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CADERNO SISTEMATIZADO DE EMPRESARIAL II 2

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1 
 
EMPRESARIAL II 
TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO ......................................................................................................... 7 
1. NOÇÕES GERAIS DE TÍTULOS DE CRÉDITOS............................................................................................... 7 
1.1. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL ..................................................................................................................... 7 
1.2. CONCEITO DE TÍTULOS DE CRÉDITO .................................................................................................. 7 
2. PRINCÍPIOS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO ...................................................................................................... 8 
2.1. PRINCÍPIO DA CARTULARIDADE (PRINCÍPIO DA INCORPORAÇÃO, “DOCUMENTOS DISPOSITIVOS”) 8 
2.2. PRINCÍPIO DA LITERALIDADE ............................................................................................................. 9 
2.3. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA .............................................................................................................. 9 
2.3.1. Subprincípio da inoponibilidade de exceções pessoais a terceiros de boa-fé ........................ 10 
2.3.2. Subprincípio da abstração ....................................................................................................... 10 
2.4. CONCLUSÃO ..................................................................................................................................... 11 
3. CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO ............................................................................................. 11 
3.1. QUANTO ÀS HIPÓTESES DE EMISSÃO: CAUSAL E NÃO CAUSAL ...................................................... 11 
3.1.1. Causal ....................................................................................................................................... 11 
3.1.2. Não-causal (abstratos) ............................................................................................................. 11 
3.2. QUANTO AO MODELO: VINCULADO OU LIVRE ............................................................................... 11 
3.2.1. Modelo Livre ............................................................................................................................ 11 
3.2.2. Modelo Vinculado.................................................................................................................... 12 
3.3. QUANTO À SUA CIRCULAÇÃO (DUAS CLASSIFICAÇÕES) .................................................................. 12 
3.3.1. Classificação clássica/tradicional: ao portador ou nominativo. .............................................. 12 
3.3.2. Classificação moderna (CC/2002): ao portador, nominativo e nominal ................................. 13 
3.4. QUANTO À ESTRUTURA: ORDEM DE PAGAMENTO OU PROMESSA DE PAGAMENTO ................... 14 
3.4.1. ORDEM de pagamento ............................................................................................................ 14 
3.4.2. PROMESSA de pagamento....................................................................................................... 14 
4. LETRA DE CÂMBIO (REGRAS GERAIS DOS TÍTULOS DE CRÉDITOS) .......................................................... 14 
4.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 14 
4.2. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL ................................................................................................................... 14 
4.3. CONCEITO ........................................................................................................................................ 14 
4.4. SAQUE E ACEITE ............................................................................................................................... 15 
4.4.1. Noções gerais ........................................................................................................................... 15 
4.4.2. Efeitos da recusa do aceite (total ou parcial) .......................................................................... 16 
4.4.3. Efeitos do aceite ...................................................................................................................... 16 
4.4.4. Prazo de respiro ....................................................................................................................... 16 
 
2 
 
5. ENDOSSO: TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DO TÍTULO DE CRÉDITO ......................................................... 17 
5.1. CONCEITO ........................................................................................................................................ 17 
5.2. EFEITOS DO ENDOSSO ..................................................................................................................... 17 
5.3. MODALIDADES DE ENDOSSO .......................................................................................................... 17 
5.3.1. Endosso em branco ................................................................................................................. 18 
5.3.2. Endosso em preto .................................................................................................................... 18 
5.3.3. Endosso póstumo .................................................................................................................... 18 
5.3.4. Endosso impróprio ................................................................................................................... 20 
5.3.5. Endosso “sem garantia” .......................................................................................................... 21 
6. AVAL: GARANTIA DO PAGAMENTO DO TÍTULO DE CRÉDITO .................................................................. 21 
6.1. CONCEITO ........................................................................................................................................ 21 
6.2. COMO É FEITO O AVAL? .................................................................................................................. 22 
6.3. ESPÉCIES DE AVAL ............................................................................................................................ 22 
6.4. AVAL X FIANÇA ................................................................................................................................ 23 
7. EXIGIBILIDADE DA LETRA DE CÂMBIO ..................................................................................................... 24 
8. TIPOS DE VENCIMENTO DE UMA LETRA DE CÂMBIO .............................................................................. 25 
9. PROTESTO DA LETRA DE CÂMBIO ........................................................................................................... 25 
10. GRÁFICO: LETRA DE CÂMBIO ............................................................................................................... 25 
11. NOTA PROMISSÓRIA ............................................................................................................................ 26 
11.1. CONCEITO .................................................................................................................................... 26 
11.2. NÃO HÁ ACEITE NA NOTA PROMISSÓRIA .................................................................................... 26 
11.3. FORMAS DE VENCIMENTO DA NOTA PROMISSÓRIA .................................................................. 26 
11.4. SÚMULA 258 DO STJ: NOTA PROMISSÓRIA E CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO .............. 26 
11.5. SÚMULA 504 DO STJ ....................................................................................................................27 
11.6. GRÁFICO: NOTA PROMISSÓRIA ................................................................................................... 28 
12. DUPLICATA (Lei 5.474/68) ................................................................................................................... 28 
12.1. CONCEITO .................................................................................................................................... 28 
12.2. ACEITE DA DUPLICATA ................................................................................................................. 29 
12.2.1. Obrigatoriedade do aceite ....................................................................................................... 29 
12.2.2. Hipóteses legais que permitem a recusa do aceite (art. 8º) ................................................... 29 
12.2.3. Categorias de aceite (em virtude do caráter obrigatório) ....................................................... 29 
12.3. ENDOSSO NA DUPLICATA ............................................................................................................ 30 
12.4. AVAL NA DUPLICATA ................................................................................................................... 30 
12.5. VENCIMENTO DA DUPLICATA ...................................................................................................... 30 
12.6. MODALIDADES DE PROTESTO DE UMA DUPLICATA (ART. 13) .................................................... 30 
12.7. PERDA OU EXTRAVIO DE DUPLICATA (ART. 23)........................................................................... 31 
 
3 
 
12.8. FURTO OU ROUBO DE DUPLICATA .............................................................................................. 31 
12.9. É POSSÍVEL EXECUÇÃO DE DUPLICATA SEM ACEITE? .................................................................. 31 
12.10. JURISPRUDÊNCIA ......................................................................................................................... 32 
12.10.1. Duplicada virtual e sua executividade ................................................................................. 32 
12.11. GRÁFICO: DUPLICATA .................................................................................................................. 35 
13. CHEQUE (LEI 7.357/85) ........................................................................................................................ 36 
13.1. CONCEITO .................................................................................................................................... 36 
13.2. REQUISITOS DO CHEQUE (ART. 1º, 2º E 3º) ................................................................................ 36 
13.3. ACEITE DO CHEQUE ..................................................................................................................... 37 
13.4. CHEQUE PRÉ-DATADO (PÓS-DATADO) ........................................................................................ 37 
13.5. ENDOSSO DO CHEQUE................................................................................................................. 38 
13.6. AVAL NO CHEQUE ........................................................................................................................ 39 
13.7. PRAZO DE APRESENTAÇÃO DO CHEQUE ..................................................................................... 39 
13.7.1. Noção geral .............................................................................................................................. 39 
13.7.2. Inobservância do prazo de apresentação do cheque ao sacado ............................................. 40 
13.7.3. Protesto ................................................................................................................................... 41 
13.8. CONTA CONJUNTA ....................................................................................................................... 42 
13.9. DEVOLUÇÃO INDEVIDA ................................................................................................................ 42 
13.10. SUSTAÇÃO DE CHEQUE ................................................................................................................ 42 
13.10.1. Contraordem/revogação (art. 35) ....................................................................................... 42 
13.10.2. Sustação/oposição (art. 36) ................................................................................................. 43 
13.11. CHEQUE SEM FUNDOS ................................................................................................................ 43 
13.12. AÇÃO MONITÓRIA E CHEQUE ...................................................................................................... 45 
13.13. GRÁFICO: CHEQUE ....................................................................................................................... 46 
14. ESQUEMA TÍTULOS DE CRÉDITO EM ESPÉCIE ..................................................................................... 46 
15. PRAZO PRESCRICIONAL PARA EXECUÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO ................................................ 48 
15.1. GRÁFICO 01 .................................................................................................................................. 48 
15.2. GRÁFICO 02 .................................................................................................................................. 48 
15.3. JURISPRUDÊNCIA ......................................................................................................................... 49 
15.3.1. Juros moratórios ...................................................................................................................... 49 
16. OUTROS TÍTULOS DE CRÉDITO ............................................................................................................ 49 
16.1. TÍTULOS DE CRÉDITO COMERCIAL ............................................................................................... 50 
16.2. TÍTULOS DE CRÉDITO INDUSTRIAL ............................................................................................... 50 
16.3. TÍTULOS DE CRÉDITO RURAL ....................................................................................................... 50 
16.4. TÍTULOS DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO ............................................................................................. 51 
16.5. NOVOS TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ................................................................................................... 51 
 
4 
 
16.6. TÍTULOS DE CRÉDITO BANCÁRIO ................................................................................................. 51 
16.7. LETRA DE ARRENDAMENTO MERCANTIL .................................................................................... 53 
CONTRATOS EMPRESARIAIS ............................................................................................................................ 53 
1. CONTRATO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA .................................................................................................. 53 
1.1. CONCEITO ........................................................................................................................................ 53 
1.2. REGRAMENTO ................................................................................................................................. 54 
1.3. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BENS MÓVEIS NO ÂMBITO DO MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS 
(DL 911/69) .................................................................................................................................................. 54 
1.4. APLICAÇÃO DAS REGRAS DO DL 911/69 AO LEASING .....................................................................60 
1.5. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA REGIDA PELO CÓDIGO CIVIL ..................................................................... 60 
1.6. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRA DE BENS IMOVEIS ...................................................................................... 61 
1.7. OUTROS PRONTOS IMPORTANTES .................................................................................................. 62 
1.7.1. CONTRATO INSTRUMENTAL .................................................................................................... 62 
1.7.2. PROPRIEDADE RESOLÚVEL E ‘AD TEMPUS’ (DIREITOS REAIS) ................................................. 62 
1.7.3. PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA x RESERVA DE DOMÍNIO (ver direitos reais e contratos em 
espécie) 63 
2. CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL (“LEASING”).................................................................... 63 
2.1. CONCEITO ........................................................................................................................................ 64 
2.2. MODALIDADES DE LEASING............................................................................................................. 64 
2.2.1. Leasing financeiro .................................................................................................................... 64 
2.2.2. Leasing operacional ................................................................................................................. 65 
2.2.3. “Lease back” (leasing de retorno) ........................................................................................... 66 
2.2.4. Quadro resumo ........................................................................................................................ 66 
2.3. INADIMPLEMENTO DAS PRESTAÇÕES DO LEASING ........................................................................ 67 
2.4. PURGAÇÃO DA MORA ..................................................................................................................... 67 
3. CONTRATO DE FRANQUIA (franchising) .................................................................................................. 68 
3.1. CONCEITO ........................................................................................................................................ 68 
3.2. CARACTERÍSTICAS/OBJETOS DO CONTRATO ................................................................................... 68 
3.3. COF - CIRCULAR DE OFERTA DE FRANQUIA ..................................................................................... 69 
3.4. RESPONSABILIDADE ......................................................................................................................... 71 
4. CONTRATO DE FACTORING OU FOMENTO MERCANTIL ......................................................................... 72 
4.1. CONCEITO E CARACTERÍSTICAS ....................................................................................................... 72 
4.2. ESPÉCIES DE CONTRATO DE FACTORING......................................................................................... 73 
4.2.1. Factoring tradicional ................................................................................................................ 73 
4.2.2. Factoring de vencimento ......................................................................................................... 73 
4.3. JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................. 74 
 
5 
 
5. REPRESENTAÇÃO COMERCIAL ................................................................................................................. 75 
5.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 76 
5.2. CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO X CONTRATO DE AGÊNCIA (ART. 710 DO CC) ............................. 76 
5.3. EXCLUSIVIDADE NA REPRESENTAÇÃO COMERCIAL ........................................................................ 76 
5.3.1. Exclusividade de zona geográfica (art. 31 da Lei) .................................................................... 77 
5.3.2. Exclusividade de representação (art. 31, parágrafo único) ..................................................... 77 
5.4. RESCISÃO DO CONTRATO ................................................................................................................ 77 
5.4.1. Contrato com prazo INDETERMINADO .................................................................................... 77 
5.4.2. Contrato com prazo DETERMINADO ....................................................................................... 78 
DIREITO FALIMENTAR (Lei 11.101/05) ............................................................................................................ 78 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 79 
2. ÂMBITO DE INCIDÊNCIA DA LEI ............................................................................................................... 79 
3. JUÍZO COMPETENTE ................................................................................................................................ 81 
4. DA FALÊNCIA ............................................................................................................................................ 82 
4.1. CONCEITO ........................................................................................................................................ 82 
4.2. PROCESSO FALIMENTAR (UMA VISÃO GERAL) ................................................................................ 82 
4.3. LEGITIMIDADE ATIVA DO PEDIDO DE FALÊNCIA ............................................................................. 82 
4.4. LEGITIMIDADE PASSIVA DA FALÊNCIA ............................................................................................. 84 
4.5. FUNDAMENTOS JURÍDICOS DA FALÊNCIA ....................................................................................... 84 
4.5.1. Impontualidade injustificada (art. 94, I) .................................................................................. 85 
4.5.2. Execução frustrada (art. 94, II) ................................................................................................ 86 
4.5.3. Atos de falência (art. 94, III) .................................................................................................... 86 
4.5.4. Esquema Gráfico da Insolvência do Devedor (art. 94) ............................................................ 87 
4.6. COMPORTAMENTO DO DEVEDOR APÓS A SUA CITAÇÃO ............................................................... 88 
4.6.1. Apresentar contestação (art. 98) ............................................................................................. 88 
4.6.2. Depósito elisivo + contestação ................................................................................................ 89 
4.6.3. Depósito elisivo (impeditivo) ................................................................................................... 89 
4.6.4. Requerer a recuperação judicial .............................................................................................. 89 
4.7. SENTENÇA e RECURSOS ................................................................................................................... 90 
4.7.1. Natureza jurídica ..................................................................................................................... 90 
4.7.2. Legitimidade recursal .............................................................................................................. 91 
4.7.3. Prazo do recurso ......................................................................................................................91 
4.8. SENTENÇA DECLARATÓRIA .............................................................................................................. 91 
4.8.1. Determinações que devem constar da sentença (art. 99 da Lei) ............................................ 91 
4.8.2. Efeitos jurídicos da sentença declaratória de falência quanto ao FALIDO (DEVEDOR) ........... 94 
4.8.3. Efeitos da sentença declaratória quanto aos CREDORES ........................................................ 96 
 
6 
 
4.8.4. Efeitos da sentença declaratória de falência quanto aos CONTRATOS (art. 117) ................... 97 
4.8.5. Efeitos da sentença declaratória de falência quanto aos ATOS (ineficácia objetiva e ineficácia 
subjetiva dos atos - art. 129 e art. 130) ................................................................................................... 98 
4.9. FASE FALIMENTAR PROPRIAMENTE DITA ....................................................................................... 99 
4.9.1. Arrecadação ............................................................................................................................. 99 
4.9.2. Avaliação ................................................................................................................................ 101 
4.9.3. Venda judicial dos bens ......................................................................................................... 102 
4.9.4. Ordem de preferência na realização do ativo (venda dos bens) ........................................... 104 
4.9.5. Pagamento dos credores: Ordem de preferência. ................................................................ 105 
4.9.6. Resumo da ordem de pagamento ......................................................................................... 109 
4.10. SENTENÇA DE ENCERRAMENTO ................................................................................................ 110 
4.11. REABILITAÇÃO ........................................................................................................................... 110 
4.11.1. Hipóteses de extinção das obrigações do falido (art. 158) ................................................... 110 
5. DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL .................................................................................................................. 111 
5.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 111 
5.2. FINALIDADE DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL (art. 47) ....................................................................... 112 
5.3. REQUISITOS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL (Art. 48) ....................................................................... 112 
5.3.1. Somente o DEVEDOR empresário ou sociedade empresária pode pedir a recuperação judicial 
(o credor só pode pedir a falência)........................................................................................................ 113 
5.3.2. O devedor deve ser empresário ou sociedade empresária que esteja em atividade regular há 
mais de 02 anos. .................................................................................................................................... 114 
5.3.3. Não ser falido ......................................................................................................................... 114 
5.3.4. Não ter, há menos de 05 anos, obtido concessão de outra recuperação judicial. Ou seja, o 
prazo ‘a quo’ é a obtenção e não o pedido. .......................................................................................... 114 
5.3.5. Não ter, há menos de 08 anos, obtido concessão de recuperação judicial especial ............ 115 
5.3.6. Não ter sido condenado por crime falimentar ...................................................................... 115 
5.4. CRÉDITOS SUJEITOS AOS EFEITOS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL ................................................... 115 
5.5. PROCEDIMENTO DA RECUPERAÇÃO ............................................................................................. 117 
5.5.1. Petição inicial ......................................................................................................................... 117 
5.5.2. Despacho de processamento ................................................................................................ 118 
5.5.3. Publicação do despacho (art. 52, §1º) ................................................................................... 119 
5.5.4. Comunicado ........................................................................................................................... 120 
5.5.5. Composição da Assembleia-Geral de Credores (AGC) .......................................................... 121 
5.5.6. Trabalhando com a hipótese de homologação da aprovação do plano de recuperação ..... 122 
5.5.7. Decisão concessiva (art. 59) .................................................................................................. 123 
5.5.8. Prazo da recuperação judicial ................................................................................................ 123 
5.6. GRÁFICO DO PROCEDIMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL ........................................................ 124 
 
7 
 
6. DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL ESPECIAL (art. 70 e seguintes) ................................................................. 124 
6.1. PREVISÃO LEGAL ............................................................................................................................ 124 
6.2. DIFERENÇAS PARA A RECUPERAÇÃO JUDICIAL COMUM .............................................................. 124 
7. DA RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL ....................................................................................................... 126 
7.1. CONSIDERAÇÕES ........................................................................................................................... 126 
7.2. DEVEDOR (QUEM PODE REQUERER) ............................................................................................. 127 
7.3. ÓRGÃOS DA RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL ................................................................................ 127 
7.4. EFEITOS JURÍDICOS DA RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL ............................................................... 127 
7.4.1. Efeitos restritos ...................................................................................................................... 128 
7.5. PROCEDIMENTO DA RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL.................................................................... 128 
7.6. GRÁFICO DO PROCEDIMENTO DA RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL .............................................. 130 
 
 
 
TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO 
1. NOÇÕES GERAIS DE TÍTULOS DE CRÉDITOS 
1.1. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 
Depende do título de crédito: 
 
1) Letra de câmbio e nota promissória  Dec. 57.663/66 (Lei Uniforme de Genebra - LUG). 
2) Duplicata  Lei 5.474/68. 
3) Cheque  Lei 7.357/85. 
 
E o CC/2002 não é aplicável, visto que tem um capítulo ESPECÍFICO sobre isso? 
O art. 903 do CC define essa questão: 
 
Art. 903. Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de 
crédito pelo disposto neste Código. 
 
Ou seja, a aplicação do CC é SUBSIDIÁRIA. 
1.2. CONCEITO DE TÍTULOS DE CRÉDITO 
Cesare Vivante: Título de crédito é o documento necessário para o exercício do direito 
LITERAL e AUTÔNOMO nele mencionado. 
 
O CC, por sua vez, praticamente copiou o conceito de Vivante em seu art. 886: 
 
 
8 
 
Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito 
literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha 
os requisitos da lei. 
 
Ulhôa: Os títulos de crédito são documentosrepresentativos de obrigações 
pecuniárias. Não se confundem com a própria obrigação, mas se distinguem dela na exata 
medida em que a REPRESENTAM. 
 
A doutrina costuma dizer que os títulos de crédito são dotados de dois atributos especiais: 
negociabilidade (facilidade na circulação/negociação do crédito) e executividade (maior 
efetividade e celeridade na cobrança do crédito). 
2. PRINCÍPIOS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO 
Neste ponto, existem os seguintes princípios a serem estudados: 
 
1) Princípio da cartularidade (princípio da incorporação, “documentos dispositivos”); 
2) Princípio da literalidade; 
3) Princípio da autonomia; 
3.1) Subprincípio da inoponibilidade de exceções pessoais a terceiros de boa-fé; 
3.2) Subprincípio da abstração; 
2.1. PRINCÍPIO DA CARTULARIDADE (PRINCÍPIO DA INCORPORAÇÃO, “DOCUMENTOS 
DISPOSITIVOS”) 
Cartularidade vem do latim “chartula”, que significa pequeno papel. O princípio da 
cartularidade impõe que o crédito (obrigação pecuniária) deva estar materializado 
(REPRESENTADO) em um documento (TÍTULO). 
 
Por conta disso, para a transferência do crédito é imprescindível a transferência do título 
(tradição), porquanto não há que se falar em exigibilidade do crédito sem a apresentação do 
documento. 
 
CC Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do 
direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando 
preencha os requisitos da lei. 
 
Quem tem a posse do documento é presumidamente considerado o credor da obrigação 
nele representada, exatamente pelo princípio da cartularidade, podendo, quando do 
inadimplemento, executá-lo judicialmente, uma vez que os títulos de crédito são considerados 
pela lei processual como títulos executivos extrajudiciais (CPC/2015, art. 784, I). 
 
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: 
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture (tipo de 
ações das sociedades anônimas) e o cheque; 
 
Como decorrência da cartularidade, a execução só é possível mediante a apresentação do 
documento original que representa o crédito na peça inicial da ação. Sequer se admite a cópia 
xerográfica. 
 
 
9 
 
Esse princípio, no entanto, vem sendo relativizado em razão dos modernos títulos de 
créditos eletrônicos ou virtuais, expressamente previstos no art. 889, §3º do CC. 
 
CC Art. 889. Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação 
precisa dos direitos que confere, e a assinatura do emitente. 
§ 1o É à vista o título de crédito que não contenha indicação de vencimento. 
§ 2o Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado 
no título, o domicílio do emitente. 
§ 3o O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em 
computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do 
emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo. 
 
Nesses casos, por não existir a figura do documento; da cártula, do papel, diz-se que a 
cartularidade é mitigada. 
 
Outra exceção ao princípio: Lei de Duplicatas (Lei 5.474/68), art. 13, §1º. 
 
Lei 5.474/68 Art. 13, § 1º Por falta de aceite, de devolução ou de 
pagamento, o protesto será tirado, conforme o caso, mediante apresentação 
da duplicata, da triplicata (2ª via da duplicata), ou, ainda, por simples 
indicações do portador, na falta de devolução do título. 
2.2. PRINCÍPIO DA LITERALIDADE 
Pelo princípio da literalidade só tem eficácia para o direito cambiário o que está 
literalmente constando (ESCRITO) do título de crédito (da cártula). 
 
CC Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do 
direito LITERAL e autônomo nele contido, somente produz efeito quando 
preencha os requisitos da lei. 
 
Segundo esse princípio, pode-se dizer que “O que não está no título não está no mundo 
cambiário”. Um aval constituído fora da nota promissória, por exemplo, não produzirá os efeitos do 
aval, podendo, no máximo, produzir efeitos na órbita do direito civil como fiança. 
 
Objetivo da literalidade: assegurar certeza quanto à natureza, ao conteúdo e à 
modalidade de prestação prometida ou ordenada. 
 
Título sem mais espaço para endosso. O que fazer para negociá-lo? Prolongamento 
do título. 
 
Termo de quitação deve ser dado no título. Fora do título o termo de quitação não tem 
validade para o Direto Cambiário. Garante, no máximo, uma ação de regresso contra o emissor do 
termo, mas isso depois de o portador do título já ter executado e compelido o sujeito a pagar de 
novo a obrigação. 
 
Pagar sem exigir o termo de quitação no próprio título é exemplo de pagar mal. Quem 
paga mal paga duas vezes. 
 
Cartularidade é a materialização do título de crédito. 
2.3. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA 
 
10 
 
Pelo princípio da autonomia as relações jurídico-cambiais representadas por um título são 
autônomas e independentes entre si. Uma relação não depende da outra. 
 
Ou seja, um eventual vício em uma das relações representadas pelo título de crédito não 
tem o condão de comprometer a validade ou eficácia das demais. 
 
“Se o comprador de um bem a prazo emite nota promissória em favor do vendedor e este 
paga sua dívida, perante terceiro, transferindo a este o crédito representado pela nota 
promissória, em sendo restituído o bem, por vício redibitório, ao vendedor, não se livrará o 
comprador de honrar o título no seu vencimento junto ao terceiro portador. Deverá, ao contrário, 
pagá-lo e, em seguida, demandar ressarcimento perante o vendedor do negócio frustrado”. (Fábio 
Ulhôa Coelho). 
 
Exemplo: Tício (devedor) emite uma nota promissória para Caio, como pagamento de uma 
casa. Caio transfere (endossa) a nota para Mévio, como pagamento de um iate. Verifica-se que 
Tício é incapaz, ou seja, sua relação com Caio é inválida (Tício não poderia ter emitido um título). 
Entretanto, isso não invalida a relação de Caio com Mévio (compra do iate), que é 
autônoma e independente em relação à obrigação inválida. Mévio pode tranquilamente cobrar de 
Caio, pois quando ele endossou o título, se transformou em codevedor (ver abaixo endosso). 
 
Tício R1 Caio R2 Mévio 
 
R2 é totalmente independente de R1, por isso, Mévio pode perfeitamente cobrar de Caio. 
 
O princípio da autonomia se desdobra em DOIS subprincípios: 
2.3.1. Subprincípio da inoponibilidade de exceções pessoais a terceiros de boa-fé 
Trata-se de uma garantia daquele que recebe um título como pagamento de ter seu crédito 
satisfeito pelo devedor. Assim, não é dado ao devedor primário do título opor defesas processuais 
contra outrem que não seja aquele a quem emitiu o título. 
 
Exemplo: Caio vende celular para Renato. Renato paga com nota promissória (500 reais) 
com vencimento em 30/11/2015. Caio (credor da venda do celular) transfere a nota para Maria por 
meio de endosso, como instrumento de compra de uma bicicleta. Na data do vencimento, Maria 
vai atrás do Renato cobrando. 
Suponhamos que o celular estivesse com um vício. O Renato não pode opor esse vício em 
face do terceiro de boa-fé (Maria) para não pagar a dívida, como poderia fazer em face do Caio, 
credor primitivo (em eventuais embargos à execução). Ao contrário, Renato deverá pagar o 
crédito à Maria, e posteriormente demandar ressarcimento em face do Caio. 
Essa é mais uma decorrência da autonomia. É uma garantia de pagamento daquele que 
recebe um título de crédito. Se não houvesse essa garantia, ninguém se arriscaria a receber um 
título de crédito como pagamento. 
2.3.2. Subprincípio da abstração 
 
11 
 
Por este subprincípio, com a circulação, o título de crédito se DESVINCULA do negócio 
jurídico que lhe deu origem. Deste modo, o que autorizaa ação de execução é 
EXCLUSIVAMENTE o título e não a obrigação que o gerou. 
2.4. CONCLUSÃO 
Com efeito, existe todo um aparato jurídico armado (o regime jurídico-cambial) que garante 
ao comerciante credor receber com segurança valor constante num título que lhe tenha sido 
transferido. Vejamos: 
 
1) Aquela pessoa que lhe transfere o título (o seu devedor) não poderá cobrá-lo mais 
(PRINCÍPIO DA CARTULARIDADE); 
 
2) Todas as relações jurídicas que poderão interferir com o crédito adquirido são apenas 
aquelas que constam, expressamente, do título e nenhuma outra (PRINCÍPIO DA 
LITERALIDADE); 
 
3) Nenhuma exceção pertinente à relação da qual ele não tenha participado terá eficácia 
jurídica quando da cobrança do título (PRINCÍPIO DA AUTONOMIA, INOPONIBILIDADE 
CONTRA TERCEIROS, ABSTRAÇÃO). 
 
Tendo, então, todas estas garantias, o comerciante se sentirá seguro em receber, em 
pagamento de seu crédito, um título de responsabilidade de um desconhecido. Desta forma, o 
direito protege o próprio crédito comercial e possibilita a sua circulação com mais facilidade e 
segurança, contribuindo para o desenvolvimento da atividade comercial. Trata-se de exemplo de 
determinação jurídica do modo de produção (Ulhôa). 
3. CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO 
3.1. QUANTO ÀS HIPÓTESES DE EMISSÃO: CAUSAL E NÃO CAUSAL 
3.1.1. Causal 
Somente podem ser emitidos nas hipóteses (causas) autorizadas por lei. É o caso da 
duplicata mercantil, que pode ser emitida quando se tratar de: a) Compra e venda mercantil ou; 
b) Prestação de serviços. 
3.1.2. Não-causal (abstratos) 
A sua emissão não depende de causa específica, razão pela qual servem para documentar 
diversos tipos de negócio. Ex.: Cheque. 
3.2. QUANTO AO MODELO: VINCULADO OU LIVRE 
3.2.1. Modelo Livre 
 
12 
 
É o título que não tem padronização definida em lei, podendo adotar qualquer forma, 
desde que obedecidos os REQUISITOS legais. Exemplo: Letra de câmbio. Nota promissória, que 
pode ser feita em qualquer pedaço de papel. 
3.2.2. Modelo Vinculado 
É o título que tem padronização definida em lei. Exemplo: Duplicata mercantil e cheque. 
3.3. QUANTO À SUA CIRCULAÇÃO (DUAS CLASSIFICAÇÕES) 
3.3.1. Classificação clássica/tradicional: ao portador ou nominativo. 
1) Título ao portador: É aquele que NÃO identifica o beneficiário/credor, portanto transferível 
por mera tradição. 
 
2) Título nominativo: É aquele que IDENTIFICA o beneficiário, portanto sua transferência 
pressupõe, além da tradição, a ocorrência de outro ato jurídico. 
 
Desde a Lei 8.088/90 não se admite mais a emissão de títulos ao portador, EXCETO se 
com previsão expressa em lei especial. Exemplo de lei especial: A Lei 9.069/95 (Lei que instituiu o 
plano real) permite que cheque de valor igual ou inferior a 100 reais possa ser emitido ao portador. 
 
OBS1: Circulação dos títulos. 
 
1) O título ao portador circula por mera tradição (entrega). 
 
2) O título nominativo, além da tradição, depende outro ato jurídico, que varia conforme a 
espécie de título nominativo tratada: 
 
2.1) Título nominativo À ORDEM: circula por meio de endosso. 
2.2) Título nominativo NÃO À ORDEM: circula por meio de cessão civil de crédito. 
 
OBS2: Endosso X Cessão civil. Endosso e cessão civil são atos jurídicos trasladadores da 
titularidade de crédito que se diferenciam quanto aos efeitos, basicamente em dois aspectos: 
quanto à extensão da responsabilidade do alienante (endossante) do crédito perante o adquirente 
(endossatário) e quanto aos limites de defesa do devedor (sacado) em face da execução do 
crédito pelo adquirente (endossatário). 
 
ASPECTO 01 (extensão da responsabilidade do alienante (endossante/cedente): Quem 
endossa um título responde não só pela sua existência, mas também pelo seu pagamento 
(solvência, pro solvendo). Em outros termos, se o devedor (sacado) não paga o título, o tomador 
pode cobrar e executar o endossante. 
Na cessão civil o cedente responde, em regra, tão-somente pela existência do título 
(pro soluto), nos termos do art. 296 do Código Civil (cessão de crédito). 
 
CC Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela 
SOLVÊNCIA do devedor (somente pela existência do crédito). 
 
 
13 
 
Exemplo: Renato paga Maria com cheque clonado ou uma duplicata fria (vício de 
existência). Nesse caso, sendo transferido por endosso ou cessão, o Renato vai responder pelo 
título (pois responde não só pela solvência, como pela existência dele). 
Outro exemplo: Renato paga com cheque autêntico, porém sem fundos. Se o cheque foi 
transferido por endosso, o endossante (Renato) pode ser executado. Se o cheque foi transferido 
por cessão civil, o cedente (Renato) não responde pelo pagamento. 
Para quem recebe um cheque, é mais garantido receber por endosso. Por conta disso, há 
uma presunção de que os títulos nominativos são ‘À ORDEM’, ou seja, transferíveis por endosso. 
Para que o título seja ‘não à ordem’ deve haver expressa menção no título. 
 
ASPECTO 02: limites de defesa do devedor (sacado/cedido): 
 
O devedor poderá defender-se, quando executado pelo cessionário, arguindo matérias 
atinentes a sua relação jurídica com o cedente (CC, art. 294), mas não poderá defender-se, 
quando executado pelo endossatário, arguindo matérias atinentes a sua relação jurídica com o 
endossante (princípio da autonomia das obrigações cambiais e subprincípio da inoponibilidade 
das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé, referidos no art. 17 da LU e 916 do CC). 
 
LU Art. 17. As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor 
ao portador exceções fundadas sobre as relações pessoais delas com o 
sacador ou com os portadores anteriores, a menos que o portador ao 
adquirir a letra tenha procedido conscientemente em detrimento do devedor. 
 
CC Art. 294. O devedor pode opor ao CESSIONÁRIO as exceções que lhe 
competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter 
conhecimento da cessão, tinha contra o cedente. (Cessão de crédito) 
 
Art. 916. As exceções, fundadas em relação do devedor com os portadores 
precedentes, somente poderão ser por ele opostas ao portador, se este, ao 
adquirir o título, tiver agido de má-fé. (Endosso) 
 
Para transferência de um cheque é suficiente o endosso. ERRADO. É necessária 
também a tradição. 
 
Conclusão: O endosso, tal qual a cessão civil, somente se aperfeiçoam com a TRADIÇÃO. 
3.3.2. Classificação moderna (CC/2002): ao portador, nominativo e nominal 
1) Título ao portador: Não identifica o beneficiário, transferível por tradição (CC, art. 904). 
Art. 904. A transferência de título AO PORTADOR se faz por simples 
tradição. 
 
2) Título nominativo: Tem acepção diversa da classificação tradicional. É título nominativo o 
emitido em favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente (art. 921 do CC). 
 
O nome do credor não está no título (como na classificação acima), mas sim no registro do 
emitente. Essa regra do Código Civil teria aplicação aos títulos que viessem a surgir após 2002. 
Na prática, não tem qualquer aplicação. Esse título nominativo pode circular por termo ou 
endosso. 
 
Art. 921. É título NOMINATIVO o emitido em favor de pessoa cujo nome 
conste no registro do emitente. 
 
14 
 
 
 
3) Nominal (à ordem): É o título nominativo à ordem da classificação tradicional, transferível 
por meio de endosso. 
3.4. QUANTO À ESTRUTURA: ORDEM DE PAGAMENTO OU PROMESSA DE 
PAGAMENTO 
3.4.1. ORDEM de pagamento 
Um sujeito dá uma ordem para que interposta pessoa efetue o pagamento a um terceiro 
beneficiário. Existem, aqui, TRÊS (03) figuras distintas: 
 
1) O Sujeito que dá a ordem de pagamento, sacador; correntista.2) O Sujeito que recebe a ordem (destinatário da ordem), sacado; banco. 
3) O beneficiário/tomador da ordem. Aquele que vai ao caixa descontar o cheque. 
 
 Exemplo: duplicata; letra de câmbio; cheque. 
3.4.2. PROMESSA de pagamento 
O próprio devedor se compromete a pagar determinado valor ao beneficiário. DUAS (02) 
figuras: 
 
1) Promitente; (“sacador/sacado”). 
2) Tomador/beneficiário (aquele que vai ao caixa descontar). 
 
Exemplo: nota promissória. 
4. LETRA DE CÂMBIO (REGRAS GERAIS DOS TÍTULOS DE CRÉDITOS) 
4.1. INTRODUÇÃO 
De início, vale lembrar que no estudo da letra de câmbio trataremos das REGRAS 
GERAIS de constituição, transferência e exigibilidade do crédito cambiário. No estudo das demais 
espécies de títulos de crédito restará apenas o trato daquilo que for especial em relação ao 
regramento geral aplicado às letras de câmbio. 
4.2. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 
Parte da Lei Uniforme de Genebra - LUG, parte do Dec. 2.044/1908 e, subsidiariamente o 
CC. 
4.3. CONCEITO 
 
15 
 
A letra de câmbio é um título de crédito decorrente de relações de crédito, entre dois ou 
mais sujeitos, pelo qual o denominado SACADOR dá a ordem de pagamento, pura e simples, a 
outrem denominado sacado, a seu favor (do sacador) ou de terceira pessoa 
(tomador/beneficiário), no valor e nas condições dela constantes. 
 
Percebe-se que a letra de câmbio constitui uma ordem de pagamento, que conta com a 
presença de três figuras, como veremos no seguinte exemplo: 
 
1) Dá a ordem – sacador (Maria). 
2) Recebe a ordem – sacado (Renato). 
3) Tomador/beneficiário (Caio). 
4.4. SAQUE E ACEITE 
4.4.1. Noções gerais 
Valor da operação 10.000 reais, com vencimento em 30/11/2015. 
 
Quando Maria cria/emite o título, ela realiza o ato cambial chamado de SAQUE. O ato de 
criação/emissão é chamado de saque. 
O saque é o movimento que coloca o título em circulação, realizado pelo SACADOR. 
Aquele que recebe a ordem de pagamento é o SACADO. 
Quem fica com a ordem de pagamento (letra de câmbio) é o TOMADOR (Caio), que 
apresenta o título ao Renato (sacado). Feito isso, caberá ao Renato concordar ou não em pagar a 
ordem no dia aprazado. Quando o Renato concorda, ele dá o chamado ACEITE. 
Aceite é o ato de concordância com a ordem de pagamento dada. Ato PRIVATIVO do 
sacado. 
O aceite corresponde à simples assinatura do sacado no ANVERSO (frente) do título. 
 
IMPORTANTE: A ordem de pagamento dada pelo SACADOR (Maria) também pode ter ela 
própria como tomador/beneficiário (Lei Uniforme, art. 3º). Exemplo: sacador emite uma letra de 
câmbio tendo ele mesmo como beneficiário. Após a emissão, deve apresentar a letra para o 
aceite do sacado. Se o sacado aceita, deverá realizar o pagamento na data do vencimento do 
título. 
 
LUG Art. 3º - A letra pode ser a ordem do próprio sacador. Pode ser 
sacada sobre o próprio sacador. Pode ser sacada por ordem e conta de 
terceiro. 
 
Também é possível que o SACADOR ocupe também a posição de SACADO. É o caso do 
sacador que emite um título no qual ele próprio se obriga a pagar certo valor ao tomador após dar 
o aceite (LU, art. 3º). 
 
O sacado é obrigado a dar o ACEITE? 
NÃO. Na letra de câmbio o aceite é ato FACULTATIVO, ou seja, o sacado poderá recusar o 
aceite, parcial ou totalmente. 
A recusa PARCIAL pode ocorrer na forma de ACEITE LIMITATIVO (aceita pagar parte do 
título) ou MODIFICATIVO (aceita pagar o título em condições distintas). 
 
16 
 
4.4.2. Efeitos da recusa do aceite (total ou parcial) 
1) Torna o SACADOR (Maria) o devedor principal; 
2) Provoca o vencimento antecipado do título (o título que venceria em 30/11, vencerá no 
momento da recusa do aceite), nos termos do art. 43 da LU. 
 
LUG Art. 43. O portador de uma letra pode exercer os seus direitos de ação 
contra os endossantes, sacador e outros coobrigados: no vencimento; se o 
pagamento não foi efetuado; mesmo antes do vencimento: 
1º) se houve recusa total ou parcial de aceite; 
 
OBS: É possível incluir na letra de câmbio a chamada CLÁUSULA NÃO ACEITÁVEL, que veda 
que o tomador (Caio) apresente o título para aceite do sacado (Renato), permitindo que o título 
seja apresentado apenas na data do vencimento, não para o aceite do Renato, mas sim para que 
efetue o pagamento. Se o sacado (Renato) não paga, o sacador (Maria) se torna o devedor 
principal (mesmo efeito da recusa do aceite). Essa cláusula não é cabível em qualquer caso 
(LU, art. 22). 
 
LUG Art. 22. O sacador pode, em qualquer letra, estipular que ela será 
apresentada ao aceite, com ou sem fixação de prazo. Doutrina Vinculada. 
Pode proibir na própria letra a sua apresentação ao aceite, salvo se se 
tratar de uma letra pagável em domicilio de terceiro, ou de uma letra 
pagável em localidade diferente da do domicílio do sacado, ou de uma letra 
sacada a certo termo de vista. 
4.4.3. Efeitos do aceite 
Quando o sacado (Renato) dá o aceite, ele se torna o DEVEDOR PRINCIPAL DO TÍTULO 
de crédito. Ato contínuo, o sacador (Maria) passa a ser o CODEVEDOR (corresponsável) do título. 
Vencido e não pago o título (aceito) pelo Renato (sacado), Caio (tomador) poderá cobrar 
do sacador e posteriormente ingressar com uma execução contra qualquer dos devedores. Cabe 
ao credor escolher o executado. 
REGRA: O credor pode executar um, alguns ou todos os devedores. Sempre quem 
escolhe é o credor. 
Caso Caio (tomador) execute Maria (sacador), esta será obrigado a pagar. No entanto, 
como Maria não é a devedora principal do título, terá direito de regresso contra o Renato (sacado). 
De outra forma, se Caio (tomador) executa somente o Renato (sacado), este não terá 
qualquer direito de regresso, porquanto se trata do devedor principal do título (a partir do momento 
do aceite). 
4.4.4. Prazo de respiro 
Apresentado o título ao sacado, este tem o direito de pedir que ele lhe seja reapresentado 
no dia seguinte, nos termos do art. 24 da LU. É o chamado PRAZO DE RESPIRO, que se destina 
a possibilitar ao sacado a realização de consultas ou a meditação acerca da conveniência de 
aceitar ou recusar o título (art. 24). 
 
LU Art. 24. O sacado pode pedir que a letra lhe seja apresentada uma 
segunda vez no dia seguinte ao da primeira apresentação. Os 
interessados somente podem ser admitidos a pretender que não foi dada 
 
17 
 
satisfação a este pedido no caso de ele figurar no protesto. O portador não 
é obrigado a deixar nas mãos do aceitante a letra apresentada ao aceite. 
 
Realizado o aceite pelo sacado (tornando-o devedor principal), duas possibilidades se 
abrem para o tomador: 
 
1) Esperar até a data de vencimento para receber o pagamento ou; 
2) Transferir o título para um terceiro. 
 
A transferência se dá através do chamado ENDOSSO, onde o tomador é o designado 
endossante (ou endossador) enquanto o terceiro que recebe o título é o designado endossatário. 
5. ENDOSSO: TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DO TÍTULO DE CRÉDITO 
5.1. CONCEITO 
Endosso é o ato jurídico pelo qual o credor de um título crédito nominativo (‘nominal’ – 
nova classificação) com a cláusula à ordem TRANSMITE o direito ao valor constante no título à 
outra pessoa, sendo acompanhado da tradição da cártula. 
5.2. EFEITOS DO ENDOSSO 
1) Transferência da titularidade do crédito do tomador/endossante (Caio) para o endossatário 
(Daniel). 
 
2) Tornar o endossante codevedor do título de crédito. Passa a ser corresponsável ao 
pagamento do título. Se na data do vencimento o endossatário (Daniel) for cobrar do 
sacado (Renato) e ele não pagar, Daniel pode executar qualquer um dos codevedores 
(sacado – Renato; sacador – Maria; tomador/endossante - Caio). 
 
O endosso é dado no VERSO do título, bastandopara tanto uma simples assinatura. No 
entanto, também é possível a realização do endosso no ANVERSO do título, caso no qual, além 
da assinatura, é necessária uma expressão identificadora do endosso (exemplo: pague-se a..., 
endosso a..., transfiro a...). Não confundir com o ACEITE que é dado com assinatura no 
ANVERSO. 
 
Não há qualquer limite para o número de endossos de um título de crédito (no cheque 
existia limite – ver adiante); ele pode ser endossado diversas vezes, como pode, simplesmente, 
não ser endossado. 
5.3. MODALIDADES DE ENDOSSO 
Existem as seguintes modalidades de endosso: 
 
1) Endosso em branco; 
2) Endosso em preto; 
3) Endosso póstumo; 
 
18 
 
4) Endosso impróprio: 
4.1) Endosso-mandato (por procuração); 
4.2) Endosso-caução (pignoratício); 
5) Endosso "sem garantia". 
 
Vejamos cada uma destas espécies. 
5.3.1. Endosso em branco 
É aquele onde NÃO está identificado o endossatário. Ocorre aqui a transformação de um 
título nominativo em um título ao portador. 
Assim como a emissão de títulos ao portador, desde a Lei 8.088/90 é vedada a 
transmissão de títulos por endosso em branco (art. 19). 
 
LU Art. 19. Todos os títulos, valores mobiliários e cambiais serão emitidos 
sempre sob a forma nominativa, sendo transmissíveis somente por 
endosso em preto. 
5.3.2. Endosso em preto 
É aquele onde está identificado o endossatário (exemplo: pague-se a fulano). 
 
Endosso PARCIAL existe? O endossante pode transferir pelo endosso só uma parte do 
valor constante no título? NEGATIVO. O endosso parcial é nulo, até porque a transferência do 
título exige além do endosso a tradição. Não é possível entregar apenas parte da cártula para o 
endossatário (LU, art. 12; CC, art. 912, parágrafo único). Não confundir com o aceite (visto acima) 
parcial, que é válido. 
 
CC Art. 912. Considera-se não escrita no endosso qualquer condição a que 
o subordine o endossante. 
Parágrafo único. É NULO o endosso parcial. 
 
LU Art. 12. O endosso deve ser puro e simples. Qualquer condição a que 
ele seja subordinado considera-se como não escrita. O endosso parcial é 
NULO. O endosso ao portador vale como endosso em branco. 
 
Igualmente, o ENDOSSO CONDICIONAL, em que a transferência do crédito fica 
subordinada a alguma condição, resolutiva ou suspensiva, não é nulo, mas referida condição 
será ineficaz, porque a lei a considera não escrita (art. 12) 
5.3.3. Endosso póstumo 
É o endosso dado DEPOIS do VENCIMENTO e do PROTESTO do título. Nesse caso, não 
produz os efeitos de endosso, mas sim da cessão civil de crédito. 
O endosso póstumo não se confunde com o endosso dado depois do vencimento, mas 
ANTES do PROTESTO. Este último é um endosso comum, produzindo todos os efeitos a ele 
inerentes. 
 
19 
 
Como vimos, o endosso tem como efeito atribuir ao endossante a responsabilidade pela 
existência e solvência do crédito (é uma transmissão pro solvendo), conforme a disposição das 
leis especiais nesse sentido. 
 
ATENÇÃO: O CC, em seu art. 914, prevê efeito diverso para o endosso: responsabilidade 
apenas pela existência e não pela solvência do crédito (tal como a cessão civil de crédito – pro 
soluto). Não esquecer: O CC só se aplica no silêncio da lei especial (CC, art. 903). Consequência 
prática: Esse dispositivo do CC/2002 não tem aplicação. 
 
CC Art. 914. Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do 
endosso, não responde o endossante pelo cumprimento da prestação 
constante do título. 
 
Esse endosso que vimos até aqui é chamado pela doutrina de ENDOSSO TRANSLATIVO 
ou PRÓPRIO (para concurso é somente endosso). 
 
OBS1: súmula do 475 STJ 
 
STJ Súmula 475: Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o 
endossatário que recebe por endosso translativo título de crédito contendo 
vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando ressalvado seu direito de 
regresso contra os endossantes e avalistas. 
 
Explicando a súmula: “B”, empresa do ramo de vendas, emitiu uma duplicata (título de 
crédito) por conta de mercadorias que seriam vendidas a “A”. Ocorre que o negócio jurídico 
acabou não sendo concretizado (não existiu). Mesmo sem ter existido o negócio jurídico, “B” 
emitiu a duplicata (sem causa) e, além disso, fez o endosso translativo desse título para “C” 
(banco). 
 
Como visto, o endosso translativo (também chamado de endosso próprio), é o ato 
cambiário por meio do qual o endossante transfere ao endossatário o título de crédito e, em 
consequência, os direitos nele incorporados. Em outras palavras, “B” transmitiu a “C” seu suposto 
crédito que teria em relação a “A”. 
 
Ocorre que “A” recusou aceite a essa duplicata. 
 
Diante disso, “C” apresentou a duplicata para ser protestada pelo tabelionato de protesto, o 
que foi feito. Assim, “A” foi intimado pelo tabelião de protesto, a pedido de “C” para que pagasse a 
duplicata. Como “A” não pagou, foi inscrito no SPC e SERASA. 
 
“A” quer ajuizar ação de cancelamento de protesto cumulada com reparação por 
danos morais. Quem deverá ser réu nessa ação? Quem é o responsável por esse protesto 
indevido, “B” (que emitiu a duplicata) ou “C” (que recebeu a duplicata mediante endosso)? 
Resposta: “C”. 
 
Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário (“C”) que recebe 
por endosso translativo título de crédito (no caso, uma duplicata) contendo vício formal extrínseco 
ou intrínseco (no caso, a ausência de compra e venda). 
 
Caso o endossatário (“C”), que levou o título a protesto indevidamente, seja condenado a 
pagar a indenização, terá direito de cobrar esse valor pago (direito de regresso) contra o 
endossante (no caso, “B”) e eventuais avalistas do título de crédito. 
 
 
20 
 
O endossatário que recebe, por endosso translativo, título de crédito contendo vício formal, 
sendo inexistente a causa para conferir lastro à emissão de duplicata, responde pelos danos 
causados diante de protesto indevido, ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e 
avalistas. 
5.3.4. Endosso impróprio 
A doutrina menciona, ainda, uma quarta espécie de endosso: ENDOSSO IMPRÓPRIO. É 
chamado impróprio, pois não tem como efeito a transferência da titularidade do crédito (o 
endossante continua credor). O efeito do endosso impróprio é a LEGITIMAÇÃO DA POSSE do 
terceiro que detém a cártula. 
 
Duas são as modalidades de endosso impróprio: 
 
1) Endosso-mandato (por procuração); 
2) Endosso-caução (pignoratício). 
 
 Vejamos: 
1) Endosso-mandato (por procuração) 
É utilizado para transferir poderes e autorizar um TERCEIRO a exercer os direitos 
inerentes ao título (sem transferir a titularidade). Exemplo: o endossante contrata um banco para 
efetuar a cobrança do crédito. Para legitimar a posse do banco sobre seu título, bem como a 
cobrança, é realizado o endosso mandato. 
Como fazer esse endosso mandato? Acrescentar a expressão: ‘para cobrança’ ou ‘por 
procuração’. Se o sacado realiza o pagamento ao detentor do título, sem a presença do endosso-
mandato, não se desobrigará do débito (quem paga mal paga duas vezes). 
 
OBS: 476 Súmula do STJ. 
 
STJ Súmula 476: O endossatário de título de crédito por endosso-mandato 
só responde por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os 
poderes de mandatário. 
 
Explicando a súmula: O endossatário recebe o título de crédito apenas para efetuar a 
cobrança do valor nele mencionado e dar a respectiva quitação; após a cobrança, o endossatário 
deverá devolver o dinheiro ao endossante, descontada sua remuneração por esse serviço. 
 
“B”, empresa do ramo de vendas, emitiu uma duplicata (título de crédito) por conta de 
mercadorias vendidas a “A”. “B”, apósemitir a duplicata, fez o endosso-mandato desse título para 
“C” (banco), a fim de que este efetuasse a cobrança do valor de “A”. 
 
Ocorre que “A” recusou o pagamento dessa duplicata alegando que já havia pagado. 
Mesmo assim, “C” apresentou a duplicata para ser protestada pelo tabelionato de protesto, o que 
foi feito. Assim, “A” foi intimado pelo tabelião de protesto, a pedido de “C” para que pagasse a 
duplicata. Como “A” não pagou, foi inscrito no SPC e SERASA. 
 
“A” quer ajuizar ação de cancelamento de protesto cumulada com reparação por 
danos morais. Quem deverá ser réu nessa ação? Quem é o responsável por esse protesto 
indevido (“B” ou “C”)? 
 
21 
 
Resposta: como regra, “B” (endossante). “C” (endossatário de endosso-mandato) somente 
responderá se ficar provado que EXTRAPOLOU os poderes de mandatário. 
 
No endosso-mandato, o endossatário não age em nome próprio, mas sim em nome do 
endossante. 
 
Exemplo em que o endossatário responderia: diante da resposta do devedor de que já 
havia pago o débito, o endossante solicitou ao endossatário que aguardasse para protestar o título 
somente após conferir se houve realmente a quitação. O endossatário, descumprindo essa 
determinação, realizou o protesto imediatamente, mesmo sem aguardar essa conferência. 
2) Endosso-caução (pignoratício) 
É o instrumento adequado para a instituição de penhor sobre o título de crédito. Usa-se a 
expressão: ‘para penhor’ ou ‘para garantia’. É a forma de dar um título de crédito como garantia. 
No endosso-caução, o crédito não se transfere para o endossatário, que é investido na 
qualidade de credor pignoratício do endossante. Cumprida a obrigação garantida pelo penhor, 
deve a letra retornar à posse do endossante. Somente na eventualidade de não cumprimento da 
obrigação garantida, é que o endossatário por endosso-caução se apropria do crédito 
representado pela letra. O endossatário por endosso-caução não pode endossar o título, salvo 
para praticar o endosso-mandato (LU, art. 19; CC, art. 918). 
 
LU Art. 19. Quando o endosso contém a menção "valor em garantia", "valor 
em penhor" ou qualquer outra menção que implique uma caução, o portador 
pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas um endosso feito 
por ele só vale como endosso a título de procuração. Para cobrança! 
[...] 
 
CC Art. 918. A cláusula constitutiva de penhor, lançada no endosso, confere 
ao endossatário o exercício dos direitos inerentes ao título. 
§ 1o O endossatário de endosso-penhor só pode endossar novamente o 
título na qualidade de procurador. 
5.3.5. Endosso “sem garantia” 
Por fim, há o endosso que não produz o efeito de vincular o endossante ao pagamento do 
título: trata-se do chamado endosso "sem garantia", previsto no art. 15 da LU. Com esta 
cláusula, o endossante transfere a titularidade da letra, sem se obrigar ao seu pagamento. A 
regra, como visto, é a da vinculação do endossante (lembre-se que o art. 914 do CC não se aplica 
em razão do art. 903 do mesmo Código). O ato do endossante de inserir no endosso a cláusula 
"sem garantia", porém, afasta a vinculação prevista na lei especial. 
 
LUG Art. 15. O endossante, salvo cláusula em contrário (pode ser 
estabelecido pro soluto), é garante tanto da aceitação como do 
pagamento da letra (regra: pro solvendo). O endossante pode proibir um 
novo endosso, e, neste caso, não garante o pagamento às pessoas a quem 
a letra for posteriormente endossada. 
6. AVAL: GARANTIA DO PAGAMENTO DO TÍTULO DE CRÉDITO 
6.1. CONCEITO 
 
22 
 
É a declaração cambiária decorrente de uma manifestação unilateral de vontade pela qual 
uma pessoa, natural ou jurídica, assume a obrigação cambiária autônoma e incondicional de 
garantir no vencimento o pagamento do título nas condições nele estabelecidas. Duas figuras 
existem no instituto do aval: 
 
1) Avalista: É aquele que garante o pagamento do título de crédito em favor do devedor 
principal ou de um corresponsável. 
 
2) Avalizado: É devedor ou corresponsável que tem a obrigação de pagar o crédito garantido 
pelo avalista. 
 
Obrigação autônoma: A relação do avalista com o credor do título é autônoma à do 
avalizado com o credor. Vale dizer, mesmo que o avalizado venha a morrer, falir ou tornar-se 
incapaz, permanece a obrigação do avalista para com o tomador do título. 
 
CC Art. 899. O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de 
indicação, ao emitente ou devedor final. 
§ 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu 
avalizado e demais coobrigados anteriores. 
§ 2o Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que NULA a 
obrigação daquele a quem se equipara, A MENOS QUE a nulidade 
decorra de VÍCIO DE FORMA. 
 
O avalista que garante antecipadamente a dívida do sacado responde por ela até mesmo 
se este não vier a dar o ACEITE. 
Exemplo: Daniel (endossatário), ao receber o título de Caio (tomador ou beneficiário/ 
endossante), exige uma garantia a mais. Então, Caio pede para o Gugu ser seu avalista. Gugu dá 
o aval. Se o sacado (devedor principal - Renato) não pagar, Daniel pode cobrar de qualquer dos 
codevedores, dentre eles o avalista do Renato (sacado), Gugu (avalista). 
6.2. COMO É FEITO O AVAL? 
Como é feito o aval? Tem que lembrar o endosso. 
 
Endosso pode ser no VERSO (simples assinatura) ou no ANVERSO (assinatura + 
expressão identificadora). Lembrando: o aceite é só assinatura no anverso. 
 
O AVAL, por sua vez, deve ser dado de forma inversa: no ANVERSO (simples 
assinatura) ou VERSO (assinatura + expressão identificadora). 
6.3. ESPÉCIES DE AVAL 
Tal como no endosso, existe o AVAL EM PRETO (identifica o avalizado) e o AVAL EM 
BRANCO (não identifica o avalizado). 
Quando o aval é em branco, garante-se aquele que CRIOU o título (e não o devedor 
principal: sacado - Renato), ou seja, o sacador (Maria), nos termos do art. 31 da LU. 
 
Art. 31. [...] O aval deve indicar a pessoa por quem se dá. Na falta de 
indicação, entender-se-á pelo sacador. 
 
 
23 
 
Súmula 189 do STF: A existência de avais em branco superpostos implica em garantia 
simultânea (os obrigados são coavalistas do sacador) e não sucessiva (os obrigados não são 
avalistas de avalistas). 
 
SÚMULA Nº 189 AVAIS EM BRANCO E SUPERPOSTOS CONSIDERAM-
SE SIMULTÂNEOS E NÃO SUCESSIVOS. 
 
É possível também a realização de AVAL PARCIAL, onde somente PARTE do crédito é 
garantida, nos termos do art. 30 da LU. (Perceber que o endosso parcial não é permitido, 
entretanto, o aceite parcial é permitido. Lógica: no endosso, o título é passado a diante. Tem como 
‘rasgar’ o título para passar somente parte dele? Tendo em vista dentre outras razões, o princípio 
da Cartularidade, não. Já o aceite pode ser limitativo ou modificativo (quem está aceitando pagar 
pode querer pagar parte ou de forma diversa...). Então, no aval parcial, o avalista pode garantir 
parte apenas da obrigação contida no título, afinal ele não fica com esse título, apenas garante). 
 
LUG Art. 30. O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte 
garantido por aval. Esta garantia é dada por um terceiro ou mesmo por um 
signatário da letra. 
 
OBS: O CC, em seu art. 897, parágrafo único diz que é VEDADO o aval parcial. Mais uma vez 
ressaltamos: dada a subsidiariedade do CC, tal regra não tem aplicação prática. 
 
CC Art. 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de 
pagar soma determinada, pode ser garantido por aval. 
Parágrafo único. É vedado o aval parcial. Vale para os casos de títulos 
de créditos inominados, os quais são regidos pelas normas do CC. 
Aos títulos de crédito que possuem regramento próprio esta regra não 
se aplica. 
 
OBS: O aval dado depois de vencimento eprotesto tem os MESMOS EFEITOS do aval dado 
antes. Não confundir com o endosso póstumo! No qual produzirá os efeitos da cessão civil 
de crédito. Lógica: no aval o avalista está garantindo a obrigação cambiária contida no título, no 
endosso, o endossante é quem foi sujeito de uma obrigação e pagou endossando o título de 
crédito. O avalista deve continuar garantindo a dívida, afinal: é uma obrigação autônoma. No caso 
do endosso, não pode o criador do título ficar para sempre obrigado à dívida do endosso, por isso, 
depois de vencido e protestado, terá direito a se defender como se o título tivesse sido repassado 
por cessão civil. 
 
DICA: Quem dá aval é amigo do cara. Sendo amigo, ele assina somente na FRENTE (anverso) do 
cara. Se ele é amigo, é amigo antes, durante ou depois (aval produz efeitos antes, durante e 
depois do vencimento e protesto). 
6.4. AVAL X FIANÇA 
AVAL FIANÇA 
Só pode ser dado em título de crédito. Só pode ser dada em contrato. 
Aval é autônomo 
OBS: Em caso de morte, incapacidade ou falência 
do avalizado, o avalista continua responsável. 
Ainda que nula a obrigação a garantia permanece, 
Fiança é acessória. 
Extinto o contrato, extinta a fiança. 
 
24 
 
 
 
 
OBS: Art. 1.647, III do CC. Tanto para fiança, quanto para aval, é imprescindível a autorização do 
cônjuge, SALVO se casados em separação absoluta. 
 
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, 
sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: 
III - prestar fiança ou aval; 
7. EXIGIBILIDADE DA LETRA DE CÂMBIO 
Para tornar-se exigível o crédito cambiário contra o devedor principal (aceitante), basta o 
vencimento do título; já em relação aos coobrigados (endossantes e sacador), é necessária, 
ainda, a negativa de pagamento do título vencido por parte do devedor principal. 
 
Em virtude do princípio da literalidade, a comprovação deste fato deve ser feita por 
PROTESTO do título, o qual se consubstancia, então, em CONDIÇÃO da exigibilidade do crédito 
cambiário contra os coobrigados. O protesto do título também é condição de exigibilidade 
deste crédito, nos mesmos termos, na hipótese de recusa do aceite. Para produzir este efeito, 
contudo, o protesto deve ser providenciado pelo credor dentro de um prazo estabelecido por lei. 
 
O coobrigado que paga o título de crédito tem o direito de regresso contra o devedor 
principal e contra os coobrigados anteriores. As obrigações representadas por um título de crédito 
só se extinguem, todas, com o pagamento, pelo aceitante, do valor do crédito. Para se localizarem 
os coobrigados na cadeia de anterioridade das obrigações cambiais, adotam-se os seguintes 
critérios: 
 
1) O SACADOR da letra de câmbio é ANTERIOR aos endossantes; 
 
2) Os ENDOSSANTES são dispostos, na cadeia, segundo o critério cronológico; 
 
3) O AVALISTA se insere na cadeia em posição imediatamente posterior ao respectivo 
avalizado. 
 
Organizando os devedores de um título de crédito, de acordo com estes critérios, na 
cadeia de anterioridade, será possível definir quem, dentre eles, é credor, em regresso, de quem. 
exceto se o vício for de forma. 
Aval não possui benefício de ordem. 
O credor pode executar direto o avalista. 
Fiança possui benefício de ordem. 
 
25 
 
8. TIPOS DE VENCIMENTO DE UMA LETRA DE CÂMBIO 
1) À vista: aquela que é exigível de imediato. Logo após o saque. 
 
2) Data certa: vence em 30/11/2015  exemplo acima. 
 
3) A certo termo da vista: É o vencimento que se dá num determinado número de dias 
contados da data do aceite, que é o termo a quo. 
 
DICA: Hasta la vista aceite. Neste último, não é possível a inclusão da cláusula não aceitável, 
visto que o vencimento pressupõe o aceite. 
 
4) A certo termo da data: É o vencimento que se dá em determinado número de dias, 
contados da data de emissão do título (saque), que é o termo a quo. 
9. PROTESTO DA LETRA DE CÂMBIO 
A falta de aceite, de data do aceite ou de pagamento de uma letra de câmbio deve ser 
provada por protesto cambial, que é ato formal de responsabilidade do portador do título. 
 
1) Protesto por falta de ACEITE: Ocorre quando há recusa do aceite pelo sacado. Nesse 
caso, o protesto é dirigido ao sacador, a quem caberá pagar o crédito (se torna o devedor 
principal). Antecipa o vencimento. 
 
2) Protesto por falta de DATA do aceite: Extraído contra o aceitante, destinado às letras de 
câmbio a certo termo de vista, nas quais não conste a data do aceite. 
 
3) Protesto por falta de PAGAMENTO: Extraído contra o aceitante, trata-se de requisito para 
a manutenção direito de cobrança em face dos demais codevedores (protesto necessário). 
10. GRÁFICO: LETRA DE CÂMBIO 
 
 
26 
 
11. NOTA PROMISSÓRIA 
11.1. CONCEITO 
A nota promissória é uma promessa de pagamento que uma pessoa faz em favor de outra. 
Com o saque da nota promissória, surgem dois personagens distintos: 
 
1) Promitente (emitente/subscritor/sacador): Aquele que promete pagar. 
2) Tomador/beneficiário: O credor do valor prometido. 
 
São apenas quatro artigos sobre nota promissória no Dec 57.663/66. 
Tudo que vimos até agora sobre letra de câmbio se aplica às notas promissórias, SALVO 
as seguintes diferenças: 
 
1) Não há aceite; 
2) Formas de vencimento; 
3) Súmula 258 do STJ: nota promissória e contrato de abertura de crédito. 
4) Súmula 504 do STJ: ação monitória 
Vejamos: 
11.2. NÃO HÁ ACEITE NA NOTA PROMISSÓRIA 
Nota promissória não é ordem de pagamento, mas sim promessa de pagamento. Em 
decorrência disso, não há que se falar em aceite (se não há ordem, não há o que se aceitar), nem 
em seus institutos decorrentes, tais como vencimento antecipado por recusa de aceite, cláusula 
não aceitável etc. 
11.3. FORMAS DE VENCIMENTO DA NOTA PROMISSÓRIA 
São possíveis as quatro formas de vencimento da letra de câmbio. Quando o prazo for a 
certo termo de vista, o marco inicial logicamente não é o aceite, mas sim o visto do subscritor (art. 
23). O tomador deve apresentar a nota para o visto do subscritor num prazo de 01 ano do saque. 
A partir do visto conta-se o prazo de vencimento “a certo termo de vista”. 
 
LUG Art. 23. As letras a certo termo de vista devem ser apresentadas ao 
aceite dentro do prazo de 1 (um) ano das suas datas. O sacador pode 
reduzir este prazo ou estipular um prazo maior. Esses prazos podem ser 
reduzidos pelos endossantes. 
11.4. SÚMULA 258 DO STJ: NOTA PROMISSÓRIA E CONTRATO DE ABERTURA DE 
CRÉDITO 
Súmula 258 do STJ: “A nota promissória vinculada a contrato de abertura de 
crédito não goza de autonomia em razão da ILIQUIDEZ do título que a 
originou”. 
 
 
27 
 
O que acontecia: O banco exigia uma nota promissória do devedor que abria um crédito no 
banco (cujo contrato não raras vezes era constituído de juros sobre juros e outros abusos). 
Posteriormente, endossava a nota, de forma que nem ele (o banco) e nem o endossatário tivesse 
que discutir com o devedor a origem da dívida (juros abusivos etc.). Assim, quem sempre saía 
prejudicado era o devedor, que era executado pelo endossatário sem poder se defender dos 
abusos praticados pelo banco. 
 
O que diz a Súmula: tudo que seria possível discutir com o Banco em sede de embargos a 
execução também é possível de ser discutido em sede de embargos à execução promovida pelo 
terceiro endossatário. 
 
Obs1: a nota promissória, vinculada ao contrato de mútuo bancário, não perde sua 
executoriedade – STJ. Veja: mútuo e não abertura de crédito (que é ilíquido). 
 
Obs2 (André Santa Cruz): quando a nota promissória for emitida em vinculação a um determinado 
contrato, não apenas os bancários,

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