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DIETOTERAPIA: OBJETIVOS E PRINCÍPIOS Profª. Daniele L. Alencar Castelo Nutricionista Especialista em Nutrição ns DCNT – Einstein Mestre em Ciências. Área de concentração: Nutrição em Saúde Pública - FSP/USP Cronograma Disciplina ¨ Período (17 de fevereiro a 30 de junho de 2014) ¨ Avaliação: Dietas individuais, Estudos de Caso e Prova escrita. ¤ AV1– 07 de abril ¤ AV2 – 16 de junho ¤ AV3 – 30 de junho Objetivos da Disciplina 1. Capacitar o estudante à análise, aplicação e avaliação dos fundamento teóricos e práticas da dietoterapia 2. Classificar o estado nutricional do paciente a partir de dados objetivos e subjetivos 3. Identificar os fatores fisiopatológicos que interferem na conduta dietoterápica 4. Prescrever, planejar, analisar e avaliar dietas adequadas às necessidades nutricionais do indivíduo enfermo 5. Valorizar a integração com a equipe multiprofissional no tratamento clínico 6. Proporcionar ao estudante vivência profissional através da observação das diversas áreas e campos da atuação do nutricionista clínico 7. Estimular o estudante na direção da pró-atividade, autoaprendizagem e interesse contínuo na sua formação e desenvolvimento profissional Dietas – Passo a Passo 1. Avaliação nutricional 2. Recordatório 24 horas e análise da qualidade da dieta (quando fornecido e solicitado) 3. Cálculo das necessidades de energia e de nutrientes específicos, conforme modelo abaixo: FAIXA DE DISTRIBUIÇÃO DOS MACRONUTRIENTES VCT PLANEJADO: _________________ kcal CALORIAS GRAMAS FAIXA DE DISTRIBUIÇÃO: MIN MAX MIN MAX PROTEÍNAS _______ a _______ % CARBOIDRATOS _______ a _______ % LÍPIDEOS _______ a _______ % Recomendação de proteína (g): _______ a _______ g de ptn/kg de peso/dia Micronutrientes RDA/AI (g ou mg ou µg/dia) UL (g ou mg ou µg/dia) Dietas ¨ Tabelas que serão usadas para planejamento de dietas: TACO, IBGE e rótulos (desde que o rótulo seja colocado na dieta) - (PESO CRU) e Medidas caseiras pela Pinheiro (5ª edição) - (PESO COZIDO) 4. Dieta Planejada: ¨ A dieta planejada deverá ser analisada e descrita quantitativa e qualitativamente, quando solicitado, e usaremos informações de preparações e per capita aprendidas na Técnica dietética I ¨ Cardápio: sempre deverá conter refeição e horário, preparações, alimentos, peso cru e cozido e medidas caseiras dos alimentos inseridos, conforme modelo abaixo: Refeição / Horário Preparações Alimentos Peso Cru (g ou mL) Peso cozido (g ou mL) Medida caseira Dietas ¨ Adequação da dieta: apresentar os valores encontrados e a adequação da dieta (macro e micronutrientes), conforme modelo abaixo: FAIXA DE ADEQUAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DOS MACRONUTRIENTES VCT ENCONTRADO:________ kcal CALORIAS GRAMAS ADEQUAÇÃO DISTRIBUIÇÃO: consumo consumo PROTEÍNAS ________ % CARBOIDRATOS ________ % LÍPIDEOS ________ % Proteína (g)/ kg de peso encontrado: _______ g de ptn/kg de peso/dia Adequação de proteína (g) / kg de peso encontrado: _________ % Micronutrientes RDA/AI (g ou mg ou µg/dia) U L (g ou mg ou µg/dia) Consumo (g ou mg ou µg) % Adequação Classificação = RDA/AI (Parâmetro recomendado – adequado) > RDA/AI (Acima do recomendado – adequado) < RDA/AI (Abaixo do recomendado – inadequado) > UL (Não permitido) *Classificação: Dietas ¨ Lista de alimentos substitutos: Deverá apresentar opções de alimentos substitutos (pelo menos, uma opção para cada preparação), conforme modelo abaixo: 5. Análise da composição nutricional dos alimentos da dieta: ¨ A tabela de análise nutricional e o cálculo total deverá estar em ordem alfabética ¨ Todas as referências deverão ser citadas. Refeição / Horário Preparações Alimentos Medida caseira Alimentos substitutos Medida caseira Atribuições do Nutricionista Clínica Saúde Coletiva Docência Alimentação Coletiva … Pesquisa Marketing . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Dietoterapia Atribuição: Assistência dietoterápica hospitalar, ambulatorial e em consultórios de nutrição e dietética, prescrevendo, planejando, analisando, supervisionando e avaliando dietas para enfermos. Dietoterapia ¨ Vários conceitos ¤ Ciência que promove a terapia por meio da dieta ¤ É a ciência que trata ou auxilia a conduta médica, no tratamento de uma patologia, através da alimentação adequada. ¤ … Objetivos da Dietoterapia GERAL: ¨ Recuperar a saúde, levando o paciente às suas atividades normais. Objetivos da Dietoterapia ¨ ESPECÍFICOS: ¤ Ajustar a dieta à capacidade do organismo em digerir, absorver e tolerar determinados alimentos, bem como à capacidade em metabolizar nutrientes. ¤ Contribuir para compensar estados específicos de deficiência nutricional. ¤ Educar pacientes e familiares para aquisição de hábitos alimentares compatíveis com a saúde e com seu estilo de vida. Princípios da Dietoterapia 1. Basear-se em prescrição escrita e o mais clara possível. 2. Fundamentar a dieta, face à patologia presente. 3. Fundamentar a dieta, face ao estado nutricional do paciente. 4. Considerar o período evolutivo da doença. 5.Tomar a dieta normal como padrão, afastando-se dela o menos possível e o menor período de tempo possível. Princípios da Dietoterapia 6. Ser flexível. 7.Atender simultaneamente às alterações patológicas, hábitos alimentares, hábitos de exercício e trabalho, padrões culturais, situação sócio-econômica e estado psicológico do paciente, bem como às disponibilidades financeiras, materiais e humanas da Instituição que o atende. 8.Utilizar a via oral como via preferencial de administração de alimentos ao paciente. 9.Instruir e orientar o paciente. Princípios da Dietoterapia Atividades do Nutricionista Clínico ¨ Avaliação nutricional do paciente ¨ Elaboração da história dietética do paciente ¨ Estudo detalhado da anamnese médica do paciente ¨ Prescrição dietética ¨ Planejamento de cardápios, com supervisão da execução. (preparo e administração) Atividades do Nutricionista Clínico ¨ Adaptação da atividade clínica ao setor em que atua (indústria, saúde pública, ou outros) ¨ Elaboração e atualização de manuais de dietas ¨ Acompanhamento diário da evolução do paciente ¨ Educação alimentar individual e/ou em grupo ¨ Engajamento multiprofissional (discussões, visitas em grupo, etc.). Atividades do Nutricionista Clínico Anamnese / Entrevista Prescrição / Orientação Acompanhamento ? ? ? Aconselhamento Dietético em Nutrição Clínica Aconselhamento Dietético em Nutrição Clínica Orientação Monitorização Entrevista 1 2 3 Aconselhamento Dietético em Nutrição Clínica – Entrevista ¨ 1. Dados de identificação: Nome D.N. Idade Sexo Naturalidade Endereço (ponto de referência?) Grau de instrução Ocupação Categoria Outros (cor, religião, renda?) Dados sócio- econômicos ¨ 2. Queixa principal e H.D.A. (encaminhamento?) ¨ 3. História dietética: ¤ Recordatório de ingestão habitual ¤ Preferências e aversões alimentares ¤ Alergias e intolerâncias alimentares ¤ Alterações dietéticas em finais de semana ¤ Cálculo de ingestão habitual. Aconselhamento Dietético em Nutrição Clínica – Entrevista ¨ 4. Função orgânica e uso de medicamentos ¨5. Tabagismo ¨ 6. Atividade física (trabalho e exercício físico) ¨ 7. Antropometria ¨ 8. Exames laboratoriais ¨ 9. Diagnóstico nutricional Aconselhamento Dietético em Nutrição Clínica – Entrevista Revisão de Avaliação Nutricional Avaliação Nutricional ¨ Objetivo: identificar distúrbios nutricionais e possibilitar a intervenção nutricional adequada. ¨ Métodos objetivos e subjetivos: Existem diferentes formas de má-nutrição: Subnutrição Desnutrição Desnutrição específica e Sobrealimentação Manifestações da Desnutrição Grave Marasmo Kwashiokor Mista • Magreza extrema • Atrofia muscular • Perda intensa de tecido subcutâneo • Abdômen proeminente • Aspecto simiesco • Irritabilidade • Apetite • P/I < P3 • Edema • Perda moderada de tecido subcutâneo • Hepatomegalia • Cabelo quebradiço e descolorido • Alterações cutâneas – lesões pelagrosas • P/I < P3 • Apatia • Anorexia • Características de marasmo com edema • Peso/I < P3 • Desaparece edema após curto período de tratamento AVALIAÇÃO NUTRICIONAL: OBJETIVO E RACIOCINIO CLÍNICO Determinar naquele momento o estado de nutrição e o prognóstico da possibilidade de perda de massa corporal com base no contexto clínico 1. Investigação Dietética ¨ Cálculo das calorias e proteínas ingeridas ou infundidas no paciente ¤ Pct Internado com Dieta Via Oral: n R24h ¤ Pct Internado com Dieta Via Sonda Enteral ou Nutrição Parenteral n Calcular a quantidade de calorias e de proteína contida na solução que foi ingerida ou infundida n Se necessário, somar os aportes 1. Investigação Dietética ¨ Importante: ¤ Evitar questionar sobre alimentos específicos. ¤ Evitar qualquer sinal de surpresa, aprovação ou desaprovação; ¤ Insistir nos detalhes sem induzir; ¤ Não esquecer de questionar sobre a ingestão de outros alimentos, além dos fornecidos pelo hospital. ¤ Verificar se o consumo daquele dia não foi atípico. 2. Investigação Antropométrica ¨ Antropometria é um dos indicadores diretos do estado nutricional. ¨ Medidas antropométricas mais utilizadas em hospitais: ¤ Peso ¤ Altura ¤ IMC ¤ CB ¤ PC (tricipital e bicipital) ¤ CMB Peso Peso atual ≠ Peso usual ≠ Peso ideal Peso ideal ou desejável: ¤ Situações: n Paciente restrito ao leito n Não se dispõe de cama balança no setor para a obtenção da altura e do peso atual n Paciente ou familiar não informam a altura e o peso usual. ¤ 1º Passo para o cálculo do peso ideal: n Estimar a altura do indivíduo à altura do joelho n CHUMLEA: Homem: (2,02 x altura do joelho) – (0,04 x idade (anos)) + 64,19 Mulher: (1,83 x altura do joelho) – (0,24 x idade (anos)) + 84,88 Peso ideal ou desejável: ¨ 1º Passo: Estimativa da Altura (Altura do Joelho) ¨ 2º Passo: Estimativa da Compleição Óssea Compleição = Altura (cm)/ Circ. do punho (cm) n Compleição: Pequena Média Grande ¨ 3º Passo: Encontrar o P.I. na tabela ou Estimar pelo IMC ideal (avaliar caso a caso) ¤ Metropolitan Life Ensurance (tabela) ¤ Peso Ideal = IMC ideal x Altura² ¨ 4º Passo: Calcular a adequação do Peso (%) Adequação do peso (%) = peso atual x 100 peso ideal IMC ideal Homem 22 kg/m² Mulher 20,8 kg/m² (FAO, 1985) Peso ideal ou desejável: ¨ 5º Passo: Diagnosticar: Classificação do estado nutricional segundo o percentual do peso ideal PERCENTUAL DE ADEQUAÇÃO CLASSIFICAÇÃO > 120% Obesidade 110,1 – 120% Sobrepeso 90,1 – 110 Eutrofia 80,1 – 90% Desnutrição Leve 70,1 – 80% Desnutrição Moderada ≤ 70% Desnutrição Grave Fonte: Blackburn et al., 1977, citado por Bernard et al., 1986 Peso Ajustado ¨ Quando o P.I. é uma meta ainda “distante” ¨ Corrige-se o P.I. para a determinação da necessidade energética e de nutrientes ¨ Situação: ¤ Pacientes com IMC > 27 Kg/m2 (ASPEN) ¤ Pacientes com obesidade mórbida ou quando o PA for superior a 100% do PI (Lameu, 2005) ¤ A adequação do peso for superior a 115% ou inferior a 95% do peso ideal (Cuppari, 2002) ¨ É obtido por meio da equação: Peso ajustado = (peso ideal – peso atual) x 0,25 + peso atual Perda de Peso ¨ Importante acompanhar, especialmente se é involuntária Perda de peso (%) = (peso usual – peso atual) x 100 peso usual Tempo Perda significa?va de peso (%) Perda grave de peso (%) 1 semana 1 – 2 > 2 1 mês 5 > 5 3 meses 7,5 > 7,5 6 meses 10 > 10 Índice de Massa Corporal - IMC IMC (kg/m2) Classificação < 16 Magreza grau III 16,0 – 16,99 Magreza grau II 17,0 – 18,49 Magreza grau I 18,5 – 24,99 Eutrofia 25,0 – 29,99 Pré-‐obeso 30 – 34,99 Obesidade grau I 35,0 – 39,99 Obesidade grau II > 40 Obesidade grau III IMC = Peso atual (kg) Altura2 (m) Outras Medidas Antropométricas Importantes ¨ CB ¨ Pregas ou Dobras Cutâneas ¨ CMB 3. Exame Físico ¨ Antropometria ¨ Sinais e sintomas associados à desnutrição ¤ Edema, ascite, pele ¤ Alterações de pele, cabelos, dentes, gengivas, lábios, língua e olhos podem revelar deficiências específicas. ¤ Alterações GI 4. Investigação Bioquímica Parâmetros laboratoriais Avaliação Subjetiva Global Conduta Nutricional ¨ Conduta ¤ Resumir; ¤ Anexar cópia da dieta prescrita(?) ¤ Informar dados nutricionais da dieta(?) ¨ Seguimento/Monitoramento ¤ Espaço para registro de informações sobre: n Seguimento das orientações n Nova avaliação nutricional n Nova conduta Conduta dietoterápica Conceito flexível? Nutrição baseada em evidências DESNUTRIÇÃO Estado de nutrição em que uma deficiência, excesso ou desequilíbrio de energia, proteína e outros nutrientes causam efeitos adversos ao organismo (tamanho, forma e composição) com consequências clínicas e funcionais. Gráfico 1: Prevalência de desnutrição hospitalar no Brasil. Hospital malnutriZon: The Brazilian naZonal survey (IBRANUTRI): a study of 40000 paZents. NutriZon 2001 Jul-‐Ago; 17 (7-‐8): 573-‐80 DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Hospital malnutriZon: The Brazilian naZonal survey (IBRANUTRI): a study of 40000 paZents. NutriZon 2001 Jul-‐Ago; 17 (7-‐8): 573-‐80 Dias de internação: Desnutridos -‐ 16,7± 24,5 Nutridos -‐ 10,1 ± 11,7 dias(p< 0,01)* Gráfico 2: Prevalência de desnutrição hospitalar, em relação ao período de internação. DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR ü é um problema de saúde pública e está associada aumento da morbimortalidade; ü ainda hoje não é adequadamente diagnosZcada e tratada (Stragon, 2004); ü IBRANUTRI (2001): cerca de 48% dos pacientes estavam desnutridos ou em risco nutricional; ü ELAN (2003): cerca de 50% dos pacientes estavam desnutridos; ü cerca de 30 a 40% dos pacientes perdem peso durante internação hospitalar (Meier,2004). DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR ESTADO NUTRICIONAL DEBILITADO AUMENTO DE COMPLICAÇÕES E INFECÇÕES AUMENTO MORBI/ MORTALIDADE DIFICULDADE DE CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS AUMENTO TEMPO INTERNAÇÃO DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR ENTENDENDO A DESNUTRIÇÃO PACIENTE Previamente desnutrido Desnutre durante a permanência hospitalar Ainda não está desnutrido, porém possui risco nutricional
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