente a 
experiência (Rogers, 1959). 
- Num estado de desorganização: se comportam de modo coerente com sua experiência orgânica e algumas 
vezes de acordo com seu autoconceito. 
- Exemplo: uma mulher inicialmente pudica e correta, de repente, começa a usar uma linguagem 
explicitamente sexual. O segundo caso pode ser de um homem que, como seu autoconceito já não constitui 
mais uma Gestalt ou um todo unificado, começa a se comportar de maneira confusa, incoerente e 
totalmente imprevisível. Em ambos os casos, o comportamento ainda é coerente como autoconceito, porém 
o autoconceito foi rompido e, assim, o comportamento parece bizarro e confuso. 
 
PSICOTERAPIA – 3 CONDIÇÕES PARA O CRESCIMENTO PSICOLÓGICO 
 
1ª - CONGRUÊNCIA DO TERAPEUTA 
- A primeira condição necessária para a mudança terapêutica é um terapeuta congruente. Existe congruência 
quando as experiências organísmicas de uma pessoa são acompanhadas da consciência (awareness) delas e 
da habilidade e da disposição para expressar abertamente esses sentimentos. 
- Um terapeuta congruente, portanto, não é passivo, indiferente e, definitivamente, não é "não diretivo". 
- Os terapeutas congruentes não são estáticos. Eles estão expostos a novas experiências organísmica e 
aceitam essas experiências na consciência (awareness), o que contribui para seu crescimento psicológico. 
- Como congruência envolve (1) sentimentos, (2) consciência (awareness). 
 
2ª - CONSIDERAÇÃO POSITIVA INCONDICIONAL 
- A segunda condição é a consideração positiva existe sem qualquer condição, ocorre a consideração positiva 
incondicional. Os terapeutas têm uma consideração positiva incondicional quando estão experimentando 
uma atitude positiva e de aceitação em relação ao que é o cliente, sem possessividade, avaliações ou 
reservas. 
 
3ª - ESCUTA EMPÁTICA 
- A terceira condição é a escuta empática que significa viver temporariamente a vida do outro, passando por 
ela de forma delicada, sem fazer julgamentos. 
 
PROCESSO 
- Se as condições de congruência, consideração positiva incondicional e empatia do terapeuta estiverem 
presentes, então o processo de mudança terapêutica entrará em andamento. Ainda que cada pessoa que 
procura tratamento seja única, Rogers acreditava que certa legitimidade caracteriza o processo de terapia. 
 
ESTÁGIOS DA MUDANÇA TERAPÊUTICA 
- O processo de mudança construtiva da personalidade pode ser colocado em um continuum que vai desde 
a mais defensiva até a mais integrada. Rogers (1961) dividiu, arbitrariamente, esse continuum em sete 
estágios. 
 
 
Estágio 1 
- Falta de vontade de comunicar qualquer coisa sobre si mesmo. 
- As pessoas nesse estágio não costumam procurar ajuda, mas se elas chegam a terapia, 
são muito rígidas e resistentes à mudança. 
- Elas não reconhecem os problema e se recusam a ter qualquer sentimento ou emoção. 
Estágio 2 
- Os clientes se tomam um pouco menos rígidos. 
- Discutem sobre eventos externos e outras pessoas, mas não reconhecem os próprios 
sentimentos. No entanto, eles podem falar sobre sentimentos pessoais como se eles 
fossem fenômenos objetivos. 
Estágio 3 
- Eles falam mais livremente sobre si, embora ainda como um objeto. 
- Falam sobre sentimentos e emoções no passado ou no futuro e evitam os sentimentos 
presentes. 
- Eles se recusam a aceitar suas emoções, mantém os sentimentos pessoais a uma 
distância do presente e percebem vagamente que podem fazer escolhas pessoais e 
negam a responsabilidade individual pela maioria de suas decisões. 
Estágio 4 - Começam a falar de sentimentos profundos, mas não dos que sentem atualmente. 
Estágio 5 
- Começaram a passar por mudanças significativa. Eles conseguem expressar sentimentos 
no presente, embora sem muita precisão. 
Estágio 6 
- Eles experimentam um crescimento dramático e um movimento irreversível em direção 
ao funcionamento integral ou a auto atualização. Elas permitem de modo livre que essas 
experiências entrem na consciência (awareness), as quais anteriormente negaram ou 
distorceram. 
Estágio 7 
- Pode ocorrer fora do encentro terapêutico, porque o crescimento do estágio 6 parece 
irreversível. 
- Aqueles que alcançam o estágio 7 se tomam "pessoas do futuro" em total 
funcionamento. 
 
RESULTADOS 
- Se o processo de mudança terapêutica acorrer, certos resultados podem ser esperados. O resultado mais 
básico da terapia bem-sucedida centrada no cliente é uma pessoa congruente que é menos defensiva e mais 
aberta a experiência. Os demais resultados são urna extensão lógica desse resultado básico. 
 
TEORIA DA MUDANÇA TERAPÊUTICA DE ROGERS 
Se as seguintes condições estiverem presentes: Então ocorrerá a mudança terapêutica e o cliente irá: 
1- Ciente vulnerável e ansioso 1- Tornar-se mais congruente 
2- Terapeuta tem: 
* Congruência no relacionamento 
* Consideração positiva incondicional em 
relação ao cliente 
* Consideração empática acerca da estrutura 
interna de referência do cliente 
2- Ficar menos defensivo 
3- O cliente perceber as condições DO ITEM 2 
como necessárias e suficientes para o 
crescimento terapêutico 
3- Tornar-se mais aberto a experiência 
4- consideração positiva incondicional pelo 
cliente 
4- Ter uma visão mais realista do mundo 
5 - compreensão empática quanto a estrutura de 
referência interna do cliente 
5 - desenvolver urna autoconsideração positiva 
6 - o cliente percebe as condições 3, 4 e 5- as 
três condições necessárias e suficientes para o 
crescimento terapêutico. 
6- Reduzir a diferença entre o self ideal e o self real 
 7- Ser menos vulnerável a mudança 
 8- Tornar-se menos ansioso 
 9- Apropriar-se de suas experiências 
 10- Tornar-se mais flexível; 
 11- Tornar-se congruente com o outro. 
 
A PESSOA DO FUTURO 
- Mais adaptável, mais aberta às suas próprias experiências, vive plenamente o momento, confia na 
habilidade para experimentar relações harmoniosas com os outros, mais integrada e completa – menor hiato 
entre self real e self ideal e mais confiante na natureza humana básica. 
 
FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
- Rogers era, em primeiro lugar, um dentista; em segundo lugar, um terapeuta; e, em terceiro, um teórico 
da personalidade. Como sua atitude científica permeia tanto sua terapia quanto sua teoria da personalidade, 
examinaremos brevemente sua filosofia da ciência.

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